Kariya & Kirino – Estudos.

 

Insuportável.

Esta seria a única palavra que Masaki usaria para definir seu dia, sua semana, seu mês. Tudo, absolutamente tudo.

O verdinho não podia acreditar no que seus olhos fitavam. O novo casal insuportável da classe. Hikaru & Aoi. Como se eles fossem algo grande, como se eles combinassem. O que de fato, não é verdade.

Hikaru combinava com ele. Com Masaki. Não com ela. Não com Aoi.

“Olhem para mim. Sou Aoi, tenho cabelo azul, e sou a melhor amiga do capitão.” Kariya imitou baixinho, a fala da garota havia dito alguns dias atrás, com evidente sarcasmo.

Obviamente, todos ali sabiam que Aoi era apaixonada por Tenma. E somente por Tenma. Tudo bem, que ele não a correspondia, mas ter puxado o Hikaru para baixo de sua asa, foi totalmente desnecessário.

Foi um golpe BEM baixo.

“Sr. Masaki?”

“Han? Sim? Oh, desculpe. Eu... Não estava prestando atenção...” Disse o verdinho desanimado.

Todos na sala o olhavam, alguns riam, outros o olhavam com ansiedade, querendo saber a resposta da questão. Seus colegas de time os olhavam com um ar duvidoso, e preocupado.

A professora fez um sinal negativo e dirigiu-se a mesa. Kariya suspirou frustrado, e se inclinou ouvindo a voz doce de Tenma. Havia virado rotina pegar resposta com umas das pessoas que menos achava ser possível.

“Ciclo de Krebs.”

“Como?”

“A resposta. Este é o ciclo de Krebs. Pelo amor, Kariya, apenas diga isto.”

Kariya repetiu a resposta em um tom mais alto, e a professora pareceu satisfeita, mas não o suficiente.

Tenma murmurou baixinho algumas coisas que Kariya fez questão de ignorar, e depois o olhou com desprezo, logo então, recebendo um olhar ressentido do castanho, e um olhar de reprovação de Tsurugi Kyousuke.

Kariya virou-se e fitou a lousa. Que confusão! Não conseguia entender nada! Isso era tudo de Hikaru! Ele confundiu sua mente... E a matéria que estavam estudando.

O verdinho esperou um século para que a aula terminasse, mas assim que o sinal soou se sentiu aliviado. A última aula seria de Artes, e eles nunca faziam nada realmente.

Seria fácil.

E depois, enfim e por fim, poderia se jogar em sua cama e dormir infinitamente até o domingo.

Sim. Ele dormiria o sábado inteiro.

Sem animação nenhuma, jogou seu caderno e livro de biologia na mochila branca, pulou para fora da carteira. Não havia nenhum aluno na sala.

E quando, ele fazia questão de ser um deles, a professora chamou seu nome, suave, porém séria.

“S-sim?”

“Kariya, você está se distraindo demais nas aulas. Suas notas têm ficado péssimas ultimamente.”

“Puxa, isso que é elogio. Obrigado.”

“Isso não é brincadeira, Kariya. Sei que o seu futebol é importante, mas...”

Kariya inspirou irritado. O tratavam como Tenma! Como se Kariya fosse bastante parecido com aquele retardado. Eles não tinham nada a ver. E Kariya e o seu amor pelo futebol, estavam cada vez mais distantes.

“O diretor quer conversar com você.”

“H-heh? Comigo? Por que eu? Minhas notas estão tão péssimas assim que preciso ir à diretoria para elas se sentirem melhor? Não acha mais fácil que eu vá à enfermaria, para ver se elas estão com febre ou algo assim?”

“Saia da sala, Masaki.”

Kariya revirou os olhos.

Será possível que cada vez mais ele estava detestando a Raimon?

É possível. Naquela escola, tudo o fazia mal. Desde as matérias até o lanche que serviam. Talvez se pudessem fazer um banquete digno, como faziam em Hogwarts, Kariya poderia comparar algo.

Bem, o verdinho não estava muito a fim de ir a última aula mesmo. Então andou lentamente, e foi até a diretoria. Bateu na porta, e o diretor o deixou entrar.

A sala era maior do que outras salas de clubes que haviam por ali. E... Aquilo era um sofá? Aquele diretor estava com muita folga para o gosto de Kariya.

As esferas douradas varreram a sala, analisando cada pedaço, até achar algo que o deixasse perplexo, como um sutiã vermelho perto do sofá.

Antes mesmo que pudesse abrir a boca, o diretor o cortou e foi diretamente ao assunto.

“Parece que suas notas estão péssimas, Kariya. Os professores estão ficando decepcionados com isso.”

Kariya apenas olhou ao seu redor, procurando algo constrangedor, como não achou nada, apenas respirou uma vez, dando de ombros ao final.

“Os alunos da Raimon são bem comprometidos, Kariya. Você é um deles. Deve seguir o exemplo.”

“Não pode apenas me dar uma detenção, ou suspensão, e me deixar ir para casa? Sério, não preciso desse papo furado.”

O diretor riu.

“Tudo bem, faremos desse jeito então, você tira pelo menos 90% no seu próximo teste, esquece o viu aqui, e eu não o expulso do clube de futebol ou da escola.”

“Olha, entendo a parte do clube de futebol, mas da escola? Não acha que está exagerando? E 90%? Acha mesmo que vou esquecer aquele sutiã vermelho ali, por 90%? Mas nem louco!”

“Saia da minha sala agora! Vou conversar com Hitomiko! Tire 90% ou está fora da Raimon! Fora entendeu? Saia daqui, seu pivete.”

Kariya saiu com seus braços atrás da cabeça, em claro sinal de indiferença.

Diretor irritadinho não? Se não quisesse que avistasse aquele sutiã, bastava ter guardado ele.

Tsc. Tsc. Muito descuidado.

O garoto não pode deixar de suspirar outra vez. Era a mesma rotina, porém, dessa vez o diretor havia o ameaçado.

Que legal a vida do verdinho, não acha?

Kariya resolveu que mataria a aula de Artes, e foi ate a sala de reunião da Raimon, onde se trocou e ficou com o habitual uniforme do time. Em seguida, esperando passar os minutos para que seus companheiros de time aparecessem, resolveu encostar-se em uma árvore e tirar um breve cochilo.

 

~~//~~

 

“Kariya. Kariya.”

Alguém ecoava o nome do verdinho baixinho, mas o suficiente para que fosse audível.

Kariya balançou a cabeça, claramente, não querendo ser acordado.

“Hei Kariya.” Murmurou o rosado, balançando de leve o ombro do camisa 15.

Até que duas esferas ficaram a se encarar. As douradas de Kariya, obviamente irritado por ter sido acordado no final do sonho em que beijava a Megan Fox. E as cristalinas de Kirino, que se estreitaram um pouco para reparar uns orbes castanhos que fitavam a cena.

“Que é?” Kariya perguntou mal-humorado. Kirino fechou a cara.

“Você vai ficar aí? Não vai treinar?” Kirino perguntou docemente.

“Sou obrigado? Quero ver você me obrigar a ir treinar.”

Kirino abriu sua garrafinha d’água e jogou na cabeça de Kariya.

“Eu fiz o favor de te acordar. O problema é seu se não quiser. Espero que saia do time de uma vez. Já não te aguento mais.”

Kariya levantou pronto para agarrar as marias chiquinhas do camisa 3 e cortá-las com uma tesoura. Porém, Shindou entrou no meio e o encarou com raiva.

“Eu o odeio!” Gritou Kariya.

Tenma interveio e pediu calma a Shindou. O verdinho dirigiu-se ao vestiário e pegou sua mochila. Precisava ir para casa. Precisava não ver essa gente nunca mais.

“Kariya...!” Hikaru gritou.

“Não! Vai embora!” Kariya passou pelo violeta e foi em direção ao Sun Garden.

 

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O rosado estava voltando para casa com a consciência pesada. Sentia-se mal por ter jogado água em Kariya. Ele não parecia bem.

E não era de hoje, mas de semanas atrás. Havia algo muito errado com o verdinho, algo que o impedia de ser ele mesmo... E isso incomodava Kirino.

“Você quer ir em casa hoje? Podemos fazer sessão do Jackie Chan!” Shindou sugeriu.

Kirino queria muito aceitar, raramente seu melhor amigo o chamava para ir a sua casa, e agora que o chamou... Bem, Kirino queria apenas não ir.

“Preciso ajudar meus irmãos hoje. Minhas irmãs estão viajando, lembra-se?”

“Ah é, esqueci.”

“Domingo. Cinema. Meu Malvado Favorito 2. Vejo você la.” Kirino afastou-se de Shindou indo em direção a sua rua. Fingindo estar animado.

“Tudo bem!” Shindou acenou e continuou a andar.

Kirino prosseguiu voltar a ficar sem animação. Queria tanto saber onde Kariya morava, mas não fazia ideia.

O rosado tentou se convencer de que nada disso era culpa dele. Kariya era arrogante, ele dava motivos.

Mas... Por que ele era arrogante?

Quem ele era? O que ele escondia? Quais eram seus segredos?

E porque não os dizia a Kirino?

Tantos pensamentos, tantas perguntas, tantas distrações...

Olhe para frente, Kirino. Vai tropeçar em alguém.

E ele o fez.

“Minha nossa! Desculpe! Eu não vi!” Kirino adiantou-se pegando o braço da vítima.

“Ai, não é possível. Você está me seguindo, só pode.”

“Kariya.”

“O que você quer? A garrafa que jogou em mim não foi o suficiente? Quer me jogar no meio da rua para eu morrer atropelado? Faca isso enquanto estou de bom humor.”

“Estou vendo o bom humor.”

“Olha só. Perdeu a chance. O que você quer? Pare de me seguir. Acharei que é um psicopata e quer me sequestrar.”

“Eu... Desculpe pela garrafa. Eu não sei o que me deu... E... Você não acha que é exagerado?”

“Não, nenhum pouco. E desperdício de água, sabia?”

“Onde está indo?”

“Interessa?”

“Dê um tempo, Kariya. Estou tentando ser seu amigo.”

“Não quero ser seu amigo.”

“Kariya escuta...”

“Não, escuta você! Quer ser meu amigo? Ajude-me em Biologia. Apareça em casa amanha, e vire meu professor. Faca eu tirar 90% naquele maldito teste. Apenas faça isso! E aí você será o melhor amigo que já tive entendeu? Caso contrário, sua amizade não me interessa e nem me vale de nada.”

Kirino olhou torto, enquanto Kariya desaparecia.

 

~~//~~

 

“Kariya... Vamos acorde!” Chamou a voz de Hiroto.

O verdinho revirou-se na cama.

“Mais meia hora, por favor...”

“Kariya, se não acordar. Vou chamar o Nagumo para fazer isso. E você sabe o quanto ele é irritante.”

“Que o Nagumo e o Suzuno façam a festa no meu quarto. Apenas me deixe dormir.” Murmurou Kariya, se acomodando em seu travesseiro.

“Kariya, você não pode dormir o sábado todo. Você tem visita.”

“Fale para ir embora. E que Masaki Kariya não está disponível aos finais de semana.”

Hiroto suspirou e andou alguns passos.

“Sinto muito, Kirino. Eu tentei, mas quando ele é preguiçoso...”

“Kirino?” Kariya ficou sentando em sua cama, olhando o ser rosa que estava ali em sua frente.

“Você pediu ajuda em Biologia né? Bom, eu sou ótimo em Biologia, e posso ajudá-lo.”

Hiroto sorriu.

“Que bom que tem amigos, Kariya. Vou dizer a Hitomiko para dispensar você das atividades do Sun Garden hoje.” O ruivo falou, fechando a porta.

Kirino sorriu, sacudindo o livro verde de Biologia.

“Me faz um favor, que horas são?” Kariya apontou para o relógio.

“Algo em torno das nove e meia... Por quê?”

“Você sempre faz isso? Aparece na casa dos outros a esse horário? Não sabe que sábado é dia de dormir, não?”

“Na verdade, é como qualquer dia normal. As pessoas saem para trabalhar cedo.”

“E daí?”

“Kariya, eu estou aqui, com a maior disposição para ajudá-lo em Biologia. Colabore e levante da cama.”

“Eu falei ironicamente entendeu? Você não precisava vir aqui! Como sabia que eu morava aqui, alias?”

“Tenma, Hikaru. Contatos.” Kirino deu de ombros, colocou o livro na mesinha e o abriu. “Você deve estar na matéria sobre a glicólise. É até fácil. Olha o processo da glicólise, nada mais é do que...”

“Ai, ai! Tá bom! Espere ao menos eu tomar o café.”

Kirino se virou a Kariya, sorrindo simpaticamente.

“É claro.”

 

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“O ciclo de Krebs foi criando por Hans Adolf Krebs, em alguma coisa de 42 ou 49.” O rosado explicou.

“42 ou 49 o que? Antes de Cristo? Depois de Cristo?” Kariya bufou. “Puuf! Você é um péssimo professor!”

“Eu não lembro a data precisamente...”

“Por isso que você e um péssimo professor.”

“Tá Kariya... Hans Adolf Krebs determinou que...” Kirino suspirou. “Ei, porque você precisa tirar 90% no teste?”

“Porque eu preciso. Prossiga.”

“Não, há algo a mais ai. O que aconteceu?”

Kariya contou a história, mesmo que não quisesse, detalhadamente ao camisa 3.

“Ele pode fazer isso?”

“Sei lá. Não me importo de qualquer forma.”

“Por quê?”

Kariya deu de ombros, enquanto rabiscava a folha de seu caderno. Revendo as anotações. Até que ele havia entendido a matéria.

“Hikaru, não é?”

“O que tem ele?”

“Ele está com a Aoi.”

“E que sejam felizes. E daí?”

“Você ficou triste.”

“Olha só, você está aqui para me ensinar Biologia e não Química.”

“Estou vendo que conversar com você é impossível. Vamos continuar.”

 

Algumas horas depois...

 

“Ai! Ai! Não! Eu não entendo essa coisa de ATPS! Não entendo! É muita conta! Já não basta matemática com os seus y, w e z, e agora biologia com esses ATPS? Ah, que inferno!”

“Você precisa entender isso.”

“Eu não vou decorar isso hoje. É muita coisa. É inútil. Vai ter que vir aqui amanha.”

Kirino se lembrou de que tinha que desmarcar o cinema com Shindou. Mas, na verdade, ele o faria... Com grande prazer.

“Amanha então.” Disse Kirino arrumando seus livros, suspirando ao final.

“Ei.”

“O que foi?”

“Por que está me ajudando?”

“Porque pediu, e disse que se eu o ajudasse, você seria meu amigo.”

“Você quer mesmo ser meu amigo?”

“Quero.”

Kariya andou ate Kirino o encarando com desconfiança.

“Por quê?” Perguntou o menor.

“Ah, sei la, Kariya. Parei de tentar achar sentido nas coisas, desde que isso veio na minha cabeça... O que eu poderia fazer por você, ou algo do tipo...”

“Hm.” Kariya virou de costas e Kirino suspirou. Precisava ir.

Céus, Kariya sabia que isso seria a coisa mais errada que ele faria em toda a sua vida, mas precisava tentar. Há algum tempo, antes de enxergar seu melhor amigo, ele havia uma queda especial por Ranmaru. Uma queda muito grande.

Algo que não dava para entender. Admirava tudo no rosado. Sua voz. Sua risada. Seu cabelo. Seus olhos, sua boca...

Mas não podia simplesmente parar de ser rival do rosado, e declarar-se para ele.

Seria insano, estranho e...

O que seria de nós, sem viver ao máximo hoje, não é mesmo? Aproveitando todos os desejos e sonhos, e tentando o realizar na medida do possível?

O verdinho foi rápido, vendo que Kirino estava a abrir a porta, ele apenas andou alguns passos e a fechou, impedindo que saísse, o imprensando na parede. Então, partindo para os lábios do outro, com certo desespero.

Obviamente, o rosado ficou surpreso com ação repentina do colega. Não compreendia o porquê do feito, e não conseguia raciocinar algo coerente para fazer. Ele notou que Kariya estava dando tudo de si. Como se aquela fosse a última aposta em algo já havia se perdido as esperanças.

Kirino sentiu a língua de Kariya, pedindo permissão avançar, e não teve como não ceder.

“Ahn...” O rosado jogou os livros no chão, e enlaçou seus braços na cintura do verdinho.

Kirino já havia ganhando experiência no quesito beijos. Festas lhe proporcionaram tal conhecimento. E achou uma graça que Kariya tivesse tão perdido ali, não sabendo muito como mover a língua, como explorar o local. Mesmo assim, o novato lhe arrancou um gemido.

Talvez não fosse tão inexperiente assim. Talvez Masaki soubesse exatamente o que fazer. E fazia muito bem... De forma deliciosa e atrevida.

Andaram pelo quarto alguns metros, e Kariya foi o empurrando para uma cadeira. Kirino a achou e logo estava sentado nela, com a respiração entrecortada, puxando Kariya para sentar-se em seu colo.

Beijaram-se de novo, e mais uma vez. Até ficarem ofegantes, ate o pulmão não poder mais lhe proporcionar ar, fazendo-os parar.

Contudo, embora o pulmão estivesse recuperando o fôlego, as mãos ainda fizeram sua parte. As de Kariya, mesmo que geladas, foram para baixo do tecido verde e preto e ali pararam, provocando arrepios no rosado.

O verdinho também sentia arrepios quando Kirino colocava as mãos no seu braço nu, deslizando-as suavemente. E sentiu mais arrepios quando Kirino tocou seu pescoço com os lábios levemente e lentamente.

Ambos podiam sentir seus corações pulsarem de maneira forte.

Kariya se aproximou do rosado, encaixando sua cabeça no ombro do outro. Fazendo suas mãos roçarem e subirem no tecido verde e então analisar o cabelo rosa do camisa 3. A essência de morango podia ser sentida de longe, provocando um sorriso ao verdinho.

“Ahn...” Suspirou uma vez, ao sentir os lábios de Kirino em seu ombro. “Nos... não podemos... Aqui... Orfanato... Crianças... Ahn... Ahn... Kirino-Senpai... Por favor... Ahn...”

“Tenho uma proposta.”

“Qual? Ahn...”

“Vá você amanha em minha casa, e nós estudamos lá.”

“Por não aqui?”

“Você quer passar em Biologia, não quer?” Sussurrou Kirino.

Kariya apenas balançou a cabeça, pensando.

“Na minha casa. Amanha. Você e eu. Estudos. Biologia. Você vai.” Kirino afirmou.

“E você já decidiu por mim?” Kariya o olhou com as sobrancelhas arqueadas.

Kirino puxou Kariya para mais um beijo. E logo o verdinho afastou-se, levantando por fim.

O rosado sorriu.

“Até amanha.” Disse fechando a porta.

Kariya fez uma careta. Ele teria que ir a casa dele, querendo ou não.

E não conte a ele que eu disse isso, ok? Mas ele estava morrendo de vontade de ir à casa do rosado.

MAS! Você não ouviu de mim!

 

~~//~~

 

Semanas Depois...

 

O rosado observava a cena habitual da Raimon no terraço.

Fazia meia hora que havia combinado de se encontrar com seu namorado e obviamente, ele estava atrasado.

“Ah, Kariya.” Kirino balançou a cabeça, resolvendo ir ao encontro do verdinho na sala.

Entretanto, ao se virar, deparou-se com o verdinho sorrindo, e com um papel na mão.

“Eu espero que isso seja um 90%.” Disse Kirino pegando o papel.

“Não são 90%, Kirino-Senpai. São 100%.”

Kirino ficou pasmo. Olhou para prova e olhou para Kariya, e repetiu a cena cinco vezes ate acreditar no namorado.

“Você passou.”

“Passei geral. Deixa-me mostrar para aquele diretor. Ele não perde por esperar.” Kariya murmurou com um sorriso diabólico. “Você é um bom professor afinal.”

Kirino revirou os olhos e puxou Kariya para um abraço.

Mesmo que tentasse não retribuir, mesmo que tentasse ser forte, sabia que era impossível. Ele adorava a sensação de Kirino estar o abraçando. Adorava o fato de Kirino ser somente o seu senpai. E de mais ninguém.

Beijaram-se uma vez, ate Kariya ser encostado na parede.

“Sabe.” Disse Kirino entre o beijo. “Eu também tenho dificuldades em algumas matérias, você poderia me ajudar Kariya.”

“Você tira a melhor nota. Poupe-me de suas mentiras sobre matérias, Senpai. Sempre serei eu que precisarei de ajuda.”

“Eu acho que você entendeu...”

“E eu acho que você deveria ir a uma biblioteca estudar.”

O rosado riu, e Kariya riu também.

O sinal da tarde soou.

Kirino beijou o verdinho de leve, e este enlaçou seus braços no pescoço do outro, o puxando para um beijo de tirar o fôlego.

“Caramba... Ainda não me acostumei com isso...”

“Pois se acostume.” Kariya falou empurrando o namorado de leve e dando de costas. “Minha casa. Amanha. Física. Estudar. Você vai.”

O verdinho saiu para sua classe.

Kirino sorriu, é claro que ele iria!