The Other World escrita por Palavras Incertas


Capítulo 15
Mudanças repentinas


Notas iniciais do capítulo

Oiiee pra você que lê The Other World! Eu sei que eu demorei pra escrever e eu só posso pedir desculpas por isso, mas aqui estou eu com um novo capítulo.
P.s. Um agradecimento especial para a Sophia Chase e a Leticia di Angelo, pela incrível capacidade delas de me deixarem felizes com os comentários maravilhosos delas.



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Três. Sei que é estranho começar a contar essa parte da história com um número, e que esse poderia tanto ser um dois quanto um quatro, por que não um cinco? Mas a verdade é que esse número corresponde ao tanto de vezes que Annabeth pisou nos pés de Percy durante a dança, e eu achei interessante contá-lo para você, já que eu mesma tinha apostado que seriam nove vezes. Talvez eu seja péssima em fazer previsões, ou talvez o moreno seja realmente um ótimo professor. Porém essa dúvida ficará sem respostas, pois o relógio enorme na parede esquerda do salão indica que já se passa da meia noite, e muita coisa ainda tem que acontecer antes que o sol apareça. Estamos ficando sem tempo para explicações, vamos direto para os fatos.

O fato é que nem Percy, nem Annabeth, nem Luke, nem Thalia aguentavam mais aquela música irritante de fundo e aquele clima doentio que estava no ar. Era uma sensação incômoda ficar no meio de toda aquela gente que fingia se importar com você, mas que nem sabia seu nome, e era incômodo fingir que se importava com aquelas pessoas que nunca viram na vida. Era uma sensação quase de claustrofobia, eles precisavam sair daquele lugar, antes que fossem asfixiados por toda aquela falsidade.

A liberdade se encontrava a poucos passos de distância, porém para chegar até ela teriam que passar por pessoas que queriam impedir a fuga deles, por assim dizer, como o pai de Annabeth e o padrasto de Thalia. Por que eles tinham que estar tão perto das portas? Era quase como se previssem que suas filhas estavam desesperadas para sair daquele salão e daquele baile estúpido. Entretanto isso não era verdade, eles não tinham como prever o futuro, deveria ser só mais uma piada sem graça do destino.

Sei que Annabeth estava decidida a participar daquele baile pelo pai dela, que estava disposta a sofrer para fazê-lo feliz, mas simplesmente não dava mais, chega uma hora que nós não conseguimos mais aguentar tentar agradar os outros, que temos que ser nós mesmos e fazermos as escolhas que nos beneficiarão. E esse momento chegou para Annabeth, era o momento de seguir seu próprio caminho e ele a levava para longe daquele Baile e de tudo o que ele significava.

Só que esse momento passou tão rápido para a loira quanto ele chegou, é isso que acontece quando nos importamos com alguém, não conseguimos deixar que eles se machuquem por nossa causa. Ela já não queria mais ir embora tão desesperadamente, porém também não queria ficar naquele lugar, e foi justamente isso que a levou a guiar os amigos para o segundo andar do salão, lá era uma área restrita para os convidados do baile, mas com certeza era uma alternativa que o pai dela acharia melhor do que ir embora. A dona dos olhos cinza poderia dizer que só precisava de um pouco de ar, por isso subiu até lá, e isso era verdade, só não era a verdade completa.

Os quatro amigos encontraram uma sala aberta no início do corredor. Parecia uma sala de espera, com algumas poltronas e algumas cadeiras e uma sacada com vista para a rua ao lado.

– Por que esse salão teria uma sala de espera? - Thalia perguntou.

– Em dias normais o segundo e o terceiro andar funcionam como um setor para o trabalho administrativo da cidade, as pessoas precisam ter um lugar para esperar. - Para a surpresa de todos foi Percy quem respondeu.

– Como você sabe disso? - A morena indagou novamente.

– Por que todo mundo fica tão surpreso quando eu sei as respostas? - O moreno diz revirando os olhos em sinal de desaprovação.

– Não sei Cabeça de Alga. - Annabeth respondeu tentando não rir.

– Deve ser porque você sabe de tudo e tem um raciocínio tão rápido. - Luke comentou ironicamente.

– Vocês são tão engraçados que eu não sei como eu ainda não morri de rir. - Percy comentou sarcástico.

– É porque você demora demais pra entender as piadas. - A loira afirmou.

– Que ótimos amigos eu tenho. - O dono dos olhos verdes como o mar resmungou.

– Só para provar que nós somos sim bons amigos eu vou deixar você abrir a janela para nós não morrermos asfixiados aqui, parece que a sala foi pintada recentemente, o cheiro de tinta está horrível.- A morena reparou.

– Além de me fazerem de alvo de piadas ainda me tratam como escravo.

– Deixe de drama, Percy. - Falou Luke.

E resultou que o moreno perdeu a discussão e teve que se levantar da poltrona confortável para abrir a porta que levava a sacada. Mesmo não querendo ele tinha que concordar, o cheiro de tinta estava insuportável.

– Sabe, acho que um agradecimento não seria nada mau. - O moreno comentou com um tom de descaso, mesmo que estivesse realmente esperando por um agradecimento.

– Você não fez mais do que a sua obrigação. - A morena dos olhos azuis disse.

– Não mesmo. - Acrescentou o loiro.

– Obrigada! - A loira saiu em defesa do amigo.

– Você é tão sem graça Annabeth! - Thalia falou por causa de a amiga ter estragado a brincadeira.

– Pelo menos ela sabe reconhecer meu traba... - Lho, era a palavra que formaria, trabalho, mas Percy não teve tempo de terminar a frase, porque uma brusca e repentina nevada invadiu a sala de espera do segundo andar, deixando todos atordoados.

– Ah, cale a boca e me ajude a fechar as portas. - Luke gritou por cima do som do vento tentando ser ouvido e correndo em direção as portas da sacada.

Os quatro foram tentar impedir a nevasca de entrar no aposento, correndo desesperadamente para a porta, mas as portas não estavam mais lá, não tinha mais o que fechar e a nevasca continuava a castigá-los, não deixando enxergar nem o que estava atrás deles nem o que estava na frente. E em meio a muitos gritos de “aí, esse é meu pé”, “de quem é esse cotovelo?” e “doeu” a voz de Annabeth conseguiu se fazer escutada.

– Se nós continuarmos andando vamos acabar caindo, nós estamos no segundo andar.

E a neve entrava junto com o vento forte que impedia que os olhos se abrissem e que causava arrepios e um barulho alto e desagradável. E eles continuavam avançando, tinham entrado em consenso de que não cairiam, de que a grade de segurança os impediriam de cair. Não sabiam por que continuavam andando, só seguiam em frente, esse não era um momento que deixava muitas alternativas.

Até que a neve parou. Parou tão repentinamente como tinha começado. E tudo o que restou foi um mundo branco, assustadoramente branco. As poltronas agora eram arbustos congelados e as paredes eram árvores pintadas da cor das nuvens. Tudo estava diferente, aquele não era o salão do Baile, não era a cidade, não era nenhum lugar que eles já tinham ido. Tudo estava estranhamente calmo, não havia som, não havia música, tudo estava congelado.

Nenhum deles ousou quebrar o silêncio, ele parecia ser poderoso o bastante para não ser desafiado, mas eles podiam sentir a pergunta insistente em suas cabeças: “Que lugar era aquele?”.

Foi por instinto que eles entraram em formação de batalha, como tinha acontecido uma vez em uma floresta diferente, a que rodeava a cidade deles, cada um olhando para uma direção oposta, com os ombros se juntando em um círculo, esperando por algo de anormal naquele lugar anormal e enterrado pela neve.

Até que algo ou alguém resolveu desafiar o silêncio. Um barulho simples e pequeno, mas significativo, Era o som de um galho se quebrando. O som de que estavam sendo espionados.


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Notas finais do capítulo

Bom, foi isso. Não sei se está bom ou não, mas foi o que a minha criatividade que está bem limitada esses dias me permitiu escrever.
Beijinhos da autora...