–Estou morta. - eu disse me jogando na cama.

–E essa foi só primeira semana imagine só o resto do ano!- disse Ellen.

Ellen Grent, minha companheira de quarto, ela também foi escolhida pro programa através de uma redação, ela é uma pessoa bem legal, e eu tive sorte por tê-la com companheira no meio de tantas outras garotas metidas que participam do programa.

–Vamos estar de cabelos brancos antes mesmo de chegar aos vinte. - eu disse.

Era bastante cansativo, tínhamos as aulas do ensino médio de manhã, e a tarde tínhamos as aulas da faculdade, por ser a primeira semana não tínhamos trabalhos, mas alguns deveres de casa.

–Bem possível. - ela revirou os olhos e se deitou na cama dela que ficava ao lado da minha.

Ficamos assim por alguns minutos.

–Lena?-ela chamou e automaticamente arregalei os olhos e me sentei, Ellen me olhou confusa. -O que foi?

–Não é nada, é que uma pessoa me chamava assim e... -Não conclui a frase, pois um nó se fez em minha garganta.

Eu não tinha notícias de Damon desde a noite em que ele pegou o celular da Caroline e tentou falar comigo, eu falava quase todos os dias com o pessoal, eles nunca mencionaram Damon e eu nunca perguntei também, não que eu não sentisse falta ou quisesse saber como ele estava, mas eu ainda estava magoada.

Em algumas noites me pegava perguntando a mim mesma se eu não devia ter dado uma chance a ele de falar o que aconteceu, e ao mesmo tempo me reprimia porque eu não podia ser idiota a esse ponto, ele com certeza negaria ou inventaria alguma coisa como todos os homens fazem quando são descobertos.

–Oh, Elena, me perdoe, eu não sabia, sério, desculpa é que eu tenho essa mania de chamar as pessoas por apelidos e abreviações... -ela falava rápido demais, meu cérebro quase não acompanhava seu ritmo.

–Hey, Ellen. Calma, não tem problema, eu gosto de apelidos, só que esse me traz lembranças de uma pessoa que eu sinceramente gostaria de esquecer.

Ela corou.

–Okay. Certo. Não está mais aqui quem falou, a partir de agora, vou te chamar apenas de Elena.

Sorri para ela e me levantei, fui até o guarda roupa e procurei por um pijama.

–O que acha de sairmos mais tarde? Conhecer a cidade. -ela disse.

–Porque não?-eu respondi e ao invés de procurar um pijama, procurei uma roupa legal para sair.

–E o que acha de chamarmos Patrick também?-ela definitivamente estava afim dele.

Patrick era um cara do programa ele era bem legal.

–Por mim tudo bem.

–Volto logo. -ela disse com um enorme sorriso no rosto enquanto saia à procura de Patrick.

Escolhi um jeans escuro uma blusinha de mangas compridas cinza.

Tomei um banho demorado, quando sai Ellen estava revirando as roupas feita louca.

–O que eu visto?-perguntou.

–Bom, está um pouco frio... Jeans e casaco.

Ela me mostrou algumas de suas roupas e eu a ajudei.

Quando ela entrou no banho terminei de me arrumar, calcei minhas botas, me maquiei e dei um jeito nos cabelos.

Meu celular tocou, e como eu já esperava era minha mãe.

–Hey mãe. -eu disse.

–Como foi à primeira semana, filha?

–Foi ótima, mas já estou morrendo de saudades.

–Ah, filha nós também.–ela disse fungando.

–Mãe, está chorando?

–Nã... Não.–ela gaguejou.

–Eu estou bem mãe, não precisa chorar.

–Eu sei, mas você está tão longe.

–Irei lhe visitar em breve mãe, prometo.

–Certo.–ela disse. -Seu pai e Jeremy estão mandando um beijo.

Ellen saiu do banheiro para terminar de se arrumar.

–Mãe, eu tenho que desligar agora, vou sair com Ellen, nos falamos amanhã. Manda um beijo pra eles também, e para senhora, amo vocês.

–Nós também te amamos Elena.

Desliguei o celular.

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Se passava de nove da noite quando saímos do dormitório, Patrick estava nos esperando na entrada principal.

–Para onde vamos meninas?-ele perguntou assim que nos aproximamos o suficiente.

–Estou aqui a uma semana não conheço lugar algum.-Ellen disse sorrindo.

–Eu também não. -disse Patrick.

–Para a sorte se vocês euzinha aqui conheço um lugar bem legal que podemos ir.

–Espera. - Ellen me olhou curiosa. -Pensei que tivesse dito que não era daqui.

–E não sou. -dei de ombros. -Estou em Londres desde que as férias começaram.

Comecei a caminhar e eles me seguiram.

–Por quê?-perguntou Patrick.

–Digamos que eu quis conhecer a cidade, então vim mais cedo.

–Certo. Mas aonde vamos?-perguntou ela.

–Tem um barzinho três quadras daqui, música boa, pessoas legais e Karaokê.

–Ah meu Deus! Sério? Eu amo Karaokê!-Ellen bateu palminhas, o que me fez lembrar Caroline.

Durante o caminho conversamos e rimos, Patrick era um palhaço, adorava fazer piadinhas.

O barzinho estava cheio, quando chegamos um garoto de óculos desafinava uma música, ele provavelmente já devia estar bêbado.

Nos sentamos em uma mesa e pedimos refrigerante, é o que dá sendo menor de idade, pedimos também uns petiscos, e continuamos a conversar.

Depois de horas ali gargalhando e conhecendo melhor um ao outro, Ellen criou coragem para escrever seu nome da lista dos cantores, que era m pouco longa e confesso que eu já estava completamente cansada e morta de sono.

–Se importam se eu for embora?-perguntei. -Estou realmente cansada.

–Quer que a gente vá com você?-perguntou Ellen.

–Não tudo bem, não é tão longe assim, posso ir sozinha.

–Está tarde Elena, a gente vai também. -Patrick insistiu.

–É sério, podem ficar e se divertir, eu vou indo sozinha mesmo.

–Mas Elena... -Ellen continuou a insistir.

–Sem, mas. -eu disse depositando um pouco de dinheiro na mesa. -Divirtam-se, nos vemos amanhã.

Sai pela porta e um vento me atingiu, apertei mais meu casaco contra o corpo e comecei a caminhar, pela noite silenciosa... Talvez não tão silenciosa assim, risadas ecoaram pelas ruas desertas assim que atravesse o sinal, um frio percorreu minha espinha mas continuei andando. Mais a frente vi um grupo de garotos com garrafas nas mãos, pensei em voltar para o bar, mas eles já haviam me notado ali.

Eu não sabia o que fazer, o bar estava longe demais para que alguém ouvisse caso gritasse, pensei em correr mais eu estava de botas com salto e eles me alcançaram com facilidade.

–Hey gatinha. -um deles gritou.-Vem até aqui pra gente conversar.

Nesse instante senti braços ao redor dos meus ombros, meu coração gelou e eu reprimir um grito.

Quando ousei olhar para meu lado fiquei completamente perdida em um par de olhos azuis.

–Damon. -Eu disse tão baixo que duvido que ele tenha ouvido.