The Mystery Of Grander Hall- The Alexander´s Book escrita por the girl who reads books


Capítulo 9
Capítulo 9- paying for the curiosity


Notas iniciais do capítulo

oie! estou aqui gripada , mas escrevendo porque amo você, ok? Sei que demorei ... mas o cap ta aí ó: mais de 11 mil palavras! A gente se vê lá em baixo ó ká?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/384130/chapter/9

Capítulo 9- paying for the curiosity

Palácio de Schonbrunn, refeitório. 20 de setembro, 21:30.

– Por quê você não me falou isso antes!?- exclamava Annie Retzmann tão alto que fazia Katherin se arrepender de ter contado á ela. – Por quê ?! Eu tinha quebrado aqueles lá com um peteleco só!

A francesa revirou os olhos.

– Pela quinquagésima vez Annie! Não tem importância! Eu até esqueci o assunto!

– Mentira! Você não queria é causar confusão!- disse Medelaine de boca cheia.- Esse é o problema de ser boazinha!

Katherin revirou os olhos.

– Está vendo aqueles seres desprezíveis ali?- perguntou Annie apontando para três mesas á esquerda.

A francesa se debruçou de leve na mesa e viu Rebecca , Ian e companhia limitada.

– Infelizmente... – Ela suspirou

– Então... Deveríamos ter te contado antes. –disse Fredie comendo uma coxa de frango

– O quê?- Katherin apoiou o braço na mesa para apoiar a cabeça. Mas, Thalia tirou-o.

– Ei?!

– Modos!- ela repreendeu-a

A menina bufou.

– Como íamos dizendo- Medie fuzilou Thalia- Eles são as piores pessoas que você já conheceu.

– Atá! – katherin riu- Tudo bem que eles são populares e tal , mas... o que eles podem fazer de tão ruim?

– Muito.- Annie falou em um tom sombrio e, aparentemente ,cheio de remorso.

– Rebecca é campeã em bisbilhotar a vida dos outros.- Michael explicou- Se você ficar no caminho dela, ela vai arranjar um jeitinho de tirar você dele.

– Por bem ou por mal.- Leo completou

– John... bem... você já entendeu os métodos dele.-Medie falou olhando o garoto com desprezo.

Olhando-o agora... Katherin conseguira se lembrar dele! Era o ex-namorado de Melody! Wow...

– Acho que sim.- ela o olhou com nojo

– Hilary. Quanto á ela...Escolhe muito bem seus atos. Não importa como , mas ela te tira da jogada. é a pessoa menos confiável do mundo. Juntamente com Bryan.

– E quanto ao Stamford?

– Nunca descobri...- Annie comentou

– Agora isso virou filme de mistério! Quem descobre o que ele faz morre!? Por favor gente!-todos do salão olharam para ela.

Primeiramente ela corou, achando que tinham entendido o que tinha dito. Porém, ao se virar para os amigos viu que só faltava por um ponto de interrogação na testa deles. Só podia ter falado em francês. Isso acontecia com grande frequência.

– o que foi?!- medie perguntou- perderam algo aqui?!

Ninguém mais voltou á olha-las. A inglesa deu de ombros.

– O que você dizia?- Michael perguntou sem tirar os olhos do prato

– Por quê todo mundo respeita ele então?

– As meninas, na maioria- Thalia disse- gostam dele. Agora, o motivo... Não sei. E nem quero saber...

– Já os meninos... Sucesso.- Leo completou

– Ainda não me disseram por que temem ele e os coleguinhas- a francesa olhou-os discretamente.

– Não é bem assim...- Selena comentou mais para ela mesma do que para eles.

– Como assim?- Katherin pergunta num cochicho se debruçando na mesa

– As pessoas que mexem com eles, todos eles. Elas costumam ficar... Diferentes...

– Ainda não me disseram por que temem ele e os coleguinhas- a francesa olhou-os discretamente.- Ou vão me dizer que ele é só por isso?! Ele é como a Rebecca?

– Não é bem assim...- Selena comentou mais para ela mesma do que para eles.

– Como assim?- Katherin pergunta num cochicho se debruçando na mesa

– As pessoas que mexem com eles, todos eles. Elas costumam ficar... Diferentes...

– esquisitas...tem como falar de outro modo?!- Medie falou.

Katherin abriu a boca para falar, mas achou melhor deixar aquela conversa de louco ter um final ali mesmo. Ela voltou a encarar aqueles que tinham sido descritos como a piores pessoas que ela iria conhecer... Chantagear as pessoas era uma prática comum, assustava. Isso explicava grande coisa. Mas... O que seria tão traumatizante á ponto de faze uma pessoa se calar e mudar...?

A menina sacudiu a cabeça discretamente para que ninguém percebesse que estava discutindo com a própria consciência. Ela mesma classificara aquilo como bobagem e loucura, porque continuava tocando no assunto? Isso a fez pensar se era assim que alguém se tornava temido: espalham uma história qualquer e todos acreditam...

Ela levou o garfo á boca. Sua curiosidade estava atacando com força. Descobrir a verdade sobre aquela história era tentador... Só então percebeu que não tirara os olhos da mesa onde Ian estava sentado. Especialmente, notou o olhar feroz que Hilary lhe lançou.

Rapidamente, a francesa disfarçou. Logo depois, se perguntando o por quê. A resposta? Já estava mais do que clara: sentira medo. Por qual razão? Isso foi o que ela passou o resto da noite pensando.,.

–------------------------------///////////----------------------------------------------

Palácio de Schonbrunn, terceiro andar, quarto 63. 21 de setembro, domingo,8:37.

Laura acordou de uma forma nada agradável: gelo na calça. Ela deu uns três ou quatro berros até achar a maldita pedrinha fria dentro do seu pijama. A garota se sentou e precisou de alguns segundos para processar até entender: tinha quatro mostrinhas dormindo com ela.

– Eu vou matar vocês! – a brasileira berrou se levantando e indo até o banheiro.

No caminho , ela pegou um vaso. Ela bateu, uma, duas, três, quatro vezes até abrirem a porta. Viu as quatro rindo dela.

– gostou do gelo?- perguntou Layla

Laura sabia muito bem diferenciar as gêmeas. Não sabia como as pessoas não conseguiam. Enfim, a argentina segurava o saco com gelo na mão.

– Gostei- Laura sorriu sarcasticamente – Sabe o que vou gostar mais?- ela não esperou a resposta, tirou as rosas do vaso e derramou a água nelas.

Todas gritaram e, depois riram.

– Hora de limpar o quarto, suas folgadas!- Laura berrou, jogando a toalha que estava ao seu lado para Lilian.

– Seu dia de limpar o banheiro Laurita!- Layla Disse jogando um rodo para ela – Boa sorte!

Laura murmurou algo parecido com “sempre eu” e começou a encher o balde.

– Vamos!- ela dizia – Lucy, você limpa a copa; Amy, limpa o chão do quarto e arruma as camas; Layla limpa os móveis e a janela; Lilian, você fica com o closet.

– Tá bom mamãe!- Lucy brincou

Laura jogou um pano que estava em cima da pia para a americana. Então, pegou seu celular , pôs os fones e começou a dançar/limpar.

–------------------------------/////////////-----------------------------------

22 de setembro, segunda-feira, Corredores do Palácio de Catarina. 16:45.

Selena corria pelos corredores. Se xingava mentalmente por ter ficado para trás para comer mais um pouco de seu marido: o cachorro quente. Ela e as meninas tinham combinado de ensaiar depois da aula de teatro da Annie e antes da aula de Botânica de Thalia. Mais ou menos uma hora e meia de ensaio.

De repente , a música Don’t stop the music da Rihanna veio na sua cabeça. Ela começou a canta-la enquanto corria. Se sua professora de canto visse aquilo , a mataria. Cantava fora do ritmo e tom. Por vezes, perdia o controle da voz e soltava uma espécie de grito agudo.

Quase escorregou quando passou no lugar que a faxineira tinha acabado de limpar, sujando-o. Enquanto aquela senhora gritava palavrões Selena disse “desculpa” , sem parar de correr.

Finalmente, ela conseguiu sair do Palácio e alcançar sua bicicleta. Agradeceu por ter lembrado de colocar seus jeans, quando errou o banco e caiu no chão. Tentou de novo e saiu correndo feito louca.

O vento frio dessa época de meia estação cortava seu rosto e emaranhava seus negros cabelos que estavam soltos. Ela tentava não matar as pessoas que andavam na ciclovia.

“ e ainda dizem que eu sou a burra” ela pensou.

Revirou os olhos e se arrependeu , pois quase caiu no gramado ao lado. Desviou e começou a arfar.

O caminho foi assim até ela chegar alguns metros perto da garagem dos quartos de número entre vinte e trinta.

Uma mecha do cabelo parou nos seus olhos e, quando ela tirou-a dos olhos, perdeu o controle. Rapidamente , enquanto tentava retomar o controle viu alguém á sua frente. Tentou frear, o que só piorou as coisas, uma vez que a bicicleta guinou , se chocou contra o ser e Selena voou alguns 20 ou trinta centímetros adiante. Por sorte, caiu na grama.

Com dificuldade, ela se senta e tenta focar olhar em qualquer coisa. A mexicana precisou de alguns segundos para se lembrar o que tinha acontecido á menos de um minuto.

Então viu um garoto desmaiado no chão e sua bicicleta em cima dele .A única coisa que conseguiu pensar foi: “ merda”.

Se levantou com dificuldade e cambaleou até ele. Tirou a bicicleta de perto e olhou o rosto do rapaz. Ela arregalou os olhos ao se lembrar de quem era: Joshua Mitoyu. Vindo da Coreia do Sul ( ao contrario de Drew que vinha da do Norte).

– Ai meu Deus! Eu matei alguém!- Selena se desesperou e bateu no rosto do menino – Joshua! Joshua!

– Ai!- o garoto gemeu

– Ah! Você tá vivo! Já posso ir!

– Não vai nem perguntar s estou bem?- o menino perguntou

– Você está bem?- Selena perguntou de um modo tão natural que parecia até verdade

– Sim, obrigada.

– ótimo!- ela foi em direção a bicicleta

– Não vai nem me ajudar a levantar?

– Como você é reclamão!- a mexicana disse enquanto levantava o garoto, o que não foi difícil já que ele era bem baixo.

– Por que tanta pressa?- ele pergunta caminhando junto á ela até a bicicleta.

– Estou atrasada.- ela disse como se explicasse tudo.

Na verdade, tudo o que ela queria era encurtar a conversa para evitar se atrasar mais do que já tinha certeza que estava.

– Olha... que tal a gente continuar mais tarde?- ela sorriu, tentando parecer gentil

Joshua abriu a boca para dizer algo, mas Selena foi mais rápida.

– ótimo! A gente se vê!- disse ela enquanto subia na bicicleta e saiu correndo, praguejando algo em espanhol.

–------------------------------//////////----------------

Palácio de Schonbrunn , 22 de setembro, segunda-feira. Quarto 63,terceiro andar,23:49.

Laura mexia no computador de Miranda com as mãos trêmulas. Claro, ela fazia isso com a cortina fechada e no balcão da copa. Ela sabia que era besteira da sua cabeça, mas não conseguia evitar de pensar em monstros e demônios.

“Nota mental: Nunca mais assistir filme de terror quando você sabe que vai passar o resto do mês sem dormir por causa disso. Eu sei essa nota é estupida já que você vai assistir de novo só porque não quer que te chamem de medrosa”

“Nossa! “ pensou” quanta gentileza , não consciência?”

“uhm! Só disse a verdade! Metida!”

Laura balançou a cabeça. Tinha chegado no nível máximo da insanidade. E não era só por falar com a consciência , mas brigar com ela. Voltou seu olhar para a tela do computador.

Fazia pouco tempo desde que a brasileira descobrira a senha do outro login de Miranda Cloman, mas ela lia e relia tudo com um fanatismo preocupante, até mesmo ela via isso. Porém, não conseguia evitar. Lendo cada linha, ela sentia que começava a compreender que realmente tudo isso era grande. Maior o que sete cidades de São Paulo, a brasileira dizia.

Ela não sabia ao certo por que , mas havia se apegado á um texto que falava de nove guardiões. Ela entendeu que isso tinha a ver com as famosas nove musas gregas. Laura, sendo uma grande fã de mitologia grega , sabia seus nomes sem sequer precisar se esforçar : Calíope, Clio, Erato, Euterpe, Melpômene, Polímnia, Tália, Terpsícore e Urânia.

De acordo com o que lia ( quer dizer... o que conseguia traduzir já que estava escrito em Malgaxe. Isso não a surpreendia. Se Miranda queria esconder isso de alguém, nada melhor do que por uma senha que só ela saberia e um idioma que dificilmente outra pessoa saberia. É. Mas, Laura sabia. Sabia essa e outra 47 línguas, incluindo línguas mortas. Sabia o suficiente para conseguir lê-lo.) os guardiões tinham a missão de ajudar os oito escolhidos e proteger os quatro objetos sagrados. Quais eram os objetos? Bem... De repente o cérebro da jovem Prado resolver dizer “chega! Caramba! Eu tô com sono! Eu quero dormiiiiiiir!” Então, a menina desligou o computador, guardou-o no fundo falso que tinha atrás de seu criado-mudo, na parede e dormiu. Pelo menos era isso que ela desejava.

–dream on-

ela viu uma garota seguindo um falcão. Tentara de todo jeito vê-la , mas a garota era rápida demais. Viu uma coruja cinza. Uma coruja-das-Torres , mais precisamente, voando sobre o Palácio de Schonbrunn e pousando em uma janela do quarto andar. Viu uma sala, provavelmente usada como guarda-tudo. Subitamente, sua visão se focou em um dos livros da prateleira e, depois, em um armário ali perto.

Então, Laura viu algo que a assustou: Felipe e Lucy, correndo feito loucos. Pareciam estar sendo perseguidos , mas ela não conseguia ver os rostos de seus perseguidores. Algo lhe dizia que ninguém viria para ajuda-los, o que a deixou muito desesperada. Laura tentou gritar, mas sua voz não saiu .Foi só então que percebeu que seu sonho não era nem em 1ª nem em 3ª pessoa. Era como se estivesse vendo um vídeo. Ela não se via, porque não estava ali. É difícil de explicar. Mas , ela não está ali, simplesmente, vê.

Antes que tentasse fazer qualquer outra coisa, a cena mudou novamente e ela viu Annie Retzmann, a amiga de Katherin, entrando em um grande casarão abandonado. Depois, viu um pedra que parecia brotar do chão. Ela tinha tamanho retangular perfeito, como se tivesse sido esculpida pelo melhor escultor.. Alguns pedaços estavam quebrados, mas eram pequenos. Ervas daninhas cresciam nela, deixando poucas partes de seu aspecto sujo e antigo aparecerem. E, por fim, viu a entrada de uma caverna.

Por um segundo tudo ficou preto, até uma mulher vestida com um longo vestido azul escuro, ornado com pequenos pontos prateados que Laura jurava :brilhavam. Em seus cabelos castanho cor-de-mel ,(como os da jovem Prado) estavam presos em uma bela trança e , em sua cabeça, levava uma linda coroa de estrelas. Seus olhos eram castanhos e ela levava uma expressão séria ,tendo ainda uma ar de superioridade e inteligência. Ela tinha uma espécie de aura branca em volta dela.

– Laura Fregaza Regina Pinto Mantello Aparecida do Prado.

– Sim. Sou eu.- Laura se surpreendeu pelo fato de poder falar e de que a moça sabia seu nome. Seu nome inteiro.- Como sabe quem eu sou?

– Eu sei até quem você vai ser.- a misteriosa donzela sorriu enigmaticamente- Você é a minha favorita.

A brasileira sentiu seus músculos ficarem rígidos. Ela tinha a vaga impressão de já ter visto aquela dama de azul antes... mas... como assim ela era sua favorita?

– Você terá seu tempo para entender... – ela disse ,como se pudesse ler os pensamentos da menina.- fique atenta! O seu começo está próximo! Seu dom também carrega sua própria maldição. Vocês todos serão testados. Depois, chamados. Você precisa atender ao chamado! É de suma importância que você aceite.

AS pernas de Laura fraquejaram.

– Não sinta medo!- ela disse em um tom repreendedor e doce ao mesmo tempo- Estou ao seu lado! Sua história estava escritas nas estrelas a muito tempo.- ela passou a mão pelo rosto de Laura- não tenha medo! Se te escolhi é por que sei que é você!

– Como vou saber se passei?

– Ele vira até você! Agora... preciso ir.- ela vez uma reverência e sumiu. “

–dream off-

Laura acordou em um pulo. Sentia o coração disparado .

– Mas o que foi aquilo?!- perguntou

Ela se deitou novamente e ficou olhando para os lados toda hora. Com medo de algo que sequer sabia o que era. Demorou uma hora inteira até que voltasse a ter seu sono sem sonhos de volta.

–-----------------------------------------/////////////////--------------------------------------

25 de setembro, quinta-feira. Palácio de Schonbrunn, primeiro andar. 16:58.

Katherin andava calmamente pelos corredores. Ela tinha prometido á si mesma que exploraria cada canto daquele lugar. Então, aproveitara o tempo livre para dar uma volta. Ela gostava de observar cada detalhe da parede, de um quadro, de uma das colunas gregas que apareciam vez ou outra.

Ela tinha deixado o quarto porque Annie tentava desbloquear o wi-fi do prédio, já que a internet com fio também tinha cota.... E esta não dava para as cinco. Como a australiana ainda não tinha conseguido jogava algumas coisas na parede e berrava grandes palavrões. Katherin achou melhor sair daquela atmosfera.

Ela levava o mapa que recebera no primeiro dia na sua mão. A francesa não se conformava que já estava no Palácio á 25 dias e ainda se perdia de quando em vez.

Perdida em seus pensamentos ( ou como Annie diria: no reino perdido da Katherinlândia), a jovem começou a observar o teto. Nisso, tropeçou e caiu.

Sentada no chão extremamente bem limpo , Katherin bufou. Odiava quando isso acontecia e , em quase um mês, já tinha caído, no mínimo sete ou oito vezes no território de Grander Hall. Se sentia uma completa pata desengonçada. Isso a constrangia muito.

Ela se levantou praguejando em todo tipo de língua que veio em sua mente. No fim, prometeu a si mesma que teria umas aulas de etiqueta e postura com Thalia.

Olhou para baixou, queria descobrir em que tropeçara desta vez. Se surpreendeu: viu apenas uma mísera pedrinha no seu caminho.

Katheri não sabia se ria ou se chorava da sua estupidez. Mas, por fim, pegou a pedra dizendo:

– Cada dia pior , senhorita Perrié. Cada dia pior...

Ela parou e observou a pedra. Não que ela soubesse muito sobre rochas, mas ela nunca tinha visto uma igual antes... Tinha um tom cinza acobreado muito bonito. De altura era alguns milímetros maior que o dedo mindinho da francesa. De largura? Talvez entre seis ou nove centímetros. Ela era mais leve do que Katherin imaginara e seu formato era arredondado, apesar de ter algumas falhas.

Subitamente, a garota ouve um som de fechadura alguns metros adiante. Quase em um movimento involuntário, ela se esconde atrás de um busto de alguém. A base negra em forma de retângulo era larga o suficiente para esconde-la. Katherin pôs os olhos para ver o que acontecia mais a frente e viu dois homens conversando.

O primeiro era um jovem bem apessoado, de uns vinte e poucos anos , com cabelos castanhos. E, pela sua expressão parecia estar brigando com um homem de uns 48 anos, mas já com algumas grandes mechas do cabelo com fios brancos. Ele estava vestido com uma roupa que indicava claramente que era o zelador e parecia realmente assustado. O jovem, que vestia uma calça jeans, uma blusa azul marinho e um suéter de decote em V bege, apontava o dedo ameaçadoramente para o zelador.

O mais novo, Katherin tinha certeza de já ter visto-o andando pelos corredores da escola, mas não sabia seu nome. O outro homem era um dos muitos zeladores que cuidavam daquele palácio. A francesa já o vira uma vez, quando ele limpava a janela de seu corredor.

O de cabelo castanho olhou para os lados, como se verificasse de que não havia ninguém. Nisso, a menina se abaixou e ficou quieta por um tempo, rezando para que nenhum deles viesse em sua direção.

Ouviu passos ao longe e outros vindo em sua direção. Katherin fechou os olhos, era seu fim. Iam vê-la e...

– Bill?!- alguém chamou do outro lado do corredor

Katherin levantou o olhar e viu que o jovem tinha sumido e os passos que andavam em sua direção eram do zelador, aparentemente chamado Bill. No fim do corredor se encontrava Jenna, uma aluna do segundo ano ótima com a flauta transversal.

– O que foi Jenna?- Bill perguntou em um tom doce

– A Alessa vomitou no quarto- a garota respondeu em tom alarmado- De novo

Katherin viu o homem caminhar em direção a menina e os dois sumiram de vista. A francesa não pode conter um suspiro de alivio. Então, reparou em algo estranho: seu mapa, que estava aberto ao seu lado mostrava o corredor que estava, mas não o qual Bill e seu companheiro saíram.

Ela pegou o mapa e se levantou. Conferiu sua posição. Continuava ali , no corredor B26 um dos menores do primeiro andar. Nada de um corredor que saísse por ali.

Katherin olhou desconfiada para o lugar de onde ambos saíram e começou a caminhar até lá. Quando chegou lá, viu um corredor, escuro não muito comprido( menor do que o que ela se encontrava) , e com somente uma porta no fundo. Ela encarou o lugar e olhou para os dois lados antes de entrar no corredor.

–------------------------------------//////////////--------------------------------

Jardins do Palácio de Schonbrunn, dia 25 de setembro, quinta-feira. 17:15.

Michael se xingava mentalmente por ter aceitado o convite de Ameerah para conversar. Os dois se conheciam desde o berço, suas mães eram amigas e seus pais sócios de um negocio paralelo o oficio.

Enfim, toda vez que ela o chamava para conversar no fim da tarde para tomar um chá, não era coisa boa.

Todavia, até agora as previsões do italiano ainda não tinham se tornado realidade, ele e a bela saudita levavam uma conversa normal. Até ela morrer e se fazer silêncio.

Ameerah pousou a xícara de seu chá no pires com a elegância digna de uma princesa árabe e disse:

– Então... como vai a vida com seus colegas de quarto?

Michael encarou com um olhar que diz “estava bom demais para ser verdade” e comeu um pedaço de bolo, demorando tempo o suficiente para pensar até onde essa conversa iria parar.

– Bem. Estamos descobrindo a senha do wi-fi.- Michael disse com naturalidade, como se invadir um sistema super bem equipado fosse normal. Na verdade... Para ele ,era sim.

– Uhm- assentiu Ameerah tomando mais um gole de chá.- E o Edson está ajudando?

“fudeu” pensou Michael

– Sim, ele ,o Chad, O Fredie,o Leo... Ah! a Katherin e a Annie ajudam também!

– E... -ela põe a xícara vazia na toalha que eles estavam usando- Você e o “Ed”- ela pronunciou o nome com certo desprezo- já se acertaram depois de tudo aquilo?

– Erah! Foi só uma briga besta! Por que você ainda se importa?!

– Por que eu não gosto dever você se rebaixando assim!

– eu não estou me rebaixando, Erah!- Michael disse em tom cansado

– Está sim! – ela insistiu- Ele faz o que quer e você perdoa assim?!

– Nem foi tão feio assim! E pra sua felicidade nos passamos um tempo brigados!

Michael já estava cheio de Ameerah ficar instigando ele a se separar dos amigos. Ano passado ele e Edson tiveram uma briga feia e, por acidente, Edson acertou a barriga com a cadeira em que estava sentado com força. Eles passaram por volta de uns três meses sem se falar direito até fazerem as pazes. Michael sabia que Ameerah detestava Edson, mas achava demais ela ficar falando mal dele o tempo todo.

A jovem precisou de alguns segundos para entender a indireta na última frase do italiano.

– Você está insinuando que eu comecei aquela briga?! Por que que eu me lembre

– Estou dizendo que você cortejava aquela briga á anos! Desde de que ele disse que você era metida!

Ameerah passou alguns minutos pensando. Aparentemente ponderando se valia ou não a pena continuar aquela discussão. Aparentemente , ela ouviu a voz da razão.

– Está bem. Se quer continuar sendo amigo dele...

– E vou, não importa o que diga...- Michael interrompeu

– Eu suporto. – ela deixou bem clara a última palavra e então, respirou fundo.- Mas... como vai a vida com as meninas do 22? Me disseram que você é bem amigo da aluna nova, Katherin.

– Ela é minha amiga, sim. Uma garota muito legal. Mas, acho que você sabe disso. Afinal, dividem a sala de descanso.

– Me conta... Não rola nada entre vocês...?- ela levantou a sobrancelha

– Tenho 14 anos ,Ameerah. Não acha que sou um pouco novo para namorar?

– Não existe idade para o amor- ela cantarolou

– Aliais, conheço ela á menos de um mês...

– Ás vezes é amor a primeira vista...- ela suspirou

Michael sorriu daquela cena. Ele já entendeu onde ela queria que ele chegasse.

– Se tem alguém que parece apaixonada aqui para mim, é você- disse com naturalidade, mordendo uma bolacha.

Ela o encarou e ele deu de ombros.

– Como assim?

– Vai quere que eu desenhe?- ele brincou- quem tá toda suspirando e felizinha aqui é você.

– Não é esse o assunto.- ela retrucou

– Eu já respondi á suas perguntas...

– Você respondeu á uma pergunta. Como vão as coisas com as meninas do 22?

– Bem. Algumas semanas atrás fomos até as villas, para mostra-las á Katherin. Mas , no final, quase perdemos o horário. Quase moremos do curassaum como diz Medie...

– Medie?

– É ...- Micahel estranhou, todo mundo a conhecia por esse nome- Medelaine Jones...

– Ai credo! Você anda com aquela idiota!

– Aquele idiota é amiga da Thalia, da Katherin e das outras. Além de também ser uma boa pessoa...

– Ela não é amiga da Tha! – Ameerah respondeu- Ela fala mal dela o tempo todo!

– Ameerah, chega! –Michael se levantou- O que deu em você hoje, em? Qual é ?! Por que está falando mal de todo mundo!

– Eu não...- ela disse , se levantando

– Está sim! Você chegou a dizer que a Thalia, sua amiga , fala mal dos outros pelas costas! Quem é você e o que fez com a Erah que eu conheci?!

– Eu não sei...- ela ia terminar a frase , mas Michael já tinha ouvido mais do que conseguia aguentar

– Sabe que eu também não! Venha falar comigo só quando descobrir, ok?

Dito isso, saiu pisando pesado e soltando uns palavrões em italiano. Não sabia que bicho mordera Ameerah. Ela sempre fora tão doce e gentil... mas, desde que chegaram ela tinha se tornado rude e má.... Michael decidiu descobrir o que havia de errado com a garota que era quase sua irmã.

–-------------------------------/////////////////////----------------------------

Parque do Palácio de Schonbrunn, 25 de setembro , quinta-feira. 17:18.

Laura estava sentada em um dos mais altos galhos de uma árvore. Estava quieta . Algo que não costumava fazer com muita frequência. Tinha contado sobre seu sonho para Lucy e Felipe. Eles não tinham entendido muito bem e agora achavam que Laura estava louca ou algo parecido... Isso a deixava irada. Odiava que as pessoas quando as pessoas a tratavam como bebê.

Irritada, ela deu um murro na casca da árvore. Doeu , mas a menina sequer reclamou. A dor não era com o que ela se preocupava agora.

Uma lágrima escorreu pelo canto do olho dela, mesmo com ela fazendo toda a força que tinha para não chorar. Chorar lhe lembrava de quando tiravam sarro dela na escola porque ela era a mais sensível. Não conseguia acreditar que até seus melhores amigos não acreditavam na veracidade dos fatos.

Mas, agora isso não importava. A dama de azul lhe dissera que ela teria de passar em um teste. Laura não fazia ideia do que ela iria passar. Porém, de algum modo , se sentia preparada.

“que os jogos vorazes comecem” ela brincou. Todavia até isso a fez se entristecer. Sua irmã , Luísa, era fã dessa serie de livros e , como Laura nunca leu, chamava-a de poser. A brasileira nunca se incomodou, mas quando se está triste cada insulto que lhe dizem parecem aumentar umas mil vezes...

Felizmente, os pensamentos da menina foram interrompidos por uma discussão. Laura esticou o pescoço e procurou de onde vinha o som. Não achou. Por isso, resolveu descer.

Quando pisou no chão, ouviu a discussão mais claramente. Eram claramente, um homem e uma mulher. Ela agradeceu por te ruma audição muito boa. A culpa era de seus primos, tinham que ter algo muito bom para se esconder no pique-esconde.

Correu em direção aos gritos. Conhecia as vozes, mas estava demasiada ocupada em segui-las.

Ao chegar no seu destino, viu Michael Giordano, o amigo de Katherin ,saindo a passos pesados e Ameerah recolhendo uma cesta de piquenique nervosa. Laura não segurou a curiosidade e foi até a menina.

– O que aconteceu aqui?

– Um piquenique. Não tá vendo?- A garota retrucou

– Sua simpatia é contagiante...- Laura comentou esperando que a saudita respondesse , mas ela ficou quieta- Por que vocês dois estavam discutindo?

–Isso é um assunto meu! Para de ser criança e vai cuidar da sua vida!- Respondeu Ameerah se levantando e indo embora.

– Obrigada pela simpatia!- Laura gritou enquanto ela se distanciava- Você está realmente um doce hoje!

Com raiva, ela se jogou na grama, sequer se importando com a sujeira que isso deixaria em suas roupas. Ela quem as lavava mesmo. Olhou para o céu e ali ficou. Não queria voltar ao seu quarto e reencontrar Lucy , mas também não queria ficar ali triste e jogada para que alguém viesse e a estressasse mais perguntando “tudo bem com você?”.

Por fim, resolveu continuar a andar pelo parque, talvez achasse um bom lugar para se esconder da humanidade que parecia ter tirado o dia para desmoraliza-la e irrita-la.

Bufou, ajeitou a franja e voltou a caminhar.

–------------------------////////////////----------------------------

Palácio de Schonbrunn, (corredor sinistro?), primeiro andar. 25 de setembro, quinta-feira. 17:18.

Katherin tinha atravessado o corredor com muito cuidado e medo, já que ele era escuro e ela sequer tinha o celular. Devia ter demorado uns quinze minutos para atravessar e outros dez para ter coragem de abrir a bendita porta.

Mal, abrira a porta já apalpava as paredes em busca de um interruptor. Finalmente, o achou. Quando a luz acendeu, Katherin piscou com força. Tinha se acostumado com a escuridão. E, devagar, fechou e trancou a porta.

Então, se virou e começou a varrer a sala com os olhos. Ela não era muito grande... tinha , mais ou menos o tamanho de dois armários de vassouras juntos. Na parede , em frente a menina havia uma estante cheia de livros que ia do teto ao chão ( não devia ter muito mais de dois metros). Do lado esquerdo havia um estante cheia de objetos aleatórios: panos, roupas, caixas, brinquedos... mas, do lado direito havia duas poltronas bem empoeiradas e antigas. Atrás delas, existia um guarda-roupas de aparência extremamente velha e descuidado, como se alguém não o quisesse mais e o tivesse jogado ali para empoeirar no canto.

A francesa caminhou pela sala, olhando cada móvel e , quando esbarrava em algo , soltava alguns espirros. Por fim, ela parou em frente ao guarda-roupas, estudando-o cuidadosamente. Percebeu que ele tinha algumas partes quebradas. Quando o abriu , ela se deparou com um monte de roupas antigas, que pareciam não ser usadas á séculos. Isso a fez se perguntar qual era a finalidade daquele móvel ali.

Começou a mexer nas roupas. Se encantou com a beleza dos vestidos de época, que ,há algumas décadas deveriam estar lindos , no auge de sua glória. Repentinamente, Katherin ouviu o estrondo vindo de suas costas. Sem hesitar, a menina se fechou dentro do guarda-roupas, em meio a todos aqueles vestidos.

Olhando pelo buraco da fechadura, conseguiu ver apenas, duas roupas pretas. Ela tentou, de todas as maneiras, ver o rosto dos seres á sua frente. Mas, era impossível pelo buraco da fechadura. Se contentou, então á ouvir a conversa.

– ... Por que não posso vê-lo?- perguntou a voz de um menino

– Você ainda é um novato na ordem.- respondeu uma voz meramente conhecida- não está autorizado á chegar aos aposentos das altas cúpulas. Ainda tem de passar pelos testes , provar que é um de nós.

– Pensei que já tinha provado...- o menino murmurou

– está discordando das decisões dos líderes?- aquele tom agressivo... Katherin , infelizmente conhecia..

“John Peter” A boca dela formou as palavras sem emitir um único som.

– Não.. não- gemeu o menino assustado.

– Acho melhor controlar esse seu gênio , garoto- John cuspiu a última palavra , como se fosse um insulto

– Certo- o menino concordou, nada feliz- Vamos logo.

Katherin entrou em pânico ao ver que eles iam trancar a porta. Queria berrar , mas preferia passar a noite naquele guarda-roupas empoeirado á ter de se explicar á John Peter.

Todavia, para a sorte dela, Bill, o zelador a salvou.

– Hey! Meninos!

– O que foi Bill?- perguntou John de maneira estressada

– Deixem a porta aberta! Vou precisar pegar o esfregão.

– certo- disse o menino deixando a porta encostada.

Katherin esperou Bill entrar. Ele usava fones de ouvidos , o que facilitou a fuga da menina , que , á passos silenciosos, saiu da sala. Quando chegou no corredor, foi embora correndo.

–--------------------------------/////////////-----------------------------

Palácio de Schonbrunn, sala de descanso nº4 ( já contei que cada andar tem quatro salas de descaso?... acho que não ,né?), quarto andar. 28 de setembro, domingo, 14:35.

Fredie conversava com Leo. Ele tinham dado um tempo da operação “roubar wi-fi”. O egípcio se sentia meio desconfortável falando sabendo que a prima do amigo estava alguns metros atrás, empoleirada na janela.

O menino tinha perguntado se não era perigoso deixa-la lá, mas Leonardo dissera que ela estava acostumada e tinha bastante pratica. Fredie resolver confiar.

Distraído, enquanto ouvia Leo contar alguma de suas aventuras de seu sítio, o garoto olhou a sala ao seu redor. Aquela sala de descanso era a maior e mais sossegada de todas no andar, pois era um pouco longe, da maioria dos quartos, por isso tinha tanta paz.

Ela era muito maior que o quarto dos meninos, talvez entre duas ou três vezes mais espaçosa. No centro, havia um conjunto de quatro grandes sofás com uma mesinha de centro. No lado esquerdo da porta, havia uma estante de livros encostada e , no lado direito, começava a copa, que fazia um L virado para a esquerda ( Assim:“¬” só que virado para o outro lado, ok?). No lado esquerdo existia uma mesa de pingue-pongue, outra de sinuca e mais uma de futebol de mesa ( pebolim, sabem?). No fundo da sala, existiam quatro pares de poltronas, cada qual em um canto. Leo e Fredie se encontravam no segundo e Laura estava na janela em frente ao terceiro. A parede do fundo, que estava ao lado direito deles era , da metade para cima, janelas de vidro muito limpo. A sala inteira tinha um cor bege.

Repentinamente, Fredie ouve uma voz em seu ouvido gritar:

– Viajando alto , Kadjadja?- o loiro pula da poltrona e se vira vendo uma imensidão de cabelos ruivos atrás dele

– Boa-tarde para você também Perrié.- ele resmungou

Leo e Katherin riem e ela apoia as costas na janela ao lado deles, que estava fechada. Fredie sorri, a menina sempre aprecia e desaparecia do nada. Se ela quisesse daria uma ótima arteira como ele e Annie, mas a francesa tinha seus conceitos.

– Então... – ela começou a balançar a cabeça- Sobre o que estavam falando?

– Eu estava ouvindo as fantásticas aventuras de Leonardo Castro.- Fredie zombou recebendo uma careta de Leo

A garota revirou os olhos e olhou para Laura, alguns metros adiante.

– Boa- tarde Laura!- Katherin sorriu- Como vai a Lucy e o ...

– Por que eu sempre tenho que saber deles?! Não fico 24 horas por dia com eles ,ok?- ela retrucou irritada- quer saber?! Eu vou dar uma volta!

E, a passos pesados, e praguejando algo que Fredie achava ser português a brasileira saiu.

A francesa não conteve o riso.

– Mas, o que deu nela?

– aparentemente brigou com o mundo...- Leo deu de ombros- Mas, toda vez que eu pergunto alguma coisa á ela a resposta ou é “ parece que a humanidade tirou o dia para me irritar” ou ‘ Cala a boca e me traz mais danoninho Leonardo”. pelas minhas estatísticas ela deve tá bem mal... Você me dão licença? É melhor eu ir atrás dela...

– Vai, vai..- Fredie e Katherin assentiram vendo o garoto fechar a porta.

Depois de alguns minutos de silencio , Fredie resolve quebrar a paz.

– Ele diz que ela é irritante, mas no fundo , ele ama muito a priminha...

Katherin sorriu.

– Todos amamos os primos- ela riu se sentando na cadeira que antes era ocupada por Leo- mesmo com eles sempre nos irritando...

– Se eu tivesse um primo para saber- Fredie murmurou

– Ai desculpa!- Katherin se apressou á dizer fazendo o egípcio se sentir mal por ter feito tal comentário- eu não sabia que você não tinha tios...- ela fez uma careta- ok... acho melhor eu calar a boca antes de que acabe piorando tudo...

– Não, não...- Fredie sorriu tentando aliviar a tensão- eu estou acostumado... já superei isso...

Eles ficaram assim por alguns minutos até a francesa retomar a fala.

– Posso te contar uma coisa?- ela falou em tom tão baixo que chegou a surpreende-lo

– Claro- ele deu de ombros

– Ontem... eu estava dando uma volta no primeiro andar... sabe... aquele meio subsolo...

– Certo.- Fredie assentiu ainda um pouco assustado com o tom que ela usava.

– Então... eu achei um corredor que não está no mapa...

– O quê?! Não ! o seu mapa deve estar com defeito....- ele tirou o dele do bolso- pegue. Veja se encontra-o agora.

Ela passou um tempo estudando o velho mapa e depois negou com a cabeça.

– Olhe! Também não está aqui!- ela apontou um corredor- não existe nenhum corredor afluente do B26!

– tem certeza de que está olhando certo?- Fredie perguntou incrédulo

– Se não acredita em mim venha.- ela fez sinal para ele segui-la.

Relutante, ele correu atrás daquela massa de cabelos vermelhos.

–----------------------------/////////////------------------------

Estábulos de Grander Hall, 28 de setembro, domingo, 15:15.

Leo correu o máximo que conseguia. Ele não fazia ideia de como a prima conseguia correr tão rápido. Será que ela o deixava ganhar de propósito as corridas apostadas até o galinheiro?

Enfim, o que acontecia agora era que ele acabara de vê-la sair com sua égua ,Dália. Enquanto Leo ainda procurava onde tinha deixado relâmpago, seu cavalo.

Deu graças a Deus por ter achado seu cavalo negro , montou nele e saiu em disparada. Laura podia correr o quando quisesse para despistar Leonardo, mas se tinha algo que ele fazia muito bem era cavalgar.

Pouco depois, avistou a égua malhada da prima. Logo, estava emparelhado com ela.

– Laura! Será que você pode conversar?

– Eu...- ela ia responder mal educadamente

– Você vai parar! Agora!- Leo a cortou.

Aparentemente a menina ficou tão surpreendida e assustada com o tom e a agressividade do menino, que resolveu parar.

– Fala.- ela disse em um suspiro.

Leo sentiu pena dela . Sabia que Laura tinha o sentimento de que era a última... Era caçula entre os primos, os irmãos... E , além disso, ele também sabia que ela muito chateada quando alguém a ofendia ou duvidava dela... Fazia tempo que Leo aprendera que se deve tomar cuidado ao dizer algo á ela... a menina nunca esquecia do que lhe diziam.

– Desce.- ele pediu

Juntos, ambos desmontaram dos cavalos e ficaram de pé no vão que havia entre Dália e Relâmpago.

– O que foi?- ela perguntou sem tirar os olhos do chão.

– Eu que pergunto: o que foi?

– as pessoas me acham louca...- ela disse chorando

Leo ficou com tanta pena da prima que jurava ser capaz de chorar com ela. Mas, fez melhor puxou-a para mais perto e a abraçou apertado.

– Eu não acho- ele sussurrou no ouvido dela.

Ela chorou mais, porém o abraçou com tamanha força.

– Hey,!- Leo disse afastando um pouco o abraço e enxugando as lágrimas dela- Via ficar tudo bem , ok? Tenho certeza que eles não te acham louca! As pessoas só estão preocupadas com você! Tá bem?

Ela assentiu e o abraçou de novo.

– Que tal...- Leo disse , sorrindo- Já que estamos aqui... darmos uma volta, em?

– certo -ela assentiu e montou em Dália

– espera aí! – o menino gritou , sorrindo, montando no cavalo e saindo correndo atrás dela.

–--------------------------////////////////------------------------------

Palácio de Schonbrunn, primeiro andar , corredor B26. 28 de setembro, domingo, 15:25.

Katherin demorou um pouco, mas achou o bendito corredor.

– Está vendo?- ela apontou para o mapa.- Nem sinal desse corredor- ela apontou para o corredor escuro á frente deles.

– Nossa... Como eu nunca reparei nisso antes?!- Fredie perguntou-se , inconformado.

– Você muita gente , não?

– Menos um tal de John Peter, não?- ele se virou para Katherin.

Katherin assentiu. Havia contado a história toda para Fredie no caminho.

– Preparado?- ela perguntou fazendo-o arquear as sobrancelhas.

– Não tem nenhum bicho-papão atrás dessa porta. Você mesma disse –ele entrou no corredor sendo seguido de perto pela francesa.

Eles andaram pelo corredor em silencio até chegarem á porta.

– Como pretende abri-la?- perguntou o menino ao verificar que a porta estava fechada.

Katherin bateu a mão na testa com muita força. Como fora tão burra?! Não podia simplesmente achar que a porta estaria aberta!

Ela olhou-o com uma expressão de “Ops”. Todavia, para a surpresa dela , ele sorriu.

– é por isso que eu sempre tenho isso – ele tirou uma pequena chave do bolso e abriu a porta.

– Mas...- a menina balbuciou, surpreendida

– é uma cópia de uma chave mestra...- ele sorriu loucamente- Fiz uma no primeiro ano... Nem pergunte..

Katherin sorriu, agradecendo por ter alguém tão travesso como Fredie ao seu lado. Logo que entrou a francesa acendeu a luz. Esta foi rapidamente desligada por Fredie.

– Por que fez isso?- ela perguntou brava

– Quer que percebam que tem dois adolescentes aqui dentro?- ele tirou o celular do bolso do casaco.- Menos óbvio , não?

Katherin rolou os olhos e caminhou em direção á estante.

–Tem certeza que o som veio daí?

– Toda.- ela se virou para ele- vai ficar admirando a vista ou vai iluminar aqui?

– Você acha que é algum livro?

– Não... muito clichê , né?

– Não custa tentar...- ele se aproximou da estante- Vamos ver...

Enquanto Fredie citava cada um dos nomes dos inúmeros livros , Katherin percebeu algo diferente na parede... A lamparina antiga, perto da estante... Até hoje a menina não soube o porque... mas a puxou.

Imediatamente, a parede á sua frente se abriu, revelando uma passagem de uns cinquenta centímetros de altura com uma escada.

– Fredie...- Katherin voltou-se para ele assustada

– اللعنه- O garoto gritou... Katherin não sabia o que isso significava.... mas também não queria saber...

Eles estavam prestes a entrar, quando ouviram alguém na porta.

– ... Será que eu tranquei a porta?

A boca que Katherin formou a palavra “Bill”

“Bill?” Fredie perguntou.

Sem lhe dar resposta, Katherin fechou a passagem e correu para o lado da porta. A menina quase dançou ao ver que ele ainda tinha os fones de ouvido. Mal ele entrou, a francesa puxou Fredie para fora da sala e os dois correram até estarem no quarto andar.

– Acho melhor...- Katherin arfou- Estudarmos melhor os horários ...

– Concordo- a voz do garoto quase não saia.

–-----------------------------------///////////////////----------------------

Palácio de Schonbrun, terceiro andar, quarto 63. 29 de setembro, segunda-feira, 00:51.

Laura tinha noção de que teria de acordar cedo na manhã seguinte, mas não conseguia segurar a curiosidade sobre aqueles documentos...

Ela tinha acabado de ler um que falava sobre os “escolhidos”. Eles pareciam ser os principais da história... eles eram associados á várias coisa... mas, principalmente, aos quatros elementos. Entre os oito escolhidos, haviam dois que “eram” o mesmo elemento. Esse “par” tinha uma ligação especial...

De repente, se ouve o som de celular. Laura simplesmente pula e cai da cama.

“idiota” a menina pensou engatinhando até o criado-mudo. Ela arregala os olhos ao ver que o celular de Miranda. Mesmo assim, sem hesitar, a menina atende o número bloqueado.

– Alô- para a surpresa dela sua voz soou grave e confiante

– Laura!- A voz do outro lado da linha era , com certeza, masculina e pronunciou seu nome como se fossem velhos amigos.

–Diga logo o que quer.- Laura disse com rispidez.

– Acho que já está na hora de você , eu e seus amigos nos encontrarmos...- ele disse de um modo, que fez a brasileira ter certeza de que estava sorrindo – No dia 30, haverá um concelho de professores e vocês terão o dia de folga. Use o celular de Miranda, ele vai te guiar até mim.

– Como posso confiar em você?- a brasileira perguntou , sem rodeios.

–Se vier, encontrará as respostas.

– Mas...- ela não ouviu mais nada.

– Desgraçado!- Laura berrou tacando o celular na cama.

Bufando ela desligou o computador de Miranda e foi dormir. Mas, parecia que o sono não seria mais seu companheiro dali em diante...

–------------------------///////////////--------------------

Palácio de Schonbrunn, terceiro andar, quarto 63. 29 de setembro, segunda-feira, 18;49.

– Como assim, ele te ligou?!- Felipe exclamou nervoso

– Ligando , sabe... tipo, Alô?- Laura respondeu rispidamente. Lucy tinha certeza que ela ainda estava brava com eles...

– E... era um homem, certo?- ela perguntou

– Sim, Rose.- Laura respondeu com uma formalidade fria

– E você vai seguir as instruções de um estranho?!- Felipe perguntou exasperado. Lucy sabia que ele estava preocupado, mas o nervosismo dele não estava ajudando muito. Ela sabia que esse era o jeito dele de tentar impedir que Laura fizesse uma loucura... Assim como manter a calma era o dela.

– E você quer o que?!- a brasileira se levantou da borda da cama- que eu perca a única oportunidade? Que eu deixe pra lá toda essa história?! SE vim até aqui, eu vou até o fim!

Lucy suspirou.

– Laura, por favor, entenda... Isso não é normal... VXS não se entregaria assim! Ele fez tanto mistério para se entregar?! Pense!

A menina passou alguns minutos em silencio... Por um mero momento Lucy pensou que ela ainda não tinha desistido, mas Laura respondeu:

– Você tem razão Lucy... Ele não faria isso.

– Então... desiste?- Felipe perguntou

– Desisto.- ela disse em um suspiro

– Não sabe o quão aliviada eu fico.- Lucy a abraçou, feliz.

–----------------------//////////////--------------------------------

Palácio de Schonbrunn, terceiro andar, quarto 63. 30 de setembro, terça-feira, 2:53.

Laura tinha ido dormir... mais uma vez... se arrependera...

–dream on-

“ Ela se viu em uma floresta escura, sozinha... ela gritava algo ... mas as imagens eram mudas... Então, viu Lucy atravessando uma rua quando um carro azul que estava parado na esquina passou em alta velocidade e um carro branco veio no sentido contrario, os dois esmagaram a menina.

Laura queria berrar , mas, de novo, não conseguia... Tentou chorar... mas também não sentia...

De repente a imagem mudou e ela viu uma loja estreita e arrebatada de objetos antigos... Um antiquário... Na parede do canto havia m relógio cuco.

Então, novamente, tudo ficou preto e a Dama de Azul apareceu.

– Você precisa evitar que as duas primeiras cenas aconteçam.- Sua voz já demonstrava que aquilo não era uma sugestão e sim, uma ordem.

– Mas... e a última?- Laura perguntou , enquanto via ela desaparecer

– Você vai entender.- dito isso ela sumiu.

–Dream off-

Laura acordou em um pulo... Mas, desta vez, sabia o que fazer.

–-------------------------------------------/////////////////-------------------------------

Palácio de Schonbrunn, sala de descanso nº4, quarto andar. 30 de setembro, terça-feira, 18:10.

– Perrié! Aleluia!- Fredie exclamou

– Desculpa! Não sabe como é difícil sair sem deixar as pessoas curiosas... E convencer a Selena a ir junto...- Ela disse entrando na sala. Estava completamente vestida de preto.

– Acha que realmente isso foi uma boa ideia? Parecemos dois ladrões! E se alguém nos ver pelo caminho...?

– Dizemos que vamos ensaiar ...

– Pra quê?!

– Teatro!

– Mas... Eu não faço teatro!

– Dane-se! Faça-os acreditar!

Fredie abriu a boca para falar, mas resolveu ficar calado. Se tinha uma coisa que sabia sobre Katherin Cassandra D´frectine Gocci Perrié ( Caramba! Que nome comprido!) era que ela era a menina mais cabeça-dura que ele já conhecera...

– Vamos! – ele a pegou pelo braço

Eles tinham passado os últimos dias vigiando aquele lugar e, descobriram que Bill saia ás seis horas da tarde... provavelmente acabava seu expediente. O único elemento surpresa podia ser se algum cara sinistro aparecesse... Ambos cruzavam os dedos para terem um pouco de sorte...

Logo, estavam no famoso corredor B26, a caminho da porta de metal que guardava um segredo que Fredie e Katherin estavam dispostos á descobrir...

Fredie usou sua chave-mestra para abrir a porta e Katherin refez sua ação, abrindo a passagem secreta.

– Pronto?- ela perguntou

– Damas primeiro- ele apontou para a escada.

– Covarde!- ela brincou ligando a lanterna e descendo.

–------------/////////////-------------

Jardins do Palácio de Schonbrunn, 30 de setembro , terça-feira, 18:10.

– Aonde você vai, Laurita?- perguntou Lucy vendo-a sair

– A Amy me chamou para ajudar a Jade á decorar o Café para o Halloween, já disse sargento Rose.- a brasileira sorriu

– Ah... é , né?

– E você? Onde vai com senhor Valentim?- Laura balançou a cabeça pra lá e pra cá e Lucy entendeu o que ela sugeria.

– Vamos comprar material para o trabalho de ciências...-Felipe respondeu

– Ah... aquele que certas pessoas me excluíram...

– Para de Chilique, Prado.- Felipe cortou-a , brincando

Laura fez uma cara de ofendida que deixou todos rindo.

– Quer que a gente te leve?- Lucy perguntou, apontando na direção das garagens

– Não , não ... preciso andar de trem... é o mais próximo do metrô paulista que posso chegar. Estou com uma saudade de casa...- ela olhou para o céu.- Acho que é porque, quanto mais o frio chega, mais eu ainda penso que terei um mês de férias , sabe?

Lucy deu um sorriso compreensivo. Laura havia dito á ela e Felipe mais de uma vez que no Brasil ( ela insistira muito que ele escrevessem com S e não Z) o período de aulas era diferentes.

– E... vai parecer muita bobagem. Mas... Você me promete uma coisa?

– Claro...- disse Lucy desconfiada

– Você sabe o quando eu sou supersticiosa e tal... então... quando você for atravessar a rua e , por acaso, ter um carro azul na esquina... não atravesse.

– Ok...- Lucy sentiu muito medo daquilo-Bom... boa sorte, então.

Laura sorriu, indo em direção ao portão principal, por onde o trem passava enquanto Lucy e Felipe iam para a garagem.

– Lucy..- Felipe diz quando eles entram no carro

– O quê?- ela se vira para ele enquanto programa o veiculo.

– Você acha que ela realmente desistiu?

Ela ficou um certo tempo fitando a paisagem lá fora até responder:

– Eu espero que sim...

– E se ela não tiver? E se ela mentiu para a gente?

– Nós vamos descobrir...- Lucy olhou para ele levantando a sobrancelha esquerda

– Como ...?- ele a encarou

– Depois eu te explico.

–----------------------------//////////////-----------------------

Estação de Trem Grander Hall, 30 de setembro , terça-feira, 18:25.

Laura estava sentada no banco da estação, o sol aparecia, mas fraco. Era um dia nublado. Ela olhava para o celular na sua mão e o soltou em seu colo.

Doía muito mentir para Lucy e Felipe. Porém , ela precisava ir até lá.

Triste, ela afundou a cabeça nas mãos, chorando. Como se esperando uma deixa, a memória de quando ela , Lucy e Felipe decidiram se aprofundar nesse mistério veio á sua mente. Isso só fez Laura se sentir pior. Ela se sentia um monstro por fazer isso.

Também estava preocupada com aquele seu sonho perturbador. Ela avisara Lucy, mas... E se ela se esquecer?

Laura levantou a cabeça ao ouvir o trem chegando ao longe. Ela se põem em pé e diz:

– Mal feito ,feito.

Ela entra no trem lotado, coisa que não a incomodava muito... Fazia lembrar um pouco casa. As pessoas lhe lançavam olhares curiosos. O que fez Laura pensar que devia estar com a cara vermelha.

Ela segurou o colar de melhor amiga que Lucy lhe dera no primeiro ano. Laura sempre o levava consigo. Ela colocou a medalha nos lábios e pensou:

“por favor... Me escute Lucy. Eu espero que você dê atenção ao meu pedido...”

–-------------------------------------------------------///////////-----------------------------------/

Palácio de Schonbrunn, passagem secreta da luminária . 30 de setembro, terça-feira, 18:26.

Katherin e Fredie estudavam a sala onde se encontravam. As paredes eram de pedra, e eram iluminadas por tochas. A sala se resumia em vários sofás e mesinhas dispostas. No fundo, havia... Uma porta?

Katherin caminhou ate ela com Fredie bem atrás.Eles examinaram a porta: era de metal e tinha uma escotilha.

– Já reparou que tudo aqui está muito limpo? – a menina perguntou

O egípcio se limitou a assentir.

– Isso significa, que não somos os únicos que tem conhecimento desse lugar.

Ambos engoliram em seco. Sabiam que as visitas de outras pessoas não podiam ser monitoradas nem previstas. Isso deixava-os nervosos.

– Vamos! Me ajude aqui!- a garota disse tentando girar a escotilha.

Os olhos de Katherin precisaram de um tempo para se acostumar com a escuridão. A porta dava para um corredor comprido e escuro.

– Poxa... Esse povo gosta de uma escuridão , não?- comentou Fredie.

A francesa sabia que ele estava com medo. Seria louco se não estivesse. Mas, a menina sentia que precisavam descobrir o que tinha ali em baixo. Era importante.

Juntos, os dois começaram a caminhar pelo longo corredor de pedra. O ar era úmido e frio. O que fazia Katherin se perguntar se não estavam dentro de uma caverna.

– O homem, desde seu principio , sempre temeu a escuridão. Um medo comum, que até hoje, se mantem. Por isso sempre associamos coisas ruins á noite, ao escuro, ás trevas.- a garota ia explicando enquanto andavam- Na idade média, se falava muito de seres malignos , bruxas e a e a escuridão das noites sem luz artificial, facilitava o medo e a fantasia das pessoas. Até hoje repare que a maioria dos filmes de terror acontece de noite.

Ela fez uma pausa. Estava falando mais para si mesma do que para Fredie. Mas, ela preferia continuar falando á ficar naquele silêncio sinistro.

– Já se perguntou o por quê das bruxas fazerem seus rituais e bruxarias á noite? E por causa disso. São associadas ás trevas.

– Ah... Tá bom... – Fredie finalmente disse algo- Isso vai ser muito bom se um dia eu tiver que lutar contra uma bruxa...

Katherin o encarou rindo enquanto acompanhavam a curva que o corredor fazia.

– Continuando... Muitas sociedades secretas fazem seus encontros a noite. Não por que eles acreditem que eles mesmos são “do mal”, mas por que as pessoas ainda temem um pouco a madrugada. O escuro. Mesmo não admitindo, e um medo que vai estar sempre acompanhando o ser humano. O fato de não poder enxergar o que está a sua volta faz qualquer um se sentir vulnerável.

– Tipo... A gente agora?

– Tipo.- Katherin assentiu nervosa.

Ambos pararam bruscamente quando o corredor se abriu. Haviam duas passagens: uma com uma enorme porta roxa e , a outra, era idêntica á primeira que eles abriram.

– Qual?- Fredie pergunta

A garota caminha até a porta roxa. Entretanto, percebeu um detalhe importante.

– Não tem maçaneta, escotilha... nada!

O menino se aproxima dela e começa a examinar a porta. Era como se alguém tivesse colocado uma parede roxa com borda verde-água no meio do caminho...

– Talvez só abra por dentro...- comentou Fredie- Vamos tentar a outra.

– Espere!- gritou Katherin prestando atenção em um detalhe.- Olhe!

Ela apontou para o topo , onde uma espécie de cobra mantinha a boca aberta, ameaçadoramente.

– E se aquela por a fechadura?

– Com certeza a minha chave não abre isso...

Katherin deu uma última olhada naquele animal assustador antes de ajudar o menino a abrir a outra porta.

A próxima sala lembrava um pouco um assembleia. Várias cadeiras, que lembravam vagamente poltronas de cinema, estavam viradas para o fundo da sala onde havia uma mesa comprida com seis lugares.

Atrás da mesa, havia outra porta igual á que tinham visto. Enquanto, no outro extremo da sala, existia outra porta de escotilha.

– Estou começando a me sentir em um vídeo game – Fredie comentou

– Eu prefiro o termo labirinto.- disse a menina quando abriram a porta.

Novamente, eles se viram em mais um corredor escuro. Mas, este era mais curto e, no final, haviam três passagens.

“ Você tinha que chamar isso de labirinto!” Katherin se xingou mentalmente.

– E agora?- Fredie perguntou

– Direita.- a menina respondeu quase como um impulso.

– Por que?- o egípcio perguntou

– Porque sim. Direitas sempre são uma boa opção!

O menino a olhou , confuso.

–é minha superstição, ok?

– Eu não disse nada!- ele levantou as mãos enquanto acompanhava-a pelo corredor.

O corredor era incrivelmente longo. Tão longo que Katherin jurava que já deviam estar debaixo do oceano.

– Será que esse corredor não tem fim?- Fredie perguntou fazendo a curva e não vendo porta alguma.

– Fim ele deve ter, nem que seja do outro lado do mundo.- a menina retrucou fazendo mais uma curva.

– Fala alguma coisa...- Fredie resmungou cansado

– Quer que eu fale o quê?

– Dá um dos seus surtos de Nerd de novo... é melhor do que ficar no silêncio.

– Está bem...- ela passou alguns segundos pensando até dizer.- Esta passagem deve ter nascido praticamente junto com o castelo.

– Está dizendo que ele surgiu na época da antiga monarquia?

– Antiga monarquia? Pensei que o arquipélago de órion ainda tivesse como sistema de governo a monarquia.

– Sim, sim. Mas, entre a monarquia de Ivan e a atual teve um tempo em que as ilhas eram uma republica.

– O que fez todo mundo mudar de ideia?- Katherin perguntou fazendo outra curva e percebendo como estava com sede

– Aparentemente, a republica aqui não deu muito certo... Corrupção, inflação, desemprego.... Então o povo resolveu se rebelar de novo e para trazer de volta a monarquia. Entendeu?

– Acho que sim...

Subitamente, a menina parou, alarmada, fazendo Fredie trombar com ela.

– O que foi menina?

Ela pediu silencio desesperadamente.

– Ouviu isso?!

– Isso o quê?!

Ela levou o dedo aos lábios em um claro pedido de silencio e o som pode ser ouvido de novo. Passos. No mínimo quatro ou cinco pares de pernas.

Fredie arregalou os olhos e soletrou “Ferrou”

Katherin moveu os lábios dizendo “Corre”.

Felizmente, ele a entendeu. O som de passos ainda estavam um tanto longe, mas Katherin não queria arriscar. Por sorte, seus passos se disfarçavam com os dos outros, o que diminuía as chances de perceberem sua presença.

Quando fizeram mais uma curva, na qual Fredie quase escorregou uma vez que o chão era muito úmido, sorriram ao verem três portas : duas roxas e uma de metal.

Correram para a única que sabiam abrir e giraram a escotilha.

Antes de fechar a porta, Katherin ouviu uma pessoa dizer;

– Tem alguém vindo na frente?

Desesperada, a menina fechou a porta e olhou ao redor , em busca de outra porta. Para seu pânico, a sala não tinha uma sequer saída.

Fredie a puxou para atrás de uma das estantes que existiam no fundo da sala. Ambos arfavam e se olhavam desesperados.

Ao ouvir os passos pararem e o som da escotilha girar , quando ela pensou que fosse seu fim, ela e Fredie se colocaram as mãos na parede.

“é o nosso fim” Katherin pensou.

–-----------------------------------/////////////////---------------

Estação Professora Gioconda Valencio, Rodovia Presidente Vincent Arnold. 30 de setembro, terça-feira, 18:35.

Laura descera na estação da qual o celular mandava. Ela não sabia como, mas o GPS dele estava programado para leva-la até VXS.

Ela ainda se sentia péssima por não ter levado seus melhores amigos com ela. A Dama de Azul lhe dissera que eles passariam em testes. Laura torcia para que lhe estregassem uma folha para responder as questões, mas sabia que não seria assim. Isso a deixava desesperada.

Ela não sabia porque, mas o pontinho vermelho do celular mandava entrar na floresta atrás dela.

– Você só pode estar brincando comigo.- ela resmungou batendo o pé no chão daquela sujo e pequeno ponto de parada.

Praguejando , ela caminha até a floresta ,pula a cerca que separa a floresta da estrada e começa a caminhar entre a mata densa, agradecendo por ter vindo de tênis e calça jeans.

A menina caminha até não ver mais a estrada para parar, e tirar da mochila algo que a deixaria mais segura: uma adaga de prata. Ela ganhara ela de presente da ex-namorada do seu irmão, Rafaela á alguns anos. Era claro que ninguém ,além das duas, sabia disso. Laura era uma menina cuidadosa.

Ela voltou a por a mochila no ombro e a seguir aquele bendito ponto, com a adaga em punho. Se ela sabia como usa-la? Alguém ainda tinha dúvida?! Ela sabia que a floresta era completamente selvagem. Muitos acidentes com jovens que decidiam acampar ou passear por essas terras aconteciam , especialmente por causa de animais selvagens. Mas, Laura tentou não pensar nisso enquanto caminhava entre as raízes das árvores. Andar em meio á mata não era muito problema para a menina. Sua mãe era uma bióloga e costumava leva-los para fazer trilhas em morros, florestas e etc.

A floresta na qual andava era inteiramente feita de pinheiros. As copas altas davam um ar sinistro ao lugar. Com a chegada do outono, o chão estava coberto por folhas secas e formavam um cobertor laranja avermelhado entre os caules. Alguns poucos arbustos existiam ali.

Quando estava na metade do caminho, ela ouviu um som que a fez sentir um arrepio na espinha. Era uma mistura entre um rugido e um berro humano. Ela , que tinha os ouvidos muito bem treinados para reconhecer a direção dos sons, sabia que ele veio de alguns metros atrás dela.

No instinto ,ela olhou para trás e viu um vulto atravessar as árvores. Ela queria gritar e sair correndo. Mas, de repente, as imagens de seu sonho vieram a sua mente junto as palavras da Dama de Azul “ Você precisa evitar que as duas primeiras cenas aconteçam”, ela disse.

A primeira cena era Laura correndo e gritando. Se ela precisava impedir aquilo... Engoliu em seco. Continuou seguindo o ponto, como se nada tivesse mudado.

“espero que eu esteja certa...” ela pensou e suspirou, antes de voltar a caminhar.

–-----------------------------/////////////////////-----------------------------

Avenida Zooey Goodjoke , Villa Maria. 30 de setembro, terça-feira. 18:55.

Já começava a escurecer quando Felipe e Lucy saíram da papelaria. Ele não fazia ideia do porque ela demorara tanto para escolher uma cartolina e canetinhas. Mas, então ela resolveu levar purpurina, cola-colorida, um estojo , uma borracha... E por aí foi indo...

Tradução: Lucy levou metade da loja ( ok, ok. Isso era exagero. Mas, ela acabou com o dinheiro que ela tinha levado) e Felipe era quem carregava as sacolas.

De alguma forma, o que Laura disse antes de eles saírem o deixara inquieto, angustiado... como se algo ruim estivesse prestes a acontecer.

De repente, ele tromba com Lucy .

– O que foi?- O menino pergunta segurando o ombro dela para não cair.

– Por favor...- ela disse lentamente- me diz que aquelas do outro lado da rua não são a Amy e a Jade...

Felipe ficou sem entender até ver as duas garotas citadas saindo de uma loja de artesanatos.

– Lucy ... você acha que...

– Eu não sei!- ela respondeu estressada- Mas, eu vou descobrir.

E, se mais nem menos, ela caminhou até a faixa de pedestres. Felipe correu atrás dela.

Quando ela estava quase pondo o pé na faixa , ele lembrou do que Laura dissera.

“Um carro azul...” Felipe olhou para a esquina mais próxima. Um Ford azul ascendia seus faróis. “ Não, não, não” ele correu até a menina que já estava no começo da faixa.

Felipe viu o Ford acelerar e, então, ele puxou Lucy pela cintura. Jogando eles dois na calçada enquanto dois carros, um azul e um branco se chocavam bem no lugar em que a americana estava.

Lucy olhou horrorizada para Felipe.

– Você viu...

Ele assentiu e ajudou-a a se levantar. Porém, como mortos-vivos de filmes de terror, os motoristas dos carros saíram. Ambos vestiam capas pretas e mascaras horrendas. Não pareciam estar com muita vontade de levar um papo cabeça.

– Felipe...- Lucy miou desesperada.

– Eu tenho um plano...: Corre!- ele pegou a menina pela mão, com as sacolas chicoteando o lado de seu corpo no outro braço.

Eles passaram por muitas pessoas, mas nenhuma delas pareceu perceber a presença daqueles homens.

“ Isso não é bom... nada bom...” Felipe pensou.

Se ninguém podia vê-los, que iria ajuda-los? Onde poderiam se esconder se aqueles homens estavam mais em forma do que maratonistas.

Eles entraram em um beco. Felipe se xingou por isso. Foi quando dois pares de mãos os puxaram pela cintura.

–-----------------------/////////////////--------------------

Floresta de pinheiros , 30 de setembro, terça-feira. 19:15.

Laura tinha andado mais de sete quilômetros. Ela tinha certeza. O pior de tudo era ter de se controlar para não sair berrando a cada som estranho que ouvia. E, para melhorar, já tinha escurecido.

Foi então, que ela viu uma luz. Uma luz artificial. E, começou a apertar o passo. Logo, ela estava na borda da floresta, de frente para uma ruazinha com pouca iluminação. O ponto vermelho estava mais perto. Laura sorri com a ponta de esperança que a invadiu.

Ela pulou a cerca que separava floresta de civilização e correu para a calçada.

Ela andava até mais tranquila pelas ruas... O ponto estava á duas quadras dali.

E, foi assim distraída , que ela passou em frente á um pequeno vão entre duas casas. Ela olhou nele e viu um homem magricelo e esquisito sair de lá.

Ambos se detiveram por um momento. “bem... não estou mais na floresta..” ela pensou. Nisso, com o coração disparado, saiu correndo. Mas, sentiu o homem atrás dela.

– Moça...

Ela não queria conversa. E, enquanto seguia o ponto, corria a toda velocidade. Quando não se é forte, é necessário outras características para a fuga. E, com estranho á noite, a inteligência e a astucia não ajudavam muito.

Com as pernas doendo, Laura parou em frente ao ponto vermelho. Olhou a placa. Não conseguiu lê-la. Então, olhou a vitrine. Era um antiquário. Olhou para a esquina, o cara levantou uma arma.

“um... entre a morte certa e o desconhecido... Eu fico com a mínima possibilidade de sobrevivência” Ela pensou enquanto abria correndo a porta.

Como de esperado por ela, estava aberta. E ela a trancou assim que entrou. Apertou forte o punho da adaga, estava escuro ali. Ela olhou para a parede ao seu lado e sorriu ao ver um relógio cuco bem velho, idêntico ao de seu sonho.

Quando olhou para o alto, se surpreendeu ao ver que havia um segundo andar. Porém, Quase não existia piso , exceto nas laterais, que formavam pequenos corredores, que davam para muitas portas. O pouco piso que tinha , acompanhava a lateral das paredes, fazendo uma espécie de U quadrado .

– Laura Fregaza Regina Pinto Mantello Aparecida do Prado.- Enquanto um homem dizia seu nome inteiro ( é... é bem comprido) Laura teve tempo de localizar a silhueta de alguém sob a luz da janela no estremo oposto da sala, no meio da parte mais curta do U ( assim ó: _ bem no meio, ok?).

– VXS – a voz da menina ecoou solene e firmemente pelo lugar- é um prazer conhece-lo!- ela olhou destemidamente para o ser no andar á cima , se preparando para o que pudesse vir. Já estava mais do que na hora de conhecer o homem que tinha potencial para ser seu pior inimigo ....ou seu grande amigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, não sei quanto tempo vou ficar fora na época de Natal nem se vou conseguir postar um novo cáp até o fim do ano, pelo sim e pelo não: Um Feliz Natal e um Próspero ano novo para todos! SE não fosse por vocês, nada disso existiria!
Beijos do fundo do coração,
A sua maluca e Nerd escritora!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Mystery Of Grander Hall- The Alexander´s Book" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.