POV por Klaus 

Ver minha filha desse jeito é desesperador, faria de tudo para que ela nunca passasse por isso, daria á minha vida pela sua felicidade.

— Não fala uma coisa dessa Sweetheart, não sabemos.—  A confortei passando minhas mãos em seu rosto.

—É claro que sabemos pai!—  Ela limpou as lágrimas —  Tudo está acontecendo tão rápido que eu ainda não pude contar á vocês, mas minha memorias têm voltado em flashes...Os dias em que eu estava desaparecida, era Camille que me manteve presa, foram péssimos dias. Fui torturada, mas não por ela.—  Me lembrei de como Lina chegou em casa toda machucada, fiz um lembrete mental de fazer Camille pagar.—  Esses seguidores que tio Kol disse, talvez ainda existam, acredite ou não, havia umas pessoas esquisitas que depois do que acabei de saber, eu tenho certeza que tentavam invocar alguma coisa no meu corpo, e ainda me lembro de desmaiar e acordar diversas vezes. E é ai que eu me lembro de ouvir esse nome, Takan. 

— Camille disse "deixe que ele termine nosso trabalho"— Seth comentou olhando para Lina. —  Eu ouvi ela dizer isso depois que contou ao Kol que você  estava na cidade. 

Lina estava assustada e segurou nas minhas mãos, Henrik de repente olhou para sua irmã e ficou paralisado, suas mãos passaram a tremer e ele escondeu em seu bolso da calça.

—Ela quer que eu termine que trabalho? O que eu poderia fazer se ela estivesse invocando o Takan na Lina?—  Kol disse sem entender.

—Não temos certeza se ele está ou não em alguém! —  Afirmei um tanto nervoso com essa ideia de ter algo na minha filha.—  E talvez seja o seu sangue que pode dar um fim nisso, já que foi com você que tudo começou!

—Pai.—  Lina me repreendeu baixinho.

 A raiva estava tomando conta de mim ao ver minha filha daquele jeito, e pra piorar Henrik saiu da sua hipnose e acabou saindo da cabana sem dar explicações de onde estava indo. Lina ergueu uma sobrancelha e saiu atrás dele.

—Henrik!— Gritou ela.

Hayley tentou segura-la, mas eu acenei que não.

—Deixa os dois.—  Passei as mãos em minha cabeça preocupado — Você sabe que eles se entendem melhor sozinhos...

POV por Henrik

Isso tem que estar errado. Isso está errado!

—Henrik—  Ouvi Lina gritar atrás de mim.

Continuei andando rapidamente, não podia mais ficar ali. Minhas mãos não paravam de tremer, o ar estava me sufocando. Passei por Melissa, ela me olhou preocupada e talvez iria falar comigo, mas Lina interviu. Queria fugir dela, isso nunca me aconteceu antes até porque a Mel é o meu porto seguro. Tive vontade de sumir. 

—Rik! Espera. —  Lina disse mais uma vez e já estava na minha frente. Eu agarrei e a abracei o mais forte que eu pude, Lina também era o meu porto seguro e talvez a única nesse momento que poderia fazer eu me sentir melhor.—  Você precisa se acalmar.

A soltei e encarei minha irmã, tentei abrir um sorriso, mas falhei.

—Você se lembra do que Katrina fez com você?—  Ela acenou com a cabeça que sim confusa —  Ótimo, você precisa fazer o mesmo comigo, mas eu preciso estar acordado pra ver o que você vê. Com o seu dom de mostrar as imagens da sua cabeça, preciso que mostre pra mim simultaneamente. Consegue fazer isso?

—Eu acho que consigo...Mas pra quê isso agora? — Ela estava confusa com o meu pedido e alguns híbridos começaram a andar até nós devagar inclusive Melissa—  Henrik?

 Voltei a atenção para minha irmã.

— Vamos fazer isso rápido.—  Olhei para Melissa que estava tentando entender essa minha súbita insanidade.—  Eu te amo, confia em mim.- Disse pra ela e segurei na mão da minha irmã- Invisiqué.

—Henrik, pode me falar o que está acontecendo?— Lina perguntou depois que nos deixei invisíveis. 

—Posso, mas primeiro faz o que eu estou te pedindo.

Ela estava confusa e assustada, mas segurou na minha cabeça como Katrina fez com ela.

—Eu acho que isso pode doer, já que não temos todos os recursos que Katrina tinha, e eu não sou tão boa quanto você.

—Eu não ligo pra dor a essa altura, e você é a melhor.

Ela estava receosa mas continuou. Senti uma dor gritante surgir pelos meus olhos e invadir toda a minha cabeça e o meu corpo. Não tive fôlego para gritar. Lina começou a acessar minhas memórias, e mostra-las para mim eu não tive controle sobre o que  poderia ver e muito menos ela. 

Ela me mostrou no jantar de quando ela havia voltado, quando ela tocou em minha mãos, sentimos um pequeno choque entre nosso corpo. E no dia do meu noivado, eu fiquei enjoado com o bourbon que eu havia tomado.

—Lina!— Segurei nas mãos delas com força.—  Foque em memórias mais profundas, elas estão escondidas!

Ela mostrou a noite em que brigou com Eva, que eu a defendi. E sentimos a mesma coisa, a mesma raiva.

—Henrik, eu não estou conseguindo! Está machucando você! —  Ela soltou minha cabeça e ficou me olhando apavorada.—  É como se você quisesse se lembrar disso, um lembrete, e fica passando e repassando as mesmas coisas.

E foi aí que eu comecei a entender.

—É um algum tipo de feitiço de auto proteção, talvez eu tenha feito quando começou os blecautes e não me lembro! Mas tenho certeza que eu queria compartilhar isso com alguém no futuro e essa pessoa com certeza absoluta é você.—  Ela deu um passo pra trás ainda mais confusa.—  Talvez você consiga acessa-los Lina, não importa a dor que me causar, você precisa fazer isso Lina, por mim, faça.

Ela ficou me olhando por alguns segundos. Eu sei que ela consegue, se eu estiver certo, ela é a única que pode acessar o mais profundo da minha mente e entender o que está acontecendo comigo. 

—Ok, eu faço e me desculpa por isso irmão. —  Ela disse baixinho e colocou as mãos em minha cabeça, a dor voltou e dessa vez pior que antes. De repente tudo ficou branco. E então alguns flashes rápidos terríveis, de mulheres que eu nunca havia visto, com exceção de Eva. Todas com terror nos olhos, correndo, fugindo, gritando. Tive a sensação de garras passar pelo meu corpo, tive a sensação de ser mordido e do meu pescoço ser quebrado, mas nada disso era real em mim. Era o que elas sentiram e passavam por mim.

 Lina me soltou e nós dois caímos no chão. O feitiço de invisibilidade quebrou. A dor estava passando, e ouvi minha irmã chorar desesperada, acho que ela pôde sentir a mesma coisa. Levantei minha cabeça e cheguei mais perto, ela estava se tremendo e chorando.

—Lina você está bem? —  Cheguei mais próximo e tentei segura-la.

—Tira as mãos de mim seu monstro!—  Ela me empurrou com magia, fazendo meu corpo levitar para longe e eu acabei batendo minha cabeça em uma árvore. 

POV por Klaus 

Deixei que meus filhos pudesse se entender para que eu pudesse me entender com o meu irmão. Kol estava agindo estranho, estava pensativo e eu sabia que ele estava escondendo alguma coisa.

—Seja lá o que for, eu gostaria que você compartilhasse comigo. —  Disse colocando minhas mãos sob seu ombros.

—Você não entenderia Klaus.—  Ele olhou em volta da sala, os outros estavam conversando entre si, ele me olhou e sendo sincero respondeu- Tudo o que eu fiz foi por amor.

Elijah nos ouviu e chegou mais próximo.

—Irmão, eu sei o quanto você amava a Eva...

—Vocês não entendem.— Kol estava apreensivo.—  Não foi pela Eva.

Elijah e eu nos entreolhamos, Kol definitivamente estava diferente, talvez se sentindo culpado? Ele olhou pela janela onde alguns híbridos passaram, ele franziu a testa.

—Kol, o quê e por quem?—  Perguntei á ele, e então ele tocou nos meus ombros e olhou no fundo dos meus olhos.

—Podem não acreditar, mas eu a amo tanto o quanto você irmão, aquela garota é a razão de eu ainda estar aqui, ela é a minha fraqueza e a minha força, eu faria tudo pra mantê-la em segurança, e quando eu digo tudo você sabe que é tudo não sabe?

Nunca havia visto meu irmão sendo tão sincero como ele estava sendo agora, podia ver em seus olhos que cada palavra que foi dita era real, eu sabia que não era um amor afetivo, mas sim um amor fraternal. Por que eu conheço, pois é o que eu sinto por ela.

—Eu sei que você faria tudo por ela, por Lina.—  Disse para ele e ele acenou que sim. — Irmão, seja lá o que for eu sei que ela vai te perdoar, não se puna.

—Não Klaus, ela nunca irá me perdoar e eu sabia disso desde o começo. — Neste momento o pequeno Tommy, passou pela janela onde Kol o olhava —  Eu só estava protegendo-a, não poderia deixar que ela sofresse pelos meus erros...Céus, eu não imaginei que esse dia chegaria e seria do jeito que está sendo, ele está me punindo.

—Vocês podem me dizer exatamente que está acontecendo?—  Elijah perguntou.

—Eu fiz escolhas Elijah—  Ele olhou novamente pela janela, os híbridos estavam de alguma forma incomodados.— Escolhas das quais eu não me arrependo e eu faria de novo.

—Tipo o quê?—  Kol ia abrir a boca pra falar, mas olhou para a porta.

Ouvimos um arrombo vindo lá de fora, todos saímos depressa para ver o que aconteceu.

Lina estava a poucos metros de nós, caída no chão, os híbridos estavam espalhados e olhando para o lado oposto dela, corri meus olhos para ver onde eles olhavam e vi uma arvore partida ao meio, ao chão dela estava meu filho inconsciente.

—Mas que p...— Disse caminhando até ele, Melissa foi mais rápida e já estava ao seu lado, olhei para Lina e ela estava extremamente assustada, tentei chegar perto dela mas ela se levantou correndo e sumiu de minhas vistas.— Lina! Argh! Melissa, acho que já sabe o que fazer. Híbridos, protejam ele, eu vou atrás dela.

— Eu vou com você—  Stefan disse e eu concordei, olhei para Seth e não precisei falar nada para que ele se juntasse a nós, ele já estava ao meu lado.

*************************************

 Seguímos os rastros de Lina, ela não chegou a ir muito longe. Ela estava á beira do lago, agachada segurando em seus joelhos dobrados. Nos entreolhamos e eles acenaram para que eu fosse até ela, dei um pequeno passo cauteloso, mas parei ao ouvi-la.

—Desculpem.—  Lina disse sem nos olhar—  Eu tive um pequeno surto.—  Ela deu uma risadinha.—  Se vocês tivessem visto o que eu vi, se tivessem sentido o que eu senti, iriam surtar também. Henrik está bem? Não queria machucar ... Ele.

Ela deu ênfase no ele e eu franzi a testa.

—Ele está bem.— Stefan respondeu dando o mesmo ênfase, e até mesmo sem saber se Henrik estava bem. 

—O que você viu? —  Seth perguntou e ela se levantou ainda olhando para o lago, ela suspirou.

—Não importa. —  Ela limpou suas lágrimas - Mikael, Esther, Davina, Os gêmeos, Camille... Todos são uma peça desse eterno jogo. Nossa família sempre estará em guerra, sempre terá inimigos sejam eles vivos ou mortos.—  Ela se virou para nós.—  Isso nunca vai acabar?

—Sinto em lhe dizer Sweetheart, mas não.— Respondi com sinceridade e ela continuou me olhando, não pude saber o que ela estava pensando.

—O que você quer fazer?—  Stefan perguntou.

—Me vingar. —  Ela disse vindo em nossa direção—  De inicio, quero cabeças decapitadas em uma bandeja para o jantar.

[...]

Assim que passamos pela porta, Henrik estava sentado no sofá com Melissa ao seu lado, ele olhou para sua irmã e se levantou rapidamente.

—Eu não sei o que você viu, me desculpe por te fazer passar isso.—  Começou ele á dizer e Lina foi andando até ele devagar.

—Me desculpe.—  Ela disse olhando para o irmão, a sala foi ficando em silêncio ao longo que os dois se aproximavam.

—Não precisa se desculpar, eu me responsabilizo pelo o que fiz você passar, eu não deveria ter te pedido isso.

—Desculpe—  Ela falou novamente olhando nos olhos dele e chegou bem próximo.

—Eu já disse que não precisa se desculpar Lina, está tudo be...

—Desculpe.—  Ela disse próxima ao ouvido dele segurando em seu rosto que de repente, começou a ficar cinza.—  Ninguém vai machucar minha família.

Todos ficamos em choque paralisados olhando para eles, eu não estava acreditando no que eu estava vendo. Ela se virou para nós e friamente largou o coração do Henrik que caiu no chão e seu corpo também. Melissa, não acreditou no que viu e se levantou, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, Lina quebrou seu pescoço com magia, e então olhou para a porta que ainda estava aberta e Terumy estava próxima olhando perplexa.

—Quero ela o mais longe possível dele.—  Terumy assentiu e rapidamente obedeceu. Ela se virou para mim.—  Você precisa confiar em mim pai. Henrik está em perigo.