Kazuki se levanta do golpe, mas parece abismado com a facilidade que o garoto teve de se esquivar e contra-atacar o golpe dele.

- Você é mesmo um Chaser que não vale muita coisa. Você nunca ouviu falar que Chasers simples como você morrem facilmente? – pergunta o garoto.

- Chaser... Simples? 

- Exato! Você nem deve saber nenhum estilo de luta, não é?

- Estilo de luta?

- Isso mesmo. Todo Chaser que se preze tem que saber algum estilo de luta ou muitas vezes, criar seu próprio. – explica o garoto. – Por isso, não irei nem matar você aqui, seria desrespeito a mim mesmo matar um Chaser simples que nem você.  

- O que você disse? – diz Kazuki irritado com as palavras do garoto.

Kazuki novamente tenta acertar socos no garoto que como se nem estivesse preocupado se esquiva dos golpes.

- Já chega! Cansei dessa brincadeira.

O garoto pega Kazuki pelo braço e com força o arremessa de costas para o chão.

- Claire. Vamos embora. Isso está muito chato. – diz o garoto para sua Hime.

- Está bem, Seiji. Mas antes, Kelly, você chegou a ouvir sobre o novo torneio que começará daqui dois meses? – pergunta Claire.

- Sim, eu já fui informada.

- Apesar de que pelo jeito ta difícil você arranjar um Chaser até lá, não é? – diz Claire rindo. – Até mais!

Claire e Seiji vão embora.

- Ei, você está bem? – Kelly pergunta a Kazuki.

- Sim, estou bem. – diz Kazuki com uma cara bem irritada.

- Você não deveria entrar em uma luta contra um Chaser como o Seiji, ele é o atual campeão do “Torneio de Jaytiel”. Você teve sorte que ele não te matou.

- Torneio de Jaytiel? – Kazuki estranha.

- Sim, ah é mesmo, você pelo jeito não se envolve com essas coisas. Mas o Torneio de Jaytiel é um torneio que acontece na ilha que dá nome ao torneio. Eu só participei de um até agora, há quatro anos, mas era uma Hime muito inexperiente, mas graças ao meu Chaser eu consegui chegar até a final.

- Mas se você tinha um Chaser tão forte, que chegou a final desse tal torneio com você, onde ele está agora? – pergunta Kazuki.

- A final foi exatamente contra o Seiji, que o matou sem piedade. – diz Kelly enquanto uma lagrima começa a escorrer de seu olho.

Kazuki se levanta e vira de costas para Kelly.

- Você vai embora, né? – pergunta Kelly.

Kazuki começa a andar.

- Ei! Kelly. Se eu me tornar seu Chaser, você seria capaz de nos inscrever nesse torneio? – pergunta Kazuki

- O que? – pergunta Kelly enquanto começa a abrir um sorriso. – Claro, com certeza te inscreveria nele.

- Está bem, então a partir de hoje me considere seu Chaser! – diz Kazuki com um sorriso.

Kelly da um grande grito e pula em cima de Kazuki dando um abraço nele.

- OBRIGADA! – diz Kelly enquanto abraça Kazuki.

Kelly retira de sua mão, um de seus Stars Rings.

- Aqui, meu Star Ring!  

- Áquila? Você é uma Hime de Aquila? – pergunta Kazuki.

- Sim, por quê? 

- Vocês não têm uma boa fama sabia?

- Eu sei, só porque o Star Ring de Aquila foi um dos últimos a serem descobertos, ainda não existe um controle total sobre eles. Eles não têm habilidades tão especiais iguais os mais antigos. – diz Kelly.

- Ótimo! Eu aceito até que enfim uma Hime e ela é uma Hime de Aquila. – sussurra Kazuki.

- O que você disse? – pergunta Kelly.

- Ah, eu disse. Ótimo! Eu aceito até que enfim uma Hime e adorei porque ela é uma Hime de Aquila. – diz Kazuki com uma cara de pau imensa.

- Ah bom! Que bom que você não tem preconceito contra eu ser uma Hime de Aquila. – diz Kelly sorrindo.

Kazuki pega o Star Ring e coloca-o no seu dedo do meio na sua mão esquerda.

- Nossa, ficou demais em você! – diz Kelly sorrindo.

- Oh, e como ficou. – diz Kazuki virando sua cara.

- Mas, até agora eu não ouvi seu nome.

- É mesmo? Meu nome é Kazuki Ryuu.

- Kazuki Ryuu... Nome legal. – diz Kelly. – Mas Kazuki, você pelo jeito estuda na escola da cidade, não é?

- Sim, estava voltando pra casa agora. Quer dizer, já deveria estar em casa há quase uma hora, mas agora que a merda tá feita, eu sei que vou levar bronca mesmo, não to me preocupando com isso.

- Ah, eu estudo na Academia Dale.

- Espera. O Campus que tem próximo a cidade?

- Isso mesmo. Na verdade também já deveria ter voltado para lá, estou um pouco atrasada. 

- Academia Dale, né?

- Sim, por quê?

- Meus tios me transferiram para lá, começarei amanhã minhas aulas naquele lugar. – diz Kazuki em prantos.

- Que ótimo! Vamos estudar na mesma escola. – comemora Kelly.

- Porque você acha que eu to chorando? – pensa Kazuki.

- Seu choro é de alegria?

- Claro que é. Vou te ver todo dia, morar no mesmo lugar que você, almoçar no mesmo lugar que você, estudar no mesmo lugar que você. Você não sabe como isso me deixa alegre. – diz Kazuki enquanto soca o chão com força. – Alguém me salva desse pesadelo, por favor. – Pensa ele agora.

Kazuki se recompõe.

- Então, agora vamos voltar para nossas casas, amanhã iremos nos encontrar na escola mesmo.

- Está bem, estarei te esperando. – diz Kelly.

- Tá bom. Até amanhã. 

- Até.

Cada um se dirige para um lado.

- Eu acabei aceitando me tornar um Chaser de uma Hime, quem iria imaginar. Apesar de que eu quero mesmo é me vingar dessa humilhação que eu sofri hoje pelas mãos daquele cara. – pensa Kazuki.

- Ei, Ryuu! – alguém parece chamar Kazuki.

Kazuki olha para frente e vê Vince, seu amigo da escola encostado em um poste.

- Você não ia a uma festa, Vince?  - pergunta Kazuki.

- Acabaram cancelando ela. Mas e você, decidiu desistir de ser um Chaser rebelde?

- Você estava observando tudo, né? – pergunta Kazuki.

- Sim, quer dizer, desde a hora que aquele cara te arremessou contra o chão, aquilo deve ter doido. Mas eu não imaginava que você era um Chaser que nunca aprendeu nenhum estilo de luta ou artes marciais.

- Acho que é porque ninguém comentou nada comigo antes, nem mesmo meu amigo de infância, se é que posso te chamar disso.

- É claro que pode, crescemos juntos, somos quase irmãos. Mas eae, amanhã você começa naquele Campus né?

- É.

Eles começam a andar pela rua.

- Mas e sua Hime, onde ela está? – pergunta Kazuki a Vince.

- Estou indo ver ela agora.

- Ah, entendi. Pronto, cheguei. Sei que tomarei uma bronca dos meus tios, mas faze o que.

- Beleza, então até mais.

- Até.

Kazuki entra em casa, mas estranha as luzes apagadas. Até que ao acender a luz da cozinha, se depara com seus tios mortos no chão.