Lunática. escrita por sa


Capítulo 10
Capítulo 10.


Notas iniciais do capítulo

demorei, mas voltei.



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– Ei, Lana. - Heitor gritou ao vê-la no corredor, no dia seguinte.

– Oi. - sorriu sem mostrar os dentes, mas mostrando felicidade.

– Eu queria te falar uma coisa. - esperou para ver se ela diria algo, mas não disse; apenas assentiu com a cabeça. - Na verdade, é um convite pra algo. - ele parecia sem jeito.

– Que coisa? - ela parecia animada.

– Hoje é quinta-feira e toda quinta-feira eu e meus pais fazemos esse negócio de ficar sentados em volta da fogueira, comendo marshmallows e contando histórias. - ela ainda não havia entendido que aquele era o convite. - E eu pensei que seria legal se você fosse. - bastou ouvir aquela ultima frase pra que ela se desesperasse.

Lana se apavorou com a ideia de participar de algo em família com alguém que não fosse de sua família. Aquilo nunca tinha acontecido antes, muito menos com alguém que ela conhecera naquela mesma semana. O problema não era ir à casa de Heitor, mas sim, o fato de aquilo envolver seus pais; parecia estranho, como uma apresentação formal para a família dele ou algo do tipo.

– Seus pais? - fez uma careta, mas não engraçada. Era uma careta do tipo "isso é estranho".

– Eu sei que soa meio estranho. - deu de ombros. - Mas é divertido e foram eles quem me deram essa ideia, sabia? - "pior ainda", pensou.

– Você me da até o fim das aulas de hoje pra pensar? - pediu. - Assim posso falar com meus pais. - caso ela criasse coragem, é claro.

– Tudo bem. - sorriu para ela, indo para sua classe depois de olhar no relógio e ver que o sinal tocaria.

Lana participaria da primeira aula, que era dali alguns poucos minutos, mas continuou imóvel no corredor. Seus olhos acompanharam Heitor até que ela o perdesse de vista e sua cabeça estava uma verdadeira bagunça só de imaginar ir em sua casa, passar a noite com ele e seus pais. Ela nem os conhecia, mas naquele momento, tentou imaginar como eles seriam; não só fisicamente. O sinal tocou e então ela finalmente acordou de seus pensamentos e correu para a sala de inglês, torcendo pra que a deixassem entrar.

– Olha só se não é a Lana. - a professora falou assim que ela apareceu na porta da sala. - Qual a sua desculpa?

– Eu me distraí no corredor e acabei me atrasando. - foi sincera.

– Não seria você se não se distraísse, não é? - ela não se importou ao ouvir aquelas palavras porque, no fundo, aquilo era verdade. - Pode entrar.

– Obrigada. - e foi para seu lugar.

O que era óbvio, aconteceu: Lana não prestou a mínima atenção naquela aula. Estava muito ocupada conversando com si mesma em seu pensamento, tentando encontrar alguma desculpa para dar a Heitor ou então, algo que a convencesse de que valeria a pena ir. Ela nunca saberia se não corresse o risco e, daquele momento até a hora em que encontrou Heitor novamente, estava morrendo de curiosidade sobre como seria caso ela contasse a ele que seus pais a deram permissão para ir.

(...)

– Você veio mesmo! - ficou surpreso ao vê-la bem ali, em frente a porta de sua casa.

– Eu acho que sim. - sorriu, ainda sem jeito.

Ela estava vestida de modo simples, mas ainda sim, estava bonita. Usava uma calça jeans preta que ficava justa em suas pernas, mostrando o quão finas elas eram, coisa que ela adorava; também estava com uma blusa de manga comprida branca e uma outra de renda por cima. Usava uma botinha marrom com algumas taxinhas douradas e seu cabelo estava solto, bem diferente de como ficava na escola: preso em um coque ou rabo de cavalo, na maioria das vezes.

– Vem, vou te mostrar a casa. - fechou a porta.

– E os seus pais? - ela estava mesmo desesperada com a ideia de conhecê-los.

– Eles estão lá fora, assim que terminar seu tour, vamos pra lá. - brincou.

Ele mostrou cada cômodo pra ela, que escolheu dois como seus favoritos: o quarto dele, pela janela enorme que tinha uma vista linda para a parte do jardim onde ficava a piscina e a sala de leitura de sua mãe que era inteira branca, com algumas poltronas e uma estante do tamanho de uma parede, cheia de livros.

– Eu sabia que você ia gostar dessa sala. - sorriu para ela, percebendo o brilho em seus olhos ao ver todos aqueles livros e estar entre quatro paredes brancas.

– Digamos que eu amei. - afirmou.

Saíram da casa pela porta dos fundos e ele mostrou a ela a parte da piscina e depois a levou até onde seus pais costumavam fazer a fogueira. Assim que os viu, seu medo por conhecê-los, de alguma forma, foi embora. A mãe era baixinha e magrinha, com cabelos loiros curtos e tinha um sorriso adorável em seu rosto quando se virou para recebê-la. O pai, era baixinho e um pouco gordinho, com cabelos já grisalhos.

– Quando Heitor nos contou que você era bonita, eu não imaginei que fosse tanto. - se aproximou de Lana, sorrindo e dando um abraço nela. - Eu sou Megan, é um prazer conhecê-la.

– Lana. - sorriu, se segurando para não colocar o dedo na boca e começar a roê-los.

– E eu sou o John, mas pode me chamar de Bob. - estendeu a mão e a cumprimentou.

– Bob? - ela não conseguiu se segurar e acabou perguntando, fazendo uma cara engraçada de confusão.

– Ele tem esse apelido desde o colegial. - Megan riu. - Ia tanto para a sala do diretor, que seus amigos disseram que ele devia estar apaixonado por ele. E, bem, o nome dele era Bob.

Ouvir aquilo fez Lana se sentir mais confortável por concluir que eles eram pais do tipo legais e engraçados e que a noite com eles, provavelmente, seria divertida.



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Notas finais do capítulo

no outro cap eu conto como foi essa noite ahah vão me dizendo o que estão achando da fic :)