Sweet Madness escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 6
Capítulo 5 - Estadia




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Capítulo 5 – Estada

Os convidados estavam deveras assustados para sequer falarem alguma coisa, obviamente o baile acabou depois daquele fato e uma coisa ficou clara: Ninguém dizia não aos Volturi e, quando ousavam, sabiam o que podia acontecer.

Clemente Santi, o dono da vinícola, assim como seus hóspedes, deixaram rapidamente o lugar para nunca mais voltar.

— Essa menina vai ficar segura na vinícola. — Vera quebrou o silencio.

— Estou mais preocupado com o que será daqui para frente. Espero não enfrentarmos a fúria de Aro Volturi.

— Clemente, porque não corta relações com eles? — Esme perguntara.

— Quem dera fosse tão fácil. A relação com a família Volturi começou com meu pai vendendo vinho barato para o pai de Aro. — Clemente explicou.

— Que tipo de negócio é tão importante que Charlie Swan teve que perder a esposa? — Alice perguntou num tom de voz baixo, abatida. Mesmo não se dando com Isabella Swan, não queria ver a menina perder a mãe.

Carlisle respirou profundamente antes de começar a contar.

— É ilegal, como sabem. Os rumores que correm na cidade é que ele trafica o ópio como chá.

— Como chá? Não entendo...

— Ópio é uma substância que deixa as pessoas malucas, Alice. Elas enlouquecem. — Roger falou. — Por isso não importa o que aconteça, não se atreva a se aproximar desse submundo.

Na outra carruagem, Isabella ainda soluçava. Estava agarrada a Charlotte que apenas acariciava a menina, dizendo que iria ficar tudo bem. Bella torcia para que sua mãe e seu pai voltassem. Edward manteve-se o tempo todo silencioso, apenas ouvindo a menina chorar.

Durante o resto do percurso para a vinícola, Bella adormeceu, sentindo o gosto salgado das lágrimas em seus lábios e aquele palpitar incessante em seu coração. E quando chegaram a propriedade, fora Edward quem a carregou para o quarto de hóspedes.

A manhã seguinte fora silenciosa, ou quase. Todos tomaram precauções para não fazerem barulho na parte oeste da casa grande, onde Isabella dormia. Quando a menina finalmente despertou, com olheiras arroxeadas, mais pálida que o usual e com os cabelos desgrenhados, foi Charlotte quem encontrou ao seu lado.

— Diga-me que nada do que me lembro é verdade, Charllotte. — A menina pediu.

— Sinto muito, não posso esconder-lhe da verdade, senhorita. — Charlotte suspirou. Ergueu levemente o vestido e sentou-se na beirada da cama.

Isabella Swan podia, as vezes, detestar a companhia de Charlotte, principalmente quando a mais velha lhe chamava a atenção, mas naquele momento, ela era sua única companhia no meio de tantos estranhos e naquela turbulência. A menina abraçou a mais velha e derramou algumas lágrimas.

— Vamos, precisa se alimentar se não ficará fraca para quando seus pais voltarem. — A dama de companhia avisou.

— Não tenho fome. Não tenho nada, nem vontade de me vestir. Gostaria de ficar enfurnada aqui o resto dos dias.

Charlotte respirou profundamente. Não havia mais ninguém ali para dizer a Isabella o que ela iria dizer, e iria ser difícil.

— Bella, olhe. Eu detesto ter que lhe dizer e, também, de forma tão pessimista, mas você precisa encarar tudo de frente. Você entende a posição de seu pai nos negócios?

— Como ousa?! — Isabella exclamou, perdendo a razão. — Ela é a minha mãe! Ela é a filha do CONDE FRANCÊS DWYER E DUQUESA SWAN! Ela vai voltar junto com meu pai, ESTÁ ENTENDO, CHARLOTTE?

Era possível ouvir os gritos da menina em vários cômodos da casa. Os criados que passavam por ali, faziam silencio e andavam nas pontas dos pés. Claramente aquela era uma menina que não fora criada nos mesmo costumes que aqueles jovens ali presentes.

— ISABELLA MARIE SWAN, CALE-SE AGORA MESMO! — Charlotte odiava gritar com a menina, mas tinha que fazê-lo em alguns momentos, ou ela se tornaria uma menina mimada muito pior do que já é.

O silencio reinou no quarto.

— Agora vá fazer a toalete. Sem reclamações.

A dama ordenou e a menina cumpriu, de cabeça baixa, resignada. Charlotte tinha razão, ela pensou. Quando terminou a toalete e voltou para o quarto, havia um belo vestido estendido sobre a cama. O traje era longo, num tom azul claro com fitas e um lindo espartilho. Bella perguntou-se de onde tinha vindo aquele traje.

— Enquanto dormia, a senhora Vera veio nos trazer alguns trajes, enquanto suas bagagens ainda estão na casa de veraneio.

“Bonito.” Isabella pensou, passando o dedo pela lateral do traje, escorregando por entre as fitas de cetim. Era bonito, caro.

— Vista. — Charlotte entregou-lhe o espartilho com os laços desatados.

Isabella Swan terminou de vestir o que lhe era dado, enquanto Charlotte dava os devidos laços. No cabelo, apenas um laço de fita vermelho. Quando terminou, Isabella pôs as meias longas de algodão e calçou sapatinhos negros.

— Seja agradável. Estamos hospedadas aqui até segunda ordem. — Charlotte, que estava sentada na cama, levantou-se, arrumou seu vestido e preparou-se para sair do quarto.

— Sinto-me recebendo esmolas. Como a filha do Duque fica a mercê de...

— Escute-me, Isabella Swan e pare de ser tão difícil. Se seu pai permitiu que o senhor Santi lhe trouxesse para cá, é para que ficasse segura. Já fui informada de os capangas de Aro Volturi estão cercando a casa de veraneio, ou seja, é impossível voltar para lá. — Charlotte desarmou-a. — Agora seja uma pessoa educada e agradável. Vamos.

Na sala de estar, quando os gritos que eram ouvidos finalmente cessaram, todos voltaram a comer e conversar tranquilamente. Quando terminaram o desjejum, todos se dispersaram. Carlisle e Clemente acharam prudente não deixarem a propriedade naquele dia e resolveram dispensar Edward e Emmett das obrigações com os negócios da família.

Vera, Esme e Alice mantinham uma agradável conversa na sala de estar quando Isabella Swan e Charlotte deram o ar de sua graça.

— Senhoritas, finalmente. — Vera levantou-se e fez uma reverência à Isabella. — A mesa do desjejum ainda está posta. Porque não come um pouco, senhorita Swan?

— Obrigada, senhora Vera. Agradeço imensamente pela hospitalidade. — Isabella disse usando um tom de voz seco, ainda sim educada. — Muito obrigada pelos vestidos.

— Que bom que gostou. E não se preocupe, meu marido irá manter a senhorita informada de tudo.

Bella assentiu, fez uma breve reverência e sentou-se a mesa. Desfrutou do café da manhã italiano com prazer, afinal estava faminta e não comia direito há alguns dias. E quando terminou o café, decidiu que andaria pela propriedade, ou pelo menos onde lhe permitiam.

No lado leste da casa havia um lindo jardim, a grama era especialmente verde e havia uma enorme variedade de flores e arbustos, no meio erguia-se um chafariz, havia alguns bancos e próximo ao topo da colina um coreto cercado de trepadeiras. E ali, contornado pelo sol da manhã estava Edward. Os fios acobreados do cabelo dele ganhavam uma luminosidade que Isabella achara incrível, e a mesma luminosidade contornava a imagem dele e o fazia parecer algum anjo vindo dos céus.

O rapaz percebeu a movimentação, olhou por cima do ombro e vislumbrou a menina e, mais distante, a dama de companhia. Ele assentiu para que Isabella se aproximasse e a menina fez um sinal para Charlotte, que distanciou-se dos dois.

— Como está se sentindo? — Ele iniciou a conversa.

— Péssima, embora eu esteja descansada. — Ela respondeu num tom seco, porém cortes. — Fico muito grata por ter me acompanhado na carruagem ontem após... Os adventos do baile.

— Disponha. — Ele sorriu. — Agora diga-me. Qual o interesse de Aro Volturi em sua mãe?

— Talvez seja a forma que o senhor Volturi tenha encontrado para atingir meu pai. — Respondeu ela, sentindo-se despreparada para lidar com toda aquela situação.

Edward ponderou.

— Então o que dizem por aí sobre os negócios do duque Swan serem ilícitos...

— Claro que Mary Alice não ia perder o costume de fofocar. — Isabella cuspiu as palavras, ofendendo Edward. — Se queria saber se o senhor meu pai comercializa substâncias ilícitas, sim, ele o faz! Não existe chá, existe ópio. Deixe o chá para as senhoras tomarem ás cinco!

— Me ofende falando desta forma. — Ele disse de forma serena. — Fiquei perguntando-me se a senhorita sabia da gravidade da situação, ou porque isso ocorrera. Por estes motivos lhe perguntei sobre o que se trata os negócios de Charlie Swan.

Isabella mantinha uma pose altiva. O queixo levemente erguido contra a luz do sol lhe dava um ar majestoso; dava a Edward a impressão de que estava na presença de uma dama com mais idade e não aquela jovem que mal debutara.

— Posso parecer um tanto fútil e alheia a tudo que me rodeia, mas não se engane. Sei exatamente o que faço, com quem lido ou quê pode me acontecer.

— Menos mal. — Ele sorriu

Isabella ficou atordoada com o sorriso e perdida naquela conversa. O que ela fizera para que ele sorrisse e risse daquela forma? Foi algo que dissera?

— Imagino que tenha conseguido o que queria. Estou perdida.

— Não fique. Perdoe-me a indelicadeza, mas a senhorita me pareceu bem mais imatura e alheia a isso tudo. — Sibilou Edward. — Cheguei a acreditar que ficaria trancafiada no quarto pelo próximos dias, até que seu pai venha lhe resgatar.

— Imagino que você tenha sido criado para dar segmento aos negócios do duque, não é mesmo?

— Entendo seu ponto. Sim, fui criado desta forma. — Edward virou-se a estendeu a mão para que a menina a pegasse. — Acompanhe-me numa caminhada. Senhorita Charlotte, se quiser ir fazer companhia ás senhoras na casa grande, fique a vontade. A duquesa está sob meus cuidados. — O jovem duque dissera num tom ligeiramente mais alto, avisando a dama de companhia de Isabella.

Charlotte assentiu e deixou-os a sós. Isabella e Edward iniciaram uma caminhada pelo imenso jardim.

— Há quanto tempo tens Charlotte como dama de companhia?

— Não me lembro. Talvez desde os cinco anos. — Bella comentou. — Meus pais procuravam alguma senhorita que pudesse me fazer companhia, então minha mãe falou com algumas conhecidas e Charlotte apareceu um dia em nossa casa. Ela passou a residir lá permanentemente e assim foi criada como minha primogênita.

— Ela é uma boa pessoa.

— Sim, de fato. Ela tem a capacidade de aturar-me na maioria dos dias em que eu não sou anda além de uma menina mimada, então... Ela é uma excelente pessoa.

— Imagino que você tenha sido criado sozinho. Ou enganei-me? — Ela perguntou ao rapaz, curiosa, pois Edward lhe despertava a curiosidade como nenhum rapaz fizera.

— Não tenho irmãos, mas fui criado junto á família do senhor McCarty, consequentemente tenho Emmett e Alice como irmãos.

— Alice. Falam muito dela, não é mesmo? — A voz de Bella carregou-se de ironia.

— O que tens contra Alice? Ela é uma jovem talentosa e delicada, muito diferente da senhorita em vários aspectos, se me permite dizer.

— Desarma-me todas ás vezes em nossas conversas, Edward Cullen. — Ela desconversou, porém admitiu para si mesma que ele tinha razão. Talvez suas amigas lhe influenciassem a fofocar ou, o menos provável, talvez ela simplesmente não gostasse de Alice McCarty.

Isabella e Edward caminharam por muito tempo pelo imenso jardim da propriedade. Era um lugar fabuloso, repleto de floreiras, arbustos com formatos redondos e algumas aves sobrevoavam ali em busca da água dos chafarizes que havia por ali.

Distante dali, próximos á grande casa, estavam Emmett e sua jovem irmã, que observavam o casal.

— Edward parece-me bem confortável caminhando com ela. — Alice sibilou num tom de escárnio.

— Está com ciúmes, querida irmã? — Emmett brincou, pois sabia que Alice não nutria tais sentimentos por Edward.

— Sabes que não. Mas não acredito que Isabella possa ser tão... Sociável e suportável.

— Ela está passando por um momento ruim, Alice. Talvez ela mude. — Emmett declarou.

— Não acredito nisso. Pessoas como ela não mudam. — Alice bufou. Estava irritada porque pessoas como Isabella tinham tendência a serem deveras manipuladoras e, embora não convivesse há tanto com a menina, sabia que ela era exatamente aquele tipo de pessoa.

— De todas as pessoas que conheço, querida irmã, você é sempre a mais otimista.

Alice ignorou-o, deu ás costas ao irmão e seguiu para dentro da mansão branca. Talvez a dança mandasse toda sua irritação para os quintos. A jovem condessa McCarty entrou na sala de música e abriu o piano, começou a dedilhar uma linda canção, quando foi interrompida por sua mãe, Meredith.

A senhora fez um aceno com a cabeça e sentou-se na banqueta do piano. Meredith era uma ótima pianista, não como Edward, pois ninguém poderia superá-lo. Meredith tocou uma das melodias que conhecia e, imediatamente, Alice começou a fazer pequenos e leves movimentos.

Esme e Vera, assim como Lucy, entraram na sala e aproveitaram para apreciar aquela linda cena. Vera admirava os ingleses, muitas senhoritas naquela época cresciam e eram levadas á Italia, França e Rússia, onde tornavam-se dançarinas famosas e conceituadas.

— O que está acontecendo? — Bella perguntou a Edward, quando entraram na casa e ouviram a melodia.

— A senhora Meredith está tocando piano. — Edward sorriu e encaminhou-se para a sala de música. — E Alice está dançando.

Isabella revirou os olhos. Porque todos estavam sempre falando tão bem daquela menina? Então, silenciosamente, entrou na sala de música e viu Edward tomar o lugar de Meredith no piano. “Talvez ele tenha sentimentos por ela”, pensou.

A melodia transformou-se em mesmo de olhos fechados, Alice percebeu que era Edward quem tocava naquele momento. As melodias dele exigiam mais habilidade com as mãos, eram mais complexas e com arpejos mais rápidos. A saia fluida da menina esvoaçava com os movimentos ela fazia.

Porém, enquanto todos estavam despreocupados na mansão, Charlie Swan buscava encontrar sua esposa em algum lugar de Montepulcciano, contudo sua busca era em vão. Os Volturi não davam quaisquer sinais de vida e a cidade parecia estar deserta, a não ser por uma única carruagem que percorria o caminho do topo da colina até sua base.

O Duque inglês não viu aquela carruagem deixar o palácio italiano e também não sabia que ela iria em direção ao principal rio que abastecia a região.

Na manhã seguinte, um senhor que cuidava de porcos selvagens encontrou um corpo desfigurado.

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N/A: Clemente Santi não é um personagem ficcional. Ele realmente existiu. Clemente Santi foi um dos idealizadores da vinícola responsável pela produção dos vinhos Brunellos de Montalccino, vinhos italianos. A única alteração que fiz, foi em relação ao ano, pois nesse período este vinho italiano não era tão conhecido. Ele passou a ser conhecido alguns anos mais tarde.


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Notas finais do capítulo

Oi meninas,
desculpem a demora em postar, mas ando um pouquinho ocupada.

Enfim, desculpem qualquer erro, pois este capitulo ainda não foi betado. Assim que a Jeh betar, eu venho aqui e substituo.

Espero que tenham gostado do capítulo e dos momentos Bewards que todos sempre pedem :) Logo, logo eu volto com o próximo e com uita coisa para acontecer.

hihi
Beijinhos,
Nina Xaubet

www.storytimestoryteller.blogspot.com



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