As Loucuras De Chris E Angie escrita por Keth, Carolzinha


Capítulo 5
Capítulo 5 - O Baile de Máscaras


Notas iniciais do capítulo

Aqui esta o capítulo grande que tanto pediram! Colocamos duas músicas para ajudar vocês a visualizar a cena.
Aproveitem e nos vemos nas notas finais. XD



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POV Christopher

Faltava menos de uma semana para o tal baile de mascaras e tudo o que eu ouvia era sobre roupa, mascara, sapato e etc. Tentei não pensar muito no assunto. Já estava ficando nervoso, cada lugar que eu ia escutava as pessoas falando da importância e tamanho desse baile.

Terminei meu café da manhã e fui para a portaria onde Tony me esperava para me dar carona já que o conserto do meu carro atrasou. O mecânico, por uma "coincidência", trabalhou primeiro no precioso Smart preto da Angela que já saia por ai se exibindo.

– Bom dia Chris! - Exclamou Tony todo animado. - Ansioso para o baile?

– Bom dia Anthony. Agora por favor, chega de falar nesse baile, todos só sabem falar nele. Quem em sã consciência marca uma festa de gala num domingo, sendo que segunda feira todos tem que trabalhar normalmente. - Falei começando a ficar irritado com a direção que o assunto iria tomar.

– Já falei para você me chamar de Tony. Mais que mau humor cara. Sério, você precisa se tratar ou vai acabar parando num manicômio.

– Foi mal, é que essas histórias do baile e do atraso do meu carro estão me tirando do sério. Não faço ideia do que vestir ou se até domingo já estarei com o meu carro...

– Relaxa! A roupa se você quiser, eu falo com a Ang...

– Não se atreva a falar o nome dela!

– Ah é, Esqueci... Bem, conheço um monte de garotas que adorariam ajudar você a escolher a roupa e...

– Valeu cara, mas eu prefiro pedir ajuda a Amanda, que vai realmente me ajudar

– Hummm... Amanda? A secretária do Sr. Chefão Ethan? – Perguntou me encarando com aquele olhar de malicioso.

– É, ela mesma. Nós saímos para almoçar ontem, ela é bem legal, um tanto fútil, mas legal.

– Devia convidar ela para ir com a gente ao baile.

– A gente? A gente quem?

– Eu e você claro! Como você pretendia ir ao baile sem carro? E a propósito, se prepare porque você não poderá beber, vai ser o motorista da noite.

– E o que te faz pensar que eu farei isso? - Perguntei indignado.

– A mesma coisa que te fez pensar que eu seria seu motorista a semana inteira, a troco de nada. – Eu mais uma vez me dando mal, até aqui nenhuma novidade.

Pouco antes do almoço, liguei para Amanda precisava desesperadamente de ajuda.

– Escritório do Sr. Mclistter bom dia.

– Oi Amanda, sou eu Christopher. - Falei meio envergonhado.

– Oi Chris, tudo bem?

– Nem tanto, preciso da sua ajuda.

– Se estiver ao meu alcance, sem problemas.

– Falta menos de uma semana para o baile e não faço ideia do que usar. Preciso muito da sua ajuda. - Despejei tudo num fôlego só.

– Ok, mas com uma condição. - Falou maliciosamente. Contanto que ela não me peça um rim ou um fígado, acho que posso ajudar.

– Contanto que não me peça carona para lugar nenhum!

– Hahaha... Ainda esta sem carro?

– Pois é o mecânico teve alguns problemas...

– Que pena. Mas relaxa que não é nada demais, você só vai ter que me ajudar a escolher meu vestido. A semana foi agitada e eu não tive tempo de ir ao shopping.

– Claro, sem problemas. - Respondi aliviado.

– Você está livre hoje? Se a gente esperar demais, os vestidos bons se esgotarem, teremos sérios problemas.

– Hoje esta perfeito. E... Poderíamos ir no seu carro? - Falei Meio sem jeito.

– Sim, te espero na recepção. Até mais!

– Até mais. - Desliguei o telefone aliviado.

Terminei algumas papeladas e fui para recepção, para minha surpresa ela já estava La. Cumprimentamo-nos e seguimos em direção ao shopping.

– Ai eu estou tão ansiosa para o baile! Vai ser maravilhoso! É a Dior que está organizando, você sabe o que significa? - Perguntou praticamente pulando de excitação.

– Eeer... Vai ser maravilhoso? - Arrisquei sem ter idéia do que ela estava falando.

– Assim não vale Chris, eu já falei que seria maravilhoso. - Disse rindo.

– É sério, eu não conheço direito essa marca, eu já ouvi falar e é isso.

–NÃO ACREDITO QUE VOCÊ NÃO CONHECE A DIOR! - A cara que ela fez quando falou isso fez eu me sentir culpado, como se eu não soubesse onde fica a minha casa.

Olhei para ela com cara de quem estava boiando no assunto e realmente estava.

– Isso não é possível, ainda bem que estamos indo ao shopping. Vou te apresentar a Dior e as outras maravilhas do mundo. - Assim que ela terminou de falar, meteu o pé no acelerador.

– Eita! Você sabe que o shopping ainda vai estar La se a gente dirigir normalmente?

Perguntei assustado com a maneira louca de como estava dirigindo. Não sei exatamente o porquê, mas estava começando a ficar assustado com aquela garota.

Assim que entramos no shopping, ela saiu me arrastando de loja em loja e me fez experimentar uns 10 smokings.

– Esse vai ficar perfeito em você. - Ela me entregou um que em minha opinião, era igual a todos que eu experimentei.

– Você já falou isso umas dez vezes Amanda. – Respondi, começando a ficar cansado de ficar botando e tirando roupa.

– Confia em mim, esse é o smoking perfeito.

– Quem é que paga quinze mil dólares num smoking?

– Perguntei me controlando para não gritar.

– Esse é o smoking perfeito Chris. É da Dior.

– Amanda, acho que você não entendeu... São QUINZE MIL DÓLARES num smoking que só usarei uma vez!

– Claro que não. Temos vários eventos legais de gala na empresa e você poderá usá-lo outra vez. - Disse querendo me animar.

Depois de desistir de discutir com Amanda e comprar o maldito smoking, fomos escolher a mascara para combinar. Nota mental: Jamais pedir ajuda com roupa para Amanda. Alem de demorar séculos, o preço te faz querer chorar.

Para meu alívio, não demorou mais do que 30 minutos. Estava mais tranquilo, já tinha terminado de escolher a roupa, máscara e sapato. Só faltava Amanda escolher e pelo que ela tinha me falado, já tinha um vestido em mente então seria rápido. Mal sabia eu que o que ela tinha em mente era a marca e não o vestido em si.

Passamos por infinitas lojas até ela finalmente escolher uma, confesso que depois do terceiro vestido, já não estava mais prestando atenção em nada. A vendedora da loja me ofereceu um copinho de café, que acabaram se transformando em seis.

– Amanda, já falei que todos os vestidos que você experimentou até agora ficaram super bem. - Falei colocando todo desespero em minha voz.

– Deixa de ser chato Chris, o ultimo parecia que eu tava grávida sem falar no verde que me deixou igual a um poste. Respondeu indignada e ignorando a minha súplica.

Enquanto ela se trocava novamente, resolvi esticar as minhas pernas e assim que eu levantei, vi entrando na loja nada mais, nada menos que Angela e Nathalie.

– SANTA MÃE DE DEUS! - Quais eram as chances disso acontecer?

– O que foi Chris? - Perguntou Amanda que estava parada bem atrás de mim sem entender nada. Como foi que ela chegou tão rápido ali?

– Esse vestido ficou perfeito em você! - Falei tentando disfarçar o pânico crescente em minha voz.

– Sério!? - Perguntou toda animada.

– Seriíssimo! - Assim que prestei atenção no vestido quase dei para trás. Era um rosa esquisito e tinha um laço grande no meio, o vestido era muito feio. Não sei como as mulheres chamam isso de moda.

– Então será esse!

– Vou te esperar do lado de fora, pode ser? Estou cheio de sacolas e não quero atrapalhar a passagem. - Falei pegando tudo e indo em direção a saída o mais rápido que conseguia.

Acabei indo mais rápido do que pensava, olhando sempre para baixo com medo de ser reconhecido, não percebi a direção que estava tomando e bati com tudo na Angela e na Nathile, com a força e velocidade que eu estava, fomos nós três no chão. Voaram bolsas e sacolas por todos os lados.

– AAAH! Sai de cima de mim seu louco! - Angela me empurrou com vontade e infelizmente me jogou para cima de Nathalie que ainda não tinha conseguido levantar direito. Tentei aliviar a queda, mas sem sucesso.

– AH!!! MINHA MÃO! - Ela gritou.

– CHRISTOPHER!? SAI DE CIMA DELA! - Angela que já tinha sentado me empurrou novamente, mas dessa vez para longe de Nathalie.

– MEU DEUS DESCULPA! Não estava prestando atenção, e vocês surgiram do nada.... - Me desculpei e tentei explicar a situação. Nathalie segurava o pulso com força, espero que não tenha se machucado muito.

– Se você quebrou o pulso dela, eu juro que te mato. Angela me encarou pronta para me espancar a qualquer momento.

– Quer que eu pegue um pouco de gelo? - Perguntou a atendente da loja que eu nem tinha percebido que estava ali.

– Sim, por favor. - Disse Nathalie que me encarava da mesma maneira de Angela.

Quando eu achava que não podia piorar...

– Chris esta tudo pronto. Só falta... - Ela parou no meio da frase quando me viu ao lado Angela entregando as coisas dela que tinham caído.

– O que você está fazendo aqui? - Perguntou Amanda com desprezo.

– O que você acha que eu estou fazendo aqui? Admirando a pintura da loja? - Respondeu Angela sarcasticamente.

– Você não muda hein! Eu dev...

– Então... É melhor a gente ir embora, já chega de estrago e confusão por hoje. Desculpa Angela, Nathalie foi um acidente, por favor, me avise se não melhorar ou se tiver alguma coisa que eu possa fazer por você é só falar. – Falei arrastando Amanda para fora da loja.

O trajeto todo até o trabalho foi silencioso, aparentemente havia alguma história mal resolvida entre Angela e Amanda e pela reação de ambas era algo sério. Eu só sei que não estava interessado no problema delas, afinal já tinha problemas para dar e vender.


(...)

No fim do dia, sentia todos os olhares em mim. Pelo visto, a noticia se espalhou rapidamente e conhecendo o Tony, ele com certeza já estava sabendo. Fofoqueiro. Assim que fechei a porta do carro ele saiu metralhando.

– É verdade que você jogou no chão a Angela e a Nathalie hoje no almoço? Foi você que quebrou o pulso da Nathalie? Ajudou elas? Fugiu? Conta tudo vai! Esse assunto é mais falado do que o baile.

– Anthony chega de perguntas! Eu preciso saber exatamente o que te contaram.

Assim que ele terminou de contar tudo o que tinha ouvido falar, respirei fundo e contei até dez.

– Conhece o ditado "Cada conto, aumenta um ponto."? - Perguntei.

– Claro, mas o que isso te haver com o assunto?

– Tem tudo haver. Ele é pura mentira! Ninguém aumentou "um ponto", eles criam uma história totalmente nova! – Falei, aumentando minha voz uma oitava.

– Então quer dizer que você não caiu em cima delas? - Perguntou todo confuso.

– Eu cai sim, aparentemente Nathalie machucou o pulso e eu tentei ajudar, mas Amanda e Angela tem algum problema pessoal. Então eu tive que tira-la de lá antes que a coisa ficasse feia.

– Nat esta com o pulso direito meio ruim por causa da tendinite, eu acho, se ela caiu em cima do pulso ruim... Bem, Tomara que não seja nada.

– Como você sabia do pulso dela? -Perguntei cada vez mais perdido.

– Moro no prédio dela esqueceu? Outro dia ela estava levando algumas bolsas pesadas e não estava conseguindo carregar então me ofereci para ajudar, foi ai que ela explicou.

– Sei exatamente o que você queria oferecer para ela.

Gargalhamos e depois ficamos em silêncio durante alguns minutos quando Tony começou a rir de novo.

– Não acredito que Amanda e Angela se encontraram no shopping junto com você, essas duas têm uma rixa há anos. Nunca soube direito o que aconteceu, elas não falam a respeito. Eu achei que você soubesse quando começou a sair com Amanda para irritar a Angela.

– Olha na minha cara e me diz se eu fico correndo atrás das pessoas para saber da vida alheia. - Falei irritado.

– Você não? Eu fico!... Mas eu tinha que ter visto a cena! - Falou entre risos.

De repente Anthony para assustado e olha para o relógio.

– Meu deus, já? Temos que ir!

Ligou o carro e saiu do estacionamento. Eu só conseguia gritar, ele dirigia feito louco, quase bate na cancela do estacionamento e leva ela junto. Deu uma freada tão brusca que bati com a testa com tudo no porta luvas do carro.

– Ai, porra Anthony!

– Foi mal cara, to atrasado, é nisso que da não usar cinto de segurança... BORA MEU FILHO É PARA HOJE! – Falou gritando e entregando o papel para o funcionário que era encarregado do estacionamento.

– Não deu tempo de colocar o cinto de segurança!

– Cala a boca, bota o cinto e fica quieto. Falou olhando fixamente para frente esperando a cancela abrir, como se ela fosse abrir mais rápido só porque ele a encarava.

– Tem certeza que não quer que eu diri... – Não deu tempo de terminar a frase, a cancela abriu e ele saiu cantando pneu pelas ruas de Manhattan. Cada curva era um xingamento de um motorista diferente.


– Viu Christopher, aproveita para aumentar o vocabulário. TIRA ESSA LATA VELHA DAÍ OU EU VOU PASSAR POR CIMA. - Ele gritou para o carro da frente, até que esse era mais educado e simplesmente nos deu o dedo do meio.

Chegamos ao meu condomínio em tempo Record, a minha cara deveria ser ótima, branca que nem papel.

– Pronto, chegamos, vaza.

Saí do carro, peguei minhas coisas no banco de trás, entrei na portaria, sentei no sofá da recepção e fiquei lá até minhas pernas pararem de tremer.

– O senhor esta bem Sr. Morrinson?

– Não sei, estou inteiro? Então eu devo estar bem, me da só um minuto. – Falei ao porteiro, que provavelmente viu Anthony dirigindo daquele jeito.

Respirei fundo e chamei o elevador, o que não foi fácil já que a cada barulho que o elevador fazia eu achava que iria morrer. Depois preciso descobrir que compromisso era tão importante assim para fazer o Anthony dirigir daquela forma.

Tinha acabado de entrar em meu apartamento quando o telefone tocou, era Amanda.

– Oi Amanda, desculpe por hoje, mas já estávamos meio atrasados...

– Sem problemas Chris, eu não queria ficar La mesmo, aquele lugar anda sendo muito mal frequentado. Então, você vai com alguém no baile de domingo? Poderíamos ir juntos!

– Acho que posso concordar com você... Claro, podemos ir juntos sim. Bem, eu você e o Anthony, vou ser motorista dele por uma noite.

– Ótimo! Me pega as oito, amanhã te passo um e-mail com o meu endereço. Tenho que desligar, estou entrando no carro. Liguei para ver se você queria uma carona.

– Deveria ter falado antes, me pouparia de quase morrer.

– Haha, estava com o Anthony? Todo mundo falou que ele saiu daqui que nem louco... Enfim, tenho que ir, Beijos e até domingo.

– Tchau Amanda, até.

Desliguei o telefone e fui tomar um banho, precisava me acalmar, minha mente estava a mil graças ao Anthony. Ele poderia até parecer um louco às vezes, mas era um amigo e tanto, sempre estava lá para me ajudar quando eu precisava... Éramos amigos desde o primário e quando me mudei para New York, ele e Zoe ajudaram a me instalar.

(...)

Para o meu alivio, sábado passou sem problemas ou surpresas, fiquei em meu apartamento, assisti alguns filmes tomei algumas cervejas e aproveitei para mandar um e-mail para meus pais que moravam na Califórnia. Eles ainda não sabem do meu novo emprego, achei melhor contar só depois que tivesse me estabelecido na empresa. Meus pais foram totalmente contra a minha mudança para NY, mas precisava fazer isso, não tinha nada contra a minha cidade, longe disso, mas Bakersfield era muito pequena e limitada. Quando entrei para a faculdade criei esse plano de me mudar para NY e trabalhar em uma multinacional... Finalmente, depois de dois anos de formado, estava conseguindo!

Para o meu total desespero, domingo não demorou a chegar e quando deu 19h, Anthony me ligou

– Já esta pronto?

– Só se você quiser que eu vá de cueca.

– Quem sabe, ia ser o maior sucesso com a mulherada... Tenho certeza que a Angie iria te perdoar por aquele incidente no shopping, hahaha.

– Vai se ferrar Anthony. Vou começar a me arrumar agora.

– Porra! Ta falando sério? Então manda o porteiro me deixar subir.

Liguei para a portaria e informei da chegada de Anthony. Quando estava entrando no banho, a campainha tocou.

– TA ABERTA! - Gritei do banheiro, com sorte o Anthony ouviu e não vai arrombar a minha porta de novo.

Sai do banho e comecei a me arrumar. Depois de pronto fui para a sala onde encontrei Anthony sentado no sofá bebendo minhas cervejas!

– Anda cara, vamos nos atrasar.

– Calma, temos tempo... Combinei com a Amanda às 20h e...

– PERA! VOCÊ A CONVIDOU MESMO?

–Nem precisei, ela que me convidou – Falei e exibi meu melhor sorriso de vitorioso.

– CARA!!! HAHAHA, NÃO ACREDITO! Ela te enrolou meu irmão, ela é só uma secretária, não tem direito a convites, ela te enrolou para você levá-la como convidada. Meu deus a Angela vai ter um ataque quando vê-la.

Sentei no sofá, passei nervosamente as mãos pelo meu cabelo. É oficial eu fiz merda de novo!

– Agora a merda já esta feita, vamos já são 19:30.

Antes de sair, entrei no meu e-mail para pegar o endereço de Amanda. Anotei tudo, desliguei o meu notebook, peguei minha carteira e a mascara e seguimos para a casa dela, eu fui dirigindo o caminho todo já que Anthony tinha começado a beber na minha casa.

Chegamos ao endereço e eu liguei para Amanda avisando que já estava no local. Depois de alguns minutos percebi que deveríamos ter saído mais cedo.

– Que porra é aquela? – Falou Anthony no banco de trás.

No inicio não entendi, até que olhei para o que ele estava apontando. Era Amanda com o treco rosa que ela chama de vestido.

– Oi Chris, Anthony.

–Oi Amanda, ta bonita em! – Acho que só eu percebi o sarcasmo na voz de Anthony e fiquei me segurando para não rir.

Depois de uma hora no transito infernal de Manhattan, finalmente chegamos ao local da festa. O lugar estava completamente iluminado com holofotes, lotado de fotógrafos que tentavam conseguir uma entrevista com as celebridades que passavam pelo tapete vermelho estendido na estrada. Da esquina conseguíamos ouvir a musica do U2 tocando no ultimo volume. Tenho que admitir estava impressionante.

(http://www.youtube.com/watch?v=-LHPRbEAxy4).

Entramos na fila de carros para entrar na festa, quando chegamos, sai do carro, entreguei a chave para o manobrista e me dirigi ao tapete vermelho.

– Sr. Morrinson, será que pode nos dizer de onde tirou as idéias para essa campanha? – Um repórter que estava na grade de proteção se dirigiu a mim.

– Desculpe, falou comigo?

– Claro, diz na revista que a ideia para a campanha foi sua. – Parei para olhar o Out Dor que estava sendo exibido na entrada e quase dei para trás. Eram as minhas idéias, aquelas que eu achei que Angela tivesse roubado. Eu não acredito, ela me deu os créditos pela campanha. Mais uma merda para a minha lista, não acredito que a acusei injustamente.

Procurei Anthony na multidão de pessoas que estavam entrando e o achei dando uma entrevista para outro repórter, àquela altura nem sabia mais onde estava Amanda. Pedi licença para os fotógrafos e fui falar com Anthony.

– Anthony, você viu o Out Dor?

– Vi, ficou muito legal cara, parabéns. – Disse Anthony me dando dois tapinhas no ombro.

–Não cara, você não entendeu... – Expliquei para Anthony tudo que havia ocorrido enquanto caminhávamos para dentro da festa. Ele pareceu tão surpreso quanto eu.

– Não acredito que você achou que a Angie tivesse roubado suas idéias, ela nunca faria isso!

– Mas o que você queria que eu pensasse? Cheguei à reunião e ela estava apresentando o projeto por mim.

– Na verdade cara, ela te fez um favor. Acho melhor pedir desculpas para ela. E não se esqueça da sua mascara. – Disse isso colocando uma mascara preta pelo rosto e se dirigindo a alguém.

Precisava achar Angela e me desculpar, mas em um baile de mascaras, isso é um pouco complicado. Andei a festa inteira, parando para cumprimentar alguns repórteres e pessoas da equipe criativa, todos me parabenizando pela campanha, o que só fazia eu me sentir mais culpado com relação à Angela. Peguei uma taça de champanhe olhei a minha volta para ver se avistava alguém conhecido. Sei que não deveria beber já que iria dirigir, mas estava muito frustrado para pensar nisso. Não demorou muito e reconheci Zoe em um vestido cinza e com uma mascara que cobria apenas a parte dos seus olhos. Quando ia me aproximar, reparei com quem ela estava conversando. Era Ethan Mclistter, um dos três irmãos que herdaram a empresa. Achei melhor esperar para chamá-la. Quando ele finalmente saiu, eu a chamei e ela caminhou até onde eu estava.

– Christopher, esta lindo. Quase não te reconheci!

– Quer dizer que no dia a dia eu sou feio? Muito obrigada pela parte que me toca.

– Seu bobo, você me entendeu! Ah, parabéns pela campanha, esta muito boa.

– Obrigada Zoe. – Respondi meio envergonhado, aumentando um pouco minha dose de culpa.

– Zoe, o que o Sr. Mclistter queira com você? Aconteceu alguma coisa?

–Ah, nada... Não era nada, estávamos só... Conversando. – Conheço Zoe há muito tempo e percebi que ela estava mentindo, mas achei melhor não falar nada.

– Ah ta... Você viu Angela?

– Não, não a vi.

– Ok, se você encontrá-la diga que preciso muito falar com ela.

– Ok, digo sim.

Despeço-me de Zoe e continuo minha busca. Aquela altura, já estava completamente frustrado, alterado e bebendo a quarta taça de champanhe.

– E ai Brow!

– Tony, fala ae!

– Não era para você ser o motorista?

– Eu vou...

– Bêbado desse jeito? Você num vai achar nem o buraco da chave no carro, quanto mais dirigir.

– Ah cara, o que a culpa não faz com a gente!

– Pelo menos você tentou. Agora esquece isso e curte a festa! Vou tomar coragem e chamar a Nathalie para dançar.

– Ta falando sério?

– To, deixa só eu tomar mais uma dose de coragem – Dizendo isso ele pegou a taça de champanhe da minha mão e entornou tudo num gole.

Esse cara não toma jeito, depois que ela rejeitá-lo, vou ter que ficar consolando ele e o impedindo de beber alem da conta. Mas no fundo ele esta certo, preciso me conformar que talvez ela já tenha até ido embora.

Estava na minha 6° taça de champanhe quando finalmente resolvi que iria chamar alguém para dançar olhei a minha volta e avistei uma mulher de vestido azul, mascara preta, com longos cabelos ruivos e curvas perfeitas. Terminei meu champanhe e andei em sua direção.

– A senhorita me daria à honra de dançar a próxima música comigo?

Ela nada disse, apenas segurou a mão que estava estendida em sua direção. A conduzi para a pista de dança quando um tango leve começou a tocar.

(http://www.youtube.com/watch?v=k30_3FHb4_c)

Dançávamos na mesma sintonia deixando que a música nos guiasse, logo estávamos dançando colados e completamente hipnotizados pelo ritmo da música que nos embalava. Não havia muitos casais na pista. Muitas pessoas já tinham ido embora.

Ela suavemente mexia seus quadris e seus pés no ritmo da música e eu a acompanhava pelo salão, completamente hipnotizado. Não sei se era a bebida, a música, o seu perfume ou tudo isso junto, só sei que conforme a musica ia chegando ao fim, nossos passos iam desacelerando e por um momento tive a sensação de que havia somente nós dois na pista.

Quando a música acabou eu ainda a segurava pela cintura. Colei ainda mais nossos corpos e lentamente aproximei meu rosto do seu até que nossos lábios se tocaram. Foi um beijo leve e sutil, mas ainda assim foi muito bom, daqueles que deixam um gosto de “quero mais”. Depois de alguns segundos ela se afastou, virou as costas e foi embora. Infelizmente a perdi no meio da multidão. Nem sequer lembrei-me de perguntar seu nome.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Merecemos comentários certo? XD