Demorei para responder, mas finalmente as palavras saíram, com muito esforço, da minha boca:

– Não! Caramba, todos insistem em perguntar a mesma coisa! - cruzei os braços e Violetta riu.

– Awn, Angie! Você ainda gosta dele! Que fofa! - ela me abraçou.

– Violetta, está surda? Eu disse que não! - me soltei do abraço.

– Eu sei o que você disse, mas eu te conheço. Conheço muito bem e sei que quando está mentindo começa a olhar para todos os lados, menos para pessoa que está conversando. Como fez agora.

Minha nossa, ela me conhecia bem mesmo! E agora, o que eu respondo? Fiquei boquiaberta, sem saber o que falar.

– Vilu, eu...

– Angie, por que não me falou antes? Poxa, se você tivesse falado eu ia ficar do seu lado e não ia apoiar esse relacionamento entre ele e Esmeralda.

– Ai, Violetta. Não sei, eu me sinto mal por gostar do meu cunhado. - finalmente admiti. - Promete que não vai falar nada pra ele?

– Hm... Prometo, maaas... - ela disse sorrindo. Ah, sempre tem um "mas"!

– "Mas" o quê?

– Mas eu não prometo que não vou ajudar você a ficar com ele!

– Não, Vilu! Ele gosta da Esmeralda! Sem contar que nosso amor é impossível! Aliás, ele nem deve gostar mais de mim como antes. Esquece isso, por favor.

– Tia, você sabe que sempre quis que vocês ficassem juntos, mas com o passar do tempo achei que vocês pararam de se gostar tanto como antes né. - ela soltou uma breve risada e continuou: - Por isso comecei a apoiar o relacionamento com a Esmeralda, já que quero que meu pai seja feliz. Só que prefiro mil vezes você e ele, além do mais, eu preciso de uma "mãe".

– A Esmeralda é uma boa mãe. - disse emburrada e me referia à Ambar, que parecia ter sido bem educada.

– Mas ninguém me conhece tanto como você.

– Ah, isso é. Mas isso não muda o fato de eu ter um amor impossível por seu pai.

– Não muda mesmo, mas deixa eu tentar! Por favor! - Violetta se ajoelhou na minha frente e implorou.

Com aquela carinha fofa que ela fazia, era impossível negar.

– Ah, tá bom. - cedi e ela me abraçou e beijou minha bochecha.

– Me leva até em casa?

– Claro, vamos.

Pov Germán

Angie estava estranha. Mais da metade da aula ela ficou distraída com algo, perdia o foco e eu podia ver claramente que ela sentia vontade de chorar.

Eu estava de Jeremias, portanto resolvi perguntar, já que ela se abre mais comigo de Jeremias do que como de Germán.

Ela não quis me dizer, mas pude ver que era algo relacionado a mim, Germán. Não sei o que eu lhe fiz, mas resolvi não insistir na pergunta.

Voltei para casa e fui tomar um banho. Depois voltei para sala e quando ia me sentar no sofá, a campainha tocou.

Fui atender. Abri a porta e lá estavam Violetta e Angie.

– Achei que você tinha a chave, Vilu. - estranhei.

– Eu tenho, mas não tô achando. - ela disse olhando no fundo da bolsa. - Acho que esqueci no quarto.

Pov Off

Violetta não perdeu a oportunidade de deixar seu pai e sua tia sozinhos, por isso, inventou a desculpa que a chave estava no seu quarto e foi lá para "buscá-la".

– Por que trouxe a Violetta tão tarde? - Germán disse à Angie em tom bravo, quando a Violetta foi para o seu quarto.

– Nem é tão tarde, faz só uma hora que as aulas acabaram!

– E onde estavam nesta uma hora? - Germán se apoiou na porta e Angie percebeu que aquele diálogo chegaria em uma discussão.

– Germán, para que este interrogatório? Não confia em mim? Não confia em Violetta? Desnecessário tudo isto!

– Confio, mas quero saber onde estavam!

– Estávamos na praça, Germán! Na P-R-A-Ç-A! Entendeu ou quer que eu desenhe? Dá mais liberdade para sua filha, pelo amor de Deus!

– Não fale assim comigo, Angeles! E não diga o que eu tenho que fazer para cuidar da minha filha!

Angeles não estava com pique para mais uma das suas discussões com Germán. Não estava a fim de se magoar mais.

A cada briga com ele, era como se uma parte do seu coração estivesse sendo rasgada, e ela não queria que ele a machucasse mais.

Sua face já estava rubicunda, então, antes que ela explodisse, Angie fez uma cara de decepção e se retirou.

Logo Esmeralda chegou e novamente ficou enchendo a cabeça do moreno com bobagens como "você está certo", "é assim mesmo que tem que criar a Violetta", "não liga para o que Angie diz".

E Germán acreditava. Não sei o porquê. Talvez seja porque ele acreditasse que ela estaria falando a verdade, já que ela tinha experiência em cuidar de uma filha (a Ambar) e Angie não.