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    Elena acordou com um sentimento ruim, preocupada. Era como se ela tivesse certeza de que algo ruim iria acontecer, mas não sabia o que. Deve ser apenas porque hoje é o penúltimo dia, Elena pensou, ela tentou apagar seus pensamentos e seus medos de sua mente e continuar com seu dia, mas não conseguiu.

    - Katherine. - April a chamou assim que Elena desceu para tomar um café.

    - Sim? - Elena perguntou se sentando a mesa.

    - O vestido já esta seco. - April falou apontando para a lavanderia. - A Sra. quer que eu guarde ele?

    - Não precisa April, brigada. - A morena falou com um sorriso fraco.

 April saiu da cozinha e Elena começou seu café, depois de 10 minutos ela foi a lavanderia, pegou o vestido e o levou ao quarto. Mal sabia ela que aquele seria o começo de um possível fim.

    - Hum, vamos ver. - Elena falou parando e se lembrando onde os vestidos de festa ficavam guardados. - Ah, aqui mesmo.  - Ela abriu o guarda-roupa para os vestidos especiais, colocou o vestido azul comprido e então percebeu que algo se mexeu. Com as mãos apalpou o fundo do armário e encontrou um fundo falso. Ela o abriu e de lá tirou uma caixa pequena dourada, com detalhes em rosa e verde. Ela pegou o mesmo e se sentou na cama, abriu a caixa e se abismou com o que encontrou. Lá haviam várias fotos de Katherine criança e um pouco mais velha. Havia também uma carta, uma pequena carta escrita em um papel que estava amarelado devido ao tempo, Elena começou a ler.

   "Filha, eu espero que quem sabe um dia você me perdoe, mas saiba que eu nunca me perdoarei. Juro que se eu puder eu tentarei entrar em contato com você e com uma outra pessoa, uma pessoa que partilha o mesmo sangue que você. Eu quero apenas dizer, me desculpe, você é uma das únicas coisas das quais me orgulho na vida. Saiba que nesse mundo, além de mim há mais uma pessoa que eu deixei para trás, tente achá-la, eu amo vocês, minhas filhas.

                                                                                                                                                                                                 - I.G."

    - Ah meu Deus. - Lágrimas brotavam nos olhos de Elena, não poderia, simplesmente ela não acreditava que aquilo seria possível, ela correu para a cabeceira da cama e pegou o computador, pôs a senha e então entrou na pasta que tanto havia lhe intrigado alguns dias atrás. A "Irmã".

    Ela abriu a mesma e lá havia o nome de algumas mulheres, cerca de 12, havia o nome, a data de nascimento - todas as datas eram na mesma semana e mesmo mês. - e a idade - que também era a mesma. Elena estava entendendo tudo, aquilo era uma lista de prováveis irmãs de Katherine, ela baixou a lista até que chegou em um nome que estava em negrito, um nome que ela já esperava ver.

    Elena Gilbert.

    - NÃO! - Ela gritou tirando o computador de seu colo. - Não, não, não! - Ela falou se afundando em suas próprias lágrimas, mas ela sabia que não poderia tirar conclusões precipitadas, largou tudo, apenas pegou um casaco e saiu, April a tentou chamar mas Elena não podia ouvi-lá, não agora. Ela entrou no carro e acelerou o máximo que pode, até que chegou em sua antiga casa. Ela bateu a porta várias vezes até que Jenna a atendeu.

    - Elena meu amor, o que foi? E que roupas são essas? - Jenna perguntou curiosa.

 Elena não respondeu, ela se serviu um copo d'água, se sentou na ilha da cozinha e começou a falar.

    - Eu tenho uma irmã?

    - O que? - Jenna perguntou desentendida.

    - Tia, apenas me responde isso, eu tenho, eu tenho uma irmã? - Ela perguntou encarando Jenna.

    - Não, quero dizer, não que eu saiba. Por quê? - Ela agora já estava assustada.

     Elena contou toda a história, desde o ponto em que ela prometeu que cuidaria de Damon a Katherine até o que ela encontrou seu nome em um documento onde Katherine a procurava.

    - Oh não. - Jenna falou pondo suas mãos a sua boca. - Elena, me, me espere. - Ela correu pelas escadas e então trouxa uma carta.

    - Elena, eu nunca te contei como eu te recebi aqui em casa, antes que eu te entregue isso. - Ela falou apontando para o envelope. - A sua mãe, sempre namorou muito, até que um dia ela disse que estava apaixonada, ela nunca me apresentou ele, mas era possível ver no rosto dela que ela estava apaixonada. Uma noite ela chegou em casa chorando, muito, eu pensei que ela tivesse terminado com ele, uma semana depois ela fez suas malas e disse que ia atrás do seus futuro e atrás do futuro das pessoas que ela amava. - Elena percebeu a nostalgia nos olhos de Jenna. - Ela disse que ia viajar, não ia para longe mas precisava viajar, e disse que em alguns meses ela voltava, ela disse que daria noticias e eu concordei, ela preciava viajar mesmo. Ela cumpriu a promessa, todo dia ela ligava, alguns dias dizia que estava com enjoo, outros ela estava extremamente feliz, até que uma noite, seis meses depois ela não me ligou, eu pensei que ela havia esquecido, mas algo estava entranho, eu sentia algo, mas eu não dei bola, no outro dia ela me ligou e disse que havia esquecido, e eu acreditei, aquela conversa foi estranha, ela perguntou se eu poderia contar com ela para o que eu precisasse e ela disse que sim. Uma semana depois no meio da noite a campainha tocou, eu achei que ela tivesse voltado, mas não, era apenas uma parte dela, era você. - Jenna então começou a chorar um pouco, Elena se matinha forte, ou ao menos tentava. - Havia duas cartas, um bilhete, a mim, pedindo desculpa e dizendo que ela não podia te cuidar mas acreditava que eu seria capaz disso, e outro nomeado a "Elena", A Isobel sempre quis que a filha dela se chama-se Elena ou Katherine. - Jenna então começou a chorar mais e Elena já tinha certeza do que havia acontecido, de como era sua história. - A carta, essa, eu nunca abri, eu com os anos esqueci sobre ela, e quando me lembrei percebi que você já havia se recuperado por não ter ela, a sua mãe, percebi que se talvez você visse a carta se lembraria do sofrimento que passou por vários anos, me desculpe Elena. - Jenna secou suas lágrimas e entregou a carta para a morena, Elena também secou suas lágrimas e começou a ler.

"Filha, eu lhe peço desculpa, mas eu sei que sua tia cuidará bem de você, melhor que como eu cuidaria, me dói te deixar para trás, deixar vocês para trás, mas a verdade é que fui tola, mas também não posso dizer que me arrependo, pois caso contrário você não existiria. Eu sempre te amarei, sempre amarei vocês, muito.

                                                                            I.G"

- Eu achava que vocês era eu e você Elena.

 Elena começou a chorar desesperadamente, as lágrimas não caiam, despencavam de seu rosto, Jenna a abraçava e tentava a acalmar, mas era inútil.

    - A minha irmã, ela morreu ao meu lado, e eu... eu não fiz nada. Tia, a Katherine, ela, Meu Deus, ela é minha irmã, eu perdi minha irmã. - Ela gaguejava em suas palavras, as lágrimas a afogavam e a tristeza a matava lentamente e dolorosamente. Ela havia visto sua irmã morrer e não fez nada.

    - Elena, isso não é sua culpa meu amor, de verdade, não foi. - Jenna chorava silenciosamente e afagava o cabelo de Elena. Ela não respondera nada.

     Sua tarde foi baseada em chorar no colo de Jenna, Elena agora sentia o porque daquele sentimento forte quando viu Katherine, e por mais que Elena não houvesse realmente conhecido, a tristeza sentida por Elena era a mesma como se as duas tivessem crescido juntas. A morena nunca foi de chorar muito, se recusava a chorar na frente de alguém, mas aquela situação era diferente.

     As seis horas da tarde Elena estava pronta para voltar para casa, para piorar Elena sabia que sentia algo - que para ela era indefinido - pelo seu cunhado. Elena ainda precisava lembrar que no próximo dia ela precisaria contar tudo a Damon, sobre que ela não era Katherine, e sobre ela ser irmã da mesma.

     Enquanto Elena dirigia ela percebia que chovia, assim como quando Damon e Katherine haviam dado entrada no hospital. Ela passou um minuto se acalmando dentro do carro, depois que chegou em casa, e só então decidiu entrar, viu o carro de Damon e percebeu que ele já havia chegado, ela tinha medo de ver Damon, tinha medo de vê-lo e desmoronar. Mas não foi bem isso que aconteceu. Ela entrou em casa e achou Nina descendo as escadas correndo, ela pulou em Elena mas não de um jeito animado, era como se Nina quisesse alertar Elena, então ela ouviu um barulho de algo caindo.

    - Mas o que... - Ela então ouviu alguém caindo.

    - Meu Deus. - Ela correu para o quarto e abriu a porta de vidro embaçada que separava o quarto do banheiro, assim que ela entrou ela viu a pior coisa que poderia. Haviam vários frascos de remédio, garrafas de bebidas e Damon no meio de tudo aquilo, desmaiado no chão. As lágrimas ligeiramente voltaram.

    - Damon, por favor Damon não faz isso comigo, Damon não, por favor. Não me deixa, eu preciso de você. - Elena tentava acordar Damon mas não adiantou muito no momento. Elena era médica mas não sabia o que fazer em caso de overdose, ela precisava pegar seu celular que estava no quarto e precisava ligar para a ambulância, mas tinha medo de deixar Damon sozinho. Ela tentou acordá-lo de novo e por alguns instantes funcionou, os olhos azuis de Damon marejados de lágrimas focaram nos olhos da morena ele então disse apenas uma palavra.

    - Elena...