A Caçadora escrita por jduarte


Capítulo 4
Surpresa - £


Notas iniciais do capítulo

Bom, agradeço por todos os reviews, mas não consigo ver nenhum deles. Não me perguntem o porque... Acho que o Nyah! está com algum problema... Mas enfim.
Espero que gostem!
Beijooos,
Ju!



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Ela saiu do elevador calmamente, passou por meu lado tocando em meu ombro provocando uma sensação de dor instantânea e uma voz sussurrou em minha cabeça: isso é só uma mínima demonstração do que eu posso fazer, querida. Fique longe de mim ou eu acabo com você.

Por mais que eu não fosse uma pessoa chegada em nenhuma religião e nem acreditasse muito nessas baboseiras que as igrejas tentavam nos sondar, comecei a rezar todas as orações que eu conhecia, e mais as que eu inventava na cabeça. Tudo isso pra conseguir juntar coragem para ir atrás da mulher que agora se encontrava pelo menos a quatro carros de distância.

– Pare aí mesmo! – berrei.

Ela riu, sem olhar para trás.

Minha raiva explodiu no peito, e eu gritei de novo.

– Se você não parar vou ser obrigada a atirar, senhora!

A palavra “senhora” pareceu lhe afetar, já que ela se virou para mim completamente, com os olhos injetados de raiva, e começou a andar em minha direção, soltando – literalmente – fogo pelas ventas.

Enquanto ela caminhava, pude ver que suas peças de roupa começavam a se despedaçar à minha frente, e virar pó. Ela tinha uma pele escamosa por baixo de toda aquela roupa, de uma cor nada natural, e vermelha, até. Ela parecia estar pegando fogo. Seus olhos agora não eram mais amigavelmente verdes, mas ardiam de certa forma, e podiam ser considerados um tanto quanto assustadores. E quando ela sorriu, bem, vamos simplesmente dizer que seu sorriso não alcançou seus olhos, e os dentes que deveriam ser perfeitos como eu me lembrava, davam agora espaço para presas afiadas e pontudas.

Definitivamente um demônio forte.

Dei alguns passos para trás, e sem pensar atirei.

O demônio parou no meio do caminho e tateou o corpo tremulamente me lançando um sorriso ameaçador logo após os tiros atravessarem seu corpo e irem parar diretamente na pilastra atrás dela, como se ela não estivesse nem ali.

Minha mente parecia ter desligado por alguns segundos, e o medo era a única coisa que eu conseguia sentir. Por que aquelas coisas só aconteciam comigo? Eu tinha o dom para atrair problemas daquele tipo.

A criatura chegou mais perto ainda de mim, e passou sua garra em minha bochecha, deixando uma sensação de frio e infelicidade que eu nunca havia sentido antes. Minha visão ficou turva, e pude ouvir o demônio sussurrar quase carinhosamente em meu ouvido:

– Helena, não vamos tornar as coisas mais difíceis do que já estão. Venha comigo. Deixe-me alimentar de sua pobre alma. Você parece ser tão apetitosa...

E um segundo depois eu corria por minha vida pelo estacionamento, a arma sendo quase esmagada por mim. Peguei o frasco pequeno com água benta que estava em meu bolso de trás, e implorei para que ela fizesse pelo menos aquele monstro desacelerar os passos.

Parei no meio do caminho, e joguei o frasco em sua direção. O líquido se espalhou por seu rosto, se concentrando na área dos olhos, e o monstro caiu no chão berrando palavrões que nem eu sabia que existiam.

Continuei a correr esperando que o demônio tivesse desistido de mim, e me escondi uns bons metros longe dele, atrás de uma pilastra e escorada em um carro de luxo que identifiquei como sendo o de Fitch.

Fitch vai me matar.

Enquanto estava escondida, vi a sombra de um homem parado na entrada do estacionamento.

Deus do céu, tudo tinha que acontecer justamente no dia que eu viesse trabalhar? Primeiro um demônio atormentador, e depois um humano estava vendo tudo o que havia acontecido? Alguém será despedida hoje.

Fiz menção para ele ir embora, e quase levantei para manda-lo para longe. Mas ele não parecia inclinado a me obedecer de maneira alguma.

Ele veio mais para a luz, mas não entrou no prédio. O homem olhou para cima e depois para mim novamente, e tentou entrar, mas então parou no meio do caminho.

– Deixe-me entrar! – ele berrou.

Pisquei algumas vezes e quase ri.

– Está louco? Vá embora daqui enquanto pode!

Ele começou a ficar agitado e andava de um lado para o outro, como se estivesse procurando uma maneira de entrar no prédio para tentar me ajudar.

– Me deixe entr...

Sua frase foi interrompida pelo som vidros se quebrando e metal sendo retorcido. Cobri os ouvidos e me joguei no chão com medo que os estilhaços viessem em minha direção.

– Você pode ter me cegado, mas seu cheiro ainda está presente, sua garotinha boba! – o demônio riu descaradamente. Era possível ouvir seus passos pesados no concreto do estacionamento, num ritmo meio macabro.

Olhei para de onde o som vinha, e pude observar que a criatura estava levantando todos os carros para me achar a todo o custo. Ela estava içando um por um com suas mãos largas, e jogando uns contra os outros de uma maneira assustadora.

– Me deixe entrar agora! – ele exclamou. Parecia que ia explodir, mas eu não o deixaria entrar de nenhuma maneira.

– Não! – retruquei.

O demônio riu.

– Arrumou uma ajudinha, querida? – a criatura perguntou, sua voz soando ainda mais perto.

Não respondi, e tapei a boca com as mãos para me impedir de gritar desesperadamente. A arma parecia ser feita de sabão agora. Ouvi os passos despreocupados virem em minha direção e minhas pernas pareceram travar.

Em minha mente eu repetia vários dos palavrões que eu havia aprendido com o demônio e mais alguns que eu conhecia, torcendo para que eu não fosse morta. Ainda nem era Ação de Graças!

Senti uma respiração em meu pescoço e espiei pelo canto do olho, quase chorando.

– Você tem um cheiro tão bom. – a criatura sorriu.

Em outras circunstancias, como em uma cantada de bar, esta frase até me faria beber uma rodada de bebidas que algum cara gatinho ofereceu. Mas na praticamente-morte experiência, eu não estava tão exultante para ir beber alguma coisa com essa... coisa.

Empurrei a criatura para longe com o cotovelo, e não me arrependi quando ouvi a cartilagem de seu nariz se deslocar, ignorando a agonia que se transformou em um arrepio irritante e desceu até a base de minha coluna.

Corri em direção ao carinha, e pude sentir o chão vibrando com o peso do demônio atrás de mim.

– Por tudo o que é mais sagrado me ajude! – comecei a gritar.

– Diga as palavras. – o homem disse, quase friamente.

– Eu te deixo entrar... – mal terminei a frase quando tropecei em meus próprios pés, e vi com horror a besta subir em cima de mim, e levantar as garras para dilacerar meu peito.

Mas por sorte vi uma sombra enorme empurrar o monstro para longe, fazendo com que ela gemesse de dor.

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Notas finais do capítulo

continua?