Dreams escrita por AustinandAlly


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiii ameeeei muito todos os comentários e amanhã a tarde os responderei, pois cheguei hoje de viajem e estava acompanhando pelo celular ai só deu tempo de atualizar a história. Beijão e espero que curtam o capitulo, é totalmente Auslly! não se preocupem os outros personagens vão aparecer mais nos capítulos seguintes. beijão e desculpem qualquer erro.



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Austin

Todos me olhavam espantados enquanto Ally permanecia sem palavras a minha frente. Meu casaco deslizava por seus ombros, pois a garota estava tão chocada que não o segurou quando eu o coloquei sobre sua pele. Tentei ajeita-lo em seu corpo e ela percebeu que precisava voltar a realidade, ela o firmou sob seus ombros para que não caísse, mas continuou a me olhar como se esperasse que eu desse o próximo passo e assim eu fiz.

–Venha, vamos embora daqui! – disse passando meu braço por sua cintura a fim de conduzi-la.

Olhei para a professora e ela assentiu com a cabeça, autorizando minha saída com Ally da quadra. Nós saímos enquanto atrás de nós ninguém dizia uma única palavra, seguimos pelo refeitório até chegarmos em um corredor sem movimentação por conta das aulas.

– Você está bem? – eu disse quando enfim paramos de caminhar, ela agora vestia meu casaco.

Ally balançou a cabeça dizendo que sim, mas prosseguiu calada apenas me encarando com aqueles olhos hipnotizantes.

– Vou te levar pra casa, acho que o que aconteceu foi demais por um dia. – afirmei com um sorriso leve.

Queria tranquiliza-la e ao mesmo tempo me afastar, ficar longe é o certo e por mais que eu não queira eu tenho que fazer isso, por ela.

– Não. – foi o que ela conseguiu dizer ainda sem desviar seu olhar de mim.

–Me leva pra outro lugar, fica perto. – tal frase me atingiu certeiramente, rápida como uma bala.

Ela não queria se distanciar? Quando eu quero mantê-la segura ela quer justamente o oposto? Tentei pensar no que estava acontecendo naquele momento, mas não fui capaz porque Ally me paralisou quando se aproximou me abraçando levemente. Ela descansou sua cabeça em meu peito e eu não estava preparado para abraça-la de volta, pois seu gesto foi surpreendente, mas mesmo sem raciocinar direito meus braços se mexeram a envolvendo.

O abraço se prolongava e eu não queria sair dali, eu sentia que ela precisava de mim, mas isso não estava certo.

– Você nem ao menos me conhece direito. – tentei afasta-la sem ser grosseiro, ela saiu de nosso abraço e me fitou.

– Eu sei, é só que você é....- ela pausou me deixando curioso.

– Você é diferente, não é como os outros! Eu já te disse isso uma vez, você é incomum e isso me tranquiliza porque sei que qualquer aproximação vinda de você não é como a das outras pessoas desse colégio, não é por status. – ela me bombardeou, era assim que ela se sentia a meu respeito e eu gostei, mas isso estava errado.

– Desculpe se pareci precipitada dizendo essas coisas, sei que nos conhecemos a pouco tempo. – ela tentou minimizar sua frase anterior quando notou meus olhos espantados.

– Tudo bem, não quis ser rude com você. - disse enquanto a admirava vestida em meu casaco.

– E eu não quis te assustar. – ela sorriu enquanto nos olhávamos, eu sorri de volta.

– Acho que preciso te dar um obrigada triplo agora, essa é a terceira vez que você faz algo por mim. – ela brincou e eu ri.

– Sabe de algum lugar que possamos ir? Não quero ficar aqui e nem ir pra casa, quero esquecer do mundo. – ela me pediu, seus olhos quase imploravam.

Eu queria ter forças pra dizer que não, pra dar qualquer desculpa e evita-la, mas era impossível recusar aquilo. Dava pra sentir algo invisível me atrair a ela, me prendendo, e por menor que seja o tempo que nos conhecemos não significava nada perto do que eu sinto.

– Não conheço muita coisa em Miami, mas tem um lugar que eu gosto e que não vou faz um tempo. – disse com um sorriso.

Nós caminhamos até o estacionamento sem sermos vistos e entramos no meu carro. Onde estou com a cabeça? Estou brincando com a situação, eu não sei o que o sonho significa e não sei o que pode acontecer com a garota, devo estar louco levando-a comigo.

Meus pensamentos lutavam contra minhas atitudes, a razão e o coração brigavam a todo instante, mas na maior parte do tempo meus sentimentos falavam mais alto. A levei a um lugar que provavelmente ninguém conhecia, que nem mesmo eu ia com tanta frequência. Era um teatro abandonado no fim da cidade onde ninguém entrava ou se importava.

– Nossa, como você descobriu esse lugar? Eu nunca tinha ouvido falar. – ela olhava tudo maravilhada enquanto nós entravamos.

Estava empoeirado, mas as cadeiras estofadas com um veludo vermelho pareciam conservadas. O palco era grande e as luzes não estavam quebradas então acendi toda a iluminação para que pudéssemos ter uma visão melhor do espaço.

– Nem eu sei, um dia sai por aí e encontrei. – a respondi enquanto ela fazia o reconhecimento do local.

– Você vêm sempre aqui? – ela me perguntou enquanto analisava umas cortinas antigas que escorriam por imensos janelões.

– Na verdade só vim duas vezes, mas senti como se o mundo inteiro não existisse quando estive aqui e por isso achei que você iria gostar. – disse sorrindo.

– E gostei. – Ally admitiu e me analisou.

– Sabe, você está diferente, está falando mais. – ela sorriu.

Ao ouvi-la dizer isso notei que em tão pouco tempo ela me havia feito quebrar a barreira do meu silêncio, não era um bom sinal, pois eu estava me envolvendo. Eu não a respondi, não sabia o que dizer diante daquilo, eu estava perdendo o controle.

Ela continuou caminhando enquanto eu me mantive parado apenas a olhando, ela tocava em tudo o que via até que desapareceu por uma porta.

– Austin!! Vem cá, você precisa ver isso! – pude ouvir o som de sua voz ao longe e atendi seu chamado.

– O que Ally? – perguntei quando me aproximei de onde a garota estava, mas não foi preciso que ela me respondesse.

Me deparei com um piano enorme e bem antigo, uma relíquia, era realmente muito bonito e Ally parecia encantada com o instrumento. Eu me aproximei para limpar a poeira da banqueta do piano e logo depois pedi para que ela se sentasse, ela acatou meu pedido. Ally começou a dedilhar uma canção que não pude identificar, mas o que me impressionou foi a facilidade com que ela tocava.

– Você é talentosa, não sabia que tocava. – a elogiei e logo um sorriso largo se abriu em seus lábios.

– Eu não sou só o que pareço ser Austin, sou muito mais do que uma líder de torcida. – ela disse enquanto fechava os olhos, acredito que para sentir a melodia da canção.

Eu me maravilhei com suas habilidades e não duvidava de que ela fosse muito mais do que uma garota popular, pois eu conseguia sentir algo de muito bom e puro nela. Não podia negar que estava me apaixonando por ela, cada vez mais.

A tarde passava e nós permanecíamos ali naquele teatro abandonado, ela dedilhava suas canções enquanto eu permanecia deitado em um sofá antigo apenas a aplaudindo a cada término de música, eu era seu único, mas atencioso ouvinte.

De repente ela parou de tocar chamando minha atenção, me levantei e caminhei até ela.

– Algo errado? – perguntei e Ally me encarou com seus enormes olhos castanhos.

– Não, apenas estava pensando o quanto estar aqui me faz bem. Você é novo na minha vida, mas me ajudou mais do que qualquer outra pessoa. – ela se declarou e eu notei meu coração acelerar.

Não soube o que responder apenas a encarei e Ally passou levemente uma mecha de meu cabelo para trás da orelha. Ela fechou seus olhos em rendição ao momento e eu quebrei as regras deixando meus lábios roçarem nos seus, eram intensamente macios, mas suavemente carnudos. As faíscas tomaram conta de mim.

Ela abaixou suas mãos para minha nuca e eu me arrepiei com seu toque, passei meus braços em volta de sua cintura intensificando o momento, mas rapidamente voltei a mim me afastando antes que o roçar de lábios se transformasse em um beijo. Ela abriu os olhos lentamente que estavam aparentemente decepcionados assim como os meus.

– O que houve? - ela me perguntou e eu mais uma vez me vi sem resposta.

– Ally, isso não está certo. - enfim disse a fazendo ficar confusa.

– Você tem namorada? - ri, como ela poderia achar que alguém esquisito como eu tinha namorada?

– Claro que não, só não está certo. Você pode não me entender, mas estou fazendo o melhor. - falei me sentindo mal por ter que rejeita-la.

O sonho jamais me permitira fazer o contrário, passar a tarde com ela já era muito e isso me preocupava. Ela pareceu continuar decepcionada, o que me fez sentir algo bom dentro de mim, afinal ela também queria aquele beijo.

Ela olhou o relógio do meu pulso que marcava o fim da tarde, seus olhos se arregalaram e ela se pronunciou.

– Está ficando tarde, preciso ir. – ela se levantou da banqueta e me olhou.

– Tudo bem, eu te levo.

Ally sorriu e nós caminhamos lado a lado até a saída, o céu estava completamente fechado e os pingos de chuva ameaçavam cair, nós corremos até o carro e eu dirigi para sua casa.

– Obrigada por hoje. – ela me disse.

– Disponha. – sorri.

– Não fale isso, desse jeito vou querer sua ajuda o tempo todo. – ela riu brincalhona eu apenas sorri.

Mais uma vez o silêncio se prolongou entre nós, mas não era qualquer silêncio, era uma coisa nossa. Estava acontecendo algo entre nós, a falta de palavras estava nos envolvendo, mas a chuva forte começou a cair o que nos tirou do transe.

– Eu vou indo. – ela disse um pouco assustada com o barulho forte dos pingos de chuva batendo na lataria do carro.

–Até amanhã. – sorri.

– Ah, posso devolver seu casaco depois? – ela me perguntou e eu assenti, afinal sua roupa continuava rasgada.

– A propósito você fica muito melhor sem ele, experimente mais vezes, loirinho! – ela soltou com uma piscadela e logo saiu correndo para dentro de sua casa me deixando sem fôlego.

Ally

Corri até minha casa tentando não me molhar muito, logo que entrei notei que minha mãe estava sentada no sofá.

– Ally filha, por onde andou? Estava preocupada. – ela me disse.

– Desculpe mãe, esqueci de avisar que iria demorar. Estava com umas amigas na casa da Lindsay. – menti, não iria dizer que estava com um garoto todo esse tempo.

– Tudo bem, mas não faça isso da próxima vez. – ela me advertiu e eu assenti com a cabeça.

– Onde está meu pai? – perguntei, devia haver algo errado. Mamãe nem se quer havia notado o enorme casaco que eu vestia.

– Ainda não chegou, sabe o que eu acho disso não é? – ela voltou a se sentar no sofá e eu me decepcionei.

– Mãe, você acha mesmo que ele iria fazer isso de novo? – perguntei incrédula.

– Não sei minha filha, mas eu o amo tanto. – ela desabafou e eu a consolei a abraçando.

O tempo passou e minha mãe ficou sonolenta, meu pai não chegou então eu a ajudei a subir para seu quarto. Mamãe não podia ficar naquele estado, precisava descansar.

– boa noite mãezinha, qualquer coisa vá até meu quarto. – disse carinhosamente enquanto depositava um beijo em seu rosto.

Fui para meu quarto que ficava numa área mais acima da casa, no andar mais alto onde dava pra ver todas as ruas do bairro pela pequena varandinha. Estava decepcionada com meu pai, era inacreditável que ele estivesse saindo novamente para jogar, lembro-me da época em que quase fomos a falência por conta do dinheiro que ele gastou nos jogos.

– Deus, me ajuda. – pedi com um suspiro.

Caminhei ainda triste para o banheiro, o melhor a fazer é tomar um banho e descansar para acordar bem, esquecer essa parte ruim da minha vida. Tirei minha roupa começando pelo casaco de Austin e dei um leve sorriso ao lembrar de nossa tarde, o que eu não entendia era o motivo pelo qual ele insisti em se manter afastado. Pude notar diversas vezes sua resistência em se aproximar de mim e isso me intrigava. Olhei mais uma vez para o casaco e de repente me deu uma súbita vontade de sentir seu cheiro, sentir um pouco do garoto.

Quase dei um grito quando seu cheiro invadiu minhas narinas, o perfume almiscarado logo me fez lembrar da noite misteriosa que tive após a festa de Vitor. Eu havia passado a noite com Austin?


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