À Espera De Você... escrita por Érica


Capítulo 11
Meu (nosso) filho!


Notas iniciais do capítulo

*---* Desculpem a demora, mas to que nem doida aqui e no Twitter, com outras páginas abertas... Enfim, agradeço a participação, reviews, favoritações, amor. ~MeAbracem~ Vamos a mais um capítulo! XD



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– Alô?

– Vitor.

– Lia? Oi, amor. Eu estava ansioso por noticias suas... Sei que foi mancada minha não poder te acompanhar a festa da tua amiga, mas não deu mesmo. Prometo que quando voltar eu vou te compensar por isso.

– Vitor, por favor, me escuta. – Pediu a Marrenta com a voz séria. O que ela tinha para falar não era fácil e o rapaz se mostrando tão carinhoso com ela não melhorava nada – Eu não vou voltar.

– Não vai? Como assim Lia?

– Olha, não fala nada tá? Eu... Só me deixa explicar – Lia respirou fundo buscando por coragem – Acabou. Não me leva a mal, mas eu e você não funcionamos mais. Há um bom tempo que eu não tava feliz e meio que fui deixando a nossa relação prosseguir por comodismo, mas não dá mais. Eu não vou voltar, e também não sou mais sua namorada. Desculpa falar isso por telefone, mas não tinha outra forma.

– Lia, espera, você não pode tá falando sério!

– Por que não? Acha que eu não sei o que eu quero para minha vida?

– Será que sabe? Até outro dia, nós estávamos bem, você me amava, eu te amo... O que foi que mudou?

– Eu... Eu mudei, mas foi há muito tempo. Antes de te conhecer, mas eu encontrei o que eu perdi. O que me faltava e mesmo não tendo sido da maneira mais simples ou feliz, eu quero voltar a ser quem eu fui. Eu quero o que eu deixei para trás... Me desculpa.

– Lia, para, não desli...

A jovem desligou o celular e o guardou na bolsa. Suspirou aliviada como se um peso tivesse sido tirado de cima dela. Vitor ficaria bem, pensou. Ele era legal, encontraria uma pessoa que o merecesse, mas essa pessoa não era ela. Ela estava presa a outro, a um amor que redescobriu por uma carta e que explodiu dentro dela. E ainda que ela nunca mais o tenha, Lia esperará por ele, não importa quanto tempo seja preciso.

– X –

– Miguel, anda ou a gente vai se atrasar!

– Já vou! – Gritou o menino do quarto.

Fatinha aproveitou e foi atender quem tocava tão insistentemente a campanhia.

– Miguel! – Chamou novamente girando a maçaneta da porta – Desculpa, a demo... Você?

– Oi, Fatinha – Falou Bruno desconcertado. A loira piscou algumas vezes para ter certeza que homem não era apenas uma alucinação da sua mente – Podemos conversar?

– Não! – Disparou ríspida.

Bruno a olhou, contrariado, mas não disse nada.

– Quer dizer... – Ela voltou atrás – Não aqui, nem agora. Eu tenho que levar meu filho para a escola, e já estamos atrasados, apenas esse não é um bom momento. Olha, toma aqui o endereço do meu trabalho – Ela retirou um cartão da bolsa e o estendeu a ele – Me procura lá daqui a uma hora e nós conversamos. Com licença – Falou ao fechar a porta.

Bruno olhou por alguns instantes para a porta, incrédulo pela forma como se reencontraram. Fatinha foi pega de surpresa, mas diferente da reação que ele esperou que fosse mandá-lo embora, ela reagiu muito bem, bem ate demais... Como se não tivesse sentido o que ele sentiu. Mas o que ele queria depois de tudo? Que ela pulasse nos seus braços e lhe jurasse amor eterno? Bruno já deveria estar muito feliz por ela aceitar conversar com ele, o que já era mais do que ele poderia pedir.

Uma hora depois, Fatinha olhava pela janela do seu escritório. Havia deixado Miguel no colégio e ido para o trabalho em seguida, todo o tempo apreensiva por rever Bruno. Seu passado literalmente bateu a sua porta e a questão que não saia da sua mente desde que fechou a porta na cara dele era por quê? Melhor: Por que agora? Será que ele queria conversar sobre o filho? Bruno pretendia uma aproximação com Miguel? E o que ela faria se fosse essa a intenção do homem?

– Fatinha, tem um senhor Menezes querendo falar com você – Informou a secretária por telefone. Fatinha segurou o aparelho com força e suspirou.

– Tudo bem, Hebe. Aguarda uns cinco minutos e manda ele entrar, sim?

– Claro.

– Obrigada.

Os minutos pareceram uma eternidade para Bruno que aguardava do lado de fora para falar com a ex-Periguete. “Ela tem um escritório e uma secretária...” Pensou, desdenhosamente, mas se repreendendo em seguida. Qual o problema dela ter progredido na vida? Rasta já havia dito que ela ocupava um cargo importante numa fundação, não havia motivos para ele estar surpreso. Talvez fosse só o seu velho lado machista duvidando da capacidade dela de conseguir mais do que ele achou que ela conseguiria.

– Você já pode entrar – Pediu a secretária, sorridente.

Bruno adentrou no local, ela estava sentada na cadeira a cabeça baixa enquanto mexia em alguns papeis.

“Ela continua linda.” Pensou por alto ao analisar a figura da mulher. Os cabelos ainda eram da mesma cor, um pouco mais curtos. Usava menos maquiagem, roupas mais sóbrias, talvez por causa do trabalho... Era ainda a mesma garota maluca que ele conheceu anos atrás e de quem partiu o coração.

– Sente-se.

– Obrigado.

Ele a viu pegar o telefone entre os dedos ainda sem olhar diretamente para ele.

– Hebe, por favor, eu não quero se interrompida na próxima meia hora. A não ser que o assunto seja urgente, entendeu? – Ela pausou – Ótimo. Ah... Agradeça ao senhor Frederico pelas flores e diga que eu aceito o convite para jantar. Isso é tudo, obrigada.

– Pelo visto, sua vida é bem agitada – Falou ácido sem gostar da ideia dela e outro cara jantando juntos.

– Não tanto quanto eu gostaria.

– Quem é Frederico?

– Isso é da sua conta por quê? – Ela riu zombeteira – Pra quem tava sumido há sete anos você pergunta demais, não acha?... Mas enfim, você o conhece, é o Fera. Ele é presidente dessa fundação e eu como diretora, é compreensivo que nós tenhamos assuntos para tratar – Concluiu ela como se tudo fosse bastante simples.

– Não me lembro de você ser tão racional.

– Que bom, porque eu não me lembro de muitas coisas relacionada a você. Mas deixando nossas recordações de lado, o que te trouxe aqui? Saudade?

– Você sabe. O menino, eu quero falar sobre ele.

– Ele tem nome e é Miguel! – Exclamou ela, um pouco alterada. Fatinha cerrou os punhos e tentou se acalmar – Por quê?

– Por que ele é meu filho! Não negue, eu sei que sim.

– E quem faltou que eu negaria? Sim, o Miguel é seu filho, biológico, pelo menos.

– E você me fala isso assim? – Bruno levantou-se e espalmou as mãos sobre a mesa. Fatinha o olhou, impassível.

– Qual o problema? Que eu saiba essa não é nenhuma novidade... Ou é?

– Bem, eu não pensei... – Bruno perdeu as palavras. Ela estava certa, ele sempre soube, mas não queria admitir que negligenciou o filho que nem chegou a conhecer.

– Não pensou que eu estava dizendo a verdade? Por que será que isso não me surpreende? – Fatinha sorriu entre triste e amargurada – mas eu te disse, e você escolheu se manter longe. Foram anos, sete anos, sem uma noticia, sem nada. Por mais desconfiança que pudesse ter de mim, será que em nenhum momento cogitou a possibilidade de ter um filho comigo? Não, porque era mais fácil e ganhar o mundo, prestígio e dinheiro longe de qualquer coisa que te ligasse a mim.

– Isso não é verdade!

– Não é? A única verdade que eu sei é que eu não tive o seu apoio... Mas para quer falar nisso, né? Olha, eu não sei o que te deu, se foi peso na consciência ou sei lá... Só não vem querer fazer ceninha de pai enganado, porque você não foi. Desde o primeiro momento, você soube de tudo e se preferiu fechar os olhos isso é um problema seu, não meu.

– Como pode falar isso? Nós temos um filho!

– Correção: Eu tenho um filho que já tem um pai. E lamento informar, mas você não faz falta nenhuma na vida dele.

– Tá falando daquele idiota? Mal posso imaginar o tipo de criação que aquele moleque deve ter dado para o meu filho!

Fatinha também se levantou a menção de Adriano. Quem Bruno pensava que era para falar qualquer coisa de Dinho?

– Pode parar, agora! Quem você pensa que é? O Dinho foi o melhor pai que o Miguel poderia ter. ele estava com meu filho em todos os momentos, quando ele mais precisou enquanto você fugia das suas responsabilidades. Qualquer criação que ele tenha dado é melhor do que criação nenhuma que é exatamente o que você ofereceu: NADA! Você não tem direito nenhum de reclamar ou interferir em nada, porque quando você teve a chance de ser presente na vida do Miguel você foi embora. Foi o Dinho que ficou e segurou as pontas junto comigo e a quem eu devo muito. Você não é ninguém para falar dele, tá me entendendo?

– Ah... Posso até imaginar o que ele recebeu em troca! – Ironizou Bruno piorando ainda mais a situação – Pois fique sabendo que vocês não vão me separar do meu filho. Nem que seja preciso recorrer à justiça, eu vou ter meus direitos reestabelecidos. Ainda mais quando souberem que você mentiu sobre a paternidade da criança, porque foi o que você fez, não foi? Pegou o primeiro otário que achou e fez ele assumir o meu filho!

– Você não muda, não é? – Indagou Fatinha, pesarosa. Ela sentou-se novamente na sua cadeira – Mesmo sendo a pessoa mais errada dessa história, tem a coragem de vir aqui ‘arrotar’ direitos que julga ter. Pois faça como quiser... Só que você vai descobrir que não vai ser tão fácil. Eu não sou mais a imbecil cabeça oca de anos atrás que fazia tudo o que você queria... Eu mudei, mas se existe uma coisa que eu dou valor nessa vida são as pessoas que eu amo e eu luto para preservá-las. Procure um advogado, exija o que quiser. Não vou negar o seu direito de ver o Miguel, se for o que ele quiser, mas não pense que vai pisar em mim como fez antes... Agora, saia da minha sala!

– X –

– Ai, Lia! Vou sentir saudades!

– Pensei que era o que você queria que eu fizesse!

– É... Mas, vou sentir saudades suas poxa! – Tatá abraçou a irmã mais velha, chorosa. Sabia que Lia tomou a decisão certa e mais que ninguém a apoiava, mas sentiria muito a ausência da irmã em Londres – Deixa-me ir antes que o papai e a Marcela venham de novo me falar que voo já vai sair. Você tem tudo o que precisa?

– Tenho. Eu guardei um dinheiro que vai me manter por um tempo, eu vou procurar um emprego assim que possível... Eu só não quero ficar longe dele, entende? Pensei muito e... Não dá. Eu sei que vou sofrer pra caralho, mas dane-se, minha vida sempre foi uma merda. Eu só me lembro de ser completamente feliz com ele e é com aquele Idiota que eu quero estar.

– Tatá, vamos guria! – Chamou dona Paulina. Lia deu um último abraço na irmã e observou a família passar pelo portão de embarque.

Foi muito complicado para Lia explicar o motivo da sua permanência, a oposição do pai quase a fez desistir, mas ela nunca deu muita importância aos avisos de Lorenzo mesmo... Sem falar que o apoio de Marcela, Tatá e, por incrível que pareça o de dona Paulina também, a ajudaram a se manter firme em sua decisão.

– Espero ter feito à coisa certa.


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Notas finais do capítulo

ELA FICOU! AHHHHH... E Bruno, seu FDP, tá pensando que a Fatinha vai fazer o que 'cê' mandar é? Vai botando banca, pra você ver o que é bom... Fatinha Diva, samba e pisa, vai fazer ainda mais. Mereço reviews? Espero que sim! Por hoje é só, mas semana que vem tem mais! XOXO ;)