Stronger escrita por Ana Wayne, Vick Wayne e Mia Oliveira, Miranda Kaiba


Capítulo 12
10. Mission II - Winter and Spring




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A intuição de Sakura era ótima e Temaria adorava isso. Logo na manhã seguinte chegaram os ninjas de Kumo e de Yu. E foi decidido que a reunião começaria logo após o almoço, que seria servido nos quartos. Felizmente o dia passou rápido e toda, ou qualquer clima agradável se dissolveu com a proximidade da maldita reunião.

Logo todos foram para a sala de reunião onde Sakura sentou-se próxima a Shikamaru, Temari e Gaara. E naquele momento apareceu um homem que ela nunca tinha visto em todo o tempo em que ficara hospedada por ali. Ele era um homem bem mais velho e se vestia com roupas de sacerdote.

– Quem é ele? – Perguntou baixinho para Shikamaru.

– O mediador! Ele é um sacerdote que nasceu no País do Fogo, mas que hoje anda por ai, já deve ter ouvido falar dele: Katashira Akira. – Sakura se surpreendeu, ele era conhecido mesmo no mundo ninja como sendo muito poderoso. – Ele foi votado pelos dois lados para ser o mediador da conferência.

– Entendo.

O silencio perdurou entre aquele grupo por alguns segundos, mas ainda se era possível ouvir murmúrios de alguns lados. Estavam em uma sala ampla e retangular, na sala havia uma grande mesa oval, onde em uma extremidade estava o Kuyusuke-hime e os seus oficiais do País da Primavera; na outra extremidade estava Yukimura Hyun, seus filhos, seu sacerdote e seus três oficiais, representando o País do Inverno. No centro da mesa, virado para os “convidados” da conferencia estava Akira, que era um dos poucos que se mantinha completamente calmo.

– Vejo que todos estão aqui! – Disse o houshi. – Podemos dar início a conferência.

---.---

O tempo passara rápido, para a surpresa de Sakura. Muitos países se encontravam a favor do País do Inverno. Na verdade Yu, Hoshi, Iwa e Taki que se colocaram ao lado do País do Inverno e diziam que deveriam desligar a máquina da primavera. Já Kumo, Kiri apoiavam totalmente o País da Primavera, reforçando a ideia de que deveriam concertar a máquina e torna-la ainda mais potente. Apenas Konoha e Suna se mantinham neutras.

Sakura aproveitava o clima para buscar algo em seu tablet e logo ficou pasma. E descobriu os reais interesses de cada país. Ela e Shikamaru aproveitaram e montaram um power point e estruturaram, ali mesmo novos argumentos para defenderem a mesma tese. Logo foi a vez do Kazekage se pronunciar e Sakura se manteve calada para ouvi-lo.

– Os Países devem permanecer da forma como estão, dessa forma ambos poderão continuar progredindo sem guerras.

– Claro que não! – Gritou o líder dos Yukimura. – Essa garota invadiu meu país e fez com ele o que bem queria e tomou o poder para si como se fosse dona daquelas terras.

– Aquelas terras são minhas! – Disse a princesa. – Sou herdeira por direito, tanto que a máquina nem teria sido ativada se eu não possuísse o sangue dos velhos líderes do país.

Sakura revirou os olhos. Aquilo ia ser uma briga e tanto. Temari usou um argumento bom, mas ainda sim fraco para convencê-los e logo chegou a vez deles. Se levantaram e Sakura ficou tensa ao ouvir a provocação

– Então Konoha, assim como Suna, vai apoiar essa história louca de manter os dois países, não Haruno-san, Nara-san! – Começou Yukimura com ironia. – Sinto dizer que ficou para vocês o trabalho argumentativo, espero que sejam melhores que seus amigos.

Ela revirou os olhos e se levantou. Limpou a garganta.

– Gostariamos de usar o telão para poder mostrar algumas coisas. – Disse ela.

– A vontade, menina! – Disse o mediador, olhando-a com interesse.

Sakura conectou o telão ao seu tablet, e o deixou com o powerpoint que fizera em segundos durante a conferência, enquanto pesquisava.

– Em primeiro lugar, vamos repassar os interesses de cada País nessa conferência. O País da Terra sempre foi um grande exportador! E um dos países que mais comprava mantimentos dele era o País da Neve, por causa da dificuldade ou impossibilidade do plantio em quase todo o País. País das Fontes Termais é onde a maioria dos enfermos do velho País da Neve recebia tratamentos, por causa da proximidade. O País do Urso exportava bastante para cá também, pelos mesmos motivos da Terra. E quanto ao País da Cachoeira, acho muito difícil com que o Lord Eiji vá contra a família de sua esposa, que quando solteira era chamada Yukimura Madoka.

Nesse momento a sala se encheu de sussurros. As páginas do power point os surpreendiam cada vez mais. Shikamaru logo levantou e voltou a dizer, junto a Sakura.

– Agora a Mizukage, por acaso era prima da irmã da mãe de Kazanaha Naomi, mãe de Kazanaha Kuyusuke. E o País da Nuvem é um país que possui grande interesse nas minas do País da Neve, e acho que seria um pouco inviável a ação mineradora enquanto houver neve por todo o lado.

Novamente os sussurros.

– Aposto que não vai dizer nada sobre Konoha e Suna, não é crianças! – Disse um ninja de Iwa.

– Perdeu a aposta. – Disse ela com bom humor.

– Konoha possui grande amizade com Kazanaha Kuyusuke, e o País do Fogo também possui interesses em atividades mineradoras no País da Primavera, mas grande parte se localiza na região agora chamada de País do Inverno. – Shikamaru esperou os novos sussurros. E continuou. – Porém Konoha também possui interesses em exportação para o País que não era pouco. Ainda tem o fato de que o clã Yukimura era um grande aliado do Yondaime, Namikaze Minato, dessa forma não os abandonaríamos em sua busca por... Independência.

– Quanto ao País do Vento possui interesses mais turísticos, que era recíproco, e independente das escolhas o Vento será o menos prejudicado.

Todos se calaram perante as palavras deles. Ela tomou um gole de agua e sentiu os olhares de expectativa de cada um dos presentes naquela sala.

– Partindo agora para a defesa da tese de manter os dois países. Nem todos acreditam ou aceitam a ideia de que ativarem a máquina tenha sido algo bom, mas nem todos a repudiam. Mantendo os países deixara com que as pessoas possam escolher. Sem contar que há vantagens para ambos os lados: o País da Primavera poderá plantar em basicamente todo o território, e o que não der para plantar dá para a pecuária, e seu território ficou com cerca de 39% da área mineradora existente no antigo País da Neve. E o País do Inverno possui áreas que foi atingida pela máquina, poderiam usá-las para plantio ou criação de animais, já que possuem áreas boas e propícias para tais, além disso ficaram com mais 60% da área mineradora, não dá para reclamar disso.

Todos ficaram surpresos com os argumentos da garota. A maioria usava baseado em família e tradição e ela tocou na economia, algo que todos saiam em vantagem sobre o velho País da Neve.

– Se esqueceram de algo, Haruno-san e Nara-san! – Disse o mais novo dos Yukimura.

– Se por acaso está se referindo a lenda da Senhora das Neves. Não, não estou. – Pronunciou-se Shikamaru, com a voz cansada. – É fato que todos veneram Yukina, ou pelo menos veneravam. Quando estava estudando não deixei escapar essa importante tradição. Yukina era a grande deusa da neve que abençoou o país e resolveu que faria dele sua casa. Quanto a isso não se preocupe, a lenda diz que ela morava a oeste do Rio de Lagrimas, que ela chorou quando seu irmão desapareceu.

– Como tem tanta certeza? – Perguntou o sacerdote dos Yukimura.

Sakura colocou no power point o trecho de um livro.

“Durante tantos dias e noites a senhora da neve chorou, e tanto chorara pela perda de seu irmão que suas lagrimas formara um rio que cavara o chão, do alto de Kimiko assistia a agua serpentear as terras afim. Quando levantara a cabeça se foi para onde o sol se colocava para descansar e onde tudo o que ela faria agora seria isso. Descansar.”

Ela repetiu o trecho.

– O sol se põe a oeste! – Finalizou. – E mais do que isso, neste mesmo livro da onde tirei este trecho, há uma parte que diz que nem o calor do sol do deserto, nem o calor do amor de uma mãe seria quente o bastante para derreter a montanha de gelo eterno, onde ela descansa. Talvez tenha sido esse um dos motivos pelo qual a máquina fora incapaz de derreter a neve e trazer a primavera. – Disse com um sorriso enquanto voltava para se sentar.

---.---

A conferencia durou mais dois dias. Mas fora apenas para acertar os tratados de paz, pois no fim era quase impossível dizer que os argumentos dos representantes de Konoha foram “passáveis”. Demorou dois dias para que fizessem um tratado aceitável para ambos os lados, mas saiu. E depois de dois dias só faltava a assinatura de todos os presentes. Depois de assinar tudo tiveram uma pequena festa, para comemorar o fim da tensão.

– Eu tinha percebido que você era boa em argumentação quando te perguntei por Hakame. – Sakura se virou para o mais novo dos Yukimura. – Só não percebi que era tão boa.

– Quando me perguntou sobre Hakame-kun, eu percebi que queria me testar, Yukimura-san!

– Já passamos da formalidade Sakura, me chame de Yuki! Espero que continue assim, vai se dar muito bem em um cargo político.

– Jogue essa bomba em outro colo, Shikamaru fez a maior parte do trabalho! – Riu.

Eles riram. Naquela noite não nasceu apenas dois países. Nasceu também uma amizade, que seria tão imortal quanto Yukina, e tão eterno quanto seu gelo. Mas ninguém conseguiu perceber aquilo. Apenas um homem que ficara quase que o tempo todo escondido, observando a criança dos cabelos rosados.


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