Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 16
Capítulo 16 - Comum


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, hoje eu to inspirada. Quem não me entendeu no ultimo capitulo vai entender agora.



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John se despediu de Liz e Holly algum tempo depois, se sentindo um pouquinho melhor. Liz o forçara a comer e tomar todo o chá e agora ele se sentia mais forte. Pensou em ir ao quarto de Rose, mas achou que não conseguiria. Jack e Pete estavam no próprio quarto. Haviam ficado lá um tempão. Tinham aceitado o bolo e o chá de Liz, mas não saíram do lugar. John subiu as escadas e abriu a porta do seu quarto, infeliz. No momento seguinte soltou um enorme berro, no qual se mesclavam medo, alegria e choque. A pessoa que estava sentada em sua cama berrou também.

Passado o segundo do susto, John tentou sorrir. A coisa devia ter ficado mais parecida com uma careta, mas ele não ligou. Afinal, ela estava ali, não estava...? Sim, parecia um fantasma, mas definitivamente estava ali.

--R...Rose?

--John, mas como...?

--Você... Você está... –Gaguejou ele.

--Como você pode estar aqui?

John sorriu. Rose o imitou.

--Achei que... Ah, Rose!—Disse ele e, antes que pudesse se conter, correu a abraçá-la. Ela abriu os braços, receptivamente. Mas os braços estendidos de John passaram por seu corpo como fumaça.

--Isso me assusta. –Comentou Rose. –Você... Parece um fantasma.

E ele entendeu. Se achou muito burro por não ter notado antes. Meteu um tapa na própria testa, rindo.

--Você  não está morta!

--Claro que não. –Respondeu ela, confusa— Você é que está...

Mas ela não terminou a frase.

--Bom, não exatamente... Acho que estou morto apenas na sua realidade...

--Como assim?—Perguntou ela. –Eu vi seu corpo. Daniel me mostrou...

--Na minha realidade eu também vi seu corpo. –Ele engoliu a seco. –E isso foi horrível.

--Foi. –Concordou ela, baixinho.

--Rose, acho que a realidade se dividiu em duas. –Disse ele depois de alguns segundos.

--Hã... Claro, mas... O que?—Perguntou ela, confusa. John não pode notar que ela estava igual a ele: Exausta, o rosto meio borrado. Afinal, uma perda era muito cansativa.

--Uma dimensão, duas realidades. –Explicou ele. –Devia ser apenas uma, mas as vezes ela se divide em duas. Isso é perigoso, se alguma delas se dividir novamente, essa dimensão pode ficar muito cheia e... Na falta de uma palavra melhor, explodir. –Ele tomou fôlego. –Em cada uma das realidades há uma espécie de cópia de cada pessoa e objeto. Mas os eventos são diferentes, então...

--Em cada realidade um de nós está morto. –Concordou Rose. –Podemos concertar isso, não podemos?

--Sim, mas...

--Mas?—Perguntou ela, curiosa.

--Não seio que pode acontecer. Se fundirmos as duas realidades, a nova será contituida com retalhos da antiga. Exemplo: Uma Liz aqui e uma Liz ai. Na nova dimensão, uma delas estará presente e a outra nunca terá existido. Não podemos definir qual delas ficará, se a da minha realidade ou a da sua.

--Mas isso não importa, não é?

--Não para ela, está viva nas duas, qualquer versão serve. Mas para nós, Rose...—Ela levou as mãos a boca, ele suspirou e continuou. –Podem ficar nossas duas versões vivas, claro. Mas podemos acabar um morto e o outro vivo, ou até os dois mortos. Não podemos controlar isso.

Rose parecia horrorizada. Se dependesse de mim, pensou John, tentaria a fusão. Tenho cinquenta por cento de chances de ficar vivo e ainda por cima, Rose também pode... Não são as melhores chances do universo, mas é a melhor saída, mas...

--A escolha é sua, Rose. Quer tentar a fusão? –Perguntou, colocando as mãos nos bolsos.

Ela o encarou por alguns segundos, perplexa.

--O que você quer fazer? –Perguntou.

John deu de ombros. Não queria influenciar a humana. Ela respirou fundo.

--Tudo bem. Quero tentar a fusão. Mas como fazemos?

--Temos que achar o ponto comum entre as realidades.

Ele se divertiu com a expressão confusa de Rose por um momento, depois explicou melhor.

--Olhe, todos os eventos são diferentes entre as realidades, menos um, menos uma pessoa. Essa pessoa segue eventos exatamente iguais na outra realidade. Temos que achar essa pessoas e fazer as duas versões se tocarem fisicamente...

--Isso não será difícil...

--Antes das realidades se firmarem. –Completou ele. –Acho que temos dois dias, no máximo.

--Como vamos saber o que é o ponto em comum?—Perguntou ela, séria.

--Vamos ter que comparar... Daniel, na minha realidade eu encontrei com ele em um corredor. Ele usou meu primeiro nome e me levou para ver... Seu corpo. –Ele terminou a frase em um sussurro.

--Diferente. Ele me chamou de Tyler, e quase não me deixou ver o... –Ela fez uma pequena pausa. –Ele estava oficial demais.

--Oficialmente diferente... –Disse John. –Por que não se senta?

Rose sorriu e se sentou na cama ao lado dele.

--Holly. –Disse ela. –Ele estava na enfermaria, não saiu de lá.

--Não... Ele veio me ver, junto cm Liz.

--Liz também veio me ver. –Comentou ela, eufórica. –Tentou me arrastar para fora de casa.

--Ah, não. Ela me preparou um chá.

Rose riu.

--Alden?—Sugeriu ela.

--Não sei o que aconteceu com ela ainda... –Respondeu ele, sem sentido mal por não ter sequer tentado.  –Vamos fazer o seguinte. Confira todos os soldados de torchwood da sua realidade, vou fazer o mesmo por aqui. O ponto comum tem que ser algo perto do epicentro da divisão. A explosão, sabe? Voltamos aqui amanhã, uma da tarde. Tudo bem?

--Claro, mas... Como estou te vendo agora? Quero dizer... Estamos em realidades diferentes...

--Acho que por que estamos no mesmo cômodo e por que as realidades ainda não se fixaram. Existem pequenas brechas... Por isso temos que fundi-las logo: As brechas irão se fechar.

--Então tá... –Disse Rose. –Vamos procurar os agentes!

Mas nenhum dos dois se mexeu. John tinha a impressão desagradável que se saísse dali iria perder Rose de novo, que ela podia simplesmente sumir.

--Acho que podemos ficar aqui mais algumas horas. –Disse ele, fazendo-a sorrir.

John se apoiou na cabeceira da cama. Rose se sentou ao seu lado. Por um momento fugaz ele pensou em abraçá-la e não solta-la mais. Então lembrou que não podia tocá-la.

A tarde do dia seguinte pareceu chegar em câmera lenta. John Havia feito perguntas a cada um dos agente de torchwood e tinha as anotações em um caderninho. Descobriu que Alden havia sumido enquanto Daniel tentava tira-lo de cima do corpo de Rose. Ele se sentia muito feliz, feliz demais para poder exprimir em palavras, mas muito triste ao mesmo tempo. E se a fusão deixasse-os mortos?Não, tinha que ser otimista...

A tarde parecia não chegar nunca. Ele ficou andando para lá e para cá na casa, ansioso. Até que a uma hora finalmente veio.
Ele entrou no quarto e se sentou na cama, exultante. Rose demorou alguns minutos para chegar(minutos os quais coisas horríveis se passaram na cabeça de John).

John sorriu e se senti definitivamente mal por não poder abraçá-la ou beijá-la.

--Desculpe, tive que procurar por Paul, do setor de catalogação. Vamos começar?

--O que houve com Alden ai?—Perguntou ele.

--Ela veio me visitar também.

--Diferente...

--Sim, claro... Alex. Ela estava trabalhando na identificação de uma nave.

--Nah... Ela deu uma escapada do emprego para dar um telefonema.

--Chris. –Sugeriu Rose. –Ele tinha cortado o braço em uma máquina...

--Não, ele teve um dia normal...

Eles continuaram nessa por horas. John nunca reparara em quantos funcionários tochwood tinha. Centenas, milhares...

--Drew. –Disse John depois de muitas horas. –Ele ficou em casa, resfriado.

--Não, ele foi trabalhar, mesmo doente...

--Tony. Ele teve um dia normal de trabalho.

--SIM!—Exclamou Rose, feliz. –Sim, sim! Ele foi trabalhar, almoçou em...

--Um restaurante fora de torchwood por que queria camarão!—Disseram os dois juntos.

Os dois se encararam por um momento, perplexos demais para falar, sorrindo de orelha a orelha.

--O que estamos esperando?---Disse John. –Vamos procurá-lo! Allons-y!


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Notas finais do capítulo

Sim, eu me inspirei no doomsday na parte em que ela diz que ele parece um fantasma. Entenderam?? Não sei se ficou bem explicado...



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