Melaine:

Acordei fazendo meu costumeiro ritual de manhã. Me espreguicei, passei a mão pelo lençol de seda, estiquei-me por toda a cama. Senti um corpo ao meu lado e comecei a tatear a pessoa para ter certeza que eu não estava sonhando, mas todas minhas duvidas acabaram quando eu ouvi um gemido masculino, abri o olhos para ter certeza que não estava sonhando, mas vi que tinha mesmo um homem na cama. Olhei ao redor e vi que aquela cama e aquele quarto não era meu, eu estava na casa dele, mas como vim parar aqui?

Tentei me afastar dele, mas ele agarrou meu pulso. Senti seu toque gelado e gritei.

O vampiro acordou imediatamente, olhou atordoado por todo o quarto e quando viu que estava me segurando se afastou.

Dessa vez não iria sair correndo, pois sabia que se eu corresse, eu morreria de vez.

–Qu...quem é você? - perguntei gaguejando.

Ele não me respondeu, só ficou encarando meu pescoço, o cobri tentando esconder minha veia, mas senti que tinha um esparadrapo no lugar.

– Ontem seu machucado não estava tão ruim, mas se não cuidar hoje pode infectar. Posso dar uma olhada para ver como esta?

–Você que cuidou do meu pescoço?- pergunto desconfiada.

–Sim.

–Foi você que me mordeu?

–Não.

–E você promete que não vai me morder se eu deixar você olhar o meu machucado?

–Prometo.

Apesar de ele ser um vampiro e de eu ter acabado de conhece-lo, quando ele disse que não ia me morder eu acreditei.

–Esta bom, pode olhar, mas antes me diz qual o seu nome.

–Me chamo Jackson Pugnatore - disse o vampiro enquanto se aproximava.

O Jackson tirou o esparadrapo, olhou meu pescoço e caminhou ate o banheiro.

–E só para você saber, meu nome é Melaine. - disse quando ele saiu do banheiro - Você poderia me dizer como vim parar aqui?

–Depois que te salvei do vampiro, você tentou me atacar com um raio, mas obviamente não acertou. Você desmaiou e eu te trouxe para cá.

Ele voltou para cama, abriu uma caixa de primeiro socorros, pegou o soro fisiológico, colocou um pouco em um algodão e limpou o machucado.

– Já que não esta mais sangrado, vou deixar o machucado aberto para poder respirar - disse Jackson.

–Obrigada. Como um vampiro pode saber sobre machucados?

– Antes de me transformar em vampiro eu era medico.

Jackson começou a guardar as coisas, foi para o banheiro, deixou lá a caixa de primeiro socorros e voltou para o quarto.

– Levante, você precisa comer.

Ele começou a se encaminhar para porta, mas parou quando viu que eu não o estava seguindo.

– Então você vem?

– Ah, claro. Estou indo- disse me levantando da cama.

Passamos por um enorme corredor, onde tinha vários cômodos. Ao bisbilhota-los vi que alguns eram quartos iguais ao que eu acordei hoje e outros eram salas de entretenimento, como sala de piano e sala com uma televisão enorme.

Chegamos na escada principal que levava a porta, por um momento pensei que ia me mandar embora, mas ele virou, entrou por uma sala enorme e caminhou ate a cozinha. Percebi que todas as janelas estavam fechadas com cortinas.

– Sua casa é muito grande. Você mora sozinho?- perguntei quando me sentei em uma cadeira que ficava perto da bancada.

–Não, eu moro com meu filho - Jackson disse enquanto fuçava a geladeira e os armários, retirando algumas coisa lá de dentro.

–Filho? Pensei que vampiros não podiam procriar.

– Não do jeito que você procria. A procriação de um vampiro é feita pela transformação de humano para vampiro. John é meu filho porque criei ele com meu sangue.

Fiquei um momento em silencio pensando nisso. Então aqueles que eles transformam são considerados filhos dos seus criadores.

Enquanto pensava observei o vampiro a minha frente. Ele estava sem camisa, então pude ver seu maravilhoso corpo. Jackson tinha cabelo preto que contrastava com sua pele clara. O corpo era bem definido e não tinha pelos no peito. Quando virou para olhar-me desviei o olhar.