Oculto escrita por X Oliveira


Capítulo 16
Capítulo 16 - Damn




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Finalmente chegou o dia! A nossa família havia crescido e todos estávamos a espera da liberação pra vermos a bela Sophia. Yin e Yang haviam ganhado uma irmãzinha. Todos éramos país e tios naquela casa.

-George? – Danilo vai até o quarto de George e bate a porta. – ei cara, esta ai?

-Vá embora. – ele diz baixinho.

-Cara, tenho novidades, saia daí já faz três dias, você precisa comer.

-Ela me alimenta – diz ele como um moribundo.

-Ela?

-Sim ela... Mara esta aqui, ela nunca se foi.

-Como é que é? O que esta dizendo?

-Me deixe sozinho com ela, vá embora!

-George abra a porta!

-Não! – Com um tranco na porta, Danilo a arromba e entra no quarto. – Você a espantou! Ela se foi porque você entrou! – George via a fumaça do espírito de Mara se desfazendo antes de Danilo entrar no quarto. Ele  estava jogado num quanto do quarto, encolhido e na cama não haviam indícios que ele havia dormido ali. Na verdade, o quarto todo estava com Mara deixara; Chinelos ao lado da cama, os travesseiros cruzados como ela gostava, seu pijama rosa dobrado ao seu lado e até mesmo as rosas que ela havia trazido para o quarto antes de ‘viajarem’.

-Mara estava aqui?

-Estava! Você a afugentou!    

-Cara, você esta vendo coisas! – ele pensa nas palavras e se abaixa para ficar no mesmo nível que George – Sei que esta sendo difícil, mas você a viu partir e ...

-NÃO! Ela estava ... aqui, na minha frente. Ela vem me visitar todos os dias! – George estava com os olhos inchados, rosto vermelho e sua expressão era de cansado. Seus olhos límpidos e cheios de vida haviam morrido. George era o mais palhaço da turma, logo atrás vinha Danilo. Lembro-me do  dia em que estávamos todos na casa do lago de uma tia de Marcelo. Eram tudo tão lindo. O sol, o calor e nós sentados a beira do lago conversando e comendo de tudo!

-Danilo, você sabe o que é um ponto branco, preto, branco, preto, branco, preto ,branco vermelho, vermelho,vermelho...?  - pergunta George que estava na água ao seu lado Danilo.

-O que seu trouxa? – disse ele já rindo.

- Uma freira rolando escada. – George se mata de rir num surto de gargalhada alta e contagiante. Eu e Mara que estávamos sentadas a beira do lado olhamos uma para outra, Mara colocou a mão no cenho como se dissesse “ Ai meu Deus, esse é mesmo meu namorado?”. Danilo o acompanha nas risadas, eu rio também, mas, por causa da cara deles.

- Certo, O que é um pontinho vermelho, um preto, um amarelo, um rosa e um azul na grama?

- Você também Danilo? – disse eu sorrindo. Ele me olha e ri.

-O que? – George tenta conter a gargalhada.

- Cinco formigas vestidas de Power Rangers  !!! – Os dois se racham de rir, e agora, é minha vez de levar as mãos ao cenho.

-Vocês são hilários – digo com ironia. Os dois bobões se afundam na água gelada. Ela uma cena boba mas linda de ver. Aquele George... Aquele sim era o nosso George.

-Cara ela não estava aqui! – Diz Danilo voltando ao pesadelo.

-Você não sabe de nada! Suma daqui! – Grita George.

 -Esta certo, eu vou. – Danilo saí meio alterado do quarto. Eu o encontrei descendo as escadas ele estava com uma expressão negativa no rosto, quase com raiva. Resolvi não fazer nada e deixar com que os amigos se acertassem.

Já era noite e Marcelo e Mara iriam dormir no hospital, mas, Logo estariam em casa. Eu me deitei pra dormir mas Danilo decidiu ir até a cozinha beber algo. Quando passava pelo corredor, Danilo ouviu a voz de George falando com alguém que não respondia.

-Você está linda como sempre. Você é tudo pra mim sabia? – Dizia o pobre George, embora não parecera que tivesse alguém ali, George continuara falando. – Senti tanta a sua falta como se foi, me sinto tão bem contigo aqui.

- Não acredito... ele realmente esta falando sozinho. – Pensou Danilo. Ele ficou um tempo ali ouvindo e pensando no que fazer, então, resolver queimar um pequeno buraco com seu dedo na porta, para ver se via algo. Ao fazer isso seus olhos se arregalaram, ao colocar os olhos no pequeno espaço queimado, Danilo viu uma criatura horrorosa que era feita de fumaça em um tom roxo escuro, dela saiam tentáculos e seus cabelos eram bagunçados e tinham falhas onde dava pra se ver o coro cabeludo quase invisível. A criatura  tinha colocado um de seus tentáculos no pescoço de George, fazendo-o ver Mara, ao invés da Tenebrosa criatura.

Danilo não sabia o que fazer nem o que era aquilo, só sabia que tinha de salvar seu amigo daquele encanto maldito.

-Se afaste dele! – Danilo grita entrando no quarto. Fazendo a criatura olhar para Danilo, ela tinha olhos vermelhos e dentes pontudos e finos. Sua face era fina e ossuda, seu queixo era fino e ela tinha cicatriz por todo ele.

-Não! Vá embora! Nós deixe em paz! – grita George enfeitiçado.

-Não se meta! – A criatura solta um urro tenebroso.

-George, essa criatura não é Mara! Ela é uma enviada das trevas! Você tem que me ouvir !

-Porque não me deixa ser feliz com sua irmã? O que eu fiz pra você Danilo? Eu só quero ser feliz outra vez! – George diz chorando. – Não a faça ir.

-Não é Mara George! Não é Mara! – Danilo Grita. A criatura lança um raio das trevas na direção de Danilo, ele faz um escudo com seu fogo e desvia o raio que fura a parede. Todo aquele barulho me desperta e saio correndo para ver o que esta havendo. Cheguei a pensar que meu ... pai, havia vindo e buscar. Cheguei na porta do quarto, e fiquei horrorizada. A criatura segurava Danilo pela cintura e ela batia as costas dele na parede, George estava gritando loucamente – Não machuque ela! Mas o que deu em você?! Esta machucando sua própria irmã! – eu Não sabia o que fazer, só não podia deixar aquele coisa machucar Danilo, senti minhas mão queimarem e meu sangue ferveu, quando vi já estava lançando ataques aquáticos em direção da criatura. Quando recebeu os ataques, que não lhe fizeram mal, ela se virou e parecia que atinha achado o que procurava, a criatura vinha atrás de mim tentando me pegar com seus tentáculos.

-ALLY! Saí já daqui! – Grita Danilo. – Eu não podia, como o abandonaria ? nunca faria isso. E naquele momento, eu senti um desejo incrível de pisar na fuça daquela maldita. Meus olhos mudaram de cor, estavam acobreados e foram ficando mais vivos ate atingirem um amarelo vivo. Eu estava em raio. Lancei-lhe uma descarga de energia, A criatura largou Danilo e sumiu como fumaça.

-Você esta bem ? – Corro até Danilo

-Estou eu acho, - Diz ele, eu o ajudo a levantar, ele esta com as mãos envolta da costela, isso me assusta um pouco. – George?

-Vocês a... vocês a machucaram! Porque fizeram isso? – ele grita – Loucos! Ela se foi novamente! Saiam já daqui! – ele nós empurrou pra fora do quarto, refez a porta usando seus poderes para construir uma nova de pedra.

-Mas, o que ele disse? O que era aquilo, e porque ele a defende?

-Não sei ao certo o que era. Mas, ela enfeitiçou George, ele não via a criatura, via Mara. – Disse ele ainda apoiado em mim. -Não sei o que aconteceu, não sei o que aquilo quer com ele. Meu amigo... – ele se ergue sozinho.

-Meu Deus. Vamos ligar para Marcelo, vamos pedir que ele venha para cá e nós diga. Acho que ele deve saber. – Sabíamos que Marcelo saberia o qeu era aquilo. Marcelo era o mais inteligente e o mais sábio. Ligamos para ele na mesma hora.

-Alô, Marcelo?

-Oi Danilo.

-Pode vir ate em casa? É importante.

-Aconteceu alguma coisa?

-Aqui te explico.

-Certo, eu tinha de passar ai pra pegar umas coisas, já estou a caminho. - Danilo esta sentado no sofá com ferimentos na testa e nas costas. Eu lhe faço curativos e enquanto isso Marcelo logo chega.

-Muito bem, qual é o estrago? – Diz ele abrindo a porta. – Danilo? O que houve? – ele se surpreende.

-Não sabemos ao certo – disse eu – Uma criatura entrou no quarto de George, e o enfeitiçou.

 -Ele não via a criatura, via Mara.

-Uma criatura? – Ele faz uma pausa - Damn – ele disse finalmente.

- Damn ? – perguntei  - o que é isso?

- Significa, encanto maldito. É uma criatura que se alimenta das esperanças que as pessoas tem. No caso de George, Ela se alimentou da felicidade em que ele sentiu ao ‘ vela de novo’. É um bruxa sangue suga.

-Meu Deus – exclamei.

-É só por isso que ela esta aqui? Para se alimentar de George? – pergunta Danilo.

- Esta aqui? Nós a matamos, não? – pergunto parecendo meio ingênua, o que me irritou.

  -Não Ally, vocês provavelmente só a espantaram por momentos. – Disse Marcelo. Der repente, um estrondo. Saímos correndo escadas a cima. A parede do quarto de George estava um com enorme buraco que tinha o formato da Damn. Nós a vimos ao longe  e estava enorme, carregando George. Imediatamente saímos correndo atrás. Marcelo voava enquanto eu e Danilo pulávamos em galho em galho. Éramos rápidos mas a criatura era mais. Tão grande e tão rápida. Seus passos faziam um barulho ensurdecedor.

-Joker! – Grita Danilo. Joker, o enorme Tigre aparece.

-Chamou Danilo?

-Sim, siga aquela criatura! – Ele me puxa pelo braço, para que eu suba em seu enorme guardião. Marcelo continua a voar. –Joker,  tente Pará-la!

- Farei o possível. – A voz de Joker, era calma, parecia um posso de poder, mas ainda sim, soava mais gentil do que a de Bludar. Ele abre sua enorme mandíbula soltando bolas e bolas flamejantes.  

-Não! – Marcelo grita. – Vocês podem atingir George.  – As bolas de fogo por sorte, atingiram apenas a criatura, mas, a fez sumir.

-Pra onde ela foi? – eu digo. Eu e Danilo olhamos ao redor e estamos atentos. Estamos na mata por isso, tudo pode acontecer.

-Sumiu – Diz Marcelo pousando sobre as costas enormes de Joker. – Não sinto mais a sua presença.

-E George? Você o sente? – Danilo pergunta. Marcelo  leva as mãos até a testa.

- Sim, eu ... Ele esta ali na frente! – Marcelo aponta para George, caído a poucos metros dali. Corremos até ele.

-George?! – disse Danilo colocando a cabeça do amigo no colo.

-Mara... Mara ... – George pisca duas vezes e desmaia.

-Vamos levar ele para casa. – Diz Marcelo.

-Casa? E o hospital?!

-E o que vamos dizer a eles? Que ele foi machucado e seduzido por uma bruxa? Ally, os humanos só acreditam no que vêem. E Nós não podemos deixar que isso caia na mídia, eles sairiam nas ruas com tochas atrás de nós ou nós colocariam num circo. Talvez até, num programa de televisão, confinados a câmeras por todo lado. – Diz Marcelo com tom superior. Odiei o quando despreparada e boba eu pareci.

Levamos George para casa, o colocamos na cama  o medicamos com umas ervas que Marcelo preparara. George, ainda inconsciente,  se virou de lado; talvez procurando uma parte de seu corpo que não esteja dolorida de mais para que ele tenha algum conforto. Quando ele se vira, temos um susto.

-O que é aquilo no pescoço dele? – pergunto eu assustada, porém, eu sabia a resposta.

- Um dragão negro. – respondeu Danilo frustrado. O dragão negros serpenteava no pescoço de George, aquilo me assustou.

-Aquela coisa foi enviada por meu ... meu... meu pai? – eu engasgo com a ultima palavra.

-Foi – respondi Marcelo preocupado – Ele quer te levar até ele.

-Machucando George? - perguntei

-Não, ele esta atrás de nós agora, quer acabar conosco. Seqüestrar a gente para que você vá ate ele. – diz Marcello.

- Meu Deus. – eu me sento na cadeira do computador de George. Danilo me abraça.

-Mas não se preocupe. Ele Não vai conseguir. – Disse ele.

Descemos até a sala para deixar George descansando. Marcelo com seus poderes havia manipulado a parede para que o rombo já não exista mais.

A noite chegou um pouco mais rápido, e nós nos revezamos para vigiar. Eu cochilava no sofá e Danilo e Marcelo estavam acordados vendo TV. A noite se mostrou quieta.  E de manhã, Marcelo foi até o quarto de George.

-Ei, George você já ... – ele abre a porta e o quarto esta vazio. Ele volta para a sala com a certeza.

-E então como ele esta? – pergunta Danilo

-Não esta. Ele foi atrás da bruxa.  

Numa mata escuta e turva, George fala a Bruxa.

-Estou aqui meu amor... Estou com você, eu vim até você como me pediu.


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Notas finais do capítulo

Damn : Maldita.



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