Literally Falling From A Parachute escrita por Paul Everett


Capítulo 38
Capítulo 38: Os olhos coloridos


Notas iniciais do capítulo

Atualização! Cheguei a uma conclusão que atualizo somente nos finais de semana, são os dias que mais tenho tempo pra parar e escrever alguma coisa. Queria agradecer aos comentários do capítulo anterior, mesmo sendo poucos, vocês que comentam em todos os capítulos fazem a diferença para mim. Então, você que nunca comentou e acompanha de vista é bem-vindo para comentar, criticar e tudo mais.

Neste capítulo temos a primeira visita de Blaine com o terapeuta e um novo amiguinho para os próximos capítulos!



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Quando Kurt disse que iria aonde Blaine fosse, ele não estava de brincadeira. Ajudou ao namorado escolher uma roupa confortável para a primeira sessão no terapeuta e Blaine fez o mesmo com o namorado. Ele queria que Kurt estivesse lindo ao seu lado naquele consultório. Kurt vestia uma camisa social lilás e jeans azul enquanto Blaine vestia uma camisa polo branca e jeans também, ambos com casacos grossos para o frio. No início da manhã, Cooper enviou uma mensagem de desculpas por não poder acompanhá-los e desejou sorte. Após Quinn abraçar os dois e oferecer um bom dia, Sam entregou um pacote pardo para Blaine, desejando boa sorte, eles foram ao destino tão esperado, ou não.

A sala de espera era agradável. Havia um enorme tanque de peixe numa parede, o que chamou a atenção de Blaine, cheio de peixes e objetos para aquário. Kurt poderia dizer que aquele lugar era perfeito para crianças, com a pilha de brinquedos no canto.

— Sr. Hummel, Sr. Anderson, Dr. Martin está pronto para vocês. — Disse a recepcionista com um sorriso e um gesto que levava ao escritório.

Kurt levantou-se e olhou para Blaine, que tinha parado de olhar para os peixes. Ele sorriu, porque havia migalhas de biscoitos no queixo de Blaine. Kurt pegou a mão de Blaine, apesar de estar gelada e um pouco úmida, e eles entraram no escritório juntos. Kurt estava sorrindo com um olhar sutil sobre Blaine. Blaine parecia que iria explodir de nervosismo a qualquer momento.

— Olá Sr. Hummel! Sr. Anderson! — O doutor cumprimentou com um sorriso. Seus olhos verdes brilhavam enquanto gesticulava para eles sentarem.

Pelos menos ele não parecia tão assustador. E ele não parecia tão velho nem nada. Ou mais jovens que eles. Além disso, a sua sala de espera era incrível. Até agora, Kurt tinha aprovado.

— Eu sou o Dr. Martin, mas vocês podem me chamar de Joseph. Está tudo bem se eu te chamar Kurt e Blaine? — Ele perguntou.

— Claro! É maravilhoso conhecê-lo! — Kurt olhou para Blaine, esperando que ele respondesse.

Os olhos de Blaine estavam tentando captar todas as coisas na mesa do doutor. Coisas normais, como um grampeador e um enorme copo de clipes, além de outras coisas, como uma bola de stress com um rosto sorridente e um polvo de crochê para bebês. Blaine não respondeu, apenas distraidamente estendeu a mão para tocar o polvo.

Kurt sorriu para ele com carinho. Joseph inclinou a cabeça e cruzou as mãos sobre a mesa, chamando a atenção de Kurt.

— Tudo bem, bem, eu não sou o tipo de cara que gosta de enrolar muito. — Joseph começou. — Então, vamos começar apenas conhecendo uns aos outros, ok? E por que você sentiu que a ajuda profissional era necessária.

Kurt estava ouvindo atentamente e pensando o que dizer. Ele estava contente que Dr. Martin não tinha puxado um bloco de anotações e começado a escrever coisas. Isso era o que seu terapeuta fez na escola e lhe deu um complexo paranoico. Isso os deixaria mais loucos do que quando eles entraram, sob a impressão de que ele estava sendo gravado, registrado e julgado sem o seu conhecimento e consentimento.

Joseph ficou ali sentado com expectativa. Kurt achou que ele teria que ser o único a falar, o que era totalmente planejado que acontecesse. Enquanto Blaine apenas sentou em silêncio, com as mãos no colo, olhando para o polvo.

— Hmm... E-eu... Blaine e seu sentimos que precisávamos de alguém para conversar. Um profissional, porque...

Joseph apenas assentiu pacientemente.

— O passado de Blaine é...

Misterioso? Trancado em um cofre que se abre quando é alimentado com biscoitos?

— Dolorido. — Kurt olhou para Blaine enquanto falava. — E ele não é realmente confortável com as pessoas.

— Então, você está aqui por Blaine?

Kurt assentiu incerto.

— E Kurt, você está aqui porque Blaine queria você aqui? É isso mesmo? — Joseph perguntou.

Kurt assentiu a cabeça novamente. Ele provavelmente poderia usar essa ajuda profissional para si mesmo.

— Nós vamos ter que falar, não temos, Blaine? — Joseph disse, sorrindo.

Blaine olhou para Kurt nervosamente e Kurt pegou uma das mãos de seu colo, esfregando o polegar tentando tranquilizá-lo.

— Meu filho me deu isso. — Joseph comentou, apontando para o polvo de crochê. Pegou e estendeu-o para Blaine. — Ele tem seis anos. Ele o nomeou de Cabeção antes que minha esposa o fizesse mudar de ideia.

Blaine corou e aceitou o povo, meio hesitante.

— Ele mudou para Henry. Eu não tenho ideia do por que. Mas agora Henry tem vários amigos, alguns são meus pacientes mais jovens. Ele os faz sorrir — Joseph continuou.

Ok, Kurt gostava desse cara. E de Henry. Ele definitivamente gostava de Henry. Blaine sentou o polvo em seu colo e rodopiou os tentáculos em torno de um dedo em sua mão livre, olhando fixamente para Dr. Martin.

— Seria bom se você pudesse dizer um pouco da sua história para a terapia, Blaine. Talvez quantas vezes você já viu alguém, ou o que ele disseram? O que você pensou?

Kurt mordeu a língua. Ele queria abrir a boca e preencher o silêncio para que Blaine não precisasse falar, mas ele esperou em seu lugar e apertou a mão úmida de Blaine.

Blaine engoliu em seco e abriu a boca por alguns segundos, antes que qualquer coisa saísse.

— Eu não gosto de falar com as pessoas. — Blaine disse baixinho.

Joseph inclinou-se sobre a mesa para ouvi-lo, e então concordou amigavelmente.

— Compreensível.

— O meu primeiro... Terapeuta... Eu só o vi duas vezes. Ele disse, ele disse que eu poderia ter síndrome de Asperger, mas eu parei de falar com ele... Por isso não foi... Nada definitivo.

Céus, Kurt estava prestes a morder o lábio com o quanto que ele queria ajudar Blaine com sua explicação.

— Da próxima vez, meu pai me fez ver um psi-psiquiatra, e ele, hm. — Blaine começou a gaguejar e Kurt estendeu a mão livre para descansar o joelho saltitante de Blaine.

— Calma, querido. — Ele sussurrou.

O doutor observou-os com um pequeno sorriso, mas permaneceu em silêncio para que Blaine pudesse terminar.

— Meu pai basicamente deu-lhe uma lista do que ele pensava que estava... Errado comigo. E ele, concordou com a maioria deles. Eu acho. — Blaine franziu a testa.

Kurt franziu a testa também. Mas que diabos? A cada capítulo Walter se mostrava pior. Joseph observava calmamente, tanto a reação de Kurt quanto de Blaine.

— O que estava nessa lista? — ele perguntou.

— ADHD. Esquizóide. Desenvolvimento atrofiado. TEPT. Ansiedade social. Dislexia.

Kurt soltou o joelho de Blaine e moveu a mão para afagar a parte de trás do pescoço do moreno.

— Bem, Blaine, esses são todos os transtornos conflitantes. Eu asseguro que você não precisa de todos eles. Ninguém tem todos eles. Na verdade, vamos dizer que você não tem nenhum deles, até que eu possa fazer qualquer tipo de decisão definitiva, ok?

Os olhos de Blaine estavam arregalados quando ele balançou a cabeça lentamente. Kurt sorriu para si mesmo, ele definitivamente aprovava Joseph.

Até Joseph se virar para ele e pediu-lhe para descrever Blaine, ele congelou. Céus, ele poderia descrever Blaine durante todo o dia, mas isso pareceu ser meio pervertido e tolo para fazê-lo no consultório de um terapeuta. Bem, ele provavelmente pareceria um idiota em qualquer lugar perto de Blaine. Blaine apertou a mão dele e Kurt sorriu para os olhos castanhos. E começou.

— Ele tem olhos felizes. — Kurt disse, então franziu o rosto. Blaine estava vermelho e sorrindo para ele. — Quero dizer, seus olhos são tão brilhantes, ele me faz querer brincar sem parar.

Realmente, isso soava mais como uma criança.

— Ele é a pessoa mais gentil mais doce que eu já conheci. Além disso, ele é lindo. — Kurt sorriu. O rosto de Blaine parecia que estava prestes a explodir em chamas. — Ele tem um coração inocente e maravilhoso, ele acredita em todas as coisas boas do mundo. Sua imaginação é apenas... Simplesmente insana, ele adora animais e sabe quase tudo sobre eles, adora fazer biscoitos e quase deixar a casa em chamas.

Joseph riu um pouco e Blaine balançou a cabeça timidamente.

— E eu estou feliz que ele me deixa ir para as nuvens com ele. Meio que eu quero beijá-lo agora.

Kurt não sabia se isso era contra algum tipo de regra não escrita, mas Joseph ergueu as sobrancelhas e fez um gesto em direção de Blaine

Kurt inclinou-se sobre sua cadeira e puxou a cabeça de Blaine mais perto, segurando suas faces coradas. Blaine riu um pouco quando os lábios de Kurt deslizaram sobre os dele, fazendo que Kurt quase caísse da sua cadeira. Ele afastou-se e se ajeitou no seu lugar antes de olhar para Joseph com expectativa. Qual será a próxima?

Joseph parecia pensativo por um momento. Ele recontou-se na sua poltrona e olhou para Blaine.

— Agora é a sua vez, Blaine. Descreva Kurt para mim.

Blaine não parecia tão congelado como Kurt estava no início. Ele parecia animado.

Kurt estava um pouco tenso. Perguntar às pessoas para descrevê-lo sempre terminava mal. Principalmente na sua época de escola, com todos aqueles valentões e as líderes de torcida estúpidas do McKinley.

— Kurt é o melhor. Bonito e perfeito para mim. Ele é o meu segundo melhor amigo. — Os olhos de Blaine estavam brilhantes e ele balançou um pouco a cadeira.  — E ele, hum, tem a voz maravilhosa mesmo que cante pouco, ele é a pessoa mais talentosa que ja-já... Ouvi e...

— Devagar um pouco, Blaine. — Joseph pediu, sorrindo. — Eu mal posso compreendê-lo.

Kurt riu e Blaine assentiu, brincando com o polvo no colo.

— Ele é tão talentoso, ele tem um livro, ele tem os cabelos mais macios que existe, eu apenas quero me perder neles, às vezes.

Kurt quase bufou, mas decidiu se afogar na sua vermelhidão. Logo Blaine ficou mais sério.

— E ele me ouve. Eu não acho que ninguém... Ele é o único que faz isso. Ele nunca foi mau com ninguém, e ele não gosta quando as pessoas são más comigo... Eu sinto que estou, hm, sendo eletrocutado quando estou perto... Dele.

Isso era bom? Kurt sabia que ele tinha uma personalidade eletrizante, mas de qualquer maneira.

— Porque eu o amo. — Blaine terminou calmamente.

Kurt ainda estava absorvendo isso e tentando não chorar quando Blaine o puxou para um abraço surpresa entre suas cadeiras. Joseph observou-os calorosamente e depois perguntou para Kurt como ele foi parar em Nova York, Blaine falou sobre seu trabalho na floricultura e seus amigos. Depois de mais de meia hora, ele olhou para o relógio na parede e apertou as mãos alegremente.

— Tudo bem, Kurt, Blaine, nosso tempo acabou, mas eu realmente gostaria que vocês voltassem. Eu sinto que há muita coisa que podemos trabalhar aqui. Estariam interessados?

Kurt assentiu imediatamente e Blaine imitou o gesto, um pouco menos entusiasmado.

— Tudo bem. Nosso plano seria falar algumas coisas sobre você, Blaine. Para entender porque você se sente assim, age e reage do jeito que faz, talvez para torná-lo mais confortável em torno das pessoas. Nós simplesmente não queremos que você se torne dependente de Kurt, aqui. Ok?

— Você acha que ele é dependente de mim? — Kurt hesitou um pouco.

— Eu realmente não posso afirmar ainda, mas, pelo que eu vi, você é ótimo para ele. Ajuda um pouco mais, mas precisamos que Blaine evite essa dependência.

Blaine parecia um pouco nervoso. Ele bateu os dedos contra o braço de descanso até Kurt acalmar sua mão.

— Eu não estou dizendo que você irá se tornar uma pessoa falante assim que sair daqui, Blaine. Talvez apenas encontre coisas ou pessoas para dedicar seu tempo. Ou mente. Não se preocupe você vai conseguir.

Blaine balançou a cabeça lentamente e sorriu para Joseph quando ele lhe deu um sorriso de despedida. Ele pegou o polvo de volta com uma piscadela e eles saíram da sala. Kurt ficou surpreso que esta visita não tinha terminado em lágrimas ou terrivelmente numa confusão. Ele estava um pouco animado, na verdade. Muito animado quando Blaine comprou um sorvete e beijou-o com o sabor de morango na boca no caminho de casa.

***

Blaine pensava seriamente sobre as coisas que haviam acontecido na primeira sessão. Ele adorou. Dr. Martin tinha sido um cara bacana, ele nem sabia que existia pessoas assim que não fossem seus amigos e os de Kurt. E havia a sala de espera, Blaine conversaria com Kurt sobre ter um tanque igual aquele, ou até mesmo maior. Onde poderia caber golfinho, peixes grandes e pequenos, seria perfeito! Ele ainda era hesitante em contar sobre seu passado, não havia sido um dos melhores, ainda era doloroso para ele. Ele também não queria ser dependente de Kurt, foi uma das coisas que Blaine concordou com o doutor, mesmo que tivesse medo de perder Kurt no meio disso tudo. Ele não duvidava do amor de Kurt. Ele sabia que o homem de olhos azuis o amava com todas suas forças, mas temia que toda essa paixão acabasse.

Ele não queria virar um casal briguento com Kurt, igual Rachel e Finn. Ele provaria para Kurt que merecia tudo que o professor faz por ele. Tudo isso e muito mais.

— Blaine? — Os olhos castanhos piscaram lentamente em direção de Ryder. — Estou te chamando faz horas... Você está bem?

Blaine quase bufou com aquela pergunta. Desde que ele teve a crise por causa das crianças, Ryder e Kitty não paravam de perguntar se ele estava bem quando ficava meio aéreo.

— Eu estou ótimo... Só estava pensando. — Blaine respondeu.

— Tem certeza? Eu posso ligar para Kurt ou Sam...

— Ryder, eu estou bem. — Blaine quase rosnou e Ryder recuou, levantando as mãos em rendição. — Oh meu deus, desculpe, e-eu...

— Tranquilo! Soube que você procurou um terapeuta, isso é bom. Fiquei preocupado com você naquele dia e... Eu só não quero mais problemas acontecendo na loja. — Ryder suspirou.

Kitty que estava saindo do estoque ouviu toda a conversa entre o patrão e funcionário.

— Problemas no paraíso, borboletinha? — Kitty perguntou, aproximando-se.

— Huh? — Blaine ajeitou sua gravata borboleta azul. Foi escolha de Kurt, ele sorriu com o pensamento.

— Algum problema entre você e Kurt?

— Não... Eu acho. Por que teríamos?

— Eu não sei. Então, vocês finalmente procuraram ajuda?

— Sim. — Blaine corou.

— Como foi? — Kitty perguntou animada. — Eu sempre quis saber como são esses lugares, sabe, eu vi em muitos filmes essas salas com um sofá de couro e com o psicólogo apenas ouvindo e anotando tudo sobre seus pacientes para tirar sua conclusão no final.

— É mais ou menos assim nos filmes. — Blaine murmurou.

— Então...?

—M-minha primeira sessão foi... Legal. Joseph é um ótimo homem. — Kitty arqueou a sobrancelha e Blaine corou furiosamente. — Não! Ele é casado e eu amo Kurt... Kitty!

— Eu não disse nada! — Kitty gargalhou, deixando o moreno mais vermelho do que antes. — Ok, continue.

— Ele fez umas perguntas sobre mim e Kurt. Não julgou em nenhum momento... E tinha o polvo de crochê, super fofo! — Blaine sorriu minimamente.

— Parece ótimo, poderíamos ir a alguma sessão com você. — Ryder sorriu. — Não é, Kitty?

— Não conte comigo. — Kitty revirou os olhos.

Ryder sorriu tristemente em direção de Blaine antes de sair da floricultura para começar a tirar algumas caixas do caminhão da loja. Kitty voltou a fazer seu trabalho e Blaine também.

— Blaine! Você não vai acreditar! — Sam gritou.

Blaine franziu a testa. Em que momento Sam havia entrado na loja?

— O que você faz aqui? — Blaine perguntou.

— Oh... Eu estava andando pelo bairro, você sabe. — Sam piscou para o moreno. — Eu passei nesse lugar mágico e cheio de amor com cheiro de ração, então uma mulher me deu um panfleto, eu não joguei nem nada, eu respeito o trabalho dela, ficamos conversando...

— Você flertou com ela, não é? — Blaine riu.

— Claro que sim! Ela ficou meio triste ao saber que eu era gay e tinha namorado. — Sam tentou ficar sério, mas acabou rindo com Blaine. — Mas isso é ótimo para Oliver!

Blaine revirou os olhos. O relacionamento de Sam e Oliver estava avançando a cada dia. Ele ficava feliz pela felicidade do amigo loiro.

— O que tem o panfleto? — Blaine pegou o papel das mãos e seus olhos se arregalaram. — Oh me Deus, isso é...

— Sim! — Sam exclamou. — Isso não é demais?!

—S-sim, mas... Começa a-agora. — Blaine olhou para o seu relógio de pulso. — E-eu não po-posso...

— Qual é, você não quer ver esses carinhas fofos? — Sam choramingou, fazendo beicinho. — Vamos lá!

— Eu preciso falar com Ryder...

— Fala o que? — Ryder perguntou, deixando uma caixa sobre o balcão.

Blaine apenas estendeu o panfleto em direção ao rapaz. Ryder arqueou a sobrancelha para logo rir, balançando a cabeça.

— Liberado. — Ryder sorriu. — Na verdade, todos nós vamos.

— O quê? — Blaine sorriu mais largo. — E a floricultura?

— Não temos muitas entregas hoje, estamos com pouco movimento. — Ryder deu de ombros. — Podemos ser voluntários lá.

— Eu não preciso ir, não é? Tenho coisas mais importantes para fazer do que isso. — Kitty disse enquanto lia o panfleto. Ela ergue o olhar para os rapazes com sorrisos assustadores. — Não.

— Você não tem opção, querida.

***

Após um dia cansativo de trabalho, Kurt suspirou de alívio ao sair da ducha. Saiu do quarto envolvendo apenas uma toalha enrolada no quadril, deixando pingos de água no chão da cozinha. Ele saltou quando viu a porta da frente estava aberta, apenas para descobrir que era Blaine. Com as mãos atrás das costas, obviamente escondendo alguma coisa e tentando parecer indiferente sobre isso. Blaine não tinha notado ele e Kurt viu seu namorado se mover atrás da porta de entrada e na sala de estar usando o que ele aparentemente acreditava serem suas habilidades ninjas surpreendentes.

Kurt sorriu para si mesmo ao pensar que o moreno estava fugindo de algo.

— Blaine. — Kurt disse, tentando parecer sério ao assistir a confusão de cabelos cacheados e olhos castanhos ampliarem em surpresa. Sim, ele definidamente parecia culpado. Kurt estreitou os olhos. — O que você fez? Você quebrou alguma coisa?

Blaine hesitou e ficou na sala olhando para Kurt. Ele estava em conflito com alguma coisa. Kurt observou como sua mandíbula subiu e desceu algumas vezes. Ele se moveu para mais perto da cozinha e para seu namorado.

— Você está bem, querido?

Blaine assentiu em silêncio e Kurt olhou-o por um momento.

— O que está atrás das suas costas? — Kurt perguntou, erguendo as sobrancelhas.

Blaine mordeu o lábio e hesitante puxou uma caixa de sapatos atrás de suas costas, com buracos.

— Blaine. — Kurt suspirou, aproximando-se pra ver a caixa. — O que é isso?

— Um gatinho. — Blaine disse baixinho, puxando lentamente a parte de cima da caixa e revelando o pequeno, animal felino de cor laranja.

O primeiro pensamento de Kurt foi, que aquela era a coisa mais adorável. Mas, então, pensou no dilúvio que seria ter Blaine correndo pela cozinha pela cozinha com um gato soltando pelos e ele olhou sério para Blaine.

— O que você está fazendo com ele? — Kurt perguntou, cruzando os braços.

Blaine abriu a boca por um segundo antes de qualquer coisa sair. Ele olhou para baixo e bateu a cabeça laranja suavemente.

— Ele ficou órfão... E é cego de um olho. — Blaine explicou, voltando a olhar para Kurt.

Perfeito. Um órfão, gatinho adorável meio cego. Como diabos alguém poderia dizer não a isso sem ser um idiota sem coração? Blaine continuou a falar enquanto Kurt observava.

— Dr. Martin disse... Disse que eu deveria ter outros interesses, eu acho, não é? Tipo, coisas para dedicar meu tempo... Então. — Blaine parou e olhou para o gatinho.

— Então você trouxe um gatinho para casa? — Kurt sorriu suavemente.

Blaine assentiu e Kurt franziu a testa.

— Você estava indo escondê-lo no armário de casacos? — Kurt levantou a sobrancelha em diversão.

— Você gosta de animais? Você não tem nenhum. — Blaine deixou escapar e balançou a cabeça. Kurt estendeu a mão distraidamente e afagou os cachos para trás. — Eu pensei que você não iria... Ninguém quer, porque ele é cego.

— Blaine, eu não tenho animais, porque o apartamento é pequeno. Eu não quero Chuck e a mãe dele me enchendo de reclamações... Eu não acho que Dr. Martin estava falando disso quando ele disse para você encontrar outros interesses.

O rosto de Blaine caiu e quebrou o contato visual com o namorado para olhar o gatinho sonolento.

— Mas... — Kurt enfatizou, abaixando até encontrar os olhos de Blaine novamente. — Você já nomeou, certo?

— Simon! Eu gosto do Rei Gelado, mas quando ele é o Simon... Ele é bom para Marceline... Ele tem esses dois lados... Como os olhos coloridos de Simon, o gato. Eu gosto disso.

Kurt mordeu o lado de sua boca para não choramingar. Era apenas um nome perfeito para Blaine. Por este ponto, ele tinha se conformado com o fato de que, sim, eles teriam um animal em casa. 

— Eu acho que nós deveríamos ficar com ele. — Kurt disse. Tinha saído um pouco mais entusiasmado do que ele pensou que tinha dito, mas que seja. — Você ama os animais e eu te amo, então eu acho que nós deveríamos ficar com ele.

Blaine sorriu e fez um movimento para abaixar a caixa para que pudesse abraçar Kurt, mas Kurt o deteve.

— Mas — Kurt proclamou. — Se você realmente quer dar alguns passos e ouvir o que Joseph disse, acho que podemos começar na festa de Natal. Com as crianças... O que você acha?

— O que você quer dizer?

— Só lidar com as crianças. — Kurt disse simplesmente. — Eu vou servir os adultos com a ajuda dos rapazes e você interage com elas. Cumprimentar, dizer coisas boas, talvez sobre animais, eles adoram! Você poderia até mesmo cantar!

Blaine balançou sobre os calcanhares e olhou para o gatinho com saudade. Ele estava doido para brincar com a bolinha laranja!

— Tudo bem, eu posso fazer isso.

— Sim, você pode. — Kurt assegurou. Ele inclinou-se e beijou Blaine, depois o abraçou com força. — Eu te amo, querido.

— Eu também te amo... Podemos brincar com Simon?

Kurt bufou e revirou os olhos.

— Claro, mas depois vamos para o apartamento de Quinn. — Kurt sorriu maliciosamente. — Ela vai adorar nosso pequenino aqui, ele ama gatos, tanto quanto ama Finn.

— Mas isso...

— Veja não é fofo? — Kurt sorriu, abaixou-se para pegar a confusão de pelos laranja. Os olhos do pequeno gatinho eram incríveis, cada lado de uma cor. — Ele é adorável.

Simon remexeu-se e Blaine sorriu brilhantemente. Kurt esfregou a barriga do gatinho, em seguida esfregou a barriga de Blaine para fazê-lo rir.

Ele poderia viver com isso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? O que acharam do Dr. Joseph (obrigada as meninas do grupo KLM que ajudaram com o nome) e do Simon?

Estou pensando em trazer um pouco de música para os capítulos, quem sabe no próximo. No próximo capítulo teremos mais Simon e Blaine, Kurt e Quinn, Soliver e algumas surpresa... Espero que tenham gostado desse capítulo, não esqueçam de comentar o que gostaram, ou não gostaram, vocês sabem. Até o próximo capítulo e até... :-)