Pov Violetta

Alguns meses desde o espetáculo de final de ano haviam passado. Muitas coisas haviam mudado.

Papai estava diferente, na verdade, ele estava mudando aos poucos, mas já era possível observar grandes resultados. Ele estava menos super protetor e tudo mais.

Ele acabou de me dizer que está "começando uma relação" com a Esmeralda. Por que aspas? Pois já vi eles se beijando há um tempo, então eles já começaram uma relação. Fico feliz por eles! Esmeralda parece uma boa pessoa.

Minha tia, a Angie, não mora mais conosco. Infelizmente. Mas continuamos nos vendo no Studio e ela continua me dando aqueles conselhos tão bons.

Só que Angie anda meio... Digamos que... Estranha! Depressiva! Ah, sei lá. Gostaria de saber o que ela tem, porém não tenho coragem de perguntar. Bem, acho que logo passa e ela voltará ao normal.

No momento estou na aula de canto. Angie está lá na frente, distraída, enquanto todos tentam chamar sua atenção. Inclusive Jeremias, que está no piano.

- Angiiiieee! - Fran gritou.

- Hã? Que foi? Ah, claro. Desculpem. Ando com a cabeça na lua...

- Na lua ou em alguém, tia? - perguntei na frente de todos.

- Violetta, dentro da sala de aula me chame de professora. - ela disse isso pois se incomodou com o que eu falei. Me senti intimidada pela primeira vez que Angie falou friamente comigo. - Ain, desculpa, Vilu. Não estou de bom humor... Você sabe que eu te amo, né?

- Sei sim. - ri. - Não foi nada... - falei por ela ter pedido desculpas. O resto dos alunos só olhavam nosso diálogo.

Até Jeremias estava observando atento nossa conversa de tia e sobrinha.

Pov Angie

Estava completamente incomodada. Por quê? Por causa da cena de hoje de manhã, que não parava de se repetir em minha mente.

A cena é Germán e Esmeralda se beijando e dizendo que estão "começando uma relação". Pior ainda foi Violetta os apoiando. Agora vão formar uma família feliz e eu vou ficar de fora. Esmeralda simplesmente ocupou o MEU lugar.

Eu estava triste e o que eu mais queria no momento era ir para casa, enfiar minha cabeça no travesseiro e chorar. Por que eu tive de me apaixonar justo por ele? Nosso amor é tão impossível! Ele foi casado com a minha irmã!

Eu amo o Germán, mas nunca poderei admitir isso a ele. Nunca poderei ser feliz ao lado dele. É tecnicamente impossível. Aliás, nós não fazemos outra coisa além de brigar e brigar. Como cão e gato.

Finalmente a aula acabou. Os alunos se retiraram. Notei que Violetta queria vir falar comigo, mas não conseguiu pois foi levada pelos seus amigos.

Depois que todos saíram, Jeremias se aproximou de mim dizendo:

- Você está bem?

- Eu? Tô ótima! - menti, mas creio que não conseguiria convencer ninguém.

- Sei. - Jeremias duvidou. - Todos perceberam. Olha, eu ouvi sua conversa com o Pablo hoje de manhã e ele falou sobre um tal de... Germán. Acho que era isso... - falou tentando lembrar do nome de Germán.

- Sim, é isso. - respondi cabisbaixa.

- Então... o que tem ele? Você gosta dele?

- O quê? Não! Aquele homem é um crápula que só sabe pensar em si mesmo e na nova namoradinha dele! - respondi aumentando o tom de voz e saí da sala.

Caminhava rapidamente até as salas dos professores. Ia dar uma volta. Peguei minha bolsa e avisei Pablo, que depois de muito tempo, me permitiu ir.

Fui para a praça mais próxima. Comecei a diminuir a velocidade dos meus passos. Comprei um sorvete e continuei a andar por aí.

E para a minha sorte, na verdade azar, encontro com Esmeralda.

Tive vontade de ir lá e dar uma voadora nela, porém não sou tão louca de fazer isso. Onde estaria Germán? Achava que ele estaria com ela, mas não. Ah, vai ver ele estava em uma reunião.

Logo alguém colocou a mão em meu ombro. Me virei assustada, mas suspirei em alívio ao ver Violetta ali.

- Vilu! Que susto!

- Desculpa. Angie, precisamos conversar.

- Ok, sobre o quê? León de novo?

- Não, Angie. Sobre você!

- Como assim?

- Vamos sentar que eu te explico. - ela me puxou e sentamos em um banco. Ofereci meu sorvete para ela. - Não quero, obrigada. Hm... bom, quero te perguntar uma coisa. O que você tem que anda sempre deprimida?

- Não é nada, Violetta!

- Tenho certeza que tem alguma coisa. Vai, Angie, você sabe que pode confiar em mim. Você sempre me ajuda, agora está na vez de eu retribuir.

Suspirei. Eu procurava as palavras certas para dizer.

- É por causa do papai? - ela questionou.

Por que todo mundo insistia em falar deste assunto comigo? Eu hein!

- Não! Por que acha isso?

- Pois eu vi a cara que você fez hoje de manhã, quando ele e a Esmeralda se beijaram.

- Ah. Bom, se você já sabe, está perguntando por quê?!

- Queria saber se era isso mesmo. Mas, tia, por que ficou mal com isso? Não te entendo!

Fiquei quieta. Como eu ia dizer para a minha sobrinha "Ai, Vilu, é que eu tô apaixonada pelo seu pai!"? Como?

- Angie, você ainda gosta dele?