Na mesma hora Stella ficou paralisada e Jess colocou as mãos a boca.

- Somente esqueça o que eu disse! – ela disse saindo da sala às pressas com os olhos marejados.

Deixando uma Stella perplexa para trás.

Depois dessa confissão Stella foi pra casa a fim de encontrar Jess e conversar com ela, a miga tinha de responder o porquê de ter escondido isso dela.

Stella abriu a porta de casa e encontrou Jess fazendo as malas. Como assim, ela iria embora?! O que estava acontecendo, num momento as duas estavam bem e noutro elas brigavam! Não poderia continuar assim.

- O que está fazendo? – Stella inquiriu, fechando a porta atrás de si.

- Não sabe mais o que é arrumar as malas? – Jess respondeu com outra pergunta.

- Jess! Olhe pra mim! – a Grega pediu e a morena parou de fechar as malas e a encarou.

Stella viu que a amiga havia chorado, assim como ela, o companheirismo das duas estava em crise.

A CSI foi até a amiga e a abraçou bem apertado.

- Jess! Por que você foge toda vez que algo te tormenta? – Stella indagou abraçando mais forte Jessica.

A garota só derramou-se em lágrimas ainda mais.

Alguns minutos depois, quando a poeira abaixou, as duas sentaram-se no sofá e Jess começou a falar.

- Eu descobri quando estava pra sair do Hospital, estava conversando com o Jonny, sabe, de Jersey, então, ele é médico e eu vi a enfermeira aplicar um remédio estranho, num momento pensei que fosse algum maluco com vaselina no soro! Olhei bem para o rosto da enfermeira e não a reconheci. Perguntei o remédio e ela não me respondeu. Peguei uma amostra e levei pra uma amiga técnica!

- Por que não levou pra mim?

- E deixar você preocupada? Não. Enfim, ela descobriu o nome do medicamento e conversando com Jonny descobri que era um controlador, mais usado pra pessoas com doenças terminais e câncer.

- E não conversou com o médico? Tirou suas próprias conclusões?

- Não, voltei ao Hospital e perguntei o médico! Ele me enrolou, mas depois disse, falou que ainda era cedo pra dizer, mas era bem provável que eu estivesse com leucemia.

- O QUÊ?! – Stella exclamou.

- Acalme-se! Dias depois o exame saiu e deu uma taxa baixa de leucócitos, ou seja, estava mais que confirmado! – ela baixou os olhos.

- Nem sei o que dizer! – Stella estava ainda mais surpresa, se é que era possível.

- Não precisa! Eu já me acostumei com a ideia! – ela sorriu fracamente.

- Jess! Não diga isso! Eu não vou deixar você morrer! Além do mais existem bancos de medula! Eu já passei por algo parecido! Você vai sair dessa com certeza!

- Stella! Você não está entendendo! Eu já passei por muita coisa! E agora eu vou deixar a vida me levar entende? Eu não quero fazer transplantes e muito menos quimioterapia! Eu vi como as pessoas ficam e eu não quero isso pra mim! – ela disse entre soluços.

Stella nada disse. Somente abraçou a amiga a fim de lhe dar apoio.

...

Um mês se passou desde a revelação de Jess para Stella. Ela continuava com seu jeito maluco de ser, porém um pouco mais moderado, não bebia mais, nem ficava até muito tarde acordada. Stella havia a convencido a se tratar, a Grega sempre ia com ela às consultas e daqui a algumas semanas começaria a quimo.

Estavam quase todos na sala de descanso, com exceção dos detetives.

- Barzinho hoje a noite gente? Sexta e amanhã, por um milagre do governo nacional não teremos trabalho! Imaginem! DOIS DIAS sem trabalho galera! É muito bom! – Adam pronunciou.

- Eu topo barzinho levarei Camile! – Sheldon disse.

- Quem é Camile? – Danny indagou rindo.

- A namorada do Sheldon Messer, você anda tão desinformado! – Jess disse entrando na sala e sentando-se ao de Mac no sofá.

Os amigos notaram que Jess tinha uma caixa consigo, mas nem perguntaram do que se tratava.

- AHHHH Sheldon tá namorando! Lalalalala! – Danny disse e todos, inclusive ele, riram.

Logo Don chegou com Jamie em seu encalço. O namoro deles estava cada vez mais sério.

- Jess, o que tem nessa caixa ai? – Jo inquiriu abraçada a Adam.

- Ah, é só uma coisinha que eu comprei pra Lucy! Mas, eu queria entregar pra ela! Só que como minha pequena não está aqui...

Ela abriu a caixa e tirou uma “bolinha de pêlos” de lá de dentro.

- Diga olá para o Dexter! – ela disse dando o cachorrinho pra Danny. Que fez uma careta.

Lindsay tirou o bichinho da mão do marido e ficou fazendo um cafuné nele.

- Eu quem vou limpar a caca desse bicho né? – Danny inquiriu olhando a esposa.

- Ainda bem que você sabe!

- Linds, só lembrando é pra Lucy okay? – Jess disse sorrindo pra mulher e pra Danny.

- Ouviu né Montana! L-U-C-Y! – Danny disse meio enciumado.

- Danny está com ciúmes do cachorrinho! Pensei que se garantisse amigo! – Don disse rindo junto com os outros.

- Olhem, não foi minha intenção de fazer o casal brigar! Acho que meu cãozinho Bon pode ficar feliz em ter um novo amiguinho né Stell! – a morena olhou pra amiga, já que f9ora ideia dela comprar o cãozinho pra afilhada.

- Aham.

- NÃO! – exclamou Linds. – levamos Dexter pra casa! Okay? Danny!

- Certo né. – o loiro disse meio assustado com a reação da esposa.

- Mas, então rola barzinho hoje? – Jo inquiriu.

- Pra mim não. – Jess disse sentando-se novamente ao lado de Mac.

- E por que não Angell? – o supervisor inquiriu.

- Bem gente amanhã bem cedo eu vou fechar negócio com o corretor da minha casa, da Stella e Jo, então se beber até cair não vou ter cabeça pra fechar negócio, temos desfile amanhã e mais, eu trabalho na parte da tarde! Meu Sábado não será folgado como o de vocês!

- Poxa! – Jo disse meio desanimada.

- Mas, todos vocês vão e se divirtam por mim okay?! – ela disse fazendo brotar um sorriso nos rostos dos amigos.

Era assim que ela queria lembrar-se deles.

...

Sábado chegou ensolarado e alegre.

Stella acordou meio atordoada ela havia bebido a beça na noite anterior, fazia parte do sofrer em silêncio pelo estado da amiga Jess. Ela lembrava-se de ter contado a Mac o porquê de se enterrar nas bebidas naquela noite.

Ela virou-se pro outro lado da cama a fim de fugir do Sol e quase caiu do móvel ao ver que tinha alguém ao seu lado. E soltou um grito quando percebeu que esse alguém era Mac Taylor.

...

Era o quinto copo de tequila seguido em menos de vinte minutos. Mac aproximou-se dela e sentou no banco ao lado.

- Tem certeza que sabes beber Stella? – ele inquiriu.

- Quieto! Deixe-me sofrer em paz okay? – ela pediu virando-se para o outro lado e bebendo sua tequila.

- Sofrer por quê? – ele quis saber.

- Você já sofreu Mac?

- Claro. Quando você escolheu ir para NO e me deixar aqui sozinho eu sofri por você Stell. – ele disse bebendo sua cerveja sem encará-la.

- E sofres agora? – ela indagou ainda sem encará-lo.

- Por causa da Christine? Não. Sinto falta dela, e da companhia dela, mas ela gritou com você, sem motivos, pior, por ciúmes, eu nunca dei margem a isso! Eu disse que não suportava essas crises e ela o fez mesmo assim! Acabou. – ele bebeu mais uma vez. Mas, não parecia sentir remorso nem dor ao falar na ex-noiva. – e você por que está sofrendo?

- Jess. – ela disse o encarando finalmente.

- O que ela ou você fez?

- Foi uma peça do destino, ela vai morrer Mac. Eu não quero que aconteça, mas ela está decidida a isso.

- Como assim? – ele perguntou confuso.

- Ela tem leucemia. Eu a convenci a se tratar, mas você tem que querer se curar pra ficar bom! E ela está fazendo isso por mim, ela nunca ficará boa se não quiser! O médico já nos disse isso.

- Stell, sinto muito... – ele deixou a frase morrer e a abraçou.

...

Jessica estava na sua mesa assinando alguns papéis. Ela parou o que estava fazendo quando ouviu a porta da delegacia ser aberta. Um policial qualquer entrou a cumprimentou e foi pra sua sala.

Ela estava cogitando a possibilidade de ter um relacionamento com Marcus já que o novo membro na NYPD havia lhe chamado pra jantar. Balançou a cabeça em negação e sorriu ao pensar que ele poderia lhe dar algo sério. Ele com certeza não era desses.

- Sorrindo tão cedo! É um os motivos que te admiro Jessie. – Don disse sentando-se na sua mesa, que ficava bem próxima à dela.

- Só estou rindo do destino! Ele é engraçado às vezes! – ela disse o observando.

O mesmo físico malhado, a mesma vestimenta social, os mesmos olhos carinhosos que ela gostava tanto de admirar, ela não podia negar Donny Flack lhe fazia falta e muita.

- Pela hora que chegou, estava treinando, presumo. – ela chotou certeira.

- Ainda lembra-se dos meus hábitos?

Ela só deu de ombros e arqueou as sobrancelhas. Enquanto ele lhe deu um sorrido encantador. Com aquele sorriso mais uma vez ela se viu presa na teia dele, ela havia deixado seu coração ganhar mais uma vez.

Now I can't trust myself with anything but this and that's what you get when you let your heart win

Agora não confio em mim mesma com nada, além disso, e é isso que você recebe quando deixa seu coração vencer – Paramore – That’s What You Get.