Passara-se uma hora desde a “conversa” de kagome e Sesshoumaru, e desde então ele não se aproximou mais dela, se trancando na biblioteca. Isso a chateava de certa forma... No entanto, kagome decidiu que era melhor o obedecer do que brigar, desceu do seu quarto e foi para a cozinha fazer o lanche que prometera levar para a escola de Rin. Ter a mente ocupada com a comida ajudaria a relaxar um pouco, e principalmente pensar no que havia acontecido no quarto. Quando chegou a cozinha, encontrou uma enorme cesta de piquenique, em cima da mesa... Dentro dela havia um cobertor/toalha de mesa forrando a parte interna da cesta. Isso facilitava um pouco as coisas para Kagome, que não sabia onde procurar uma cesta naquela casa.
Kagome conseguiu fazer uns sanduíches, omeletes, salsichas cortadas em forma de polvo entre outros quitutes da culinária japonesa. Pegou alguns potes de plástico e começou a guardar as comidas separadamente, dentro da cesta, deixando quase tudo pronto. Estava agora na ultima etapa, e para ela a mais complicada segundo ela, os "onigiris". Tinha colocado todos os ingredientes dele na mesa, a panela elétrica cheia de arroz, o sal, as algas... tudo de essencial para fazer “onigiris perfeitos”.
Depois de 10 tentativas, Kagome estava ficando irritada de frustrada. Mas porque era tão complicado fazer um triângulo de onigiri? Depois de várias tentativas, saíram várias formas geométricas, menos a um triângulo...

– O que está fazendo? - indagou Sesshoumaru, que sem ela perceber entrara na cozinha e ficara a observando preparo dos onigiris

– O que acha que estou fazendo? - indagou Kagome ainda concentrada, tentando ainda fazer um triângulo... Mas saiu quase um quadrado.

– Deixe-me ver... - comentou ele se aproximando da mesa, olhando os "onigiris" de diversas formas geométricos que ela fez – Blocos de construção? ... Sinto em lhe dizer isso Kagome, mas creio que nenhuma civilização atual use mais essa tecnologia alimentícia em construções de moradias...

Kagome irritada pelo comentário, mas ao olhar para todos aqueles onigiris que tinha feito e começou a rir, ele tinha razão, pareciam blocos de construção. No entanto não iria aceitar a critica de alguém que provavelmente nunca cozinhou a própria comida...

– Muito bem, eu o desafio! - falou Kagome com certo humor – Faça melhor!

– Afaste-se. - respondeu Sesshoumaru arregaçando as mangas, indo para o lado dela e começou a fazer, ou pelo menos tentar fazer um onigiri, junto com Kagome... Cada um fez uma bandeja, e depois de pronto iriam se avaliar.
No entanto ela começou a se distrair, ficou observando Sesshoumaru tentando fazer o onigiri, ele parecia ter dificuldade um pouco maiores, devido a sua força ou talvez as unhas... Tinha vontade de rir, mas conseguiu se controlar. Ele realmente parecia estar se concentrando muito na tarefa, dando a liberdade dela continuar o olhando... Só agora notara agora que ele havia trocado de roupa, agora usava uma camisa de algodão branca com mangas longas, mas dobradas até a altura dos cotovelos, e uma calça jeans preta e tênis... Jaken iria ter um treco quando visse assim tão “normal”.

– Porque está me olhando? – indagou Sesshoumaru sem afastar os olhos do seu trabalho

– Nada, eu estava pensando em algo... - comentou Kagome voltando a se concentrar no que fazia. Continuaram o trabalho em silencio... Alguns minutos depois ambos acabaram, mas nenhum teve o devido sucesso.

– O que é isso? Uma homenagem às pirâmides do Egito? - indagou Sesshoumaru olhando a bandeja de kagome, com certo humor

– Pelo menos parece um triângulo, Sr. Balas de canhão! - comentou Kagome, apontando para os que sesshoumaru fizera que era de uma circunferência perfeita... ele amassara tanto o arroz que parecia mais com argamassa do que arroz - Acho melhor a gente tentar novamente, eu vou preparar mais arroz...

– Acho que não temos mais tempo. - comentou Sesshoumaru olhando para o relógio - Vamos levar esses mesmos.

– É... Acho que ainda são comestíveis. - comentou Kagome começando a guardar tudo nos potes de plástico, colocando-os dentro da cesta - De qualquer forma há outras comidas e sanduíches que eu fiz dentro da cesta que devem estar bons. Nosso lanche na escola não está totalmente perdido...

– Acho melhor eu levar meu celular pra qualquer emergência de nível hospitalar então... - comentou Sesshoumaru lavando as mãos na pia da cozinha

– Não se preocupe, você não será obrigado a comer... - comentou kagome se fazendo de ofendida - Pode pegar a térmica com chá enquanto levo a cesta... - pediu ela, mas antes que pudesse pegar a cesta, Sesshoumaru a pegara primeiro.

– Melhor você não carregar peso, eu cuido da cesta. Pegue o chá... - falou ele pegando a cesta e a levando até o carro. Kagome ficou o observando por mais algum tempo, ele estava se comportando normalmente agora... Como se a conversa dele mais cedo não tivesse existido. Não parecia estar zangado nem nada, aquele era o Sesshoumaru que Kagome conhecia. Era uma pena que não seria assim o tempo todo...

–x-

A escola de Rin estava quase toda em festa, mas havia ainda preparativos pendentes, alguns alunos ainda correndo de um lado para o outro com um monte de matérias, cartazes, professores, além de amigos e familiares que já se encontravam no local. Quando Sesshoumaru e Kagome chegaram, ele achou melhor irem logo procurar alguma árvore para preparar o piquenique as sombras dela, para aguardar Rin e Jaken. No entanto Sesshoumaru não queria ficar perto da multidão, então escolheu uma árvore perto de uma pequena colina por trás da escola, na qual tinha uma boa vista para quadra de esportes e a pista de corrida. Entretanto Kagome achou que não por causa da multidão que Sesshoumaru escolhera aquele local, mas sim de evitar o barulho e os diversos cheiros e perfumes... ali onde iriam ficar tinha um vento constante e era muito mais calmo. Era o lugar ideal para uma mulher grávida.

Antes mesmo que eles tirarem a toalha, Jaken chegou com Rin, ou melhor, fora arrastado pela menina até ali, ajudando a estender a toalha no chão. Sesshoumaru primeiramente ajudou Kagome a se sentar sobre a toalha, colocando a cesta ao seu lado, antes de se sentar. Mas antes que pudessem definitivamente relaxar, Rin começou a protestar e fazer exigências, principalmente em relação à comida, que queria comer imediatamente, pois estava morrendo de fome, apesar de Jaken contradizer que era absurdo o que falava, pois Rin já havia comido alguma coisa na lanchonete. Mas não houve como Kagome não ceder a insistência da menina, afinal ela mesma estava ficando com fome. Começou a tirar os potes com a comida e os colocou sobre a toalha, os abrindo.

– Uau! Você que fez tudo isso sozinha, tia Kagome? - indagou Rin maravilhada com a quantidade de comida

– Tive uma certa ajuda... - comentou Kagome sorrindo, olhando de relance para Sesshoumaru - Espero que estejam bons...

– Pra mim estão ótimos! - gritou Rin, indo abraçar kagome, depois se sentou ao lado dela. - Quero experimentar tudo!

– Devagar Rin, ou vai acabar ficando com ruim do estômago. - comentou Sesshoumaru se servindo de chá

– Certo! - falou Rin, mas parecia não o ter escutado direito, pois colocava um monte de comida na boca, na medida em que abria cada pote. Kagome ficou comendo os sanduíches e Sesshoumaru apenas as observa, enquanto tomava seu chá. Quando enfim Rin achou o pote com os "onigiris" que Kagome e Sesshoumaru haviam feito, pegou um de cada e começou os avaliar. - Uau! São tão bonitos e diferentes dos normais... vou comer os dois!

– Coma devagar Rin. – a relembrou Sesshoumaru. – A comida não vai fugir.

– Ele tem razão Rin, pode acabar com dor de barriga se comer muito depressa. – argumento Kagome

– Só mais esses, por favor! Por favor! – pediu Rin, fazendo uma cara que ela impossível lhe dizer não, pelo menos pra Kagome.

– Ok, mas só mais esses dois. – respondeu Kagome, depois de olhar para Sesshoumaru, que concordou com um leve aceno de cabeça.

– Espere Rin! - gritou Jaken, tirando-os da mão dela, antes que ela conseguisse dar uma mordida - Não acho que eles estejam bons para consumo humano... Ou de qualquer ser vivo.

– Porque?! – indagou Rin, meio irritada

– Sinto uma energia sinistra vindo desses onigiris... – comentou Jaken

– Tia kagome que fez. - comentou Rin - E parece estar gostoso!

– Mas... Mas... - tentou argumentar Jaken, mas olhou para Sesshoumaru, e visto que ele não se manifestou, não havia porque proibir a menina de comer. - Muito bem Rin, pode comer os que têm pontas.

– O redondo não? -indagou a menina olhando para o onigiri redondo

– Não! - gritou Jaken - Essa coisa tem uma aura sinistra, além de parecer ter a consistência de uma bola de gesso... Acho melhor não...

De repente Jaken se calou, sentindo uma aura assassina atrás de si. Viu sesshoumaru o olhando diretamente, lhe dando um sorriso sinistro... Nesse momento Jaken começou a suar, e percebeu que aquele seria o ultimo dia de sua curta vida yokai.

– Pra mim não parece tão ruim. - comentou kagome, tirando o onigiri redondo da mão de Jaken, e o comeu - Até que está bom, apesar da forma diferente, o arroz é o mesmo. O gosto ficou um pouco diferente dos que eu preparei mas...

– Quem os fez? - indagou Rin, de imediato

– É segredo! - respondeu kagome rindo. Jaken não havia percebido que elogiara a comida dela e que denegrira a tentativa de “onigiri” de Sesshoumaru. Era bom saber que Sesshoumaru não era totalmente perfeito nem para seu servo...

– Eu quero comer o onigiri redondo também! - gritou Rin, o pegando. Mas antes que conseguisse dar uma mordida, Sesshoumaru o tirou da mão dela e o trocou pelo que Kagome fez.

– Jaken... Coma tudo! -ordenou Sesshoumaru entregando o pote com os onigiri "bala de canhão" para Jaken. – Agora.

– Sim... Se-se-se-Senhor Sesshoumaru. - respondeu jaken,
praticamente jorrando água... Ou melhor, suor.

– Espera jaken. - pediu Kagome antes dele começasse a comer - Eu troco alguns dos meus por esses...

– Porque? - indagou Sesshoumaru sério

– Eu realmente gostei! - respondeu Kagome com sinceridade.
– Não sei por que, mas há algo diferente neles.

O almoço correu normalmente, no entanto Sesshoumaru ficou prestando muita atenção no que Kagome comia. Ela realmente parecia ter gostado muito dos "onigiris – bala de canhão" que ele fizera... O que o forçou a experimentar também. Jaken tinha razão, os "onigiris" tinham adquirido de certa forma sua energia sinistra... Talvez seja por isso que Kagome quisesse tanto os comer. Teria que ter cuidado, ou ela poderia correr o risco de se intoxicar por causa da energia sinistra... Ou pior, ela viraria uma meia-yokai. Bom, pensar ela com orelhas de meio-yokai cachorro na cabeça o fez sorrir... Seria muito interessante a cena.

– Estou cheia! - falou Rin se deitando sobre a toalha, passando a mão na própria barriga - Não tem mais espaço pra nada... nem uma balinha de menta!

– Eu também. - comentou Kagome se inclinando um pouco para trás, com a mão sobre a barriga - Acho que comemos demais...

– Se começar a não se sentir muito bem, me avise. - comentou Sesshoumaru lhe entregando um copo com chá verde

– Hay! - respondeu Kagome feliz, olhando em volta, mas com a mente muito longe dali. Começou a pensar naquele fatídico sonho que tivera há meses atrás... Talvez aquele sonho tivesse sido um presságio. Bom, analisando o que havia ao seu redor havia coisas ali que pareciam familiares, no entanto não acreditava que aquele era o lugar que tinha ido, em seus sonhos. Talvez fosse numa estação diferente, ou em outro lugar mas...

– Nossa, sua barriga está maior que a minha e nem comeu tanto como eu! - comentou Rin, passando a mão sobre a barriga de kagome, o que fez voltar à realidade imediatamente, assustada. Rin colocando a cabeça sobre a barriga de kagome, que não sabia como reagir. Olhou assustada para Sesshoumaru, mas ele apenas ficou observando e pelo que parecia impediu de Jaken se manifestasse para afastar a menina.

– Nossa... Eu não sabia que a comida dentro da gente fazia esse barulho. - comentou Rin meio intrigada. - Posso escutar a sua barriga, Senhor Sesshoumaru?

– Não. - respondeu ele

– Ah... E a do Jaken? - indagou a menina, esperançosa

– A digestão de um yokai é diferente das de um humano Rin. - respondeu Sesshoumaru

– Ahhh! - respondeu Rin, levantando a camisa de Kagome até a cintura e colocou a mão na própria barriga e a outra na de Kagome - Que estranho, a minha não parece ser igual a da tia Kagome, mas somos humanas...

– É porque... - começou a falar kagome, visto que não tinha como se explicar. E pelo que via, esse era o momento que devia falar a menina, caso contrário seria Sesshoumaru que iria falar... Respirou fundo antes de começar a formular uma resposta. - Não é só comida que tem ai dentro, eu estou... estou...

– Com vermes? - indagou Rin confusa, interrompendo Kagome - Uma vez Jaken me deu um remédio pra vermes, e saiu um monte de... Não sei o nome daquilo. Mas ele pode te dar esse remédio também. Acho que você precisa realmente dele, sua barriga está até ficando grande...

– Não é isso Rin... - respondeu Kagome numa mistura de riso com confusão – Minha barriga está grande porque... Eu vou ter um bebê...

– Que? - indagou Rin desconcertada, com os olhos bem abertos, olhando para o rosto de Kagome e em seguida para a barriga dela. – Como assim?

– Kagome vai ter um bebê, Rin. - respondeu Sesshoumaru - Está grávida, e ele é macho.

– É um menino! - falou Kagome irritada com o termo "macho" que ele usara. parecia que estava definindo um animal do que uma criança. - Meu bebê é um menino!

– Um bebê? - ainda perguntou Rin, olhando pra todos, depois olhou novamente para a barriga de Kagome, colocando as mãos sobre a barriga dela, tentando sentir qualquer sinal que o indicasse se havia realmente um bebê ali dentro. – Se tem um bebê ai dentro... Isso quer dizer que eu vou ter um irmãozinho?

– Não! - respondeu kagome

– Sim! - respondeu Sesshoumaru, no mesmo tempo que Kagome, sobrepondo em ênfase a sua voz sobre a dela. A palavra dele era lei... – Terá de ser mais responsável se quiser ajudar a Kagome a cuidar dele.

– Ele vai demorar muito pra sair daí? – indagou Rin, já eufórica – Quando vou poder conhecer ele?

– No máximo daqui a três meses. – comentou Sesshoumaru, colocando a mão sobre a de Rin, que ainda estava na barriga de Kagome. De imediato o bebê se aproximou da mão e a
chutou. Rin ficou maravilhada com a notícia, se levantou e começou a pular e quase dançar de alegria, depois puxou Jaken e começou a gira-lo no ar, cada vez mais rápido.

– Eu vou ter um irmãozinho! Eu vou ter um irmãozinho! - gritava Rin feliz, ao mesmo tempo em que girava Jaken

– Pare com isso Rin! Eu acabei de comer... Vou ficar enjoado! - gritava Jaken desesperado. Mas a menina não o ouviu e começou a girar ainda mais, foi quando ele escapou de sua mão e saiu voando colina abaixo, e quando caiu no chão começou a rolar.

– jaken! Volta aqui! - gritou Rin, correndo atrás dele.

Kagome ficou olhando toda aquela cena sem fala... Aquele dia estava sendo mais maluco do que imaginava, mas estava longe de terminar. Por alguma razão, quando olhou para Sesshoumaru, teve certeza que haveriam muito mais surpresas pra ela de agora em diante.