Bom, meu nome é Emily e eu sou uma típica adolescente de 16 anos, tenho cabelos pretos que caem em cachos na minha cintura e olhos da mesma cor. Na minha escola sou considera a “diferente” ou até mesmo a “estranha”, tenho um corpo consideravelmente bonito, meu estilo é bem... pode se dizer diferente, eu amo salto mas não vivo sem um All Star, odeio saias mas amo vestidos, shorts e até mesmo calças jeans e nesse momento estou a caminho da escola, o pior lugar do mundo. Eu sei que a maioria das pessoas gosta de ir para a escola para encontrar os amigos ou até mesmo estudar, vai entender o que se passa na cabeça dessas pessoas né? Mas no meu caso é diferente, quando você é considerada “estranha” a escola começa a ficar um inferno, mas não pensem que eu não tenho amigos, é claro que eu tenho, são poucos, mas são verdadeiros.

Minha escola é dividida em grupos, tem os populares, os roqueiros, os nerds, os deslocados e por fim mas não menos importante (Mentira!) vem o grupo dos estranhos (que é o grupo que eu faço parte), nós não somos estranhos só temos nosso próprio estilo e não ligamos para o que as pessoas pensam e por alguma razão isso é considerado estranho na minha escola, mas tudo bem eu não ligo, até a hora em que alguém fala mal de mim pelas minhas costas, não que eu ligue, eu não ligo para a opinião dos outros, mas quer falar de mim fala na minha cara. Acordei dos meus pensamentos, quando a Zoe uma das minhas melhores amigas me avisou que nós estávamos chegando à escola.

Hoje era o primeiro dia depois das férias de julho, e iria ter muita gente se abraçando o que eu acho idiota porque eles deixaram de se ver por quanto tempo? Um mês ou um ano? Isso é patético.

Chegamos à escola e como previsto tinha muita gente se abraçando, e alguns casais quase se comendo ali mesmo, isso pode ser só inveja por eu não ter um namorado ou meu senso do ridículo está falando por mim, e eu tenho certeza que a segunda alternativa é a correta.

– Isso é ridículo – falei para a minha amiga, enquanto apontava para um dos casais quase se comendo no pátio de entrada.

– Deixa eles serem felizes Emy – Zoe falou me dando um "tapinha" nas costas.

Andamos mais um pouco entrando no prédio da escola, passando direto pelo os corredores onde ficam os armários e indo para a parte de trás do prédio, que tem tipo um jardim com vários bancos e flores e também tem uma floresta, onde muitos casais usam para ter suas “relações” se é que vocês me entendem. Eu adoro ficar ali, é um lugar tranquilo, e quando eu quero ficar um pouco sozinha eu vou para o final da floresta onde ninguém teria coragem de ir e fico ali apenas eu e eu mesma.

Quando nós chegamos ali tivemos a infelicidade de encontrar os “populares”, na verdade eu nem ligava para eles contando que não viessem mexer comigo. E não vieram, eles simplesmente foram embora o que eu achei ótimo, pensei que o dia iria começar bem, mas enquanto eu estava perdida nos meus pensamentos um ser para na minha frente, como eu estava olhando para baixo eu só consegui ver o tênis do garoto, que era um Supra, fui levantando meu olhar, dando de cara com uma calça jeans preta surrada e uma blusa da mesma cor grudada ao corpo, chegando ao rosto eu perguntei:

– O que você quer em? – Perguntei irritada, aquele garoto não podia me deixar em paz por um misero dia?

– Sabe, se você não fosse tão esquentadinha até que eu podia te pegar – disse Austin me olhando de cima a baixo.

Bufei de raiva, quem esse garoto pensa que é? Segurei minha vontade de rebater o que ele falou, mas como eu sempre digo, nunca discuta com um idiota, ele te rebaixa ao nível dele e vence pela experiência. Em vez disso passei por ele puxando Zoe em direção à sala de aula, o sinal ia bater daqui a pouco e eu não queria me atrasar (Mentira²)