Meet You In Heaven escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 5
Ava.


Notas iniciais do capítulo

Oláa *-*Primeiramente, desculpem a demora. Quero agradecer a Amanda (Lost in reverie) pela recomendação linda que fez para a fic! Acho que felicidade seria pouco para o que eu senti ao lê-la. Obrigada querida ♥Quero agradecer a todas que me acompanham nessa e nas outras fics. Obrigada pelo apoio de sempre *-*Bom, vamos lá ;)



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Como eu consegui permanecer na escola depois do meu encontro com o garoto dos olhos anis, é uma boa pergunta. Porém, eu sabia que se voltasse correndo para casa atraíra problemas, visto que alguém poderia notar minha ausência e me denunciar para a minha mãe, o que me levaria a ter que sentar e explicar meus motivos, para no fim ela não compreender nada e me deixar de castigo.

Nunca fui do tipo que sai muito de casa, dessa forma, não sabia dizer o motivo de o "castigo" que a minha costumava aplicar era não colocar o pé na rua. No fundo eu agradecia, porém, às vezes aconteciam imprevistos e eu não queria ter a minha liberdade reduzida à zero.

Depois que a primeira aula acabou, dei um jeito de sair da biblioteca e ir para a classe, tentando em vão, manter minha mente ocupada com pensamentos variados, entretanto, só me perguntava quando o veria novamente.

Garotos não eram atrativos para mim. Não que eu fosse lésbica, mas simplesmente por serem todos iguais. Tive apenas uma desilusão amorosa em toda a minha vida que bastou para que eu me lembrava de me manter afastada de homens.

Na verdade, não foi bem uma desilusão amorosa. Eu apenas era "apaixonada" por um cara do meu colégio e ele nunca me deu bola, preferindo sempre as líderes de torcida e provando que todos eram realmente iguais.

Os poucos garotos que beijei foi em festinhas de amigos ou em brincadeiras de infância. Mas eu nunca beijei alguém que eu queria ter beijado. Até hoje.

Quando o sinal para o intervalo soou, eu dei graças a Deus e me levantei da mesa em um salto, agarrei meus livros com uma mão e sai dali.

Normalmente passava o intervalo com a única amiga que eu tinha, mas hoje em especial, eu daria tudo para ficar sozinha.

Joguei meus livros no armário, segurando apenas o que peguei na biblioteca, bati a porta e marchei até o corredor três, perto da diretoria, que parecia ser o único vazio.

Me sentei no chão e cruzei as pernas, lendo pela primeira vez o título do livro que havia me dado um álibi e consequentemente, salvado a minha pele.

A capa era de um azul claro e pacífico, como se tivesse sido feita à mão por uma pessoa, incrivelmente, delicada. O nome "Encontrá-lo no céu" jazia com letras cinzas, calmamente escolhidas e rapidamente adaptadas ao estilo do livro.

Automaticamente pensei ser um livro de auto-ajuda ou quem sabe um livro religioso sobre a morte. Mas eu não via outra saída á não ser abrir o livro e começar a ler, caso contrário passaria quinze minutos de puro tédio.

As primeiras palavras eram de um dos textos de Charles Chaplin, tomando apenas um pedaço minúsculo da primeira folha amarelada.

"O tempo é o melhor autor; sempre encontra um final perfeito."

Passei a primeira folha e fiz o possível para mergulhar completamente na leitura. Pelo que pude deduzir nas primeiras vinte folhas, a história girava em torno de uma garota e seu namorado, porém, nas férias de verão ele sofreu um acidente de carro e faleceu. Desde então, ela tem sonhos com ele e aparentemente, parece vê-lo e ouvi-lo o tempo todo. Acho que isso pode ser chamado de amor, realmente.

Depois de algumas páginas eu já não queria mais largar o livro. Mal notei o caminho até a classe, já que tudo o que eu queria era continuar com a leitura, planejava terminá-lo logo para saber o que acontece com Rose e Ethan, mas as páginas não queriam apenas ser lidas, elas queriam que eu as entendesse.

Contei os minutos para acabar a aula e eu poder voltar para casa, mas Ava - lembra da minha única amiga? - me bloqueou no portão da escola e me convidou para ir na lanchonete com ela. Por mais que eu quisesse ir para a minha cama e ler até adormecer, sabia que precisava ter o mínimo de vida social possível e foi por isso que aceitei o convite, caminhando lado à lado com ela até o local escolhido.

– Não te vi o intervalo inteiro. - Murmurou Ava, fazendo um muxoxo dramático, enquanto nos sentávamos e pedíamos nosso lanche.

– Estive na biblioteca e depois no corredor.

– Está me evitando? - Perguntou séria. Bufei, contendo meu riso. - Sério Amelia, eu juro que prefiro você ao Alex, mas é que...

– Você está apaixonada. - Rodei os olhos. - Eu sei.

Ela riu. Aquele risinho que garotas dão quando estão iludidas com algum cara. Aquele risinho irritante, que eu daria tudo para dar.

– Que bom que você entende. - Concluiu. - Eu amo você amiga, mas preciso ter uma vida sexual.

– Corta essa. - Corei, me sentindo boba por esse ato.

– Por falar nisso, ainda está naquela de "ficar longe de garotos" ou mudou de ideia?

– Não mudo de ideia facilmente. - Respondi, pegando uma das batatas que foram servidas. Tentei não pensar no garoto da biblioteca, mas era praticamente impossível. Então, me contentei com a dúvida de contar ou não para Ava. - Tem um cara, ele é legal.

– Um cara?

– É. - Me remexi na cadeira, querendo desesperadamente mudar de assunto. Mas conhecia Ava, ela não ficaria quieta até que eu lhe contasse tudo. - Ele me... beijou.

Como eu poderia descrever o clima que pairou entre a gente? Constrangedor, talvez.

Ava ficou apenas me olhando com aquela cara de "não acredito", como se fosse a coisa mais tensa que ela ouviu durante aquele dia. Claro que Ava sabia que minha vida amorosa era uma droga, mas eu não tinha ideia de que ela ficaria com aquela cara ao saber que isso estava mudando.

– Viu, eu não devia ter contado.

– Deveria sim! - Disse despertando do seu transe. - Isso não é uma coisa que se esconde da melhor amiga. - Rodou os olhos dramaticamente, me fazendo suspirar. - Mas me diz, como foi?

– Foi... normal?

– Nenhum beijo é apenas normal, Amelia. - Senti uma leve pontada de estar sendo caçoada. Aquilo era comum de acontecer quando se tratava de Ava e eu, por isso, não me incomodei. - Ou é bom ou é ruim.

– Defina bom e ruim. - Entrei na brincadeira, começando a achar engraçada aquela situação toda. - Foi legal.

Mas não havia sido apenas legal, foi intenso e poético, totalmente diferente de como eu pensei que seria e completamente melhor do que eu planejava.

– Quero conhecê-lo. - Ordenou, sua voz assumindo um tom sério. Sorri. - Quero ver se ele presta.

– E eu quero vê-lo de novo.


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