Amor e Guerra escrita por Daniel Guimarães, Amanda Ribeiro


Capítulo 3
O Aniversário de Lisboa




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Quando acordei, já no dia seguinte, percebi que ela não estava mais em minha cama. Levantei-me, coloquei uma roupa e fui tomar meu café da manhã.

No caminho para a cozinha, vi vários de meus empregados cochichando algo a meu respeito. Quando me aproximei de um grupo de mulheres para ouvir o que falavam, todas se dispersaram e apenas uma que ficou a minha frente, disse:

– É muito bom ver que o senhor já se recuperou, meu Rei!

Apenas assenti com a cabeça e prossegui para a sala de jantar que ficava no final do corredor. Era um corredor simples, assim como o resto da casa, todo feito de madeira e com várias portas de ambos os lados que davam para todos os quartos de meus servos. Meus empregados moravam na mesma casa, porém ficavam em um cômodo separado, que tinha quase o mesmo tamanho da casa principal e tinham tudo que precisavam para viver bem.

Ao chegar a sala de jantar, como de costume, encontrei Amanda ao lado de minha cadeira com a típica bandeja de café da manhã com frutas, um copo de leite e desta vez também havia um copo com um liquido avermelhado dentro que me lembrava muito sangue, mas era apenas groselha.

A sala de jantar possuía uma mesa grande com várias cadeiras dispostas de forma comum. A cadeira da cabeceira, onde eu me sentava possuía um estofado vermelho com alguns ornamentos em dourado, ideia de meu conselheiro real, pois eu odiava esse tipo de coisa. Além da mesa, havia vários quadros dispostos em uma parede com retratos dos antigos reis de minha família e acima de nossas cabeças um enorme candelabro de vidro que pendia do teto preso por uma corrente.

Enquanto Amanda servia meu café da manhã, ela me avisou que hoje era o aniversário da cidade, portanto eu teria que fazer uma aparição ao povo para ter inicio as festividades naquele ano. Ela estava como sempre, linda, calma, com o detalhe de estar um pouco mais branca que o normal e se portará normalmente mesmo após o que acontecerá noite passada, mas eu a entendia, ela queria manter as aparências, não podia deixar os outros empregados perceberem que havia algo acontecendo entre nós, para não manchar, principalmente, minha imagem como rei. Porém, eu não me importava com isso, e pretendia o mais rápido possível oficializar nosso relacionamento para todo o reino.

– Meu senhor, todos na casa estão comentando sobre nós. – disse ela enquanto eu a observava, perdido em meus pensamentos.

– Então era sobre isso que os empregados estavam cochichando. Agora faz sentido!

Amanda começou a se afastar de mim ao avistar um outro empregado vindo fazer a limpeza, quando me levantei, peguei-a pelo braço e aproximando minha boca de sua orelha, sussurrei:

– Não se preocupe com isso. Em breve oficializarei nosso relacionamento para todo o reino. E você pode me chamar apenas de Daniel.

Ela estremeceu com meus comentários em seu ouvido e virou-se, deixando nossos lábios a um dedo de distância.

– O senhor tem certeza disso? – disse ela, surpresa com minha declaração.

– Shh! – eu disse, colocando meu dedo suavemente sobre seu lábio – Não questione o que digo. Quando digo que é isso que farei, é isso que será feito. Afinal de contas, porque eu não faria isso para a mulher que amo? – depositando um beijo suave em sua boca, sussurrei mais uma vez em seu ouvido – Eu te amo minha cara!

Ela retribuiu meu afeto com um delicado beijo em minha testa e seguiu para a mesa para recolher as coisas do café da manhã. Eu então segui para meu quarto para me vestir adequadamente para a cerimônia que me aguardava na cidade.

Chegando à cerimônia eu avistei o povo de importância, mas logo me afastei deles, eram gente mesquinha, fui para o meio do povo, os camponeses. Eu estava conversando com as pessoas quando de repente senti uma pancada na nuca e desmaiei. Quando acordei me encontrava em uma mata com um grupo de pessoas me cercando. Elas pareciam ser do reino espanhol, tentei me libertar das correntes, mas eram de prata. “Merda, essa prata maldita não me deixa usar os meus poderes”. Eles me espancaram até conseguir tirar sangue da onde estavam chutando.

Eu pensava na Amanda e tinha o sentimento de que ela estava próxima a mim, pois agora possuíamos um elo de sangue. Eu tinha medo de perdê-la, não queria deixa-la sozinha, ela fazia parte da minha vida e precisávamos a todo custo oficializar nosso relacionamento.

Os homens pararam de me espancar e olhavam para trás como se ouvissem algo a caminho. De repente, do meio da mata, surge Amanda pulando e com um golpe de espada decepou a cabeça de um dos capangas a minha frente com muita facilidade. Ela estava diferente, seus cabelos estavam mais compridos e prateados, vestia uma capa, calçava um coturno e estava vestida com uma roupa meio justa que deixava suas lindas curvas bem marcadas. A roupa parecia facilitar seus movimentos. A espada que ela usava para cortar, um a um, a cabeça dos capangas, parecia uma espada de prata e era utilizada por Amanda com uma habilidade inacreditável. “Como ela consegue sequer tocar nesse metal?!” Ela não parecia a Amanda que eu conhecia. Parecia estar desacordada, parecia que algo, algum poder a dominava.

Quando ela matou o último dos capangas espanhóis, veio em minha direção, e com um simples movimento suave da espada, cortou as correntes que se prendiam em torno do meu corpo. Levantei-me e estendi meus braços para abraça-la, mas ela desmaiou em meus braços. Suas roupas e sua aparência haviam voltado ao normal e sua espada havia desaparecido magicamente. Fiquei ali por um tempo, surpreso, pensando no que havia acontecido, enquanto admirava aquele lindo rosto que descansava em meus braços.


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