Eternos escrita por ThC


Capítulo 8
Capítulo 7 - final


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, imploro o perdão dos leitores. Sei que fiquei mais de dois meses sem continuar a história, mas não foi por mal. Foi a falta de inspiração mesmo, e até de técnica. Minha vida estava o contrário de tudo que acontecia com Helena, então não tinha condições de terminar sua história com um final verídico e um final indesejável para mim e até para personagens. Bom, finalmente terminei e aqui está o último capítulo. Sei que está corrido e sem muita graça, mas foi o que consegui fazer. Confesso que não ficou como queria, mas não podia deixar vocês esperando por mais tempo. Espero que tenham gostado e já estou pensando em mais contos, se assim posso chamá-los. Muito obrigada e desculpem-me, novamente.



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- Nada aqui vai ser igual sem você, Lili. – Helena lamentava em tom baixo para amiga, que em menos de três horas embarcará de volta para a Itália. Seu pai a convenceu de começar um tratamento para transtornos alimentares perto de sua família. Helena ainda acha que Lili vai por obrigação.

- Eu sei, Lena. A Itália também não é a mesma sem você, mas eu juro que ligarei todos os dias e até mandarei cartas, veja só! Com minha própria caligrafia! Vamos, isso não pode ser tão ruim... – Helena se virou para o outro lado da cama onde as duas estavam deitadas.

- Eu vou enlouquecer – sussurrou Helena.

- Não vai. Você tem Harry.

- Mas eu queria ter a mim mesma.

***

Após deixar Lili no aeroporto, Harry caminhou com Helena pelas ruas de Londres. Dessa vez, era dia e Harry falava quão animado estava para a próximo a peça. Helena parecia flutuar, a mente no horizonte e os olhos passeavam pelos prédios antigos.

- Helena? Estou falando com você.

- Ahn? – Helena se virou para Harry assustada com a hostilidade na voz do companheiro. Harry hesitou por um momento.

- Seu celular está tocando. – Harry disse em tom baixo apontando para o bolso do casaco de Helena.

Alex ligava insistentemente para Helena há uma semana. Ainda se viam, ainda transavam. Helena parecia não se sentir culpada pelo o que estava fazendo com Harry. O garoto acendeu um cigarro, esperando Helena para voltarem a caminhar.

- Não vai atender? – Harry perguntou desconfiado enquanto soltava a densa fumaça.

- Não é ninguém importante. – Helena tinha a voz vacilada.

- Não é ninguém importante ou você quer dizer que é o Alex?

Por um momento, o coração de Helena pareceu parar de bater, os olhos impossibilitados de piscar e as mãos frias.

- Por que está dizendo isso? – Tentou dizer Helena com um sorriso.

Harry continuou andando, tragando o cigarro.

- Eu sei que vocês estão juntos, Lena.

Helena não conseguia dar um passo em direção a Harry ou a qualquer direção que fosse. Estava com medo.

- Quem lhe disse? Como você soube? Por que raios você ainda está comigo? – Muitos sentimentos foram reunidos dentro de Helena e a confusão se espalhou por todo o ambiente.

- Me pergunto a mesma coisa – Harry caminhava lentamente para que Helena ainda pudesse ouvi-lo – Eu vi você sair do apartamento dele no Domingo, ouvi uma ligação entre vocês. Fora o fato de ele ficar se gabando que está transando com a garota que eu amo. – Helena não conseguia respirar – E, sinceramente, não sei porquê ainda estou com você.

- Eu não queria...

- Não me venha com essa de que não queria, Helena. Ninguém colocou um revólver na tua cabeça te mandando chupar aquele cara.

- Eu coloquei um revólver na minha cabeça.

- Estou cheio das suas metáforas – Harry voltou a caminhar, dessa vez com passos mais largos e espertos, sem dar chances de Helena alcança-lo.

- E eu estou cheia de mim.

***

A confusão de Helena se tornou uma grande bola de neve que a cada vez que girava, aumentava e a esmagava cada vez mais. A confusão na cabeça de Helena não a deixava em paz, não a deixava escapar do que a garota mesmo se tornou. Não soube o que fazer com o que fizeram dela. Estava sozinha, de novo. Mas, dessa vez, não queria estar nem com ela mesma.

Uma rua deserta atrás da velha ponte. Um prédio abandonado. Uma garota maníaca e suicida. Uma mensagem de texto. Uma vida.

Do outro lado da cidade, Harry alimentava um misto de raiva, saudades e esperança. Até que ele recebe uma mensagem no celular e, finalmente, sente desespero.

“Se toda pessoa, quando vai pôr um fim a vida, precisa deixar uma carta de despedida, esse é meu jeito de dizer adeus. Perdoe-me por querer-te demais e doar-me de menos.”

Harry sentiu seu coração se estatelar no chão. Passou a mão pelos cabelos, pensando em todos os lugares em que Lena poderia estar. Pegou o primeiro casaco que viu no guarda-roupa e saiu em direção a algum lugar.

Pensando em todos os lugares em que Helena já fizera referência, Harry andava freneticamente pelas ruas de Londres, procurando alguma solução, procurando Helena.

***

Da cobertura daquele antigo prédio abandonado, Helena segura seus sapatos numa mão e, na outra, o celular. Ela não chorava, não desesperava, não sentia. Estava decidida e não tinha mais porque esperar. Soltou os sapatos e, segundos depois, o celular. Ela já podia ver a calçada, os carros, as árvores; tudo era tão pequeno lá de cima, tudo era tão frágil. Fechou os olhos, fechou as mãos e, no fundo, ela sabia que tudo aquilo era apenas para chamar a atenção, mas se não funcionasse, não tinha porque perder tempo. Começou a contar até três.

De repente, Helena sente a presença de alguém ao seu lado. Se recusava abrir os olhos, tinha medo do que veria. Sentiu seu pulso sendo tocado, ouviu um coração batendo forte, sabia que era daquele coração que precisava. Dentro de si, aquela antiga música que antes era assobiada frequentemente pela garota cessou.

- Por favor – Helena finalmente abriu os olhos para se concentrar na voz que soava baixa e trêmula – não destrua minha vida novamente. Dessa vez, para sempre.

Helena olhou para o lado e lá estava Harry, lá sempre esteve Harry. Helena chorava como nunca havia chorado desde a morte da mãe. A ferida finalmente havia sido exposta e, dessa vez, para a pessoa que realmente iria curá-la. Os dois corações, bem em cima daquele prédio, tão longe daquele abismo agora, tão perto dos abismos deles mesmos. O abraço apertado, as lágrimas doloridas, o alívio. O amor.

- Obrigada por me salvar, eu acho – Helena murmurava entre soluços.

- Não me agradeça ainda, Lena. Agora preciso salvar seu coração. E não vou desistir até ele estar inteiro novamente.

E, naquele momento, eles realmente seriam eternos.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima história.



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