– Quero então convidar todos os presidentes a se dirigirem ao palco.

Jellal, Laxus, Lucy e Gray subiam o palco de madeira enquanto eram aplaudidos fervorosamente.

– Fiquem a vontade. A noite é de vocês – o mestre de cerimônias disse.

Jellal foi o primeiro a pegar o microfone e se dirigir a frente:

– Boa noite. É com grande prazer que reúno a todos aqui para comunicar uma notícia excelente. Esta noite marca um fato importante na história de duas grandes Empresas que, eu espero que vocês saibam quais são – e a plateia riu – que passam, a partir desta noite, a deixar de serem Companhias Limitadas e passam a serem Holdings.

Todos aplaudiram.

– Sei que estamos tomando a decisão certa. Muito foi pensado sobre o que de fato faríamos. Por isso sei que isso será do agrado de todos vocês.

Os funcionários aplaudiram. Laxus tomou o microfone para si:

– Boa noite. Aliás! Excelente noite! Vou lhes contar uma história. Um belo dia, estava eu procurando fofocas na internet – todos riram – e encontrei a notícia de que uma empresa chamada Fairy Tail estava ascendendo no mercado. A foto de uma jovem, e devo lhes dizer que era a jovem mais linda que já tive o prazer de conhecer – e Lucy sorriu envergonhada. Algumas pessoas gritaram assovios – estava estampada na capa da reportagem como sendo “a nova princesa Elizabeth”. Interessado eu fui ler mais a respeito e aqui estou eu. Assim, as empresas se casaram e viveram felizes para sempre – todos riram.

Ele encerrou com todos aplaudindo:

– Agora falando sério mesmo: queria agradecer a Lucy Heartfilia por ter proporcionado isso a ambas as Companhias. Sem suas medidas administrativas, nada disso teria acontecido. Ela é de fato uma Revolucionária!

Todos a aplaudiram enquanto ela pegava o microfone extremamente envergonhada:

– Bem, obrigada, Laxus. Mas eu sei que não fiz nada demais. Só tentei me esforçar... Ah... Como muitos aqui já sabem, eu costumo falar muitas bobagens em meus discursos, então peço perdão novamente.

– Lu-sama é a melhor! – um senhor gritou dos fundos e todos começaram a gritar também. Lucy sorriu emocionada e pôs a mão na boca. Seus olhos começaram a se encher d’água. Ela respirou fundo e tentou segurar.

– Ah... Desde que entrei decidi me tornar administradora, minha prioridade sempre foi ser capaz de mudar vidas. Entrei na Fairy Tail assustada por ser nova demais, mas empolgada por ser nova demais. Sabia que tinha capacidade para mudar vidas porque era meu sonho! Acho que ainda não fiz muita coisa, pelo menos não tudo que eu queria... mas um pouquinho já é um começo.

– Nós te amamos, Lucy! – uma moça gritou. A garota não conseguiu se conter e começou a chorar emocionada – O-obrigada...

Gray a abraçou enquanto ela se acalmava. Foi sua vez de pegar o microfone com uma das mãos enquanto a outra permanecia abraçando a garota.

– Ah... Só existem duas coisas das quais eu tenho certeza essa noite: a primeira é que não sou o empresário favorito de vocês – e Lucy riu enxugando uma lágrima – Posso ser o mais bonito, mas não o mais querido. Mas saibam que eu já fui pior! Se hoje eu sou capaz de aumentar alguns salários é graças a essa menina aqui – e ele apertou o ombro de Lucy.

Ela ergueu seus olhos vermelhos pra ele, surpresa pelo que ele falara:

– Laxus disse muita coisa que eu gostaria de dizer a ela, mas há muito mais. Lucy fez por essa empresa o que eu deveria ter feito há anos e não tive coragem. Em toda minha vida só conheci apenas três mulheres de fibra que de fato são capazes de grandes feitos. Uma se chama Ur, a outra Evergreen e a última é a Lucy.

A menina o encarou.

– Lu... Peço desculpas por tudo que lhe fiz... – e ele riu nervoso, o rosto começando a ficar nervoso e a voz a entortar, os olhos começando a lacrimejar – Mas eu tenho muito a lhe agradecer. Você é a pessoa mais incrível que eu conheci... É uma grande amiga. A Fairy Tail não seria nada sem você. E eu muito menos.

Todos aplaudiram em pé enquanto Gray a abraçava. Erza enxugou uma lágrima que começara a escorrer.

– Concordo com Gray-sama – Juvia comentou – A Lu-sama é uma grande amiga! Mas não entendi o resto do discurso... Essas coisas de administração são tão chatas...

Uma jovem moça subiu no palco trazendo uma almofada azul marinho. Jellal retirou uma tesoura de prata e envolveu uma grande faixa vermelha. Todos os demais colocaram suas mãos em cima:

– Fairy Tail e Lamia Scale... – Jellal começou a dizer – Lhes concedemos esta aliança como prova de nossa sabedoria...

– E fiel dedicação – Laxus completou – Para que todos possamos continuar trabalhando em harmonia...

– Na saúde e na doença, no lucro e no prejuízo – Lucy continuou rindo.

– Até que nossos filhos assumam nossos lugares – Gray encerrou olhando para Lucy que retribuiu o olhar.

Os quatro então partiram a faixa. Foram gritos e uivos intensos. A música voltou a tocar animada, um tipo de balada, e uma bola de luz surgiu no teto. Os jovens presidentes se abraçaram enquanto fotos eram tiradas.

– Belo discurso – Lucy falou próximo de Gray.

– Obrigado. Aprendi com você.

Ela sorriu surpresa. Estava achando-o diferente demais naquela noite. Esperava que ele não tivesse bebido outra vez. Erza correu até Lucy para abraça-la e beijar Jellal. Abraçou Gray também e cumprimentou Laxus.

Natsu e Romeo haviam desaparecido no meio do aglomerado de pessoas. Estavam todos se divertindo:

– Quer beber alguma coisa, Lucy? – Laxus perguntou.

– Aceito um suco.

– Gray-sama dança com Juvia?

– Não Juvia... Sabe que não sei dançar...

– Juvia ensina... Por favor...

– Não.

Laxus entregou o copo a Lucy e notou a forma como Juvia havia ficado triste. O loiro ficou confuso: como Gray poderia ser tão rude com alguém tão linda?

– Ah, eu posso convida-la para dançar, Gray?

– Que? Ah, tá.

Juvia abriu um largo sorriso enquanto tomava o braço de Laxus e o arrastava para a pista. Gray e Lucy permaneceram observando de longe. Juvia era bem agitada enquanto dançava, mas Laxus pareceu achar divertido seu jeito extravagante. Lyon havia preso Sherry pela cintura e não queria soltá-la nem morto.

– Parece que todos estão se dando bem... – Lucy comentou sorrindo. Gray olhou para Juvia dançando com Laxus. Não sabia se a garota pensara a mesma coisa, mas a ideia de Juvia ficar com o loiro seria muito bem-vinda. Já pensou? O moreno questionou-se.

– Bem, se todos estão se dando bem, nós dois estamos sobrando... – o moreno comentou como quem não quer nada. Lucy o olhou de canto: entendera a indireta do rapaz.

– Gray, é melhor você parar... – ela começou a se afastar, mas ele segurou seu braço.

– Lucy, deixa de ser durona! Me deixe... Me deixe... fazê-la feliz.

– Mas eu já sou feliz...

– MAIS feliz! Quero fazê-la a mulher mais feliz deste mundo!

– Gray, já conversamos sobre isso! Não faça isso na frente da Juvia...

Uma música lenta e romântica começou a tocar e as luzes ficaram lentas.

– Certo. Dança comigo uma música? Só isso! Mais nada! E eu te deixo em paz!

– Mesmo?

– Mesmo, mesmo...

Lucy fez que sim com a cabeça e Gray a puxou para o centro do salão, bem embaixo do globo de luz. Ambos ficaram meio perdidos no que fazer primeiro. Tentaram se abraçar por cima, por baixo... de lado... Até que Gray a puxou com força e a prendeu junto a seu corpo. Segurou em sua fina cintura e Lucy segurou seu pescoço.

Deram alguns passos meios desajeitados até que conseguiram pegar o jeito.

– Desculpa! – Gray exclamou quando sentiu o pé de Lucy embaixo do seu.

– Não foi nada... – ela riu levantando a cabeça. No instante em que Lucy o olhou ele colou sua testa a dela. Lucy sentiu seu rosto queimar: os olhos negros de Gray estavam a centímetros dos seus. Se antes eram túneis negros de solidão, agora eram de perdição. Pareciam implorar por tê-la. Lhe penetravam como se quisessem sugar sua alma para si.

A menina afastou a cabeça e a baixou. Passou a encarar os próprios pés:

– Você está linda... – ela o ouviu cochichar em seu ouvido, o que a fez se arrepiar. Seu hálito quente tocou sua nuca e ele sorriu ao perceber o efeito que causara.

A música chegou ao fim e Lucy se afastou o mais rápido que conseguira:

– Lu... Espera! – Gray tentou gritar inutilmente.

– Lucy? – Erza a chamou – Aconteceu alguma coisa?

– Ah, não. Só estou meio cansada... Vou para meu quarto me deitar.

– Mas ainda é muito cedo!

– Eu volto mais tarde – e ela forçou um sorriso. Andou as pressas para seu quarto e quando finalmente entrou jogou-se em sua cama. Fechou os olhos e esperou que se acalmasse. Decidiu trocar de roupa e ir se deitar.

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– Erza-sama? Viu o Gray? – Juvia perguntava preocupada.

– Não Juvia... Mas acho que ele está no banheiro.

– É. Tem razão. Vou procura-lo por lá.

A azulada saiu com um Laxus lhe seguindo com o olhar. Erza era observadora. Não deixou de notar isso.

Lucy vestiu um baby-doll preto transparente. Escovou os dentes e passou hidratante pelo corpo. Havia aprendido muitas coisas no spa. Desligou a luz do banheiro e deitou em sua cama. A noite estava quente.

Tentou deitar de um lado, mas não conseguiu. Decidiu virar-se para o outro e nesse momento deu de cara com um vulto escuro em pé, ao lado de sua cama:

– G-Gray? – ela exclamou sentando-se.

– Xiiiu... – o rapaz pôs o dedo em seus lábios – Não diga nada...

Gray a deitou de volta na cama e beijou seus lábios. Lucy deixou-se levar pelo carinho. O rapaz ficou de joelhos em volta dela, a prendeu entre as pernas e tirou sua camisa, fazendo a garota suspirar. Beijou-a com delicadeza enquanto descia uma das alças pretas pela pele cor de neve da garota. Lucy começou a beijá-lo com mais força e Gray sorriu entre seus lábios.

Deslizou a mão por sua barriga e sentiu o quanto ela era macia. Macia como seda. Parecia um doce marshmallow macio. Ele sorriu novamente, com a ideia, e beijou seu pescoço com força. A pele da menina que antes era branca ficou rosada e isso o deixou louco.

Ele começou a se esfregar por entre suas coxas e foi pondo mais força.

– GRAY?!

A voz de Juvia soou estridente do lado de fora do quarto. Lucy levantou sobressaltada e empurrou Gray para o lado.

– O que foi?! – ele perguntou aos cochichos.

– É a Juvia! Ela está te procurando!

– E daí? Deixa ela procurar... – ele voltou a beija-la, mas Lucy o empurrou com os olhos começando a se encher d’água.

– Lu-sama! – Juvia bateu na porta da garota – Está acordada?

– Rápido! – Lucy gritou cochichando – Corre pro banheiro!

Gray revirou os olhos, contrariado e se trancou lá dentro. Lucy deu uma ajeitada nos cabelos e abriu a porta do quarto:

– Oi Juvia...

– Desculpa acordá-la, mas eu estou desesperada, Lu-sama! Não encontro Gray em nenhum lugar...!

– Vai ver ele está no banheiro... – Lucy disse sem pensar.

– Não! Eu já procurei em tudo... Ah, Lu-sama! Acho que Gray está me traindo...

– O que? Por que acha isso? – Lucy perguntou nervosa – Acho que está exagerando...

– Será mesmo, Lu-sama? Será que ele só está com algum amigo por aí?

– É... Pode ser...

– Ah Lu! – a azulada a abraçou – Você é a melhor amiga do mundo.

Lucy sentiu sua garganta apertar. Afastou Juvia com lágrimas nos olhos e desabou a chorar:

– Não Juvia! Não sou! Eu sou a pior amiga do mundo!

E a garota saiu pelo corredor chorando desesperada. Lucy foi bater na porta de Erza, que havia acabado de entrar.

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