Amor e Guerra escrita por Daniel Guimarães, Amanda Ribeiro


Capítulo 11
Uma nova presença


Notas iniciais do capítulo

Depois de dois meses, eis o novo capítulo da fanfic rs
Apreciem e comentem! :D



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Resolvi reunir meus servos para uma reunião. Precisávamos decidir o que fazer para combater mais uma vez Bertazzo. Mas algo me dizia que um conflito muito maior se aproximava. Um temor muito grande residia dentro de mim e eu não gostava nada dessa situação.

Reunimo-nos em nossa nova sala de reuniões. Era algo muito parecido com a do antigo castelo. Diversos sofás dispostos em um círculo, com diversas prateleiras de livros por todos os lados. Como já era de costume, Miguel estava sentado na poltrona ao meu lado. Ele parecia ler meus sentimentos, pois não parava de me olhar com cara de preocupação.

- Bom, meus nobres soldados. – comecei – Como todos ficaram sabendo, Bertazzo está vivo e vindo atrás de nós. Precisamos organizar um novo exército vampiro para combatê-lo. Não podemos permitir baixas em nosso povo, tal como aconteceu semanas atrás.

Todos me olharam espantados. Um exército de vampiros? Isso realmente era necessário nessa situação? Afinal, já havíamos derrotado Bertazzo uma vez, poderíamos fazê-lo novamente...

- Meu senhor. Não acha precipitado demais convocar novos vampiros? – disse-me Victor – Isso é realmente necessário?

- Sim. Bertazzo é forte. Não o derrotamos da última vez. Precisamos nos preparar para algo maior.

- Algo maior? – indagou Afonso – O senhor não está pensando...?

- Sim, Afonso. Você viu o que Arthur disse. Os Magos o ressuscitaram. As chances de eles virem atrás de nós com um exército mágico gigantesco são muito grandes. Temo uma nova Guerra Mágica se formando. E, dessa vez, nós seremos os protagonistas nessa luta...

Ninguém queria acreditar no que eu dizia. Todos haviam sofrido na Última Guerra Mágica. Haviam perdido pessoas importantes, suas vilas, suas casas. Haviam perdido tudo que lhes importava. A única coisa que sobrara foi a lealdade que meu pai lhes havia pedido em troca da proteção deles. E se um Guimarães ordenava que eles devessem lutar, eles teriam que lutar.

- Iremos até o fim de nossa vida pelos seus sonhos, senhor. Jamais quebraríamos nossa promessa com seu pai. – declarou Olavo, enquanto todos concordavam – Suas ordens serão seguidas a todo custo, meu rei.

- Obrigado Olavo. – dirigi um sorriso sincero a ele – Alguém tem alguma sugestão? – passei os olhos sobre todos na sala.

Havíamos decido, após horas de conversas, que a melhor maneira de formar um novo exército de vampiros seria, primeiramente, buscando voluntários corajosos em nosso reino. E foi o que fizemos. Enquanto Amélia e Afonso ficavam de guarda na cidade, todos os outros foram buscar novos soldados. Eles foram ordenados a trazer o máximo que conseguissem até nossa base para a transformação.

No fim da tarde, o salão principal da mansão já estava abarrotado de novas criaturas noturnas. Miguel conseguira convencer um número muito maior de cidadãos que eu imaginei possível. Havia umas sete dezenas de criaturas na sala. Algumas até ficaram para o lado de fora, pois não havia espaço para tantos.

Eu estava exausto. Criar novos servos era algo que demandava grande quantidade de energia. Até mesmo para um vampiro forte e bem treinado como eu, era tarefa complicada. Decidi que precisava de um descanso e também precisava ver como estavam Amanda e nosso futuro herdeiro. Mas antes ordenei que meus servos saíssem para caçar. Aquelas novas criaturas precisavam de sangue para se fortalecer. Ordenei que pela manhã se reunissem todos no descampado atrás da mansão para uma rigorosa sessão de treinamento e fui para meus aposentos.

Chegando a meu quarto, vi Amanda sentada em uma cadeira num canto, olhando pela janela enquanto acariciava sua barriga. Eu tinha impressão de que já havia alguma diferença no tamanho de sua barriga, mas devia ser apenas impressão, era muito cedo para isso.

Fiquei atrás da cadeira de Amanda, abracei seus ombros e beijei-a levemente no rosto. Ela virou-se, um pouco assustada. Ainda não tinha me visto ali. Disse-lhe tudo que havia acontecido durante o dia e perguntei se se incomodaria de eu dormir, pois eu estava exausto. Ela me disse que não haveria problema. Então fui em direção a cama e desabei nela. Adormeci antes mesmo de tirar meus sapatos.

Algumas semanas se passaram e nenhum sinal de Bertazzo. Eu já estava começando a ficar preocupado, mas sabia que ele ainda estava se recuperando de nossa última luta e provavelmente reunido mais servos para a grande batalha que se aproximava.

Meu exercito já estava bem treinado e percebi que alguns deles havia conseguido dominar os poderes que herdaram de seus respectivos criadores. Obviamente, nada tão aprimorado quanto a habilidade dos veteranos, mas algo consideravelmente bom para o tempo que haviam sido criados.

Mais um mês se passou e nenhum sinal de Bertazzo. Eu estava ficando cada vez mais inquieto graças a isso e então decidi que deveríamos ir atrás dele para frustrar seus planos antes mesmo de serem executados. Dividi meus sete servos em dois grupos: Amélia, Victor e Afonso, que foram mandados para o sul; Olavo, Agamenon e Aldebaram que foram mandados para o norte. Ambos os grupos deveriam levar consigo um grupo de vinte vampiros. Sendo assim, restaram cerca de quarenta vampiros na cidade, os quais ficaram responsáveis por sua segurança, junto de Miguel.

Durante os sete meses, tranquilos, que se passaram da gravidez de Amanda, era chegada a hora da mesma dar a luz. Não estavam com Aldebaram ali, mas por sorte, os servos criados por ele, foram capazes de ajudar durante o parto e nosso querido herdeiro nasceu. Era um garoto como outro bebê qualquer, porém tinha os meus olhos e a delicada boca da mão. O corpo era esquio, assim como o de ambos os pais. Era muito branco, tal como os pais, afinal de contas, também era um vampiro. O mais impressionante era a poderosa aura que ele emanava. Uma aura calma, mas carregada de um grande poder destrutivo. No momento em que o vi pela primeira vez nos braços de minha amada, notei que aquela criança indefesa seria essencial para o desfecho da guerra que começava pelo mundo.

- Ele devia se chamar Levih – disse-me Amanda. Eu assenti e pedi para pegá-lo no colo.

- Levih, meu herdeiro. – disse-lhe, olhando em seus olhos. Aqueles olhos expressivos, cheios de vitalidade. – Você será protegido a todo custo. E assim como eu e sua mãe, será um vampiro excepcional.

A alegria que residia naquele quarto naquele momento foi quebrada com a chegada de um mensageiro.

- Meu senhor, trago péssimas notícias. – ele arfava. Os olhos arregalados de pavor.

Perguntei-lhe o que havia acontecido e ele me contou que o grupo de Amélia havia parado de enviar as mensagens diárias que devia enviar e que após uma busca, o mensageiro de seu grupo havia sido encontrado morto numa colina próxima.

- Isso é terrível! Eles devem estar em perigo! Envie... – fui interrompido por uma poderosa explosão que irrompia nos muros da cidade. De repente, um rugido ensurdecedor tomou conta do local.

- Isso... não. Não pode ser! – eu sabia de quem, ou melhor, do que era aquele rugido. Era impossível não reconhecer algo tão característico: era o rugido de um dragão.

Ordenei que todos os servos capazes de lutar se reunissem na entrada da cidade e que Miguel e mais alguns de seus servos ficassem para cuidar de Amanda e meu filho. Antes de correr ao encontro do dragão, ajoelhei-me ao lado da cama de minha amada esposa que segurava nosso herdeiro nos braços, abracei-a e beijei a testa de Levih.

- Vocês ficarão bem. Eu vou proteger a cidade! – prometi à Amanda e disparei na direção da entrada da cidade.

Quando cheguei, todos os servos estavam lá. Eram bem menos daqueles que existiam na cidade. Percebi que a poderosa explosão havia derrubado boa parte de meus soldados. Estávamos em perigo e eu não tinha meus poderosos servos para me auxiliar nesse momento tão difícil. Porém, eu tinha que me preocupar com outra coisa naquele momento, pois um vulto vinha em minha direção numa velocidade inacreditável que precisei me teletransportar para cima da muralha da cidade. No momento em que aterrissei, lá de cima avistei o que havia vindo para cima de mim. Era um ser com escamas nas bochechas e nos braços e possuía uma espécie de cauda de lagarto. Era negro como carvão, tinha garras extremamente afiadas, mas, de alguma forma, parecia um pouco humana. Se é que isso era possível para aquela criatura bizarra. Foi então que, ao sentir a aura daquele monstro, percebi algo que não sentia a tempos: a poderosíssima e medonha aura de Bertazzo!

- Ora, ora. Vejo que a “peça” final que aguardamos durante todo esse tempo enfim está aqui. – vociferou a criatura. Ela possuía uma voz estrondosa, algo inumano, mas lá no fundo, era a voz de Bertazzo. – Finalmente vou conquistar esse mundo. E enfim poderei derrotar esse maldito vampiro e aquele demônio chamado Amanda que quase me derrotou!

No momento em que ele mencionou o nome de minha amada, não pude me segurar e avancei contra ele usando minha velocidade vampírica. Mas ele foi mais rápido. Desviou-se de meu golpe e tentou me dar uma rasteira com sua cauda de lagarto, o que me derrubou e deixou-me a mercê de suas garras afiadas, que aprisionaram meu pescoço contra o chão e pude sentir, conforme ele se aproximava, um hálito quente e azedo que saia daquela boca cheia de presas.

- Achou que seria assim tão fácil me derrotar? – ele disse aproximando-se ainda mais de meu rosto – Não sou mais o mesmo meu caro amigo Daniel.

Ouvir aquela criatura me chamar de amigo me fez ficar irado de raiva, mas por algum motivo eu não conseguia usar meu poder vampírico para sair dali. Aquelas garras pareciam feitas de prata e estarem neutralizando meus poderes.

- Elas são realmente feitas de prata. – ele disse, parecendo ler meus pensamentos – Não pense que irá escapar tão fácil assim de mim.

Comecei a perceber que tudo ali estava perdido. Eu estava imobilizado graças aquele maldito demônio e um mar enorme de criaturas das mais bizarras, além de um exército de magos destruía cada casa na cidade. Aquela promessa que eu havia feito a minha esposa e meu filho? Ambas iriam por terra em poucos segundos. Mas no momento em que Bertazzo iria cravar suas presas em minha cabeça, algo poderoso veio voando e atravessou sua testa. Sua cabeça tombou para trás junto com seu musculoso corpo e suas garras afrouxaram de meu pescoço. Levantei-me rapidamente e pude distinguir aquela lâmina prateada que estava na testa de Bertazzo, era a espada de prata de Amanda. E foi então que vi, depois de meses, a formosa forma de combate de minha esposa. A diferença dessa vez, era que todos suas vestes eram brancas e tinham uma espécie de conjunto de pedras vermelhas adornando toda a vestimenta. Apesar de estar agradecido por ela ter me salvado, não pude deixar de ficar irritado por ela ter me desobedecido e deixado nosso filho.

- Ele está bem meu amado. – ela me disse com a maior calma do mundo. – Miguel está cuidando dele. Tenho certeza que nada vai acontecer a nosso herdeiro.

De inicio não concordei, mas vendo que nenhum argumento seria capaz de tirá-la dali naquele momento, concordei que ela me ajudasse no campo de batalha. Olhei para o meu agressor que agora jazia aparentemente morto a nossa frente, agarrei a empunhadura da espada de Amanda e retirei-a com um puxão da testa de Bertazzo.

- Esse ai com certeza não está morto. – e no mesmo instante que disse isso, a criatura levantou-se e sua testa começou a cicatrizar-se. – Ele ainda vai nos dar muito trabalho. – disse a Amanda, entregando-lhe sua espada.

- Basta cortá-lo em pedacinhos e queimá-lo, não é mesmo? – disse Amanda, sorrindo para mim.

Assenti com a cabeça e corremos na direção de Bertazzo. Na direção da morte certa, mas não custava tentar...


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