O Meu Guarda-chuva escrita por Ana Eduarda


Capítulo 1
A cidade cinzenta


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o primeiro capítulo. Então não deixe de dar sua opinião. Espero que agradem a todos. Beijos e abraços.



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Capítulo 1 – A cidade cinzenta

Em mais um dos subúrbios da região litorânea do Brasil, na populosa cidade de Recife a capital Pernambucana, no seu chuvoso inverno, os jovens já se preocupam com suas notas semestrais. Alguns, já descansam em suas casas despreocupados e outros buscam as notas perdidas se sufocando nos estudos e abrindo mão de seu lazer.

Luiza, uma garota um tanto simpática, entusiasmada, mas que agora vive uma fase sombria em sua vida passando da melhor da classe rebaixando-se para a pior por motivos que sua mãe não sabe explicar aos professores Ao contrário dos colegas, que se preocupam com as notas de recuperação a mesma não dá importância ao fato de estar com o boletim preenchido de notas vermelhas. Algo está errado. O que se passa na cabeça de uma menina de classe média que vê sua família ser despedaçada pelo trabalho excessivo?

O despertador com seu barulho estridente desperta as cinco horas da manhã do dia 20 de novembro de 2012 fazendo a menina ainda com os olhos fechados se espreguiçar em cima de sua estreita cama fazendo-a ranger de forma preguiçosa. Luiza consegue abrir seus olhos castanho-claros e se depara com a luminosidade da sua janela sem cortinas. Como já é de costume ela levanta-se sabendo que irá encontrar um bilhete de sua mãe na porta da geladeira com todas as instruções diárias. Sua mãe sempre acorda uma hora mais cedo e sempre chega muito tarde e por isso Luiza passa a semana sem dialogar com sua mãe a não ser nos domingos a noite apenas, quando seguem em direção a igreja da esquina onde participa do coral local.

A menina pegou uma roupa bem simples em seu guarda-roupa e saiu sem tomar café e ler por inteiro o bilhete da mãe. O próprio continha a informação que hoje não haveria aula que passou despercebida pelos olhos de Luiza.

Ao sair pelas ruas vê mesma cena de sempre: O jornaleiro vendendo seu jornal, as pessoas se abarrotando em paradas de ônibus, bêbados dormindo em calçadas, pessoas passando por perto e evitando observar o que está bem diante deles. Tudo é normal daquele que vive priorizando o seu bem-estar.

– Bom dia seu Joaquim! – Cumprimentou ao velho senhor que vendia mungunzá pela manhã cedinho para os que saiam na pressa e não comiam nada.

– Bom dia minha jovem, quer um pouco? É cortesia da casa. – Falou o velhinho oferecendo como fazia todos os dias a Luiza. Sempre era cortesia.

Luiza respondeu com um leve sorriso estampado nos lábios: - Hoje não seu Joaquim! Mesmo assim muito obrigada!

O velho acenou com a cabeça e continuou sua caminhada gritando a plenos pulmões: ‘’ Mungunzá ‘’ Enquanto segurava um carrinho de madeira com um caldeirão embutido.

Luiza caminhou por mais ou menos meia-hora até chegar na escola e avistar o pátio completamente vazio com apenas o porteiro varrendo as folhas secas das árvores pau-brasil que ficavam no local.

Luiza pergunta:

– Ô seu Manuel! Cadê todo mundo?

– Luiza você faltou ontem? Pois as professoras avisaram que não haveria aula hoje por motivo de greve. Eu mesmo falei com sua mãe ontem a noite. Ela por acaso lhe avisou?

– Hoje eu me levantei e não vi o bilhete na geladeira. – Ela respondeu passando a mão nos cabelos castanhos e ondulados em um gesto de como se tivesse feito algo errado.

Humildemente o porteiro não reclama do seu gesto de irresponsabilidade, ao contrário disso ele elogia a espontaneidade da mesma e a sinceridade com que ela respondeu seus atos. Para uma garotinha de 14 anos ela já possuía muita personalidade e sabia lhe dar com suas dificuldades. E para ajuda-la ele informou um dos assuntos da recuperação da prova de história.

– Você trouxe papel e caneta? – Disse fitando-a apertando seus olhinhos enrugados de tantos anos de trabalho.

– Sim. Eu vim preparada para a aula. Por quê? – Respondeu Ela friamente como já era de rotina tratar as pessoas assim.

Antes de o porteiro responder o motivo ele notou a tristeza em seu semblante de menina e viu que não era normal. Mais disfarçadamente ele responde sorrindo:

– Eu tenho o assunto da prova de história. É uma pesquisa. Sobre objetos utilizados na década de 1930. Aconselho a você visitar o museu do homem do nordeste. Lá pode ajudar você a fazer suas anotações.

– Seu Manuel obrigado pela sua dica, mas hoje em dia temos Internet e nem saímos de casa para conhecer o mundo.

– Você é que sabe garotinha. Quem sabe você não viaja para outro mundo presenciando objetos históricos ao vivo! – Respondeu rindo alto

Por um momento Luiza abre seu sorriso e acaba aceitando a ideia do velho porteiro da escola, se despediu com um aperto de mão juvenil e decidiu pegar um ônibus e ir ao Museu. Em seu caminho não falou com ninguém, apenas observou as capas de jornais onde relatavam notícias não tão boas se contrastando com os sorrisos de alguns vendedores ambulantes.

‘’ Como podem as pessoas ainda sorrirem em suas condições tão absurdas? Descalças, sem roupas bonitas, mais mesmo assim pareciam tão felizes. E poucas pessoas davam atenção para isso. ‘’


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Notas finais do capítulo

Plágio é crime.
Seja original e não deixe de dar seu reviews.