With A Little Help From My Friends escrita por Ju Black, Evelyn


Capítulo 2
Walking Contradiction


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^^



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Antes de morrerem, meus pais costumava dizer que apenas três tipos de pessoas viviam em Oakland: as que tinham dívidas, as que não tinham para onde irem porque não tinham condições para se manterem em outro lugar e as que simplesmente gostavam de não terem nada para fazer.

(Só que aí eles morreram, e nós tivemos muita sorte de ter alguém com mais de dezoito anos para ficar conosco.)

Digamos que eu não estava em nenhuma dessas opções.

Muitas vezes, eu classifico minha vida em uma palavra: Entediante. Eu lembro de que uma vez tinha pinchado um muro com a palavra “entediada”, só porque não tinha nada melhor para fazer.

Mas é a vida, as pessoas vêm e vão, tédios voltam, livros relançam. Esse tipo de coisa acontece - não que todas sejam coisas muito boas.

Acho que minha vida é um caso especial. As pessoas só vão, o tédio permanece, os livros não relançam, as músicas boas não ficam velhas. As amizades se fortalecem a cada dia. E eu definitivamente tinha poucas amizades.

Mas as questões desta história não são essas.

O que eu vou narrar... Bem, foi um dia adorável, no final das contas.

Três semanas depois de Liv ter começado a sentar conosco na hora do lance e na comigo nas aulas, já estávamos bem amigas. E essa amizade provocava uma coisa, principalmente: Encrenca.

– Juuuuuuuuuuu! - berrou Liv, subindo a escada com os livros quase caindo.

– Que foi, menina que grita? - perguntei, fechando meu armário e me voltando para a louca.

– PROBLEMAS! PROBLEMAS!

– Não grita!

– Mas nos descobriram!

– Que colocamos tinta no corredor das salas do primeiro ano? - perguntei, sussurrando. Ah, merda, merda, merda.

– É! EXATO! - respondeu Liv, colocando os livros em seu armário de qualquer jeito e virando para mim de novo.

– Han, ok, pode se desesperar.

– SAÍDA PELA DIREITA – Liv berrou, olhando para trás e vendo que alguém chegava.

Peguei logo meu skate. Como Liv não tinha equilíbrio ou sabia andar, pulou no skate comigo me abraçando forte por trás, o que não foi uma boa ideia porque logo nós perdemos o controle e saímos batendo em tudo o que víamos pela frente. Mas o pior não foi isso, o pior foi trombar com a única pessoa que não devíamos: Vic.

A loira mais velha nos pegou pelas orelhas e saiu nos puxando.

– SUAS COISAS! O QUE VOCÊS TÊM NA CABEÇA? - berrou.

É, estavam muito fritas. Muito mesmo.

– Fritas é um apelido fofinho. – eu disse.

– Ér, presunto. – disse Liv.

Um garoto apareceu no corredor, coberto de tinta verde. Quando avistou nós três, simplesmente mandou um olhar de "Eu sei que foram vocês. Vocês vão ver." e aquilo foi mais que o suficiente para deixar Vic ainda mais irritada, porque a mesma não tinha feito nada.

Só não vimos Rafa chegando por trás e vendo a cena.

– O que essas duas aprontaram? – perguntou ele, segurando o riso.

– O QUE APRONTARAM? OLHE VOCÊ MESMO O QUE APRONTARAM! – Vic indicou com a cabeça um grupo de alunos do primeiro ano que juntos pareciam quererem formar um arco-íris.

– Ér, eu sei que não é hora para isso, mas você não acha que estamos chamando muita atenção? – perguntei.

Viic somente nos mandou um olhar raivoso saímos com um Rafa risonho atrás. Mesmo sem ter visto, sabia que quando saímos as pessoas tinham começado a murmurar sobre como éramos estranhos.

– Ai, ai, droga, isso dói – resmunguei.

– É PRA DOER!

– Dói muito, Rafaa socorrooooo...

– Vic... Você não acha que tá demai...

– E você nem se atreva a interromper! - cortou-o Vic

– Eu tentei, pequenas. – Rafa disse. Ele tinha aquela mania protetora de nos chamar de pequenas, já que estávamos no primeiro ano, Vic no segundo e ele no terceiro.

Liv cruzou os braços e fez biquinho – Por favor, Vic, tá doendo.

Viic apenas bufou e “arrastou” a gente para fora da escola, já que a aula já tinha acabado, e colocando a gente no carro. - Em casa conversamos.

– Medo. – eu e Liv dissemos, nos entreolhando.

Durante o caminho para casa Viic não falou nada.

Por que eu tinha impressão que não ia poder mais andar de skate esse mês?

– Sei o que está pensando. - sussurrou Liv para mim - Você acha que ela também vai deixar a gente sem tocar?

Engoli em seco - Acho que sim, mas..., ela sabe que tocar é nossa vida e ela não vai ser tão má, né?

– Eu espero. - ela respondeu e nós voltamos ao silêncio.

Vocês provavelmente devem estar se perguntando por que Vic estava nos levando para casa e Liv estava indo conosco. Bem, Liv morava a duas casas da nossa, e Rafa era nosso primo, mas morava com a gente desde um ano atrás.

Quando chegamos, nos despedimos de Liv, mas aconteceu algo que não estava nos nossos planos: Os pais dela tinham viajado.

Não era exatamente comum, mas ela nos explicou que isso acontecia às vezes; os pais tinham que viajar rapidamente e de última hora, já que trabalhavam com marketing e tinham reuniões sobre isso.

Os senhores Chaves tinham deixado um bilhete na porta:


Liv,

Você sabe como é, tivemos que viajar novamente. Mas voltamos amanhã. Tem como perguntar se você pode ficar na casa de suas amigas? Temos certeza que elas deixam, não? Elas tinham pedido um dia desses e tínhamos aquele jantar...

Beijos, te amamos.

Mamãe e papai.


– Vamos lá, Liv, nos ferrando juntas. Você faz parte disso. - falei, colocando um braço ao redor do pescoço dela e "arrastando-a".

Liv revirou os olhos e tive que me segurar para não rir

– Hahahaha engraçadinha. - disse ela, sarcástica, enquanto colocávamos as mochilas no sofá e íamos para a cozinha, discretamente.

– Vocês duas, sentadas no sofá, agora. - disse Vic.

Eu e Liv nos entreolhamos e, como se estivéssemos ensaiado, falamos: - É, estamos fritas.

– Ok, primeiramente eu quero dizer que é realmente muito... - começou a loira, andando de lá para cá - ...não sei, irritante, vocês terem feito uma pegadinha com alguém sem mim!

– Oi? – disse Liv, incrédula - Como assim?

– Então não vamos receber bronca? – perguntei.

– Claro que vão!

Eu e Liv nos entreolhamos de novo.

– Ninguém mandou fazer alguma coisa sem me chamarem!

– Ok, só eu não tô entendendo nada? A famosa Rainha do Gelo é marota. Ai que emoção. – disse Liv, enxugando uma falsa lágrima.

– Ok, ok, maninha, da próxima vez te chamamos. – eu disse, me levantando - Vocês sabem o que vai ter hoje aqui, não sabem?

– Não... - respondeu Vic, suspeita - O que vai ter?

– FESTA DO PIJAMA!

– UHU, PARTY HARD!

– E o que eu faço? - perguntou Rafa, entrando na sala de repente. Aquele garoto tinha mania de aparecer quando menos se esperava. - Vocês vão usar pijamas, comer brigadeiro, fofocar sobre garotos (alias, eu estou de olho em você e aquele Joseph, ouviu Julia?), falar sobre música... E o que eu vou fazer, sim?

– Ah, você pode ficar no quarto. Dar uma volta. Se tornar mais sociável. - disse Vic.

_Eu? Sociável? – ele riu - Boa piada! Mas vou ver se o Thiago está desocupado então...

– Boa! Chama o Ti. Faz isso. E deixa o Joe em paz. – eu disse, dando um beijo na bochecha dele.

– Joe é? Tô de olho em você.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? *O* Mandem reviews >



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