Todos estavam em casa, jantando normalmente, bem, não normalmente já que tinham ficado um mês mais ou menos sem comida de verdade. Então estavam ocupados demais comendo para falar alguma coisa.

– Ai que delícia. - Rachel disse após terminar de comer. - Isso me lembra a época em que eu morava com a minha mãe, uns oito ou nove anos atrás.

– E o que você faz da vida, Rachel? - Santana disse lançando um olhar mortal e maligno para Rachel. É claro que não poderia contar a verdade. Olhou para Finn que tentava a ajudar.

– Ela... - Finn tentava pensar em alguma coisa. - É... - Finn foi interrompido pela escuridão, parecia que a luza tinha acabado ou algo do tipo.

– Foi mal por isso, galera. - Shelby disse entrando na casa. - Troca de gerador, fazemos isso uma ou duas vezes por semana. Puckerman, pode me ajudar a conectar o gerador novo?

– Claro. - Ele foi até o jipe com Shelby. - É muito longe? - Puck perguntou ao se sentar no banco do passageiro.

– Não, pertinho. E é melhor apertar o cinto.

– Tá bom. - Puck disse. Assim que colocou os cintos, Shelby começou a correr com o jipe. Era uma ótima motorista, Puck se sentiu em uma corrida de Fórmula 1. A ilha era linda agora que podia observar melhor, passaram por montanhas, rios rasos, até finalmente chegarem aos geradores. Puck olhou em volta e viu apenas postes. - Ah, entendi. Não tem geradores, você apenas me chamou aqui porque sente uma atração por mim, não é, Shelby?

– Não, Sherlock. Tem geradores, cada um fica em cima dos postes, cada um é ligado a uma fonte de energia diferente, essa ilha tem bastante recursos, como nessa área venta muito, a energia eólica é a melhor opção, é a energia que usamos na vila na maior parte do tempo, mas quando para de ventar temos que trocar de gerador. E é isso que vamos fazer.

– Como sabe de tudo isso?

– Prestei atenção nas aulas.

– Vamos ter que subir no poste?

– Você vai, tenho fobia de altura. Boa sorte.

~~

Enquanto isso na casa...

Todos acenderam velas pela casa. Rachel estava na sala já que não queria ficar acima do sexo a luz de velas de Brittany e Santana. Blaine provavelmente estava na casa de Kurt. E Sam e Quinn haviam levado a pequena Beth para passear abaixo do lindo céu estrelado.

Finn se sentou ao lado da garota. Rachel repousou sua cabeça no pescoço de Finn, e o homem a abraçou pela cintura. Ficaram por minutos ali apenas sentindo um ao outro. Era bom ter ele ali, se sentia amada pela primeira vez após muitos anos.

– Rach... Precisamos conversar. - Finn disse.

– Diga.

– Nós tivemos relações sem proteção.

– Eu tomo remédio, Finn.

– Mas estamos em uma ilha, tudo se perdeu com os destroços.

– Eu sempre carrego meu remédio no meu bolso ,Finn, relaxa, eu nunca deixei de tomar as pílulas desde os 14 anos.

– E quando acabar?

– Vamos ter que parar de transar até eu conseguir mais.

– Isso vai ser tortura. - Finn disse fazendo Rachel rir.

– Relaxa grandão, eu tenho mais pra um mês.

– Ótimo. - Os dois ficaram em silêncio por um minuto. Rachel fechou os olhos pensando em como seria sua vida se ela não tivesse conhecido Finn. Isso acabou a lembrando do motivo de tudo, dessa viagem, a causa de tudo.

Flashback Rachel

Após o desastre, desastre não, tragédia da festa de casamento da mãe de Rachel, a garota se preparava para o funeral de sua mãe. Não podia acreditar que aquele vagabundo havia matado sua mãe, e ainda ficado com o dinheiro dela.

No velório, Rachel olhava para Ryan, seu odiado padrasto, um assassino, quando todos olhavam, Ryan fazia cara triste, mas quando não tinha ninguém olhando, o homem tinha um sorriso vitorioso estampado na face.

– Eu tenho que me vingar. - Rachel sussurrou para si mesma.

Flashback Off

– Estava pensando em que? - Finn perguntou.

– Meu passado assombrante.

– Quando você o matou?

– Quando ele matou minha mãe. Eu sinto que foi minha culpa.

– Não fala bobagem Rach...

– Se meu pai não tivesse morrido, minha mãe nunca teria se casado com o Ryan. E meu pai morreu por minha causa.

– O que aconteceu?

– Eu tinha 6 anos. Eu estava sozinha em casa pela primeira vez. Meu pai disse para não abrir a porta para estranhos. E eu abri... Era um cara grande, ele começou a correr atrás de mim, por sorte eu consegui me trancar em meu quarto. Eu tinha um telefone simples no meu quarto, que eu sabia usar, era pra ligar pro meu pai se tivesse uma emergência. Meu pai chegou a tempo. As últimas palavras dele que eu me lembre, foram "Princesa, Rachel, você está bem?" Depois disso só ouvi um disparo. Eu senti uma falta de ar forte e desmaiei.

– Isso é terrível. - Finn disse a abraçando forte. - Mas não foi sua culpa.

– Por sorte pegaram ele, o assassino. Tudo o que eu sei é que ele meio que fez isso porque estava sob efeito de bebidas, era um alcólatra. E isso meio que ajudou a diminuir a pena, e mesmo com a pena abaixo do correto, pagaram a fiança. Mas ele ficaria um bom tempo sob condicional.

– Espera... Isso tudo foi em 1993?

– Foi, por que?

– Porque foi minha mãe que pagou a fiança, e esse assassino... Era meu pai.