Silêncio escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 13
Capítulo 12 - Jogo Insano




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Durante a viagem, Vanessa está esfregando as têmporas enquanto as lágrimas começam a cessar. Frank percebe pelo espelho retrovisor interno do carro, que Francine ainda está chorando, com a cabeça encostada na janela.

- Vocês estão bem? – Ele pergunta.

- Não muito – Vanessa responde e Francine permanece calada por alguns segundos.

- Não sei – Ela finalmente responde – Eu não sei de mais nada a essa altura.

- É aqui – Vanessa avisa e Frank começa a diminuir a velocidade, parando em frente a uma casa com portões brancos na frente.

- Vamos – Ele diz.

Os três descem do carro e tocam a campainha, alguns segundos depois alguém atende. Rachel. Olheiras eram perceptíveis abaixo dos seus olhos azuis brilhantes.

- Oi – Ela diz, com uma voz fraca. – Por favor, entrem.

Eles entram, é um lugar aconchegante, ela os convida a sentar no sofá e eles sentam, então finalmente chegam ao assunto.

- O que? – Rachel pergunta, indignada, ao terminar de ouvir o aviso deles. – É sério isso?

- Infelizmente sim – Francine responde – Você está correndo grave perigo.

- Só pode ser brincadeira – Ela coloca a xícara de café na mesinha da sala e se levanta – Vocês estão me dizendo que tem um assassino atrás de mim? – Ela sorri – E por que ele faria isso? O que eu fiz? Não há motivos para isso ser verdade.

- Na verdade há sim – Francine abaixa a cabeça.

- Fran... – Vanessa coloca a mão no ombro dela.

- Não, ela precisa saber.

- Saber o que? – Rachel começa a ficar preocupada.

- Nós somos sobreviventes de um massacre que ocorreu há oito anos, o assassino foi morto, mas agora, alguém está matando novamente, matando as pessoas próximas a nós.

- Oh meu deus – Ela cobre a boca com a mão.

- Eu sinto muito.

- Por favor – Ela coloca as mãos no rosto – Saiam daqui.

- Mas Rachel... – Vanessa diz.

- Não! Apenas vão embora, eu preciso ficar sozinha um pouco.

- Como assim ficar sozinha? Você não ouviu o que eu disse?

- Saiam daqui!

- Então tá, nós vamos embora – Francine diz.

Eles se levantam e saem da casa

- E agora? – Vanessa pergunta.

- Eu tenho uma ideia – Frank responde.

- O que você quer fazer? – Francine pergunta.

- Eu vou ficar aqui na frente, dentro do carro, vigiando a casa dela.

- Tem certeza? – Vanessa questiona.

- Sim.

- É uma boa ideia – Francine finalmente diz.

- Vamos, eu vou levar vocês duas para casa.

Francine finalmente chega em casa, Todd está sentado no sofá, pesquisando algo sobre culinário, enquanto Caleb assiste um desenho animado deitado no tapete. Ao vê-la, ele se levanta e corre para abraça-la.

- Eu lamento.

Ela não diz nada, apenas volta a chorar no ombro do marido.

- Ele não mandou nenhum aviso dessa vez – Ela diz aos prantos.

- Como assim?

- Nenhuma mensagem, nenhum aviso.

- Que droga – Ele diz – Então quer dizer que Rachel pode ser atacada a qualquer momento?

- Sim, mas Frank está na casa dela, vigiando o local, ele não vai deixar nada acontecer.

- Por falar nele – Todd começa – Já tiveram noticias da Layla?

- Ainda não, a policia está procurando – Francine responde – Parece que ninguém a viu. Eu estou tão preocupada.

- Não fique. Ela está bem, eu tenho certeza.

Já está anoitecendo, Frank permanece dentro do carro, na frente da casa de Rachel, do outro lado da rua, tudo parece estar muito calmo. O assustando, seu telefone toca.

- Alô? – Ele pergunta.

- Sou eu, Vanessa – Vanessa responde, do outro lado da linha – Está tudo bem?

- Sim, está tudo ótimo, aliás, a rua está cheia.

- Mas vai se esvaziar logo, haverá um show na praça no fim da rua, é halloween.

- Sinto falta do tempo em que halloween era apenas pedir gostosuras ou travessuras – Ele comenta – Mas enfim, eu não vou sair daqui, pode ficar tranquila.

- Então tá, boa noite.

- Boa noite, tchau.

- Tchau.

Uma hora e meia depois, a rua está vazia, todos estão reunidos na praça para assistir a um show de rock. As luzes da casa de Rachel ainda estão acesas. Ainda não é tão tarde. De repente, Frank pensa ter visto alguém passando rapidamente próximo a seu carro, então vira o rosto. Não há ninguém. Ao olhar pelo retrovisor, ele vê alguém arrodeando o carro lentamente, em direção à janela da frente, onde ele está. Ele se prepara, pegando a pistola e armando e quando a pessoa chega mais perto, ele se surpreende. É Rachel.

- O que está fazendo aqui? – Ela pergunta, com uma cara feia.

- Eu estou te vigiando – Ele responde, sem rodeios.

- Eu já disse para ficarem longe, isso não é verdade.

- Ah não? – Frank desce do carro, encarando-a de frente – Então como você me explica a morte dos seus amigos?

- Eu não sei, só não posso acreditar que estou em perigo, eu não fiz nada para provocar isso.

- Mas deveria acreditar, é verd...

- Não precisa dizer mais nada! Só vá embora.

- Eu não vou embora.

- Vá ou eu chamo a policia.

Ele a encara por algum tempo, pode ver o medo em seus olhos azuis.

- Então tá – Ele entra no carro, furioso.

Frank acelera o carro e vai embora rapidamente. Rachel volta para a casa. Que loucura. Ao entrar, tranca a porta, então o telefone toca.

- Alô? – Ela pergunta, sentando no sofá e ligando a TV.

- Rachel. – A voz sussurrava.

- Quem está falando? – Ela pergunta – Não estou ouvindo, fale um pouco mais alto.

- Você não sabe? Então quer dizer que não os ouviu.

- O que? Não os ouviu? – Ela pergunta – Ryan, é você?

- Aqui não é o Ryan, já cortei a garganta dele há alguns minutos.

- Ah, é? – Ela sorri, tem certeza de que é Ryan – Pode parar, isso não tem graça.

- Você não costuma ouvir as pessoas não é sua vadia? Eu já te disse que não sou o Ryan.

- O que? – Ela fica surpresa e começa a desconfiar. Não é ele, ele não diria isso.

- Ah, finalmente – A voz dá uma risada.

- Quem é você?

- Pode-se dizer que eu sou um amigo da Francine.

- O que?

- Você deveria ter ouvido o que eles disseram, e não deveria ter mandado o Frank ir embora – O assassino ri nervosamente.

- Oh meu deus – Ela desliga o telefone e corre até a janela. A rua está totalmente vazia, só o que se pode ouvir é a música que vem do final da rua.

Com medo, Rachel disca o número de Francine.

- Alô? – Ela pergunta do outro lado.

- Você tinha razão!

- Rachel?

- Ele está aqui, ele me ligou – Ela começa a chorar, desesperada.

- Mas que droga!

- Eu não quero morrer!

- Não se preocupe, apenas mantenha a casa trancada e pegue algo pra se defender, estou indo até ai.

- Tá certo, mas venha logo, por favor.

- Estou indo, tchau.

Rachel desliga o telefone e olha para os lados, está tudo trancado.

Frank dirige em alta velocidade até a casa de Francine, quando seu celular toca. Ao ver que é ela, ele atende.

- Ah, queria mesmo falar com você. Rachel descobriu que eu estava a vigiando e me expulsou de lá.

- Eu já sei disso e preciso que você volte para lá agora, o assassino ligou pra ela!

- Ah, que merda!

- Vanessa e eu estamos indo pra lá agora!

Ele desliga o telefone e dá uma virada brusca no carro, fazendo a volta na pista vazia e voltando às pressas para a casa de Rachel.

A casa está escura, a garota anda de um lado para o outro com uma faca de cozinha em uma mão, e o telefone na outra, quando ele novamente toca.

- Alô? – Ela atende esperando ser Francine.

- Oi Rachel, sou eu novamente – A voz do assassino a causa arrepios.

- Desgraçado, onde você está?! – Ela grita.

- Estou bem próximo.

- Onde?!

- Bem perto, olhe para trás, estou na cozinha.

- O que? – Ela diminui o tom de voz, está assustada.

- É, eu estou aqui.

- É mentira.

- Venha ver.

- Você não pode estar ai.

Ela começa a andar em direção à cozinha, segurando firme a faca. É impossível. Por enquanto não há ninguém que ela possa ver.

- Continue andando, isso mesmo, venha até aqui.

Rachel está tremendo de medo, quando entra na cozinha e não encontra ninguém.

- Seu mentiroso, eu sabia, você não está na cozinha – Ela grita.

- Na verdade, eu estou sim. – Ela o ouve dizer pelo telefone, mas foi diferente, em partes a voz parecia vir do telefone, mas também parecia vir de trás, como se ele estivesse bem atrás dela naquele momento, e estava. Rachel vira para trás ao perceber que ele está ali e tenta golpeá-lo com a faca, mas ele acaba dando um soco que no estômago que a faz largar a faca no chão. Deitada no piso, Rachel se debate enquanto o assassino segura seus pés, em um golpe de sorte, ela consegue acertar em cheio a barriga dele e ele a solta, então ela se levanta e começa a correr para fora da casa. O assassino faz o mesmo.

No meio da rua vazia, Rachel parece desnorteada. Não tem ninguém para pedir ajuda, estão todos no show musical no fim da rua. Ah, o show, é mesmo! Ela começa a correr pela rua, enquanto o assassino anda sem pressa alguma há alguns metros dela. Não há mesmo ninguém nas casas, todos estão assistindo ao evento, todos menos Rachel. Quando ela começa a ver as pessoas agitando dá um breve sorriso. Estou salva, mas ele é perigoso e não vai me deixar fugir tão fácil. No fim da rua, um carro vira a esquina em alta velocidade. Frank. Mas é tarde demais, Rachel já se misturou na multidão e o assassino também.

- Droga! – Ele diz ao sair do carro, então começa a correr para a multidão com a arma em punhos.

Neste mesmo momento, o carro de Vanessa também chega ao local, na mesma alta velocidade. Ela e Francine descem de lá.

- Frank! – Vanessa grita e corre até ele.

- Onde estão? – Francine pergunta ao se aproximar.

- Entraram no meio da multidão.

- Que droga! – Vanessa exclama.

- Vamos – Frank diz.

A música é muito alta no evento. Rock n’ Roll. Rachel odeia esse estilo de música, mas essa não é a melhor hora para se preocupar com a música que está ouvindo. Ela começa a andar mais devagar e olha para trás, não consegue encontrar o sujeito, tem muita gente. Ele se misturou, deve ter pegado outro caminho. Ela finalmente avista alguns policiais encarregados da segurança da festa e vai falar com eles.

- Por favor, vocês que me ajudar! – Ela implora para eles – Tem alguém me perseguindo.

- O que moça? – Um deles pergunta, após dar uma gargalhada – É halloween, o objetivo é assustar.

- É verdade – O outro policial concorda, também sorrindo.

- É sério, por favor, ele quer me matar, como fez com meus amigos!

- Você é uma bela atriz, mas não vamos cair nessa.

- Que droga, eu não estou mentindo!

- Escuta aqui – Um deles segura o braço dela – Você é a quarta pessoa que faz essa brincadeira, eu estou de saco cheio.

Rachel fica furiosa e volta para a multidão.

- Idiotas!

Frank, Vanessa e Francine correm desesperados pelo meio das pessoas, à procura de Rachel, mas não conseguem acha-la de maneira alguma.

Fugindo da multidão, a garota entra na parte traseira do palco. Ali é escuro, mas ao menos não havia ninguém, nem sinal do assassino.

- Finalmente – Ela suspira, dando um breve sorriso – Consegui despistá-lo.

- Na verdade, ainda não – A voz gélida do assassino gera calafrios que percorrem todo o seu corpo.

Ela solta um grito agudo e desesperado, mas o assassino rapidamente cobre sua boca e saca uma faca do bolso, logo após, começa a passa-la levemente – e sem cortar – sobre o pescoço de Rachel.

- Hoje não é seu dia de sorte – Ele diz, então faz um grande corte no pescoço dela.

Cambaleando, Rachel coloca a mão sobre o corte que não para de expelir sangue e começa a andar. O assassino não se importa, parece que ele não quer apenas mata-la, quer vê-la sofrer primeiro. Quando ela chega a um local na lateral do palco, avista Frank de longe, ela tenta gritar pelo nome dele, mas o corte na garganta não permite que ela diga uma só palavra, então, o assassino surge atrás dela e segura firme seu pescoço. Ela une todas as forças e aguenta a dor na garganta ao gritar o nome de Frank, mas é tarde, em um golpe rápido, o assassino gira o pescoço dela em cento e oitenta graus, fazendo um ruído agonizante para qualquer ser humano, exceto ele. O corpo sem vida de Rachel cai no chão e é arrastado em direção à parte de trás do palco, o sujeito, após isso, some.

Os policiais ouviram o grito desesperado que saiu da boca de Rachel, mas só o que fizeram foi olhar para trás, sem encontrar ninguém, voltaram seus olhos para a atração musical da noite, enquanto Frank, Francine e Vanessa procuravam desesperadamente a garota que acabara de ser assassinada.


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