A noite caiu mais uma vez na maravilhosa ilha. Todos dormiam tranquilamente em sua tenda, bem, quase todos. Brittany e santa haviam ido mais uma vez para a cachoeira, em tão pouco tempo, aquele já era o lugar preferido das duas, o som da água caindo, a madrugada linda. Com certeza amavam ir pra lá.

- Não quero voltar pra casa, quero ficar aqui pra todo o sempre.

- Por que?

- Porque minha madrasta me odeia, meu pai morreu, e o Blaine não tem tempo pra mim.

- Tem algum sonho?

- Eu era professora de Balé. Queria levar isso a diante.

- Gosta de dançar?

- Eu amo dançar. E você?

- Não danço bem.

- Não foi isso o que eu quis dizer. - Britt disse rindo. - Tem um sonho?

- Queria poder recuperar tudo o que eu perdi.

- O que aconteceu?

- Quando eu trabalhava como policial, eu namorava Dan West, meu colega de trabalho, eu sempre amei ele desde os meus 16 anos, e quando ficamos juntos, todo dia era como um conto de fadas. Uma noite, teve um assalto a mão armada, nós dois fomos tentar resolver isso, o cara mirou a arma para mim e atirou. Eu estava morta, podia sentir o sangue ferver, mas Dan entrou na minha frente, e a bala o atingiu. Naquela noite eu perdi o amor da minha vida.

- Eu sinto muito. - Britt disse.

- Tudo bem... Eu me senti melhor quando descobri que estava grávida. Sentia que aquela criança poderia manter uma conexão espiritual entre Dan e eu. Minha mãe me fez parar de trabalhar. E quando eu estava de quase 7 meses, eu resolvi dar uma caminhada, e encontrei o mesmo cara que tinha matado o Dan. Ele disse que queria terminar o que começou. Tentei fugir, mas ele atirou em mim. Na minha barriga. No meu bebê. Fui levada para fazer uma cesariana de emergência. Por sorte a bala não atingiu o bebê. Era um menino, eu lembro que Dan havia dito que gostava do nome Jake, eu pensei que em poucos dias eu ia sair dali com meu Jake nos braços. Mas ele era muito pequeno, seus órgãos não tinham se desenvolvido completamente. Eu o segurei uma vez. Ele estava cheio de aparelhos para conseguir respirar. Um mês se passou e eu ficava o dia inteiro, todos os dias com ele. Mas ele não mudava. O médico disse que talvez ele tivesse que respirar com aparelhos para o resto da vida. A menos que fizesse um transplante de pulmão. Passaram-se 2 meses e conseguimos dois pulmões perfeitos. Fiquei horas esperando a cirurgia do meu pequeno acabar. Tudo o que eu queria era ouvir "A cirurgia foi um sucesso.", mas o que eu ouvi do médico foi "Fizemos o possível, mas seu filho não resistiu ao procedimento." - Santana disse chorando se jogando em Brittany.

- Você acha que sua vida é uma droga até escutar a história dos outros. Eu sinto muito Sant, não consigo imaginar a dor que você sentiu.

- Eu queria fazer um enterro digno para meu pequeno anjo, doía tanto ver ele ali. Parecia que estava só dormindo, mas não estava.

- Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui. - Brittany disse fazendo carinho nos cabelos da latina. - Sempre vou estar aqui pra você, Santie.