Sweet Love, Sweet Guy escrita por Tomoito


Capítulo 14
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Acabei tendo um dia corrido ontem então não consegui postar! E ai, como vão? Minhas aulas na faculdade já voltarem e prevejo-me fazendo mil trapalhos nas próximas semanas! Espero conseguir continuar a escrever a fic e digitar o manuscrito!

Boa leitura~



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Lysandre POV off / Lillie POV on

Tenho certeza de que devo ter ficado escovando os dentes por uns bons dez minutos, porque eu queria me livrar de qualquer sensação do... da violação que ocorreu hoje, me sentia muito mal pelo que havia acontecido porque realmente tinha sido diferente do esperado. Era como se meu corpo e minha mente fossem coisas completamente diferentes, cada um com sua própria vontade e desejo.

Não é que eu não ache o Lysandre bonito, ele tem uma beleza peculiar e de fato eu me sinto atraída por ele, seu sorriso cheio de ternura me encanta e seus olhos heterocromáticos parecem me hipnotizar; mas eu já tenho experiência com Dajan e meu corpo se sente atraído por ele por saber que ficar junto dele é bom, me traz prazer. E então eu fico nesse meio termo ridículo entre o físico e o sentimental, ambos maravilhosos mas totalmente diferentes.

Estouro um pacote de pipoca no micro-ondas e me embolo em um cobertor para assistir televisão, ponho no primeiro filme que acho, era um romance; filmes românticos são lindos, adoráveis, mas sempre tem vários problemas antes do casal ficar junto, isso se eles ficarem juntos. De fato, agora eu entendo quando dizem que a vida às vezes parece um filme; a minha parecia um romance repleto de dramas.

Não sei mais o que fazer. Dajan não vai se esquecer sobre hoje, ainda mais depois daquele soco, Lysandre também não se esqueceria da cena da quadra facilmente e eu não conseguiria me esquecer de nenhum dos dois; e nenhum dos problemas tem um “conserto” sem que role uma conversa com eles... E eu odeio conversar.

Ouço o telefone tocando e me estico até o gancho.

—Alô? —atendo numa voz monótona.

—Lillie? —ouço a voz de Rosalya preocupada— Tudo bem...?

—Bem... mais ou menos... —sinto meus olhos lacrimejando

—Quer que eu vá aí?

—... Quero...

—Chego em quinze minutos.

Rosalya cumpre o que disse e chega em casa em menos de quinze minutos, deixei a porta destrancada e quando ela chegou eu estava no sofá, me entupindo de pipoca.

—O que aconteceu, Lillie? —ela perguntou se sentando ao meu lado.

—Ai Rosa... Eu fiz tudo errado hoje. —digo com aquela voz de choro

—Calma. O que você acha que fez de errado?

—Eu não acho, eu tenho certeza!

—Me conta direito o que aconteceu. —ela disse, pondo o saquinho de pipoca sobre a mesa de centro.

—Eu fui jogar basquete com o Dajan, ajudar em uma aula...

—Pera, com aquele Dajan que você me falou? Lillie, eu tinha dito pra você parar de falar com ele...!

—Eu sei, eu sei... É só que não dá pra simplesmente esquecer tudo, não pra mim, mesmo que eu queira; ele faz questão de mandar uma mensagem de vez em quando, para me lembrar de que ele existe. —digo, abraçando uma almofada— O ponto é que quando ele me ligou me chamou para ajudá-lo em uma aula pra turma de basquete, e eu aceitei. Jogamos com os alunos e tudo mais, mas depois teve uma hora de treino livre e Dajan me chamou pra caminhar pelo parque... e eu aceitei, mesmo receosa.

Em silêncio tentei ordenar meus pensamentos antes de contar o ocorrido; a vontade de chorar estava mais forte agora que contava os fatos. Como eu pude ser tão ingênua?

—Estava tudo bem até começarmos a segunda volta, quando ele pediu pra conversar comigo. Eu não queria conversar, mas ele me levou até um banco e... durante a conversa ele começou a me beijar...

—Mas você reagiu, não?

—Eu reagi, mas fiquei sem reação no começo o que deixou as coisas difíceis depois... Ai Rosa, eu me odeio!

—Calma! —ela disse me abraçando— Você não precisa se odiar, foi ele que começou o beijo e...

—Mas Rosa, —eu disse me soltando do abraço— eu... Meu corpo gostou do que aconteceu, mesmo... mesmo conhecendo o Lysandre, parecia que meu corpo só queria se sentir bem, não importava com quem...

Sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto como um rio sinuoso; Rosalya ficou em silêncio, séria, sem falar nada. Eu não sei dizer se agora ela me considera uma pessoa horrível ou só uma grande idiota que não sabe reagir, é difícil entender Rosalya quando ela fica séria.

—Lillie, gostar de um beijo não é um crime. O que eu perguntei é: Você gostou da situação do beijo? De quem estava beijando?

—É claro que não! Eu odiei!

—Então não precisa ficar se martirizando pelo que aconteceu. A situação estava fora de controle e às vezes o corpo fala mais alto, é uma fraqueza humana; mas você reagiu depois, é isso o que conta. —Ficamos em silêncio mais alguns segundos antes de Rosa falar novamente— E depois?

—Eu... Eu vou pular os detalhes. —digo, engolindo o choro—Depois de um tempo eu consegui gritar para ele parar, assim alguém podia aparecer e me ajudar... e o Castiel apareceu.

—O Castiel? O que ele estava fazendo lá?

—Eu não sei. Mas ele apareceu e mandou o Dajan parar, assim que ele não obedeceu, Castiel simplesmente deu um soco no Dajan e bem forte, porque ele saiu do banco até. —digo com um leve sorriso no rosto.

—Uau! Castiel no papel de Príncipe Encantado! Queria ter visto isso! —disse num tom brincalhão, tentando amenizar a tensão.

—Ele me pegou e puxou para longe, pegamos minhas coisas na quadra e fomos embora... ele até me pagou o almoço...

—Ele estava de muito bom humor hoje, com certeza. E ele falou alguma coisa?

—Nada. Só para eu tomar cuidado...

—Bem, o pior já passou. —Rosalya disse, me abraçando mais uma vez— Agora é seguir em frente... E deixar o Dajan para trás.

Ficamos abraçadas durante algum tempo até me sentir calma o bastante para soltá-la; Rosa beijou minha testa e sorriu de forma carinhosa.

—Quer assistir algum filme? Que tal O Castelo Animado? Sei que você ama o Howl.

—Pode ser. —respondi, sentindo o ânimo voltando aos poucos.

~//~

Quatro dias se passaram e Dajan tentou me ligar várias vezes; graças ao identificador de chamadas eu não precisei atender nenhuma, mas mesmo assim eu ouvi suas mensagens de voz. A cada uma que eu escutava pude ouvir uma desculpa diferente junto de um pedido para nos encontrarmos; eu sinto certo remorso em sua voz, porém nada que me fizesse ligar de volta.

“Lillie? Sou eu, Dajan. Eu sei que você não quer falar comigo desde que fomos ao parque mas, por favor, vamos nos encontrar mais uma vez, onde você quiser, para vermos o que vamos fazer; eu sinto muito por ter te forçado a me beijar, eu fui muito impulsivo...” - ele dizia em uma mensagem, com uma voz frustrada, como se não soubesse o que falar - “Me deixe tentar concertar as coisas... Vou ficar esperando você me ligar.”.

O problema é que da última vez que tentamos conversar tudo deu errado e acabamos entrando nessa situação, como eu poderia saber se não aconteceria mais uma vez? Rosalya estava certa quando me disse para que eu me afastasse de Dajan, era o melhor para nós dois.

Em dois dias eu e minha amiga, Melody, iríamos gravar um vídeo nosso dançando Tsugai Kogarashi no parque de cerejeiras; eu estava ocupando minha mente com os ensaios, fazendo de tudo para que não perdesse o foco nessa dança. Já é a última semana de férias, e quero fechar ela bem, com um vídeo bem feito e um belo piquenique depois, quem sabe... Melody havia providenciado os quimonos e hoje mesmo eu vou com Rosalya para experimentar e fazer um ensaio geral com as roupas.

Por nos apresentarmos em um espaço público temos certo receio de não encontrarmos um lugar no parque onde não apareça ninguém ao fundo; também tem o fato de estarmos indo em um lugar com só uma área coberta, o que pode ser muito ruim caso resolva chover no dia. Também vai ser a primeira vez que uso um quimono, eu realmente espero que os ensaios com camadas de roupões ajudem a dançar corretamente.

Encontro Rosalya no metrô usando uma blusa preta com tecido brilhoso e gola grande e godê, uma saia curta de camadas de renda roxa escura e uma sapatilha preta com spikes prateados; hoje era um dia fresco e como a blusa dela tinha gola, Rosa preferiu prender o cabelo em um alto rabo-de-cavalo.

—Ah, Você esta usando o vestido azul.

Estava usando um vestido azul com alças largas e decote em formato de coração, na cintura ela descia de forma godê, com prega macho; por baixo tinha outra saia do vestido, reta, parecendo que o vestido era de duas peças separadas, todo o vestido tinha uma estampa floral antiga. Também estava usando um cardigã preto e uma tiara dourada para prender um pouco o cabelo que estava armado.

—Sim, sim, fazia tempos que eu não usava ele.

O meio do ano é sempre cheio de altos e baixos quando se trata de temperatura; felizmente, esse era um dia de clima agradável, perfeito para usar vestido. Seguimos de metrô até a estação Jardim São Paulo e de lá seguimos para a casa de Melody.

—Oi gente! —ela disse quando chegamos, nos cumprimentando— Podem entrar, fiquem a vontade. Os quimonos estão no segundo andar, no closet.

Sua casa inteira tinha um design moderno e sofisticado graças aos seus pais que eram médicos de hospitais particulares; ambos tinham dinheiro e sempre deram tudo que era necessário à filha, em troca ela é realmente centrada nos estudos. Melody tem 20 anos e estudou comigo no ensino médio, hoje em dia ela está estudando Advocacia e quase nunca tem tempo, então sempre separamos algo para fazermos nas férias.

Mesmo que ela tenha tudo que quiser, Melody não é esnobe mas sim alguém que conhece bem as limitações e não extrapola em nada. Tinha cabelos castanhos um pouco abaixo dos ombros, olhos azuis celeste, e uma expressão naturalmente séria; era engraçado, mas até mesmo quando sorria ou ria parecia se conter, para não perder a postura. Coisas de hábito.

—Eu separei esses dois. —ela disse, indicando dois quimonos, um masculino e outro feminino, pendurados ao lado do armário— Como a música fala de um casal eu escolhi este azul para mim, assim podemos continuar nas posições que já estamos; para você eu achei esse quimono vermelho e dourado.

—É lindo! —disse, deleitando meus olhos no quimono.

Ele era de um vermelho fechado, com detalhes florais na base e nas mangas em formato de flores tradicionais japonesas desabrochando, o obi era preto com detalhes dourados na área do laço; o de Melody era todo azul marinho, podem a “calça” era totalmente e pregueada, como um traje de templo.

—Eu concordo. —ela disse prendendo o cabelo— Agora vamos colocar ele em você.

Melody me ajudou a colocar as duas camadas do kimono e ajustou o tamanho e o obi à minha cintura, tomando cuidado para que não ficasse muito apertado em meu corpo; depois ela começou a arrumar meu cabelo de forma que ainda fosse visível o formato dos cachos e prendeu um enfeite de flor dourada na parte de trás do penteado. No fim, eu fiquei maravilhada com o trabalho minucioso que ela havia feito, parecia que um profissional havia me vestido!

—Confortável? —ela perguntou, enquanto eu me olhava no espelho— Como não vamos nos jogar no chão nem nada eu deixei tão firme quanto se fosse só para sairmos por aí, se necessário eu ajusto depois.

—Está bem confortável. —digo, ainda olhando de relance para o espelho— Precisa de ajuda para vestir o seu?

—Não, ele é bem fácil. —ela disse, começando a se trocar.

Treinamos cerca de três horas seguidas, com a ajuda de Rosa nos apontando quais os momentos em que não estávamos sincronizadas, conseguimos acertar todos os passos nas últimas três tentativas; a música é triste e ao mesmo tempo profunda e empolgante, uma história que fala de luta, mas que também fala de companheirismo em uma jornada. Era uma dança que gostaríamos que saísse perfeita.


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Notas finais do capítulo

E as coisas se acalmaram de novo shsuhsuahuas
Próximo capítulo tem um pouco de POV da Rosalya! Espero que tenham gostado das narrações! Por favor, digam o que acharam, de verdade! Gosto de ouvir a opinião de vocês xD

Até semana que vem~