Capítulo XVI - Living a quandary...

Juro que não sei o que fazer. Não faço a menor ideia do que eu faço agora. Devo contar a Ino o que eu vi? Ino é minha melhor amiga, gosto muito dela, não quero que ela fique magoada, que é o que vai acontecer caso ela fique sabendo assim. Por outro lado, se eu não contar a ela e ela descobrir por outros meios o que aconteceu, e descobrir que eu não sabia disso mas não contei a ela, nossa amizade pode acabar de uma vez por todas.

Ninguém além de mim sabe disso. Quero poder contar a alguém o que aconteceu. Preciso de um conselho urgente sobre o que fazer. E tenho que agir rápido. Se eu demorar muito para tomar alguma atitude, pode ser tarde demais. Tenho medo de contar até a minha avó, já que, como dividimos o quarto, ela pode entrar a qualquer momento lá. Pensei em contar para o Naruto, já que, somos grandes amigos e ele sempre sabe o que dizer.

Nesse momento nós estamos na aula de Geografia. Estou sentada logo ao lado do Naruto. É só olhar pro lado que eu posso ver Ino e Sai sentados juntos, cheios de chamego, como sempre. Aquele cretino. Traidor duas caras. Como consegue ser tão cara de pau? Meu sangue fervia de tanta raiva que estava sentindo por ele. Me virei imediatamente para frente, novamente. Eu não conseguia me concentrar de maneira nenhuma.

Ver os dois juntos, ontem, o tempo todo na Noite do Karaokê me deixou estressada demais. Quase tive vontade de contar tudo a Ino. Não consegui me divertir. Não consegui fazer nada além de ficar pensando no que vi. Além de ficar o tempo todo pensando no que eu devia fazer. Não consigo pensar em nada, não sei, parece que deram um '' nó '' na minha cabeça.

O sinal finalmente tocou. Ufa. Agora terei mais tempo para ficar no quarto e refletir melhor sobre o que fazer. Me sentia aliviada. Guardava o mais devagar possível meus materiais. Olhei os dois saindo pela porta, juntos. Sorridentes, pareciam felizes. Ino parecia estar mais apaixonada do que nunca. Por quê? Por que isso, kami-sama? Distraída vendo os dois saírem, deixo meu estojo cair e tudo o que estava dentro dele se espalhar.

Me agacho para catar o material, antes que ele se espalhe e se torne mais difícil resgatá-los. O corretor começou a rolar para baixo da outra mesa e estava prestes a se abrir. Ótimo, meu dia só melhora cada vez mais. Quando pensei que ele finalmente iria se abrir, alguém me ajudou e catou-o antes que isso acontecesse. Olhei para cima, era o Naruto. Sorri em agradecimento, e ele me retribuiu o sorriso, entregando o corretor em minhas mãos e me ajudando a me levantar.

Coloquei a mochila nas costas e juntos nós saímos. Fiquei o tempo todo pensando se devia ou não contar a ele. Tinha medo de alguém escutar tudo, mas, agora que vi, o corredor está vazio, não tem ninguém por aqui. Acho que isso é algum tipo de sinal. Naruto é um dos meus melhores amigos, é muito confiável. Não acho que ele vá contar isso pra alguém. 

Ele olhava pra mim. Provavelmente estranhou minha atitude e o quanto fiquei quieta, durante a aula e agora, nos corredores. Decidi que iria contar a ele, já que, como pensei anteriormente, Naruto não é nenhum fofoqueiro.

- Você tá estranha hoje. Aconteceu alguma coisa?

- Não... não é nada. - respondi, ainda pensando se devia ou não contar a ele.

- Qual é. Eu conheço você.

- ...- suspirei pesadamente. - Você jura que não vai contar isso pra ninguém?

- Bom... não posso prometer nada. Da última vez que me disseram isso, a pessoa estava com o hamster sendo mantido refém debaixo de um caixote.

- Naruto, isso é muito sério! - eu o repreendi.

- Isso também era sério. Sabe como é saber que tem um hamster fofinho sendo mantido refém e não poder contar a ninguém? Ah, não fale nada a ninguém sobre o que eu acabei de contar a você.

- ...- abri um sorriso no rosto. Só o Naruto mesmo pra me fazer sorrir em um momento como esse. Rapidamente voltei a mim, escondendo o sorriso e o fechando imediatamente. - Se você não for levar isso a sério, não tem porque eu contar a você!

- Tudo bem, senhora nervosinha. - ele disse, estranhando a minha atitude.

- Me desculpa, é que esse assunto está me deixando uma pilha de nervos.

- Conta pra mim o que é. Garanto que isso vai te fazer sentir melhor. - ele disse com o mesmo sorriso sincero e gentil no rosto.

- Tá legal. Você não pode contar isso a ninguém. - repeti. - O Sai está traindo a Ino. - sussurrei.

- O QUÊ? - o idiota gritou.

- Fala baixo! - sussurrei, enquanto tapava a boca dele. - Ninguém pode desconfiar disso!

- Sabe o quanto isso é sério? Nem imagino como a Ino vai ficar, não vejo a Ino tão feliz, namorando o Sai, desde que a série de TV favorita dela voltou a ser exibida.

- Não sei o que fazer! 

- Como assim ''não sabe''? Temos que contar isso a ela.

- Não podemos. Ela vai ficar magoada se souber disso assim.

- Mas se ela não souber por nós dois, e depois que descobrir, acabar sabendo que nós dois sabíamos, ela vai ficar magoada com ele e com a gente! - ele falava, parecia mais nervoso do que eu.

- Você falar assim não está ajudando! - exclamei.

- Desculpa. - ele disse.

- Esperava que me desse algum bom conselho.

- Tá legal... ah... por que não conversa com o Sai? Sei lá, tipo, diz a ele o que você viu. Quem sabe ele não te explique melhor o que aconteceu e decida dizer tudo a ela por si mesmo?

- Não é uma má ideia. 

- Certo... você fala com ele e me conta o que aconteceu mais tarde. - o espertinho já estava indo embora, quando eu o parei, segurando-o pelo pulso.

- Você vêm comigo! - disse, correndo para a direção que vi Ino e Sai irem anteriormente.

(...)

Fiquei o tempo todo procurando os dois e não os achei em lugar nenhum. A cada lugar que eu passava e tinha certeza de que iria encontrá-los, mas não os encontrava, ficava mais nervosa ainda. Não conseguia imaginar mais nenhum lugar aonde os dois deviam estar. Foi quando ouvi duas meninas conversando sobre um filme. Filme...

Como eu pude esquecer de lá? A Sala de Filmes. Provavelmente estão lá vendo algum filme romântico e se beijando, como sempre. Rapidamente me dirigi até lá. Irei chegar até lá o mais rápido possível, e decidida a conversar com o Sai sobre isso. Não o deixarei sair impune desta. Ou ele conta ou eu conto.

Finalmente cheguei na porta da Sala de Filmes. Parei ali e do vidro pude vê-los. Estavam comportados. É a primeira vez que os vejo assim. Estavam assistindo a um filme. Quando finalmente decidi bater no vidro, a Ino se levantou. Será que ela me notou? Não. Ela ainda olhava pra ele. Agora parecia brava. O que... o que aconteceu? Me aproximei um pouco mais do vidro, para escutá-los com mais atenção.

- Não acredito que você não se lembra do nosso aniversário de namoro! Estamos completando um mês juntos!

- Isso não é importante agora, amor. Vamos passar nosso aniversário juntos.

- Não é importante?! Então passe sozinho! 

Eles... terminaram? Não entendi nada mas, alguma coisa me dizia que eu estava certa. Eles terminaram! Não preciso dizer nada a ela, acabou! Tudo o que tenho que fazer agora é me esconder, para que ela não veja que eu estava espiando. Ela está vindo para cá, nesse momento. Corri e me escondi atrás de uma árvores. Segundos depois a vi passar.

Nunca gostei muito do ''lado dramático'' da Ino, mas, agora eu agradecia aos céus por ela ser assim. Escondida nos arbustos eu a vi passar, em seguida, corri pelo lado oposto, planejava chegar lá no nosso quarto antes dela. Corri todo o caminho, dando a volta por fora da ala.

Quando completei o trajeto pelas roseiras, dei de cara com o Naruto. Aquele fujão conseguiu escapar de vir até aqui comigo, quando passamos pela Sala de Jogos. Assim que viu como eu estava, ele pareceu assustado. Andei até ele batendo o pé. Estava com raiva por ele ter me deixado vir sozinha.

- Por onde você andou? Me deixou vir sozinha contar isso para eles dois! - reclamei.

- Foi mal, é que... sabe, não sou em contar notícias ruins às pessoas. Mas e aí, como foi? Conversou com ele?

- Não, eu nem precisei! - eu disse, com um sorriso no rosto.

- O que... por quê?

- Acho que eles terminaram tudo!

- Devemos ficar felizes ou tristes com isso?

- Felizes! - eu o repreendi.

- Ah...claro... que bom que eles terminaram...- o loiro dizia, tentando forçar um sorriso. - Como a Ino deve estar agora? Não acho que ela esteja feliz com isso...

- Ah meu Deus... Ino! - falei, correndo dali.

Naruto me lembrou desse detalhe. Ino não sabe quem é o ''verdadeiro Sai'' mas terminou com ele. Ela não deve estar bem. Com certeza está precisando de um apoio. Corri o mais rápido que podia, finalmente chegando a porta do nosso quarto. Comecei a bater na porta com pressa, queria ver como ela estava. Depois de alguns segundos batendo, ela finalmente abriu.

Não parecia estar triste e nem nada do tipo. Abriu a porta com um sorriso no rosto e em seguida saiu da frente, para que eu pudesse entrar. Estranhei essa atitude dela. Por que estaria tão bem depois de ter terminado com o ''amor de sua vida''? Continuei a andar e parei sentada na cama.

Olhava para ela. Observava cada e qualquer movimento que ela fizesse. Parecia normal. Ela nem notou que eu a estava olhando tanto. Estava fazendo o que sempre fazia, a essas horas. Só que estava muito calada. Olhei para o relógio e imediatamente me lembrei do que ela havia me dito hoje mais cedo, sobre ter aula às 15:00 horas.

- Está se sentindo bem... Ino? - perguntei.

- Estou, claro. Por que não estaria? 

- Sei lá. Eu ouvi dizer... ouvi dizer por aí... que você e o Sai terminaram.

- Nossa, as notícias já estão correndo? Que rápido.

- Então é verdade?

- Não. Só demos um tempo, ainda não sei qual será nosso futuro. Acredita que ele esqueceu do nosso aniversário de namoro de um mês e disse que não é nada de importante?

- E como você está...?

- Bem. Melhor que nunca. - ela disse, colocando a bolsa no ombro direito. - Tô indo. Só vou estar aqui outra vez lá pelas 19:00 horas.

- Tudo bem. - eu disse, a vendo sair, em seguida.

Agiu bem diferente do que eu achava que ela iria agir.

(...)

Já deve ser 23:00 horas da noite. Hora do ''toque de recolher''. Depois de terminar de enviar o diário contando sobre tudo o que passei hoje, a minha avó, fechei o meu laptop e o coloquei dentro de uma das gavetas da cômoda. Em seguida, já com o meu pijama, parei em frente a cama debaixo do beliche. Ino estava dormindo. Dormia como um anjo. Que bom que consegui fazer com que ela não terminasse magoada, hoje.

Puxei um pouco os lençóis dela, cobrindo-a melhor. Sussurrei um ''boa noite'' para ela e, em seguida, comecei a subir as escadas para a cama de cima. Me deitei e em seguida me cobri. Alguns minutos depois, quando eu já estava adormecendo, a Ino começou a se mexer sem parar na cama.

A cama começou a balançar e eu não conseguia dormir. O que deu na loira, agora? Me levantei, sentando-me na ponta da cama. Ela continuava a se mexer. Desci as escadas e parei frente a ela. Ela estava...tendo um pesadelo? Rapidamente pensei em acordá-la.

- Ino. Ino. Ino, acorda. - eu a sacudia. - Acorda, Ino.

- Hãm... ahn, o que foi? - ela acordava.

- Você está se mexendo demais. Não consigo dormir assim.

- Foi mal, é que...

- O quê?

- Não consigo dormir. Na verdade, não irei conseguir dormir antes de dizer uma coisa para o Sai. 

- Dizer uma coisa? - pensei, abrindo um sorriso no rosto. - Vai terminar com ele...? - pensei.

- É. Sei que não vou conseguir dormir sem dizer umas verdades a ele. - cada vez que ela falava assim, meu sorriso se abria mais e ficava cada vez mais difícil escondê-lo. - Vou ligar pra ele.

Corri até a cômoda. Escondi o rosto para sorrir a vontade. É agora que ela vai terminar tudo com ele. Mal posso esperar pra ouvir. Finalmente aquele cretino vai ouvir o que merece. Depois de muito revirar a cômoda, finalmente achei o celular. Minha vontade de entregá-lo a ela era tão grande que eu nem conseguia conter mais, minhas mãos estavam tremendo.

Entreguei o celular nas mãos dela, tentando esconder o sorriso. Ela apenas me olhou, estranhando a minha atitude.

- Liga pra ele! Fala tudo o que você tem pra falar, menina! Desabafa!

- Tá... legal... - ela falou, estranhando.

Ela começou a digitar os números. Alguns segundos depois ela colocou o celular no ouvido.

- Alô?

- Sai, é você, não é?

- Sim, sou eu. Quem está falando?

- Sou eu, Ino. Eu queria te falar uma coisa. Sei que não vou conseguir dormir antes de dizer isso pra você.

- Tá legal, pode falar.

- É agora... é agora...! - eu sussurrava para mim mesma.

- Lá vai. - ela disse, após respirar fundo. - Sinto saudades de você.

- O quê? - disse, surpresa.

Não consegui evitar dizer aquilo tão alto. Não esperava que ela fosse dizer isso. Não estava em meus cálculos. Pra mim ela iria terminar tudo com ele de uma vez por todas, não se declarar para ele. Quando pensei que tudo tinha melhorado pra mim, as coisas pioram de uma hora pra outra. Por que tem que ser assim?

- Também sinto saudades suas. Me desculpe por ter esquecido nosso aniversário.

- Não. Tudo bem. Eu é quem fui dramática, a Sakura sempre me diz que sou dramática demais. Me perdoa.

- Perdoo sim. - aquele cretino... - boa noite, meu anjo.

- Boa noite, fofo. - ela disse, dando um selinho no celular.

- Dê boa noite a Sakura, por mim.

- Rosada, o Sai está dando boa noite.

- Hum...- simplesmente ignorei e a vi estranhar a minha atitude, segundos antes de desligar o celular.

- Nós voltamos!!! - ela disse, sorrindo animada. - Não é fantástico?

- É... incrível... - eu disse, tentando abrir um sorriso no rosto.

.....