O outro Universo parte 1

Meu nome é Mônica Sousa. Sou filha dos dois maiores médicos da cidade. Meus pais são muito ricos e eu vivia em um mundo cheio de futilidades. Disse bem, vivia! Quando fiz 15 anos  não aguentei mais e resolvi morar com uma tia minha em Brasília. Meus pais no inicio não concordaram, mas depois perceberam que seria melhor pra mim e pra eles.

Eu me lembro no dia 15 de setembro (cinco dias depois do meu aniversário) eu saí de São Paulo e fui rumo a minha nova vida.

Logo chegou o meu primeiro dia de aula na minha nova escola. Eu sei que é muito difícil arranjar amigos novos assim do nada. Ainda mais quando você é “diferente” igual á mim.

Tentei parecer calma na escola. Enquanto não começava a aula, coloquei meus fones de ouvido e comecei a ouvir “Red” da Taylor Swift.

“Esta tudo ótimo, ninguém riu de você Mônica.”

Foi só eu pensar assim que ouvi umas risadas na minha direção. Olhei pra mim e não vi nada. Peguei um espelho e notei a “diferença”. Meus dentes. Eu sempre fui dentuça (desde pequena, quando arranquei meus dentes).

Me senti um lixo. Olhei para as meninas e quase tomei um suto.                                                                                       

Eram incrivelmente lindas! Meninas de cabelos longos, lisos, maquiagem perfeita, roupas de grife e Iphones com capas de cantores famosos.

Tentei parecer uma delas. Afinal, estava usando roupas de grifes esportivas se tinha um Iphone 4S.

Quando cheguei perto delas as risadas pararam. Fiquei preocupada, mas tomei coragem e falei:

- Oi, meu nome é Mônica... Sou de São Paulo...

A loira de olhos azuis, que parecia a líder resolveu me responder por que quando a notei, ela estava minha frente me encarando.

- Mônica? São Paulo? Quem te perguntou?  E essas roupas falsas? Comprou aonde? Em um brechó?

Quase comecei a chorar. Meus olhos encheram de lagrimas. Suas amigas riam, apenas uma não.  Vi que ela era bonita, tinha cabelos longos e pretos. Os olhos eram escuros.

Eu ia falar alguma coisa, mas vários meninos bagunceiros entraram na sala. Estavam com skates e bonés da banda Cone Crew. O líder deles tinha o cabelo parecido com o do Justin Bieber agora. Com um topete castanho...

Ele abraçou a garota que não riu de mim e falou:

- Magali, essa dentuça esta de incomodado?

- Não Quim... – Respondeu a Magali meio sem graça.

- Melhor mesmo! – O tal do “Quim” olhou pra mim com cara de nojo e saiu.

Magali ia me pedir desculpas ou algo do tipo, mas o professor entrou na sala.

Ele começou a falar sobre formulas e mais formulas. Depois de uns trinta minutos percebi que era aula de química. O professor deu aula mais uns vinte minutos e o sinal bateu.

As meninas pareciam felizes com isso (exceto a Magali de novo). Elas me rodearam e começaram a se apresentar usando adjetivos ridículos.

Uma meio ruiva se chamava Denise, a outra com cabelos cacheados era Marina. Tinha uma chamada Maria que se parecia um pouco com a Magali.

Logo depois as meninas saíram. Me senti solitária, até um menino se apresentar. Seu nome era tosco, Cebola. Achei engraçado e me apresentei:

- Sou a Mônica. Aluna nova, paulista, solitária e fã de bicicleta...

Ele parecia ter gostado da minha apresentação. Ficamos amigos até o final do ano.

Quando voltamos as aulas eu estava meio sem entender o que tinha acontecido. O Cebola tinha mudado muito. E eu pressentir que não era só na aparência...