Luz Dos Olhos escrita por Mi Freire


Capítulo 25
Um beijo que mudou tudo


Notas iniciais do capítulo

Continuação da festa. Espero que gostem!



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— Me deem licença – Verônica pediu a algum dos convidados e ao noivo, entre um sorriso nervoso. — Volto já.

Ela caminhou apressadamente até a mesa de Alberto, com fúria nos olhos. Batia o salto no piso liso do salão de festas.

Algumas poucas pessoas observam aquele momento.

Alberto deu um selinho em Leila para finalizar aquele momento magico. Os dois sorriam. Verônica grudou na mesa com os olhos fervendo de ódio e pigarreou.

— O que está acontecendo aqui? – ela não podia admitir que Alberto, aquele velho, fosse o mínimo feliz. Ele não merecia.

— Verônica – Alberto se afastou de Leila, constrangido. Ainda segurando a mão dela sobre seu colo. — Linda festa!

— Alberto! – Verônica meio que grunhiu. — Não se faça de tonto! – ele não conseguia entender. Muito menos Leila. — Não ouse fazer isso outra vez. Não aqui. Diante dos meus olhos e dos meus convidados.

Verônica se afastou com graciosidade para junto do namorado.

Leila e Alberto se entreolharam sem entender aquela cena patética de Verônica. Afinal, o que ela quis dizer?

Melina estava perto de Daniele e Ariela, que por coincidência, Henrique também estava ali. Todos conversavam.

Próximo ao bar do salão, Thomaz estavam entre seus amigos, bebendo muito. Todos os amigos davam em cima de Rebeca e ele tentava proteger a bela moça da rapaziada enlouquecida.

Vez em outro, ele acenava para Melina, apaixonado. Logo em seguida voltava para seus amigos e os tantos copos de cerveja. Que Rebeca empurrava para cima dele, sem que ninguém percebesse.

— Nossa! Você se parece muito com uma das minhas irmãs! – Marcela se aproximou de Rebeca, comentando.

— Ah é? – Rebeca ficou surpresa. Era a primeira garota que se dirigia a ela aquela noite. — Você me parece muito familiar também.

E as duas logo se tornaram boas e grandes amigas.

— Dias atrás eu estava com um dos meus amigos e... – Henrique contava historia atrás de historia, divertindo as meninas.

Thomaz se aproximou provocativo, beijou Melina e depois voltou para onde estava. Ele fazia isso com frequência, de minuto em minuto, deixando a garota constrangida e Henrique levemente irritado.

Ele faz pra me provocar.

O celular, nas mãos de Daniele, tocou. No identificar de chamadas ela viu o nome de Rafael. Em silêncio, ela saiu de perto dos amigos e foi atendê-lo em uma área que pudesse melhor ouvi-lo.

— Daniele? Preciso muito de sua ajuda – ele estava ofegante. Como se estivesse em apuros. — Será que amanhã, você pode me emprestar um dinheiro?

— De novo Rafael? – Daniele coçou a cabeça. — Eu te emprestei aquele dia, você ainda não devolveu. Você prometeu! E depois te emprestei mais duas vezes.

Thomaz voltou a se aproximar de Melina, levemente alterando por conta da bebida. Ele riu e a beijou mais uma vez. Ariela e Henrique ficaram surpresos observando. O beijo era caloroso, cheio de paixão.

Melina estranhou os beijos, mas não questionou.

— Você está conseguindo! – a voz de Rebeca soava na cabeça de Thom. — Está deixando aquele garoto irritado. Continue.

Thomaz apertou a cintura de Melina finalizando mais um dos muitos beijou. Sorrio para ela e se afastou. Tinha cede.

Intrigado com aquela situação, Henrique não pensou duas vezes e tomou uma atitude. Uma atitude que não acabasse com a festa, mas que o deixasse mais feliz. Aquela noite que deveria ser especial.

Henrique puxou Ariela para junto de si e a beijou, deixando a morena, que não esperava pelo beijo, sem folego.

Melina, que estava ao lado, sozinha de braços cruzados esperando por Daniele, olhou para aquela cena perplexa. Não sabia se se afastava para deixar os dois mais a vontade ou se ficava irritada pela atitude inesperada de Henrique.


~*~


Nicolas viu quando o beijo aconteceu, percebeu na mesma hora o quanto Melina ficou embaraçada. Nicolas gostaria de ter a tirado dali, evitado aquele constrangimento ou ao menos ter estado ao seu lado.

Analu não parava de falar.

— Acho que vou embora, Nick. Prometi a mamãe que estaria em casa antes da meia-noite. – já passava da meia-hora.

— Eu te levo pra casa – ele sugeriu, sorridente. — Vou só falar com Melina e já volto. Espere ai.

Nicolas puxou Melina pelo braço.

— Dá pra acreditar naquilo? – ela encarou Nicolas. Confusa.

— Aquele é o seu amiguinho? – casal ainda se beijava. — Muito bonito da parte dele ser tão gentil com Ariela – Nicolas riu. Melina não gostou nenhum um pouco. — Ok. Desculpa. Melina, Analu quer ir para casa, será que você podia me emprestar seu carro?

— Ah Nick, sinto muito. Mas eu não vim com o meu carro – Melina tentou esquecer aquela cena que rodopiava na sua cabeça. — Mas espere um pouco... Vou pedir as chaves de Thomaz e juntos vamos levar ela para casa.

Nicolas esperou.


~*~


— Nossa! Pensei que nunca faria isso – Ariela se afastou sorrindo, ajustando a blusa depois daquele beijo. — Porque demorou tanto? Se eu soubesse que era tão bom teria tomado a iniciativa.

Henrique não ouvia nada do que a morena dizia. Estava mais ocupado a procura de Melina. Será que ela tinha visto o beijo? Teria gostado? Sentido um pouquinho de ciúmes? Ele sorriu com tais pensamentos. Ariela o puxou para mais um beijo.

Onde Melina teria se metido?


~*~


Melina esperava por Nicolas dentro do carro parada de frente a casa de Analu. Um sobrado alaranjado com uma bela sacada. A rua era composta por casas no mesmo padrão, uma rua desértica.

— Então... – Nicolas mexeu o pé, chutando uma pedrinha na calçada. — É isso. Boa noite.

Ele não sabia como agir. Se deveria beija-la no rosto ou se ela queria ser beijada nos lábios. A primeira opção seria mais favorável para ele, se Nicolas não fosse tão tímido em relação às garotas.

— Não. Espera! – ela segurou seu braço. Com um olhar penetrante e um meio sorrio tímido. — Obrigada Nick. Obrigada por tornar essa noite tão incrível. Eu sempre vou me lembrar do nosso primeiro encontro.

Ela parecia tão... Apaixonada. Mas Nicolas não poderia corresponder. Ele não sabia dizer o porque.

Ela o surpreendeu com um beijo no rosto e um abraço rápido.

Melina observava de dentro do carro que pegou emprestado de Thomaz. Olhando assim, de longe, para ela, os dois formavam um belo casal, apesar de serem um tanto desajeitados. Nicolas não sabia como agir e Analu parecia desconfortável com a falta de iniciativa dele.

Mas ver aquele beijo simples e o braço mexeu com Melina de alguma forma. Além de se sentir enciumada, pensando na possibilidade de Analu roubar seu amigo, ela não sabia dizer se Analu era a garota certa para Nicolas.

— Porque não a beijou? Ela parecia querer que a beijasse – Melina comentou assim que Nicolas voltou para o carro.

— Esqueceu que eu nunca beijei antes? – ele sorria sem graça. — Não estava preparado para o meu primeiro beijo.

Ah, ela quase tinha se esquecido, Nicolas nunca havia beijado antes.

Provavelmente, Analu também nunca beijou ninguém.

Ela dirigia de volta para a festa.

~*~


Ariela só queria beijar Henrique cada vez mais. Mas ele já não queria beija-la e não sabia como dizer isso sem magoa-la. O primeiro beijo até que foi bom e prazeroso, mas estava ficando exaustivo. E ela não estava respeitando nem a própria amiga, Daniele, que tinha o ar de preocupada desde que voltou do tal telefonema.

— Eu vou tomar um ar – Henrique se afastou bruscamente, tentando não soar grosseiro. — lá fora.

— Eu vou com você! – Ariela disse rapidamente.

— Não! Por favor, eu vou aproveitar para telefonar para a minha mãe, ela deve estar preocupada. – ele mentiu e se foi antes que ela questionasse.

Ariela observou Henrique se afastar e suspirou, estava gostando dele. Henrique é caloroso, além de bonito e encantador. Com um rostinho de traços de um menino de pouca idade.

Do lado de fora do salão alguns casais aproveitavam a falta de iluminação para namorar escondido. A música lá dentro era tão alta, que mesmo de fora era possível ouvir. As paredes pareciam vibrar no ritmo da musica eletrônica.

Henrique passou as mãos pelos cabelos, estava preocupado, se perguntando onde estaria Melina. Com o namorado talvez?

Não. Thomaz estava lá dentro, tomando cerveja com alguns amigos, acompanhado de uma morena corpuda muito íntima, até um tanto suspeita.

Melina definitivamente tinha sumido. Junto daquele seu amiguinho, o ruivo. Henrique não gosta do ruivo, ele e Melina são tão próximos!

Henrique pensou seriamente em ir para casa para não ter que voltar para perto de Ariela. Retirou o celular do bolso e discou o numero de Melina, já sabendo de cor.

Mas então ela apareceu em um carro escuro com o tal amiguinho ruivo.

— Melina! Onde esteve? – Henrique perguntou ao se aproximar.

Ela olhou para ele, surpresa em encontra-lo ali, por sinal, sozinho sem a companhia de Ariela. Mas antes, ela conferiu em volta e não viu a amiga. Concluído que ele estava mesmo sozinho. Mas por quê?

Nicolas achou melhor deixar os dois sozinhos e entrou.

— Porque se importa tanto? – ela riu sarcástica. — Onde está sua nova... Como eu poderia dizer... Namoradinha?

— Ela não é minha namorada! – ele se irritou. Melina o encarava friamente. — Por quê? Está com ciúmes é?

Melina sentiu a raiva consumi-la. Ele estava tentando irrita-la e estava conseguindo. Ele sempre conseguia irrita-la, tira-la do sério, provoca-la de tal maneira que ela tinha que se manter firme para não perder a cabeça.

Um sorriso bobo brincou na feição de Nicolas, seus longos cílios piscaram com seus olhos de um castanho escuro profundo.

— É claro que não! – ela deu as costas. — Porque eu sentiria ciúmes logo de... Você?

— Não seja mentirosa – ele riu. — Você não quer ter que confessar que aquele beijo mexeu sim com você.

Melina queria estrangulá-lo.

— Comigo não! – ela revirou os olhos, impaciente. — Mas e com você? Aquele beijo significou alguma coisa?

Ela virou-se de frente para ele, para encara-lo. O sorriso torto que ele tinha estampado no rosto desapareceu.

— Você sabe que não, Melina! Ariela é uma amiga.

Ela riu. Não podia acreditar.

— Eu duvido! – ela voltou a dar as costas para ele.

Uma das coisas que Henrique não podia suportar era que alguém lhe desse as costas no meio de uma discussão.

Ele também se irritou. Puxou Melina pelo braço, fazendo com que ela virasse de frente para ele. Melina tropeçou com os saltos no asfalto e se desequilibrou para frente, deixando seus rostos a poucos centímetros de distancia um do outro.

Melina sentiu a respiração de Henrique de encontro com a sua.

Sua boca pequena bem desenha estava tão próxima da dela... Ela estava olhando para a boca dele levemente aberta, sentindo-se tentada a beijá-lo. Por sua vez, Henrique olhava para os olhos cor de avelã de Melina em direção a sua boca, seu coração começou a bater mais forte e ele sentiu um leve tremor nas pernas e um formigamento nas mãos que estavam pousadas na cintura dela.

A barriga de Melina dava voltas.

O mundo em volta não fazia sentindo. Estava tudo escuro. Eles não podam ouvir e nem ver mais nada além do vazio.

Teria coragem de beija-lo ou não? Henrique era tão tentador, tão provocante e irresistível. Melina sentiu medo. Não poderia beija-lo, ela tem Thomaz. Henrique é um amigo. Melina acabaria destruindo tudo caso cometesse tamanha loucura.

— Henrique! Melina! – era Ariela, se esquivando das outras pessoas em volta. — Que bom que encontrei vocês.

O encanto foi rompido.

Melina se afastou bruscamente de Henrique sentindo a raiva lhe consumir por dentro. Porque ele era sempre tão estupido? Ele quem sempre arruinava tudo com suas provocações e sua malicia.

Henrique ainda estava anestesiado com o momento em que eles quase se beijaram. Henrique não sabia no que pensar a respeito ou o que fazer. Ariela estragara tudo. Ele e Melina estiveram tão perto de... Perto do que? Eles nunca tiveram nada!

Melina, sentindo-se arrependida por ter quase estragado tudo por uma mera provocação de Henrique, deixou ele sozinho com Ariela do lado de fora e entrou, sentindo o coração pulsar rápido.

— Você está bem? – Nicolas a segurou. Ela quase que esbarrou em um grupo de pessoas conversando em um canto.

— Não estou me sentindo muito bem. – ela confessou, colocando a mão no ombro dele para se apoiar e ganhar equilíbrio. — Nicolas, eu quase o beijei...

— O quê? – ele não podia acreditar. — Vocês quase... O quê? Quase se beijaram? – ela assentiu. — Melina!

Nicolas nunca gostou do tal de Henrique, antes mesmo de conhecê-lo. Melina sempre fala nesse tal garoto, mas Nicolas não se sente a vontade de ouvir falar sobre ele.

— Não sei o que aconteceu... Ficamos próximos e... Foi quase. Mas não aconteceu. Isso é o que importa. Não aconteceu! – ela repetia para si mesma.

Nicolas fez com que ela sentasse em uma das cadeiras. Daniele viu de longe o que acontecia e se aproximou preocupada.


~*~


— Chefe? – Rebeca se abaixou. Thomaz sentando em um canto do salão completamente isolado. — Você está bem?

Ele não respondeu.

Thomaz pensava em um algo muito... Distante. Ele não sabia dizer ao certo que era... Sorria consigo mesmo. Completamente embriagado.

— Chefe? – Rebeca insistiu, ele continuou calado e sorridente.

Thomaz viu dois belos seios a sua frente. Institivamente puxou o cabelo negro cacheado de Rebeca fazendo com que ela se aproximasse dele. A garota, que também havia bebido, caiu de joelhos na frente dele. Ela ria da situação.

— Me beije – ele ordenou, com um sorriso torto.

— Não chefe, você está bêbedo. – ela riu. Ele estava caído direitinho. — Não posso fazer isso com você.

— Me beije agora. - ele soltou um palavrão.

— Não! Hoje não. – ela brincou. — Vem, vou te levar para casa ,que tal? – ela se levantou o puxando.

— Só vou depois que você me beijar.

Ela olhou para ele com um sorriso maroto, Thomaz retribuiu o sorriso. Já estava de pé. Rebeca aproveitou o pouco movimento daquele fim de festa e aproximou sua boca da dele certa de que ninguém veria. Provocativa.

Ela insinuou que iria beija-lo, mas quando suas bocas estavam bem próximas e ele já respirava ofegante esperando por aquele momento, Receba virou a cabeça fazendo com que seus cabelos batessem no rosto de Thomaz.


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Notas finais do capítulo

Aguardo seu comentário.



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