The Other World escrita por Palavras Incertas


Capítulo 5
Máscaras


Notas iniciais do capítulo

Oi leitor, eu voltei, espero que ainda não tenha desistido de mim! Antes de ler esse capítulo eu gostaria de dar uma explicação: essa história acontece nos séculos passados, então algumas coisas que vão acontecer aqui condizem com a época, mas eu tento deixar a história um pouco mais moderna pra ficar mais fácil de entender e dar certo com o que eu tenho em mente.
p.s. Os agradecimentos desse capítulo são para duas pessoas muito especias, primeiramente a Caçadora de Jujubas, por ter recomendado a fanfic e sempre me apoiar, eu nem tenho como agradece-la, e também pra Leticia chase, pois ela é uma fofa e não me deixou desistir dessa fanfic, sou muito grata a ela.



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O calendário que ficava perto do relógio da cozinha agora indicava que era a última sexta-feira de novembro, como o tempo tinha passado rápido, Annabeth ainda se lembrava do primeiro dia de aula, e ria lembrando-se de cada detalhe, o pesadelo acabou se tornando um sonho, talvez sempre tivesse sido, e ela só tivesse medo das mudanças.

Mas nem sempre as mudanças são ruins, e os três amigos estranhos dela comprovavam isso, eu sei que cada um tem sua “estranhice” (e na verdade nem sei se essa palavra existe no dicionário, mas quem se importa? O mundo é estranho assim mesmo), porém a deles era algo que realmente assombrava, eles eram semideuses, filhos de deuses gregos com mortais, em outras palavras, alimento preferido de monstros estranhos. Viu? Tudo é estranho!

Entretanto, Annabeth conseguiu se encaixar perfeitamente na rotina estranha de matar monstros de seus amigos. No início eles não conseguiam explicar porque ela conseguia ver os monstros, mas no final decidiram, por votação, que Annabeth tinha a habilidade de ver através da névoa (que, aliás, é o que impede os mortais de verem o mundo mitológico em que vivem). Sim, eles realmente fizeram uma votação. Porém, mesmo quando os três explicaram isso, eles se entreolharam, como a garota loira odiava essa forma de comunicação deles.

Outra coisa que mudou em sua vida é que a terceira gaveta da cômoda ao lado da janela estava sendo aberta com mais frequência do que nunca, já que era lá que ela guardava seu estoque de livros proibidos, os que falavam sobre mitologia, pois a garota não tinha permissão para lê-los, e a última vez que o pai dela a viu lendo um deles a garota ficou de castigo por três semanas, mas foi realmente interessante e hilário relembrar a crise de nervos do Sr. Chase nos próximos dias, só faltou ele arrancar alguns tufos de cabelo, fato que quase se concretizou.

Mas agora não importava mais o que seu pai pensava a respeito dos livros, era quase uma necessidade ler sobre monstros, deuses e semideuses, pois ela tinha entrado para esse mundo, mesmo que não participasse dele diretamente. E além do mais, nos primeiros dias que ela descobriu sobre o mundo mitológico Annabeth tinha achado vergonhoso Percy saber mais do que ela em alguma coisa, e pode-se dizer que ele tinha ficado realmente insuportável ao descobrir isso, então uma verdadeira batalha se formou entre eles, a garota dos olhos cinza queria provar que ainda era a mais inteligente, e o garoto dos olhos verdes? Ah, esse só queria provocá-la mesmo, ele achava bastante divertido ver a cara de zangada dela.

Mas, mesmo depois que Annabeth tinha se provado a mais inteligente, ele continuou a achar motivos para irritá-la, e por ironia Percy passou a provocá-la por sua inteligência, porém não era exatamente ruim já que a loira se orgulhava disso, entretanto o menino conseguia tira-la do sério assim mesmo. Honestamente eu não consigo entender esses jovens.

Mas, voltando a nossa protagonista, essa se encontrava sentada em sua cama apoiando as costas na parede enquanto lia um mito realmente interessante, pelo menos para ela, o livro a prendeu tanto que Annabeth nem se preocupou em fechar a janela quando uma brisa de ar frio invadiu seu quarto, a leitura era realmente envolvente e a loira já estava se perguntando se valeria à pena interromper a história para jantar, já que não estava com muita fome. Porém, antes que ela pudesse achar uma resposta, duas batidas na porta a fazem tirar os olhos das palavras escritas no papel e voltar à realidade.

Com um movimento rápido Annabeth pulou da cama e foi verificar quem batia, com seus pés ainda descalços ela abriu a porta e se surpreendeu ao ver seu pai parado em frente a porta olhando-a com uma expressão indefinida no rosto, mas com certeza era algo que beirava a piedade. A loira não sabia explicar o que era mais estranho: ver seu pai indo a seu quarto ou o fato dele estar mostrando algum tipo de compaixão em seus olhos, ela nunca pensou que ele podia ter algum sentimento. Sendo o que fosse a situação era gravíssima, pois isso nunca tinha acontecido antes, e claramente não era um bom sinal.

Era impossível saber qual dos dois estava mais constrangido, mesmo sendo pai e filha eles nunca tinham mantido um diálogo, a não ser quando era para ele brigar com ela, mas quando isso acontecia o Sr. Chase sabia exatamente por onde começar, o contrário do que estava acontecendo naquele momento. Annabeth começou a alisar o vestido verde enquanto Frederick passava a mão repetidamente pelos cabelos, até que ele achou com que a palavras começar:

- Er... Oi, então, o que está achando da escola?

- Interessante. - A garota respondeu indiferente, ela não via um único motivo para contar alguma coisa para aquele homem, ele era praticamente um desconhecido.

- Hum, que bom então, ah... então, acho que você deveria descer para jantar conosco, seus irmãos sentem sua falta. – Frederick já ia dando as costas para a filha, mas ainda teve tempo de vê-la erguer a sobrancelhas e entender a mensagem: Annabeth não tinha caído nessa. Ele suspirou e resolveu contar a verdade.- Precisamos conversar.

Annabeth não desceu imediatamente, ela ficou olhando aquele homem que se intitulava de pai descer as escadas, as emoções da garota eram um misto de vários sentimentos, que iam desde a raiva a curiosidade. Depois de olhar sua imagem refletida no espelho, calçar um sapato e alisar novamente o vestido Annabeth resolveu descer.

Ao chegar na sala de jantar o clima ficou pesado, ela recebeu um olhar nervoso de seu pai, um de reprovação de sua madrasta e dois de curiosidade de seus irmãos mais novos. Annabeth não era acostumada a jantar com eles, ela geralmente fazia suas refeições na cozinha junto com as criadas, a comida não era tão boa, mas a companhia compensava.

O jantar inteiro foi silencioso, menos nos momentos em que a Sra. Chase advertia seus filhos para que eles não brincassem com a comida, nem brigassem e nem fizessem gracinhas, mas obviamente não adiantou nada, eles continuaram sendo crianças sem educação alguma.

Depois da sopa e da carne assada o Sr. Chase achou que era hora de dizer o real motivo de ter chamado a filha mais velha para jantar com eles, então pigarreou e começou a falar:

- Então, eu estive pensando e lembrei-me que você já tem dezesseis, e como sempre acontecem nos bailes de natal a apresentação das moças para a sociedade, eu resolvi que... – Ele não conseguia terminar a frase, simplesmente não podia dizer.

- Seu pai pensou que você, minha querida, tem que ser apresentada no baile. -Annabeth sentiu até náuseas ao ser tratada assim, como alguém que nunca tinha dado a mínima atenção a ela achava que podia a tratar assim? Não era afeto, era falsidade.- Isso não é ótimo?- Completou a madrasta de Annabeth com um sorriso cruel no rosto, ela adoraria qualquer coisa que fizesse aquela bastarda sofrer.

Um choque de realidade atingiu Annabeth como um balde de água fria, de algum modo ela sabia que esse dia chegaria, mas nunca pensou que seu pai fizesse questão de que ela passasse por isso, já que nas palavras de sua madrasta a garota era a vergonha da família. Isso era algo que Annabeth deveria estar preparada, entretanto ela não estava.

- E, como você não deve saber, seu pai está com problemas financeiros, e para ajudá-lo com as dívidas você deve se casar com alguém bem rico.- Fim, simples assim, a madrasta colocou em palavras algo que Annabeth não ousaria nem pensar, e ainda para piorar ela nem quis escolher as melhores palavras, foi direta e fria, cortante como uma faca.

Um dos melhores prazeres em ser rejeitada é que nunca vão te obrigar a fazer nada, já que não vão querer sua companhia, e isso te proporciona uma sensação de liberdade, pois não precisa fazer algo que não quer. Mas na verdade esse sentimento é só um argumento que você usa para compensar sua tristeza, sua solidão, é uma máscara. Porém a máscara caiu no momento que seu futuro foi dito, ela teria um casamento forçado, não restando mais nada a que se apegar, mais nada para cobrir a realidade.

Todas as garotas da classe alta passavam por isso, em todos os natais um baile era realizado para apresentar as garotas de dezesseis anos a sociedade, e depois de algum tempo vinham os pretendentes, e logo o casamento. Era algo que Annabeth deveria aceitar, mas depois de tantos anos lendo sobre romances era quase impossível pensar que isso aconteceria com ela. A garota se isolou em seu mundo de contos de fadas, porém o final não terminaria com o clássico “viveram felizes para sempre”, ia ter um final trágico. Mas qual a lógica de sofrer a vida toda para terminar triste? Não tem explicação, é somente a vida, e pelo que parece infelicidade e vida são sinônimos.

Annabeth não respondeu nada, somente saiu correndo para seu quarto sem deixar que nenhuma lágrima caísse. Por mais incrível que pareça ela queria acreditar no amor, mas parecia que contrariá-la era a nova piada, e ninguém abriria mão de rir dela. E se jogando na cama ela imediatamente adormeceu em um sono sem sonhos, pois não havia nada com que sonhar.


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Notas finais do capítulo

Bom, foi isso, foi curtinho e eu particularmente não gostei, mas eu prometo que eu vou tentar fazer o próximo capítulo ser mais legal e interessante, me desculpe por esse capítulo ter ficado sem graça.
Até o próximo capítulo.
Beijinhos da autora.



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