Flashback E Ecos escrita por Melanie


Capítulo 2
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

A Thousand Years (Part 2) - Christina Perri feat. Steve Kaze



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“O dia em que nos conhecemos, congelado, segurei minha respiração. Desde o inicio, eu sabia que tinha encontrado um lar para o meu coração.”

x--x

Algumas semanas antes do acidente, Los Angeles - Califórnia.

“Rachel Barbra Berry, venha aqui nesse instante!”

            A voz irritada de Quinn soou pelo apartamento inteiro e Rachel deu uma risadinha. Havia mudado as coisas da namorada de lugar novamente e sabia o quanto a loira odiava quando fazia isso.

            Caminhou lentamente até o quarto do casal e viu Quinn lançando olhares que podiam congelar o oceano em sua direção. Sentou na imensa cama, sendo acompanhada pelos olhos da loira e só então a encarou.

“O que foi, Quinn?”

O que foi?” Perguntou incrédulamente, cruzando os braços em frente ao busto e batendo o pé de forma dramática. “Você mexeu nas minhas coisas, Rachel. Eu não gosto que as pessoas mudem minhas coisas de lugar e você sabe disso. Ainda mais agora que estamos morando juntas. Como vai ser quando nos casarmos? Você vai simplesmente mudar tudo como bem entender e não vai me consultar?”

“E depois eu que sou a dramática.” Rachel soltou uma risadinha, fazendo Quinn ficar ainda mais nervosa. “Só tirei suas câmeras daquela gaveta. Você só precisa achar outro lugar.”

            A loira bufa e sai do quarto batendo a porta. Rachel espera alguns segundos e a loira retorna, sentando ao seu lado na cama e a encarando com os olhos avelã cheios de remorsos. Sem dizer nada, a morena abre os braços e Quinn se aconchega no calor do corpo da namorada.

“Me desculpa?” Quinn pergunta baixinho, beijando carinhosamente o pescoço da morena e sentindo seu corpo tremer. “Eu estou sendo estúpida. Só estou ficando louca com aqueles vídeos do disco estúpido que estamos trabalhando.”

“Não tem problema.” Rachel sorri levemente. “Eu sei como você se sente. Fiquei igual quando estava trabalhando na produção.”

“Aquela cantora é uma vaca.”

            A confissão da loira faz Rachel gargalhar e logo Quinn a acompanha. Sinceramente, não sabiam no que estavam pensando ao assinar um contrato com aquela mulher. Ela era completamente louca e estava deixando toda a equipe da gravadora de Rachel e a equipe do estúdio de Quinn em problemas.

            Ela tinha ideias pouco ortodoxas sobre como queria que seu disco de estreia fosse e mesmo com as negativas de Quinn sobre a impossibilidade das coisas que pretendia realizar nos vídeos, batia o pé e não eram poucas as vezes que a loira tivera que tirar algum dos seus empregados da delegacia.

            Por isso resolveu assumir o controle criativo. O que não tinha sido uma ideia muito boa, já que agora era ela quem estava ficando insana.

“É sério, alguém precisa internar aquele ser.” A loira suspira dramaticamente e se larga na imensa cama ainda desarrumada.

“Olha pelo lado bom.” Rachel começa e a namorada a encara incrédulamente. Desde quando existia um lado bom nessa loucura? Se existisse, Quinn ainda não conhecia. “Pelo menos hoje ela resolveu se dar uma folga, o que faz com que você tenha uma folga também.”

“E?”

“E nós podemos ficar o dia inteiro juntas.” O sorriso da morena é brilhante e contrasta com a sua pele bronzeada.

“Você não tem que ir pra gravadora?”

“Nop.” Estala o p com a língua e morde o lábio inferior cheio. Involuntariamente os olhos de Quinn caem no movimento e suas pupilas dilatam. Rachel paira sob o corpo da namorada. “Hoje é sábado e dei folga para o pessoal, então a senhorita não pode escapar de mim. Esta presa comigo, senhorita Quinn Fabray.”

            A loira abre um sorriso sacana antes de ter os lábios finos tomados pelos cheios de Rachel. Não se importava nem um pouco em ser prisioneira se a morena fosse sua algoz.

-x—x-

            Quinn dirigia calmamente pelas ruas de Los Angeles com uma morena cantando alegremente uma das músicas que tocava no rádio do carro. Seus olhos castanhos estavam fechados e ela aproveitava o vento calmo que entrava pela janela parcialmente aberta enquanto as palavras escorriam pelos lábios cheios.

            A loira apreciava o pequeno espetáculo com deleite, se perguntando novamente o porquê de Rachel nunca ter investido em uma carreira como cantora. Ela tinha uma voz tão linda e forte.

“Que foi?” Rachel indagou quando sentiu o olhar da namorada e abriu os seus castanhos, procurando o rosto de Quinn. A loira já não a olhava, mas seus lábios estavam curvados em um pequeno sorriso.

“Nada.” Quinn dá de ombros, os olhos treinados na pista a sua frente. “Só apreciando o espetáculo da minha linda namorada. Não posso?”

            A única resposta de Rachel foi uma risada antes de retornar a cantar. Sabia que a loira adorava quando cantava e sempre fazia isso quando estavam juntas. Havia se tornado um hábito difícil de quebrar e as vezes se pegava cantarolando pela casa ou quando cozinhava.

            Começou a observar o trajeto que a namorada fazia, já que insistia em fazer surpresa do destino. Só reconheceu o lugar quando Quinn pegou uma entrada pouco sinalizada, mas que levava a um parque afastado, onde sabia que todo sábado um gigante telão era colocado e filmes antigos apresentados. Lembrava de terem ido no mesmo parque em seu primeiro encontro, três longos anos atrás.

            Um sorriso se abriu em seu rosto e ela olhou para a loira.

“Nós estamos indo pro parque!”

“Faz tempo que não fazemos isso.” Quinn sorri e sente um beijo ser depositado em sua bochecha. “Ainda lembro que viemos aqui em nosso primeiro encontro e assistimos Psicose.”

“Eu lembro que tive pesadelos com esse filme por semanas.” Rachel murmura levemente aborrecida. “Mas tenho que admitir que foi um dos melhores que assisti em minha vida.”

“Eu tenho um ótimo gosto em filmes, baby.” A loira pisca e solta uma gargalhada.

“Você é muito convencida, Quinn Fabray.”

            Sua resposta é um dar de língua e uma piscadinha.

            Mais alguns minutos são necessário para que as duas cheguem no parque. Alguns carros já estavam estacionados em frente ao imenso telão e as pessoas se espalhavam pelas redondezas. Quinn quis chegar relativamente cedo, para que pudessem escolher um bom lugar e teve sorte.

            Estacionou seu carro praticamente no centro do telão, mas não tão perto, só o suficiente para que tivessem uma boa visão do filme.

“O que estamos assistindo?” Rachel perguntou quando a loira desligou o veículo e olhou em sua direção. “E por mais que eu tenha amado assistir Psicose no nosso primeiro encontro, não tenho força de vontade suficiente para assistir mais um filme de terror.”

“Mas você nunca reclama quando assistimos em casa.” Quinn comenta dando uma risadinha.

“Você esquece que lá estamos rodeadas de paredes e aqui de mato, certo?”

“Eu te protejo.” A loira estufa o peito e arqueia a sobrancelha direita, tentando fazer uma pose ameaçadora e falhando miseravelmente. Rachel começa a rir e a namorada a acompanha segundos depois. “Tudo bem, eu andei investigando e iremos assistir The Breakfast Club.”

            Rachel solta um gritinho e se atira nos braços de Quinn, mesmo sendo uma coisa complicada por causa do cambio de marcha do carro. Com alguma dificuldade, consegue se ajeitar de forma quase confortável no colo da namorada e beija docemente seus lábios entreabertos.

            Quinn corresponde ao beijo com igual fervor e as duas só se separam quando as costas de Rachel encostam no volante do carro e a buzina acaba pressionada, fazendo com que todos os olhos se virassem em direção a elas. Ambas coram em um vermelho brilhante, mesmo sabendo que com os vidros escuros do carro ninguém conseguiria as ver.

“Tudo bem, acho melhor pararmos por aqui.” Rachel falou quando a testa da loira encontrou seu ombro e seu corpo começou a sacudir com risadinhas. “Tenho certeza de que essa mesma cena aconteceu a primeira vez que viemos aqui, certo?”

            Quinn ainda ria baixinho. “Isso sempre acontece. Acho que preciso de um carro maior.”

“Concordo com você.”

“Hey.” A loira solta um resmungo de falsa decepção e projeta o lábio inferior para a frente fazendo bico.

“Você fica tão fofinha quando tenta fazer cara de cachorrinho.” Rachel comenta quando começa a se mover para fora do colo da namorada e senta no banco ao seu lado. “Pena que a minha funciona melhor que a sua.”

            A loira bufa e abre a porta do carro, passando a mão nos cabelos curtos. “Então, você não vem?”

            Rachel acena com a cabeça e também sai do carro, sendo recebida pelos braços de Quinn a circulando e a apertando suavemente. A loira ainda deposita um beijo singelo em sua testa e se afasta para o bagageiro do carro. De lá tira duas mantas e uma cesta de piquenique, estendendo uma delas sobre o capô do veículo.

            Quinn ajuda a namorada a subir e depois se posiciona ao seu lado e abre mais um sorriso. A morena cora levemente. Mesmo depois de tanto tempo juntas, ainda corava com as pequenas coisas e pequenos mimos que a loira fazia. Se sentia a pessoa mais sortuda do mundo por ter a companhia e o amor da namorada para si e as vezes se pegava pensando no porque ter sido a escolhida da loira.

            Sempre que perguntava, ganhava um revirar de olhos e um bufo, seguido por um ‘Você que me escolheu. Eu sou a sortuda aqui’ que a faziam derreter.

            As duas ficaram tão entretidas conversando que nem perceberam o parque lotar e quase perderam o começo do filme. Logo Rachel se ajeitou contra Quinn e a loira passou a outra manta e um braço protetoramente em torno do corpo da menor. Ficaram nessa posição durante todo o filme, com a loira murmurando as letras de ‘Don’t you(Forget About Me)’.

-x—x-

            Já era noite quando voltaram para o apartamento que dividiam. Rachel liderava o caminho puxando Quinn pela mão, mas antes que chegassem a porta, a morena foi segurada firmemente em seu lugar pela namorada. Olhou confusa para a loira, que mordia o lábio nervosamente, como se tivesse escondendo alguma coisa.

“Quinn? Não vamos entrar?”

“Claro.” Falou de repente, tomando a frente e abrindo a porta para que Rachel passasse.

            A morena entrou cautelosamente enquanto lançava olhares confusos para a outra. Quinn respirou fundo uma vez e só então fez seu caminho para dentro do apartamento. Rachel seguiu direto para a cozinha e se serviu de um copo gigante de água, antes de voltar a passos lentos para a sala de estar, lugar de onde sabia que Quinn não havia saido.

            Assim que colocou os pés no cômodo foi tomada pelo cheiro delicado de rosas, que despreendiam lentamente de inúmeras velas aromáticas espalhadas e acesas por todos os cantos. E iluminada parcialmente pela luz estava uma deusa loira, abaixada em seu joelho e segurando em suas mãos uma brilhante aliança.

            Um sorriso nervoso brincava nos lábios finos e isso fez Rachel se aproximar, mesmo que nenhuma palavra escapasse de seus próprios lábios.

“Rachel?” Murmurou com a voz vacilante, fazendo os olhos da namorada grudarem nos seus. Foi o brilho das obres castanhas – visíveis até na penumbra – que a deram coragem para continuar. “Eu sei que nenhum relacionamento é fácil, que nem sempre nós encontramos aquela pessoa que simplesmente é a certa para cada um, mas também sei que quando a encontrarmos, não se deve deixar esse alguém escapar por entre seus dedos. Por isso eu estou aqui de joelhos, da forma mais antiquada possível, mas também da forma que sei que você gostaria – simples e sincera – te pedindo para me conceder a honra de ser oficialmente sua esposa, já que em meu coração já me sinto assim. Baby, você casa comigo?”

            A morena congelou no lugar. Sua mente paralisou e o coração começou a disparar no peito. Jurava estar sofrendo um ataque cardíaco, tamanha a velocidade que ele se encontrava. Quinn ainda esperava expectante – o sorriso terno desenhava os lábios finos e as longas e suaves mãos pálidas tremiam levemente, denunciando o nervosismo que a espera causava.

            Um minuto inteiro se passou antes de Rachel sair do torpor e se atirar contra os braços da namorada, fazendo a aliança cair no tapete fofo da sala de estar.

“Eu quero.” Beijou a bochecha esquerda. “Sim.” Beijou a bochecha direita. “Sim.” Beijou demoradamente a testa parcialmente coberta pela franja rebelde. “Sim.” Outro foi depositado na ponta do nariz. “Mil vezes sim, meu amor.”

            E só então seus lábios encontraram os de Quinn, no que elas mais tarde elegeriam como um dos beijos mais apaixonados que já haviam trocado.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas!
Só quero dizer que espero do fundo do coração que vocês aproveitem o capítulo. Sei que essa semana não tá sendo fácil pra nenhum fã de Glee, já que perdemos alguém da família. Cory agora é um anjo que partiu cedo de mais e eu sei que onde quer que ele esteja, vai sempre olhar e estar em cada coraçãozinho Gleek.
Em razão disso, resolvi rever a minha história e mudar os planos que tinha para o personagem do Finn. Espero do fundo do coração que entendam que essa mudança é necessária.
Sem mais, comentem e podem me encontrar no ask.fm/singalullaby



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