Castle acordou tarde na manhã. Não tinha conseguido dormir nem um pouco durante toda a noite, dando voltas e mais voltas na cama. Sua cabeça estava uma confusão, e seu coração também. Parte dele queria voltar para Kate porque as saudades eram loucas, mas outra parte estava magoada.

Levantou-se com muito custa, com preguiça e com vontade de dormir dias sem mais acordar. Era difícil para ele lidar com problemas e obrigações. Caminhou meio cambaleante pela casa, coçando os olhos. Martha havia saído, sabia ele para onde. Fez o caminho até à geladeira, que estava quase vazia. Cada vez que Alexis volta a casa come e leva de tudo quanto há. E se havia coisa que Rick sentia agora era fome, por isso mudou de roupa e saiu para comprar mercearia.

Deixou um bilhete para a mãe saber onde ele tinha ido pois sabia que iria demorar tempo. Não iria só ao supermercado, ele aproveitaria para dar uma volta, espairecer, tentar colocar as ideias em ordem.

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–Você vai sair? – Jim falou vendo a filha pegando suas coisas.

–Sim, vou. – Ela falou sorrindo. Caminhou até ao pai e colocou um beijo na bochecha. – Ganhei coragem, papai, vou falar com Rick.

–Nossa, que bom, Katie. E boa sorte, espero que corra bem.

–Boa sorte também pra você. – Ela falou brincando.

–Sorte? Eu sei montar este berço! Fui eu quem o montou quando você era pequenina!

Enquanto caminhava pela rua para chamar um táxi, mexeu o envelope que levava no bolso. Dentro dele levava um pequeno bilhete, contando que Castle não a quisesse ouvir, e levava uma fotografia do último ultrasom que fizera.

Assim que saiu e se viu em frente do loft dos Castle sentiu um aperto no coração, a sensação de estar em casa. E o bebé se mexeu também. Kate colocou a mão sobre a barriga sentindo o bebé se movendo.

–Nossa, você se está mexendo tanto! A gente está indo ver o papai… espero.

Bateu de leve na porta e esperou que alguém abrisse. Beckett achou que Castle estivesse espreitado pelo olho-mágico e não quisesse abrir. Kate preparava-se para ir embora quando a porta se abriu. Ela olhou para trás e viu Martha, como se ela estivesse esperando ela.

–Katherine… - Martha sorriu e continuou. – Entra.

–Obrigada, Martha.

Martha notou logo a barriga de Kate. Indicou-lhe o sofá para ela se sentar e falou. – Rick não está, deixou um bilhete dizendo que foi ao mercado, mas se quiser esperar.

–Não sei, Martha. Talvez deva ir. Faz-me só um favor?

–Claro, querida, o quê?

Beckett tirou o envelope do bolso e deu-o a Martha. – Entrega isto para Rick?

–Sim… Fala, Katherine, está tudo bem com você? E com o bebé?

Kate ficou um pouco espantada mas acabou dizendo. – Sim, tudo bom, Martha.

–É menino ou menina?

–Um menino. Tudo está correndo bem com a gravidez e o bebé é perfeito.

Martha abraçou Kate, falando quase num segredo. – Espero que você e meu filho se acertem.

–Também eu. – Ela confessou.

Kate acabou por ir embora e Martha foi ao escritório do filho. Pousou lá o envelope, bem visível e faria os possíveis para que ele o lesse.

Castle chegou a casa era quase final de tarde. Logo que entrou, Martha falou enquanto tirando os sacos das mãos dele. – No seu escritório, Richard. Tem algo lá pra você.

Ele franziu o cenho mas foi lá. Sentou-se no cadeirão e viu o envelope. Abriu-o e a primeira que viu foi o ultrasom (http://www.thebettermom.com/wp-content/uploads/2013/01/ultrasound.jpg). Ficou olhando ele por horas. Martha passou, fechou a porta do escritório para o deixar mais à vontade.

Rick ficou vendo o ultrasom do bebé. Nem precisava de perguntar para a mãe se Kate tinha estado lá. Ele ficou acariciando a fotografia, pensando que naquele momento deveria estar ao lado de Kate. Então Rick reparou que no envelope não havia só o ultrasom, mas também um bilhete escrito na letra de Kate que ele leu.

Rick,

Nem sei se você algum dia vai ler isto, mas não custa tentar.

Sei que você está zangado e magoado, e entendo isso. Também eu me sinto magoada comigo própria por ter negado seu pedido. Verdade é que você sabe que eu sou teimosa, e precisei de ver que minha vida sem você não fazia sentido.

Eu não peço que me aceite de volta, só queria que você ficasse sabendo que eu estou grávida. Achei que merecia saber isso, não quero esconder isso de sua vida. Tal como não esconder o nome dele de você. Acho que escolhi muito bem o nome, se você quiser pode dar sua opinião, quem sabe…

Fique sabendo que eu esperarei por você porque nunca amei ninguém como amo você. Não conseguirei nunca ser tão feliz como quando estive com você. E quero que você saiba que senti e sinto muitas saudades suas.

KB.

Foi assim que o lado apaixonado de Castle ganhou sobre seu lado magoado. Ele precisava de ver ela, de colocar um beijo na boca dela e de senti os chutes do bebé. Antes de se levantar, lembrou que não tinha visto o nome do bebé em lado algum. Pegou no ultrasom e o virou, lendo no verso James Roy Alexander. Castle pegou numa caneta, escrevendo algo, e voltou guardando tudo no envelope, levando ele no bolso.

–Mãe, estou saindo. Não sei quando volto ou se volto.

–Richard, - Martha disse antes que ele saísse. – faz o que o coração manda.

Ele sorriu, a mãe sempre sabia o que estava de errado com ele, e sempre sabia tudo. Então ele saiu, indo para o apê de Jim.

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Quem abriu a porta foi Kate. Os dois se olharam. Castle tirou o envelope do bolso e disse.

–O nome do bebé, você falou que eu podia dar minha opinião.

Beckett suspirou fundo; ela achava que ele tinha voltado, mas pelos vistos ele só estava vindo para falar do nome do bebé. Ainda assim, pediu que ele entrasse e os dois se sentaram no sofá. Castle tira o envelope do bolso e o dá a ela.

–O nome do bebé… - Ele acenou que ‘não’ com a cabeça. – Acho que assim fica melhor.

Kate tentou disfarçar o tremor da mão ao abrir o envelope. Puxou o ultrasom e leu o que estava escrito: James Roy Alexander Castle

Beckett levantou os olhos, sorrindo e em vez de encontrar os olhos dele, sentiu os lábios dele sobre os dela, beijando. Ele levou a mão ao rosto dela e encostou sua testa na dela, dizendo baixo. – Senti tanto sua falta, Kate.

Ela sorriu e os dois se continuaram beijando.