Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 40
Capítulo 40 - O passar dos anos


Notas iniciais do capítulo

Oi, seres humanos. u__u



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Certo, por essa John não esperava. Definitivamente, esperava tudo menos isso, ainda mais de Daniel.

–-Está me demitindo, Daniel!? –Perguntou, alto, jogando a formalidade pelos ares. Não que estivesse com raiva, não. Estava magoado. Magoado, triste e, lá no fundo, vazio. –Não foi por que eu faltei ontem, foi? Olhe, eu estava cansado e Rose desligou o despertador, não vai acontecer de novo, juro, eu...

Demitir John e Rose não passara pela cabeça de Daniel, em hipótese alguma. Como John podia suspeitar de algo assim?

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Cerca de dois meses antes do pequeno Jack dar as caras no mundo dos nascidos, John e Rose haviam reformado toda a casa. Haviam colocado novos portões, feito uma garagem, ampliado a cozinha e adicionado mais três quartos. Um para os livros de John, que já não cabiam no lugar que agora servia somente como o closet de Rose, um quarto para Jack e um para um futuro irmãozinho ou irmãzinha do menino, que o casal pretendia ter.

Quando Rose fora dispensada do hospital, John estava na entrada do prédio, esperando-a com o carro. John estivera nervoso, como todo humano fica ao cuidar do primeiro filho, acho. Rose também, mas as mulheres são melhores em disfarçar isso.

O fato é que tanto John quanto Rose se mostraram ótimos como pais. Rose cuidava tão bem de Jack que parecia que ela tinha feito isso a vida toda. John lhe disse certa vez que aquilo se devia ao “extinto maternal que toda mulher humana possuía”. Embora John ainda se atrapalhasse com as fraldas, era muito bom como pai. Ele chegava de Torchwood cansado, como era costume, mas ainda assim ajudava muito Rose. Ela estava começando a despertar certa preocupação com o fato de talvez John estar muito cansado.

Certo dia, ela voltou da cozinha depois de preparar a tradicional mamadeira e encontrou John, que ficara vigiando o bebê, dormindo ao lado do pequeno. Rose sorriu e ajeitou os dois, que continuaram dormindo. Ela desligou o despertador, de modo que John não fosse trabalhar no dia seguinte. Ele precisava de algum descanso e, se ela conhecia bem Daniel, ele faria o discurso de praxe, mas não prejudicaria John. Foi o que ela pensou.

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Demitir John e Rose não passara pela cabeça de Daniel, em hipótese alguma. Como John podia suspeitar de algo assim?

–-Demitir não, Smith. É um plano de aposentadoria. –Disse o Headmaster.

–-Mas... Achei que as pessoas só pudessem aposentar depois de velhas, não...?

–-Não aqui em Torchwood. –Explicou Daniel. –É parte da nossa politica não continuar empregando agentes depois que eles constroem uma família com alguém fora de Torchwood. Não teve problema quando você se casou com Rose, pois ela já trabalhava aqui. Mas agora você tem um filho, John, e ele não tem nada a ver conosco.

–-Isso não faz sentido. –Disse John, quase gritando. –Por que, Daniel? Não estou pedindo auxilio crianças, por que...?

–-Não é por dinheiro, Smith! –Exclamou Daniel. –Pense. Muitas espécies ai fora sabem que a maior fraqueza humana são os sentimentos. Eles podem usar isso, John. Eu nunca me perdoaria se alguém machucasse seu filho para tentar atingir a você, a mim ou a Torchwood.

John não respondeu. Estivera adormecido no seu torpor de ser pai e não parara para pensar nisso. Ele também não se perdoaria se algo acontecesse a seu filho. Entretanto, Torchwood significava tanto para John... No começo, quando ainda se incomodava em ser um humano, Torchwood o havia tirado um pouco de sua monotonia. Agora queriam que ele saísse... John adorava Torchwood, apesar dos chamados inesperados para missões, mas era um sacrifício que teria de fazer, por seu filho... John não notou que estava encarando os próprios sapatos. Daniel notou.

–-Escute, Smith, não estou te dando uma opção. Estou dizendo que você vai aceitar esse plano ou vou te demitir a força. Entendeu? –Cada palavra parecia requerer um esforço monumental de Daniel.

Ele está protegendo meu filho, penou John. Esse pensamento lhe deu forças para concordar com a cabeça. Daniel deu um pesado suspiro.

–-Passe aqui amanhã com Rose para assinar a papelada. –Disse.

Antes que Daniel pudesse dizer algo, John o abraçou. Um abraço amigo, um abraço de obrigado. Ficaram abraçados por poucos segundos e quando se separaram tinham os olhos brilhantes.

–-Foi bom trabalhar com você, Smith. –Disse Daniel.

John concordou com a cabeça novamente, incapaz de falar, e saiu.

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Rose, que estivera brincando com Jack, recebeu a notícia incrivelmente bem. John havia se jogado na mesa e abaixado a cabeça, de modo que sua voz saiu abafada quando ele falou. Rose ouviu tudo, depois afagou os cabelos de John, já que o rosto estava escondido. Spock estava sentado em cima da mesa, e cutucava John com a pata, como se soubesse que algo estava errado.

–-Eu pensei nisso um pouco a uns dias. –Respondeu ela. –Não pensei em sair de Torchwood, só pensei em como seria complicado ter de sair correndo, por causa do Jack. Quem cuidaria dele?

–-É, acho que não tinha outro jeito. –Disse John, levantando a cabeça. –Daniel foi muito bondoso em pensar nos outros. –E suspirou, coçando entre as orelhas de Spock. –Vamos até lá amanhã, para assinar tudo.

Eles não deixaram de ir, e acaram ficando contentes em livrar Jack desse peso. O salário seria praticamente o mesmo, e John insistiu tanto que Daniel lhes deu permissão para visitar agendadas em fins de semana. John e Rose abraçaram Daniel, Liz, Holly e tantas outras pessoas que haviam conhecido ali. Algumas delas manteriam contato com eles para sempre.

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Passaram algum tempo indo e vindo de escritórios e trabalhos que John classificou como tediosos. Jack ia crescendo, se descobrindo cada vez mais parecido com John. O humano adulto, por sua vez, parecia ser uma criança quando estava em casa brincando com Jack. Os dois corriam, se sujavam de tinta, batiam carrinhos e se escondiam por ai. Rose costumava contar histórias para Jack, histórias meio disfarçadas, mas reais. Sobre caixas e homens velhos e lugares incríveis. Ela era a única que conseguia fazer Jack ficar parado para ouvir qualquer coisa, e Jack a adorava e estava sempre pedindo e dando beijos na mãe.

O casal passou por mudanças, também. A primeira delas foi que, em um dia qualquer, Spock não voltou mais para casa e John suspeitou fortemente, depois de cinco dias, que o bichano não estaria mais vivo. Jack, com seus dois anos de idade, havia chorado muito, dizendo que queria o gatinho de volta. John e Rose ficaram muito tristes, também, pois o bichano havia virado parte da família, mas, como adultos, compreendiam que isso fazia parte da vida. Ensinaram isso a Jack.

Tiveram que ensina-lo a dividir quando Sarah, a sua irmãzinha que John e Rose haviam planejado, chegou. Jack não gostara muito da ideia de dividir seus pais com outra criança, mas, pouco a pouco, John e Rose o convenceram a gostar de Sarah, dois anos mais nova que ele.

Fora a chegada de Jack revivida. A cara de bobo de John, o jeito calmo de Rose, a união dos dois, as brincadeiras, as noites em claro e as mamadeiras. John tentou dar uma de Alden e fez uma previsão de que Sarah seria idêntica a Rose como Jack era a ele. Não errou.

Os quatro foram crescendo, cada um no seu sentido da palavra. O tempo passou, como era de se esperar, e culminou no fim da vida de todos. É isso que o tempo faz com tudo e com todo mundo. Mas calma, antes do tempo traga-los, temos uma ultima história.


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Notas finais do capítulo

Bom, vocês devem ter notado que agora eu pulo (e ainda vou pular) uma grande parte da vida de John Smith e Rose Tyler. O caso é que agora, sem Torchwood e com filhos, a vida deles é normal, extremamente igual a qualquer coisa que vocês possam imaginar e se entediar ao ler. Então vou pular mesmo. hue hue hue.
E só faltam dois capítulos. u__u
Chorem. kkk



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