– Eu vou atrás dela – Serena fala enquanto tira o avental.

Os outros ainda continuam fazendo a cirurgia de David.

Serena procura Eva pelo hospital todo, ela vai na ala de pessoas com câncer e nada, vai na ala de pessoas queimadas e nada, ela passa pela a ala infantil e vê ela deitada junto a uma menina, Eva segura a menina no colo enquanto a menina lê uma historinha de contos de fadas para a médica.

– Ei Dra, precisamos de você lá – ela sussurra.

– Não, não precisam, eu matei uma paciente, tenho certeza que se eu for tomar a frente, vou acabar matando o outro. – ela usa o mesmo tom de voz .

– Dra, você é ótima no que faz, ela estava fraca, você fez o que podia.

– Então por que ela não sobreviveu ?

Serena da uma pausa ela olha bem nos olhos da médica que está em sua frente e responde – Olha a sua volta, você não está sozinha, você tem a mim, Tuck, Chris, Charlie, Linday e o paciente, você pode fazer isso, apenas acredite no seu potencial.

Serena usou as mesma palavras que Eva usara para ela, quando a encorajou a fazer a cirurgia.

– Vamos, precisamos de alguém que grite com a gente – Serena estende a mão.

– Tudo bem – Eva segura a mão da residente. – ei mocinha, não termine de ler sem mim tá ? – ela fala com a menina que estava em seus braços.

– Tudo bem – a menina diz sorrindo.

Eva e Serena voltaram para a sala de cirurgia.

– Como está a situação dele ? – Eva pergunta.

– Está instável – Charlie responde.

– Ótimo, vamos continuar, eu preciso de um bisturi, obrigada, agora se afastem e fiquem preparados, não queremos que ninguém morra.

E as horas continuaram a se passar, já estava perto das 8:30 da manhã quando David teve uma parada cardíaca.

– Ah não ! De novo não ! – Eva fica com raiva.

– Desfibrilador – pede Chris.

– Carrega em 100 – Zambrano pede.

– Carregando … pronto.

– Afasta – nada.

– Eu não vou deixar você morrer, carrega em 200.

– Carregando... pronto.

– Afasta – nada.

Desta vez Eva larga o desfibrilador em cima da mesa onde estão os bisturis e outros equipamentos.

– Se fastem !!

– O que vai fazer ? – Tuck pergunta.

Eva da um soco no peito de David, foi quando ele começou a se instabilizar. Todos olham para Eva.

– Tempos desesperados, pedem medidas desesperadas – disse Chris.

– Tudo bem, já estamos na parte final da cirurgia galera, vamos nos esforçar ao máximo para que terminemos bem – Eva sempre cuidadosa com seus pacientes.

A cirurgia demorou mais que o normal, já estava caminhando para as 10:00 da manhã quando Eva terminou a ultima sutura.

– Pronto ! Agora é só levar ele para o quarto e dar os medicamentos corretos, bom trabalhado pessoal – ela diz cortando o fio da sutura.

Os enfermeiros levam David para o quarto enquanto Eva vai para o vestuário se trocar para ir embora.

– Madrugada agitada hein ? – Chris fala.

– Nem me diga, agora eu vou para casa dormir um pouco e depois voltar para cá.

– Bons sonhos.

– Obrigada.

Eva termina de se trocar e vai em rumo ao estacionamento, ela resolve volta e ir até o quarto de David para dar uma ultima checada no seu estado de saúde.

– Muito bem, sua pressão está instável, os batimentos cardíacos também, você está se recuperando bem – ela disse para David que estava dormindo.

Eva para de analisar David e começa a notar que ele até que é um homem bonito.

Ela dá uma chacoalhada na cabeça – pelo amor de deus, o homem perdeu a mulher ontem, e foi pelas minhas mãos.

Depois de Eva examinar David, ela foi para casa, pois hoje seria a festa de aniversario de casamento de sua mãe Cora e de seu pai Henry, mas antes ela dá uma passada rápida em casa.

Eva abre a porta de seu apartamento toma um susto.

– Deus de misericórdia ! Quem é você e o que faz no meu apartamento ? – ela se refere ao homem que está na sala, nu da cintura para cima.

– Eu sou Neal... um amigo da Jack.

– Quem é você ?

– Da Jack, sou amigo da Jack.

– Jack ? Cadê ela ?

– Está no quarto.

– Jacqueline !! – Eva grita a amiga.

– Ai mas que algazarra é essa – disse Jack saindo do quarto com a mão na cabeça.

– Vamos conversar – Eva pega a amiga pelo braço – com licença...

– Neal – o homem responde.

– Isso Neal.

Eva arrasta Jack até a cozinha.

– Senta ai – ela aponta para a cadeira.

Jack se senta – pronto, o que foi ? – ela diz com a mão na cabeça.

– Jack quantas vezes eu já te disse para não trazer estranhos para cá ?

– Ele não é estranho, e fala baixo minha cabeça está doendo.

– Ah não ? Então qual é o nome dele ?

– É... é...

– Neal !

– Isso, Neal... eu ia responder mas você não deixou.

– Jacqueline, você não pode trazer qualquer um para cá, você tem que ser mais responsável e... Jack ? Você tá bem ?

– Eu estou com uma enxaqueca lascada – ela fala com a mão na cabeça.

– É nisso que dá ficar bebendo a noite toda. – disse Eva pegando um copo d'água e entregando para Jack – tome, beba isso vai melhorar um pouco.

Jack bebe o copo d'água e encosta a cabeça na mesa.

– Jack ? – Neal aparece na cozinha. – eu já vou embora.

– Tudo bem... Nea...Nea...

– Neal – ele responde.

– Tudo bem Neal.

Fica aquele certo desconforto na cozinha mas logo Eva reage.

– Eu te levo até a porta.

– Tudo bem.

Eva leva Neal até a porta, ele não sabe o que dizer, então mente, mas Eva não cai na historia furada.

– Diga a ela que quando ela melhorar eu ligo.

– Como você fez com as outras ?

– Como é ?

– Eu não caio nesse papo colega, já passei por muito disso, não é mais fácil falar a verdade ?.

– Você não me conhece, não sabe nada sobre mim.

– Eu sei que você dorme com garotas bêbadas e sem noção do que está fazendo, mas eu te digo uma coisa, você vai ter que achar outro terreno para plantar mandioca, pois com a Jack você não vai conseguir nada, ela é a minha melhor amiga, quase uma irmã, então fica esperto e não apareça mais na vida dela. – Eva bate a porta na cara de Neal, e volta para a cozinha.