Butterfly On Your Right Shoulder escrita por Tomoito


Capítulo 9
Capítulo 9 - Nós nos beijamos no canto do quarto


Notas iniciais do capítulo

último capítulo! (ou não, depende se você conta com o Epilogo que vai ter)

Aqui a narração vai ser inteiramente do Len! Pensamentos, visão, tudo *---*
Espero que gostem do "final" da fanfic!



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-Certo, certo. Se acalme agora Rin-chan... -dizia o homem enquanto entregava uma caneca de chocolate quente para a Rin- O susto já passou, não precisa mais chorar agora...

-E-eu se-sei... M-mas n-não dá.... -dizia ela em meio os soluços

-Você não sabia que essa rua está perigosa durante a noite? E se esse garoto não aparecesse pra te salvar?

-D-desculpa... A-achei que... c-conseguiria me virar s-sozinha...

-Você precisa lembrar que você ainda é uma garota indefesa! Mesmo que saiba se proteger sem ajuda, as vezes não dá.

-D-desculpa...

-Bem, pelo menos você gritou ‘fogo’.

-S-sim... As p-pessoas sempre v-vão ouvir alg-guem gritando ‘fogo’...

-Bem, será que poderia me dizer o que aconteceu?

Rin abaixou a cabeça e olhou o copo já pela metade por um breve momento, logo depois ela sacode a cabeça para os lados em sinal negativo e as lagrimas voltam a escorrer por seus olhos; logo ela estava chorando novamente, mal conseguindo segurar a caneca.

-Esta bem, esta bem. -disse o homem pegando a caneca de suas mãos e colocando-a sobre a mesa de centro- Não precisa falar disso agora. Deve estar muito cansada, não é? Vamos, pode dormir no quarto de Kumai. Vou ligar para seus pais avisando que esta aqui depois.

De cabeça baixa ela acompanhou-o em direção as escadas e perdi eles de vista. A casa era confortável e tinha um aspecto campestre, varias flores adornavam a sala e acima da lareira havia varias fotos, assim como na mesa de centro; olho as fotos desinteressado, então vejo uma com mais pessoas, dois casais adultos e três crianças estavam sentados sobre a grama, posando. Pude reconhecer a Rin com os cabelos loiros e logo vi que puxara a sua mãe, na foto com longos cabelos ondulados e dourados, o homem ao lado deveria ser o pai de Rin, com cabelos castanhos claros e sorridente; e a outra família com certeza era a do homem que estava cuidando de Rin.

-A Rin já era bonita quando pequena, não é? -disse o homem voltando e se sentando na poltrona- Acho que ainda não no apresentamos, sou Yamato Yue.

-Sou Kaname Len. Muito prazer.

-Será que poderia me dizer o que aconteceu?

-Bem, eu estava indo passar a noite na casa de um primo quando vi a Rin andando sozinha, então eu vi um cara atrás dela e acho que ela percebeu e correu; como ela correu eu achei que ela tinha conseguido ficar em segurança, mas daí ouvi risadas meio altas... Então fui ver se estava tudo bem e encontrei a Rin naquela situação...

-E eles chegaram a fazer alguma coisa com ela?

-Não, senhor. Cheguei antes que pudessem fazer algo, mas como deve ter visto quando cheguei, eles já...

-Já tinham tocado dela.

-Sim. -digo desconfortável.

-Bem, fico feliz que nada de mais grave aconteceu com ela. Rin-chan não agüentaria novamente ser tocada, já tem um grande estrago nela.

-Desculpe a intromissão, mas como assim? Não foi a primeira vez?

-Não. Quando Rin-chan estava no 7º ano isso aconteceu, ela conseguiu gritar por socorro antes que algo de mais grave acontecesse, mas foi terrível para ela. Ela ficou dias sem ir para a escola e não deixava ninguém toca-la, nem mesmo seus pais. Demorou muito tempo pra ela se recuperar daquele dia, principalmente porque ela cresceu acreditando que somente seu marido pode conhecer o seu corpo. Acho que foi demais sofrer a mesma coisa novamente.

-Entendo.

Tomo um gole da minha caneca e ficamos em silêncio. Nunca imaginaria que ela já tivesse tido esse tipo de problemas, não transparece. Isso explicaria aquela reação no beco, tão amedrontada como seu eu pudesse realmente fazer algum mal a ela. Sinto-me culpado. Ouço o relógio tocar e olho as horas, 11 horas da noite.

-Ah, droga! -digo surpreso.

-Algum problema?

-É que eu precisava pegar o trem... mas agora as estações já fecharam.

-Se quiser dormir aqui ainda tem um quarto vago. -disse Yamato sorridente.

-Ah, não. Seria um incomodo. Acho melhor eu ir para casa, agora que Rin esta em segurança.

-Não, não. -disse barrando a passagem- Esta muito tarde para uma criança nadar por ai sozinha, mesmo que seja um garoto. Você vai ficar no quarto de Teippei.

-Mas eu não quero causar...

-Não é incomodo nenhum. -disse ele me guiando a força para o andar de cima- O seu quarto é esse aqui, a Rin esta logo ao seu lado. -disse abrindo a porta- Sinta-se a vontade para pegar um pijama nas gavetas.

-C-certo.

Yamato fecha a porta e eu fico ali no silêncio. Respiro fundo e resolvo obedecer, estava mesmo cansado e poderia ligar para o meu primo e avisar o que tinha acontecido de manhã. Abro as gavetas a procura de um pijama até que acho um, apesar de ficar um pouco grande, visto-o e sento-me na cama, já no escuro. Continuo preocupado com Rin. Não podia falar do episódio do beco na frente de todos na manhã seguinte, assim me levanto e abro a porta. Yamato disse que o quarto de Rin era ao lado do meu, fico parado em frente a porta, sem saber se bato, se deveria acorda-la.

Abro uma fresta da porta, o bastante para poder ver que um abajur estava acesso. Na cama não havia ninguém, ela não estava no meu campo de visão. Resolvo entrar no quarto e logo vejo Rin sentada no canto do quarto, usava uma camisola rosa e tinha um cobertor jogado sobre a cabeça, escondendo maior parte do seu corpo.

-Rin? -chamo em um tom baixo

Rapidamente ela levanta a cabeça e vira em minha direção. Seus olhos vermelhos pareciam cansados e apreensivos.

-O que faz aqui? -diz ela olhando para minhas roupas

-Yamato me fez dormir aqui essa noite. -digo enquanto fecho a porta- Você esta bem? -digo me aproximando.

-Não chegue mais perto! -diz Rin se encolhendo- Eu estou bem... Não precisa se preocupar.

Fico parado a dois passos de distancia, ela já não olha mais para mim, somente para o pé da cama a seu lado. Sento-me no chão e vejo ela encolher os pés para mais perto de si.

-Eu... sinto muito por aquele dia no beco. -ela não me responde- Fui mau com você e...

-Por favor, não conte pra ninguém. -disse Rin sem olhar para mim- Ouvi que Yamato te contou o que aconteceu. Não conte para ninguém... Miku acha que eu tinha pego um resfriado e ficado anêmica, ela não sabe de nada... Por favor, não conte para ela! -disse olhando para mim, com lágrimas nos olhos- P-prometo guardar o seu segredo, e-então, -dizia segurando os soluços- g-guarde o m-meu...

-Não vou contar... -digo me aproximando dela- Eu prometo.

-N-não olha p-pra mim. -disse de virando novamente

-Por que? -digo me aproximando lentamente

-N-não quero que v-veja c-como eu sou s-suja...

Chego ao se lado e seguro sua mão.

-Você não é suja.

-Sou sim! Eu f-fui suja por aqueles homens... Estou ainda m-mais suja...

Não sabia direito o que fazer, conhecia bem aquela sensação de ser impuro, mas nunca ninguém me consolou, não sabia como consola-la.

-Rin... Mesmo que você tenha sido tocada... Você não foi suja por eles, acredite em mim. Você é pura. Eu é que não sou.

Ela fica em silêncio, chorando, durante muito tempo até que finalmente fala.

-Sinto muito... por ter escutado sua conversa...

-Esta tudo bem agora.

-Não queria ter descoberto nada, foi por acaso... eu juro...

-Eu sei.

Ficamos em silêncio, segurando a mão um do outro. Depois de um tempo coloco minha mão sobre o cobertor que cobria a cabeça de Rin e puxo-o para trás, ele cai de seus ombros, revelando uma cicatriz que ia do topo do ombro e descia para dentro da camisola, impedindo-me de saber o quão grande era.

-Quando aquilo aconteceu pela primeira vez... -dizia olhando para nossas mãos- Eu fugi por um buraco em baixo de uma cerca, feito por uns cachorros... Mas eu já era grande demais para passar por ali sem me machucar... A cicatriz vai até o fim das minhas costas.

Fico sem saber o que fazer. Ela já tinha sofrido tanto quanto eu... E superou tudo.

Seguro a mão dela mais forte e fico na frente dela, estava encurralada bem no canto do quarto. Seguro seu rosto com a mão livre e começo a me aproximar, seus olhos estudam meus movimentos sem ter muita certeza do que eu estou fazendo. Ela fecha seus olhos com força, como se tivesse medo.

-Eu não faço nada se não quiser. -digo, sentindo a respiração dela sobre meus lábios, assim como ela também devia sentir a minha- Eu posso?

Ela aperta minha mão como resposta, assim eu a beijo. Sinto-a relaxar aos poucos, conforme o beijo evolui, mão dela segura minha nuca e meu cabelo solto enquanto eu me movo e seguro sua cintura. Silenciosamente nos arrumando até ficarmos em uma posição confortável. Pressiono meu corpo contra o dela, preso na parede; encosto minha testa na dela e digo, olhando em seus olhos.

-O que faria se eu te tocasse?

-... Nada.

-Não tem medo de um cara tão sujo como eu te tocar? Fazer de você minha?

-Não. -dizia com convicção- Mas... Gostaria de não fazer nada antes de estar, pelo menos, noiva.

Controlo-me para não rir alto enquanto ele diz aquelas palavras com o rosto todo vermelho.

-Então não farei nada até chegar esse dia. -disse beijando-a.


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Notas finais do capítulo

Pessoalmente, eu já achei muito fofo o fim *3*

Muito obrigada por todos os reviews! Sério, gostei muito de ver as pessoas comentando!

—---

Sweet Love, Sweet Guy esta passando pela revisão de uma amiga minha, mas já tem mais dois capítulos escritos! Deem uma olhada~