Descobrindo O Erro! escrita por Lizzy


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo com carinho pra vcs!
Espero que curtam!



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- Julie? – Bia chamou a arrancando de seus devaneios.

- O-oi! – Respondeu gaguejando.

- Vamos? – Pausou - Antes que o Valtinho invente de gritar como um louco por mim. Você sabe, ele adora fazer isso.

Julie sorriu, concordando – Vamos sim. Só vou passar um perfume bem rapidinho e a gente vai. – Foi até o armário. Escolheu uma de suas melhores fragâncias e a borrifou por todo o corpo.

- Hum... Isso tudo é para o Nícolas?

- Anran. – Bia sorriu, mas não acreditava na amiga – Você tinha razão, Bia, o Nícolas é o cara certo pra mim, e eu, esta noite, pretendo ser a namorada mais incrível que ele já teve. – “Disse isso da boca pra fora.”

- Ah, tá... E eu posso saber o porquê dessa mudança tão repentina?

- Nada. – Respondeu sem pestanejar. Não contaria sobre o ocorrido na loja do Claus. Bia odiaria o Daniel. E ela não queria isso.”Afinal, vai que as coisas tomam um novo rumo...” – Resolvi seguir seus conselhos. Só isso. Então... Vamos? – Abriu a porta. Bia sorriu fraco, ainda não acreditava em uma só palavra, mas passou pela porta e as duas desceram às escadas.

Lá em baixo, seu pai a esperava, sentado no sofá, lendo seu jornal.

- Oi pai! Tchau pai! – Disse e agarrou a mão da amiga, puxando ela pra que elas pudessem sair antes que seu pai tirasse o jornal do rosto.

Tarde demais.

- Ôpa mocinha! Pode parar aí mesmo. – Levantou, indo ao encontro dela.

- Pai, eu tô mega atrasada.

- Eu sei, mas quero que me diga primeiro de que horas pretende voltar. – Questionou, seu pai, com as mãos nas costas, como num interrogatório.

- Cedo. Mais alguma pergunta?

- Vai com quem?

- Nícolas. Acabou?

- E volta como?

- Não sei, mas lá a gente se vira. Tchau pai! – Beijou o rosto de seu pai que ficou com a boca aberta, pois ia continuar com as perguntas, se não fosse o fato de Julie já ter atravessado a porta com a amiga.

Lá fora, Nícolas a esperava em frente a um carro conversível.

- Uau! – Exclamou ele quando Julie se aproximou, elegantemente. Valtinho e Bia já haviam entrado no carro. – Caramba, Julie, você tá muito... Muito linda.

- Brigada – Sorriu com ternura. Então, Nícolas se inclinou e lhe deu um selinho rápido. E a abraçou  pela cintura. Julie retribuiu o abraço com o mesmo carinho, enlaçando o seu pescoço e fechando os olhos, porém, ao abrí-los, deparou-se com algo inesperado.

Daniel estava do outro lado da rua, com as mãos nos bolsos, presenciando toda a cena. E estava visível só pra ela.

Ele a olhava intensamente, como se pudesse, só com o olhar, arrancá-la dos braços de seu rival. Julie também não conseguia mais tirar os olhos dele, era como se estivesse hipnotizada.

Quando Daniel desviou o olhar, Julie sentiu-se envergonhada por estar nos braços de um, olhando para outro, então soltou-se de Nícolas, que estranhou.

- Algum problema júh? – Quis saber seu namorado.

- Não... É que... Bom, acho que é melhor a gente ir indo... Sua irmã já deve ter chegado na Igreja e... Enfim, vamos?

Nícolas assentiu com a cabeça, e abriu a porta do carro, fazendo um gesto com a mão para que ela entrasse.

Julie sorriu agradecida, mas antes de entrar no carro, arriscou dar uma última olhada em direção ao outro lado da rua, na esperança de ainda vê-lo... Pela última vez.

Mas, ele não estava mais lá.

Decepcionada, entrou no carro. Nícolas, por sua vez, fechou a porta e contornou o carro, indo em direção ao banco do motorista. Estava feliz, tinha a namorada mais linda e apaixonada do mundo. O que mais ele iria querer na vida? “Apaixonada? Era um pouco demais, mas tudo bem”

Colocou o cinto de segurança, ligou o carro, passou a primeira e segurou a mão da namorada, tascando-lhe um beijinho. Julie sorriu fraco pra ele, colocou o cinto de segurança e olhou através do vidro, com tristeza.

E todos partiram para o casamento.

*************************************************************************

Alguns minutinhos depois, Daniel estava diante da janela do camarim improvizado, da loja do Claus. Ele já se encontrava fantasiado, mas ainda não havia colocado a máscara no rosto, ela estava em sua cabeça.

Olhando para o nada, relembrava com tristeza, dos acontecimentos de minutos atrás. Julie estava linda, nunca a tinha visto tão perfeita como naquela noite, porém não era pra ele que ela estava assim. Doeu lá no fundo descobrir isso. Cerrou os punhos, tinha vontade de socar a cara do Nícolas. Ele não tinha direito de tomar a Julie nos braços. Não tinha. “A Julie é minha. Só minha. E de mais ninguém!”, pensou alto.

- Hã? Deu pra falar sozinho agora, Daniel? – Perguntou Martim que acabara de entrar no camarim, o arrancando de seus devaneios.

- Quê?! Não... Só pensei alto. E aí, como é que tá lá fora?

- Cara, a loja tá lotada. Não cabe mais ninguém. Eu nunca tinha visto tanta gente junta. Acho que esse vai ser o nosso maior show.

- É, Daniel... – Começou a dizer Félix, entrando no camarim – O Martim tem razão. Tá mesmo lotado. O único problema é que... A Julie não está aqui pra ver isso.

Daniel ainda continuava olhando pra janela, porém diante daquele argumento, se virou para os dois – É... Ela fez sua escolha. A gente no fundo sabia que um dia isso ia acontecer, afinal, nós somos fantasmas e ela é humana... Enfim, não vamos desanimar. A gente vai subir lá e vai tocar, e vai fazer o melhor show que eles já viram na vida. – Pausou - Vocês estão comigo? – Arqueou as sobrancelhas, a procura de apoio.

Os fantasmaS se entreolharam, mas em seguida, balançaram a cabeça em concordância, e sorriram para Daniel. Ele retribuiu o sorriso, os puxando para um abraço a três. Apesar de tudo, todos estavam felizes.

- Meninos, tá na hora. – Disse Claus, através da fresta da porta entreaberta – Tudo pronto?

Os três concordaram com a cabeça, pegaram seus respectivos instrumentos e saíram em direção ao palco.

Os fantasmas foram recebidos em meio a aplausos, gritos e assobios da platéia. Eles ficaram envaidecidos com tamanho carinho, porém, alguns segundinhos depois que eles entraram, a platéia começou a gritar por Julie.

Os fantasmas, então, exigiram que Daniel desse alguma explicação para platéia, a respeito de Julie, afinal, a culpa dela não está ali era dele. Pelo menos, era este o pensamento deles.

Daniel se dirigiu até o microfone – E aê galeraaaaaa! – Gritou Daniel, acenando com mão, e a platéia toda respondeu gritando, eufórica – A gente tá muito feliz de poder tocar pra vocês essa noite. Como vocês podem perceber, a Julie não está aqui. – A platéia silenciou – Ela teve um compromisso inadiável, mas... Ela mandou um beijão pra vocês, e disse que na próxima, ela estará aqui, com certeza. – A platéia voltou a gritar – Enfim, a gente tá aqui e pretende fazer um show bem legal pra vocês. – Pausou - E aí, vocês querem que a gente comece? – Perguntou em tom de desafio, e a platéia gritou bem forte, assobiando e apaludindo – Se virou pra trás em direção à bateria – Conta o tempo, Félix!

Félix bateu as baquetas, uma na outra – 1, 2, 3...

E os três começaram a tocar a música, Reação química: “ Eu não sei dizer/ se gosto de te ver/só tenho a certeza/ de que não posso saber/Meu coração dispara/ o mundo quase pára...”

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Algumas horinhas depois, Julie estava sentada à mesa na casa de recepção que a irmã do Nícolas havia escolhido para festa de seu casamento. Ela tinha acabado de chegar da cerimônia na Igreja, junto com Nícolas, Bia e Valtinho. E estava com o cotovelo apoiado na mesa, segurando seu queixo, com o pensamento bem longe.

A cerimônia tinha sido linda. Julie prestara atenção em cada detalhe, até mesmo nas palavras do Padre que estavam mais do que inspiradas. Julie se deu conta de que um dia gostaria de passar por aquilo, mas teria de ser com alguém muito especial. Queria ver os olhos de seu noivo brilhando tanto como os olhos do noivo de Nicole ao vê-la adentrando à Igreja. E desejava que ela também estivesse bastante feliz na nave da Igreja, olhando para ele.

Na sua mente veio a imagem de uma linda cena de casamento. O detalhe era que se tratava do dela. A Igreja estava toda enfeitada com flores de todas as cores. Seu vestido estava deslumbrante, com uma cauda que descia às escadas da Igreja. No altar, sua mãe enxugava suas lágrimas com um lenço, tamanha era sua felicidade. Lá também estavam Félix e Martim de braços dados com suas respectivas namoradas. Cada um com uma rosa branca do lado esquerdo de seu blazer. Bia estava ajeitando o blazer de Valtinho, que tinha colocado os botões nas casas erradas. Julie sorriu, tendo a certeza de que isso aconteceria. Todos da escola tinham sido convidados, até Thallita, que estava muito contente, segurando a mão de Nícolas, enquanto o mesmo, tentava a fina força se soltar.

De repente, a marcha nupcial começou a ser tocada. Imediatamente seu pai vem ao seu encontro com o buquet, que entrega pra ela. Ele lhe dá um beijo na testa e lhe estende o braço. Julie sorri com ternura, colocando o braço por dentro do dele. E eles começam a caminhar. Ao levantar a cabeça, outra vez, em direção ao altar, Julie se dá conta de quem a espera lá. Sorri apaixonada ao vê-lo, e a partir daí não retira mais os olhos dele, enquanto caminha. Daniel também não consegue esconder a emoção, esfregando uma mão na outra, nervoso. Seus olhos começam a brilhar ao vê que sua noiva se aproxima.

Chegando ao altar, Seu Raul aperta a mão de Daniel e lhe fala algumas coisas em seu ouvido que faz Daniel arregalar os olhos. Mas, o espanto é substituído por um sorriso de canto a canto da orelha quando ele lhe entrega a mão de sua noiva, e ela lhe dá um sorriso que o faria brigar com o mundo inteiro só pra vê-lo todos os dias. Então...

- Julie? Ei, Julie? – Bia tentava chamar a atenção da amiga, passando a mão na frente de seus olhos. E só aí Julie é despertada de seu sonho.

- Hã?! Quê?! – Julie continuava desnorteada.

Ela se senta ao seu lado – Amiga, o que foi isso? Parecia que você tava a quilômetros de distância. Tava sorrindo que nem uma boba. Tava pensando em quê, heim? – Fez essa última pergunta, com uma pitada de malícia no olhar.

- Nada. – Respondeu com naturalidade. Mas, notou que enrubesceu - Quero dizer, sabe o que é Bia... A cerimônia foi perfeita, a noiva estava simplesmente linda, a festa tá super divertida, e eu tenho o namorado mais carinhoso e gentil que existe na face da terra, então, me responde uma coisa... – Pausou, e Bia escutou atentamente a pergunta que veio em seguida - Por que eu não tô feliz?

Bia sorriu fraco e colocou a mão sobre a mão da amiga que estava na mesa – Você queria está tocando lá na loja do Claus junto com os fantasmas, né?

Julie deu um suspiro profundo – Eu não tenho como mentir pra você. Eu preferia mil vezes está cantando. Você sabe, Bia, a música é minha vida.

- Eu sei amiga, mas tenta desamarrar um pouco essa cara. Olha como o Nícolas tá feliz. – Apontou para um canto do salão em que Nícolas se encontrava, junto com duas outras pessoas, conversando animadamente. Ao perceber que sua namorada o observava de longe, Nícolas acenou e soltou um beijo, fazendo mímica pra que ela compreendesse que ele estava sendo obrigado a estar ali. Julie sorriu fraco, e também acenou pra ele.

- Eu sei que ele tá feliz, e sei também que o motivo maior é ele poder me apresentar para família dele. Bia, eu nunca fui tão beijada e nunca em minha vida me apertaram tanto as bochechas. Elas já estão até começando a ficar vermelhas e...

- Julie? – Nícolas chamou, quando chegou perto da mesa, interrompendo-a. As duas se viraram pra ele.  – Será que eu posso roubar a minha namorada rapidinho? – Nícolas perguntou, dirigindo-se à Bia.

- Claro! – Bia se elevantou – Eu tava até indo procurar o Valtinho. Ele ficou de me trazer uma bebida, mas até agora não voltou, enfim... Vou procurar por ele. Deve ter se perdido por aí. – Falou, ficando nas pontas dos pés pra olhar por cima das cabeças dos convidados.

- Vem cá comigo, Juh! – Segurou sua mão, e ela se levantou – Eu quero te apresentar um amigo do meu pai, que é um grande amigo meu também. – Julie olhou pra amiga, arregalando os olhos e Bia riu entendendo que ela estava em pânico de receber outro aperto de bochechas. – Além disso, ele é produtor musical. E... – Julie se virou pra ele. Seus olhos brilhavam – Eu acabei falando pra ele que você canta, então, ele ficou louco pra te conhecer.

Julie, entusiasmada, voltou a olhar a amiga que lhe desejou boa sorte com os lábios, sem emitir som. Então, ela sorriu de canto a canto da orelha e acompanhou seu namorado, segurando com firmeza sua mão.

Bia, por sua vez, saiu à procura de seu namorado.

As pessoas se afastavam à medida em que, Julie e seu namorado passavam. Teve um momento em que a mãe de Nícolas veio ao encontro dos dois. Ela disse qualquer coisa sobre tirar algumas fotofrafias com sua cunhada, porém Julie não a escutou direito, pois estava mais ansiosa em conhecer o produtor musical. Ao se despedirem de Dona Marta, Nícolas apertou a mão da namorada e os dois saíram com rapidez dali, antes que algum outro parente viesse atrapalhá-los mais uma vez.

Finalmente chegaram à uma mesa, encostada no canto esquerdo do salão, perto de onde se encontrava a banda-baile. O homem que estava sentado à mesa era bem mais velho do que ela imaginava, devia ter por volta de seus quarenta anos, e usava um terno muito elegante, apesar de que Julie ainda não tinha visto seu rosto, já que o mesmo estava de cabeça baixa, olhando o visor de seu celular.

- Eu não te disse que iria trazer minha namorada pra te conhecer... – Nícolas falou tentando chamar a atenção de seu amigo – Essa aqui é Julie. Julie esse aqui é... – O homem levantou a cabeça e só aí Julie pôde perceber que o conhecia.” Ela mal pôde acreditar que estava diante do irmão de Daniel.”

- Rafael??!! – Julie quase gritou, espantada.

- Hã?! – Falou Rafael, levantando-se para cumprimentá-la – Você me conhece?

Nícolas também a olhou, estranhando.

- Er... Não. – Julie tinha que arrumar uma desculpa e rápido – Claro que não. É que... O Nícolas falou muito do senhor.

- Eu falei? – Nícolas perguntou pra namorada.

- Falou sim. – Respondeu seca, e virou em direção a Rafael, estendendo-lhe a mão – É um prazer enorme conhecê-lo.

- O prazer é todo meu. – Apertou a mão dela. E ela ficou que nem uma boba olhando para ele, em especial para seus olhos que se assemelhavam muito com os de Daniel.

Nícolas olhava para um e para outro sem entender nada.

- Como está a Daniela? – Perguntou, sem querer. Arrependeu-se, mas já era tarde demais.

- Falou com ela sobre a minha filha também? – Perguntou pra Nícolas que ficou cada vez mais sem entender.

- Acho que sim. – Nícolas respondeu, perdido.

- Ela está bem. Obrigado por perguntar. – Sorriu. – Inclusive, ela está aqui e...

- Papai, papai! – Gritou Daniela, correndo em direção a Rafael que abriu os braços, deixando que sua filha se jogasse neles. – Posso brincar lá fora com o Gabrielzinho? Vai, papai, deixa, por favor! – Juntou as mãozinhas em posição de oração.

Julie ficou paralizada olhando pra Daniela. Nunca imaginou que pudesse um dia chegar tão perto dela.

- Claro, meu amor, papai deixa sim. – Respondeu Rafael – Mas, antes fale com seu tio Nícolas.

A menina que até então não tinha visto o casal à sua frente, virou. Nícolas se agachou e abriu os braços, e ela se jogou nos braços dele. Conhecia-o de longa data. Sempre que podia, Nícolas dava um jeito de levá-la para tomar sorvete. Era louco por criança.

Depois de abraçá-la, Nícolas se levantou, e colocou o braço ao redor dos ombros de Julie que olhava para criança com uma expressão de encantamento no olhar – Essa aqui é sua tia Julie, namorada do tio Nícolas.

- Oi tia Julie! – A criança a cumprimentou com os olhos ternos.

Julie fez o mesmo que Nícolas, se agachou e abriu os braços. Não sabia qual seria a reação da criança, mas sentiu uma vontade enorme de abraçá-la. Era a cópia fiel de seu tio, com cachinhos e tudo. – Oi Daniela!

A menina no início olhou pra ela com timidez, mas logo depois a abraçou bem forte. Julie se sentiu muito feliz. – Você é muito linda, sabia?

A menina lhe lançou um sorrisinho puro – Você também.

Então, Gabrielzinho chegou correndo e ela correu atrás, sem nem olhar pra trás. Julie a acompanhou com o olhar até ela desaparecer em meio aos convidados.

- Meu Deus! Ela é muito parecida com o... – Pausou, sabendo que não podia dizer o nome de Daniel. Nícolas e Rafael a olhavam apreensivos – Senhor. – Completou.

- É... É o que dizem, mas ela tem o brilho dos olhos do meu irmão que já... – Seus olhos se tornaram sombrios – Morreu.

Julie o olhou com compaixão. Se ao menos pudesse dizer a ele...

- Bem, deixa pra lá, isso já faz tanto tempo que... Enfim, o Nícolas me disse que você canta. É verdade?

- É sim. E tenho uma banda.

- Ôpa! Uma banda?! Isso é ainda melhor. Minha especialidade é com bandas. – Abriu a carteira e retirou um cartão que entregou para Julie – Nesse cartão tem meu número e o endereço de minha empresa. Aparece lá na segunda à tarde com sua banda. Eu prometo ver o que posso fazer por vocês.

Julie lhe lançou um sorriso de canto a canto da orelha – Brigada. A gente vai lá sim.

Ele sorriu – Se me dão licença, eu tenho que ir ver onde a Daniela foi com seu amiguinho. Ela parece um doce de menina, mas se deixar, ela bota fogo no casamento. – Apertou a mão dos dois e saiu.

Quando Rafael saiu, Julie se voltou para seu namorado que parecia aéreo – Nícolas? O que foi? Aconteceu alguma coisa?

- Não... Nada. É que... Caramba, Julie, eu juro que não me lembro de ter falado com você sobre o Rafael e a filha dele.

- Mas, você falou. Foi logo no começo do nosso namoro.

- Hum... Se você diz... – Nicolas ficou desconfiado. Julie sabia disso, mas nem ligou.

- E aí, vamos voltar pra mesa?

- Vamos sim, mas antes... Vem comigo! – Segurou a mão da namorada, entrelaçando seus dedos e saiu com ela, em direção ao jardim.

Julie não entendeu o porquê de seu namorado tê-la levado pra lá, mas ao vê-lo ajoelhado, teve uma vaga idéia do que iria acontecer.

- Nícolas, levanta daí! – Olhou de um lado pra outro - Vai que alguém aparece.

Nícolas apenas sorriu com o nervosismo de sua namorada. Enfiou a mão no bolso de sua calça,  e retirou uma caixinha de veludo vermelha. – Comprei pra você.

Julie ficou mais do que espantada com o gesto – O que é isso, Nícolas? Você não acha que a gente é muito novo pra dar um passo, assim, tão grande?

Nícolas riu pelo nariz – Relaxa Julie, isso não é uma aliança. – Pausou - Abre! – Ele continuava ajoelhado só esperando que Julie pegasse o presente.

Julie pegou e abriu. Era um colar de ouro com um pingente de brilhantes em forma de nota musical – Ai meu Deus! É lindo! – Seus olhos brilharam. – Nícolas, não precisava.

Nícolas se levantou – Você gostou?

- Se eu gostei? Claro que sim.

- Fui eu mesmo quem escolhi. Achei bem a sua cara e... Eu queria que nosso primeiro mês de namoro fosse inesquecível.

Julie sorriu sem graça. Nem se lembrava que tinham completado um mês de namoro naquele dia. Além disso, não havia comprado nada pra ele.

- Posso colocar em você?

Julie assentiu com a cabeça e se virou, colocando o cabelo de lado para não atrapalhar Nícolas na hora de fechar o colar.

Ele o fechou e lhe deu um beijinho no ombro, virando ela delicadamente para seu lado. Ela o olhou com carinho. Não mais com amor. Ele ficou com suas mãos apoiadas em sua cintura, olhando fixamente, apaixonado. Sorriu.

- O que foi? Por que tá me olhando com essa cara de bobo? – Susurrou.

- Sabe que eu nunca tinha reparado em seus olhos.

Julie franziu a testa. O tempo parou nesse momento – Oi? Como assim você nunca reparou em meus olhos?

Julie se lembrava bem do dia em que pediu pra Daniel seguir o Nícolas pra saber o que ele dizia sobre ela. E Daniel disse claramente que ele havia falado dos seus olhos. Como agora Nícolas diz que nunca reparou neles?

- Ah, Julie! Nunca reparei porque eu sempre senti uma atração louca por seus lábios, mas seus olhos... Eu juro que é a primeira vez que me dou conta de como eles são lindos.

Julie sorriu fraco. Então, Daniel mentiu pra ela, mas porquê? Iria descobrir nem que fosse a última coisa que fizesse.

Ele a beijou. Julie correspondeu, mas sem entusiasmo. Depois do beijo, ele a abraçou – Julie, você vai mesmo lá, na segunda?

Julie precisou de um segundo para saber do que ele estava falando. Lembrou. – Vou. Vou sim. Principalmente porque ele disse que era especializado em bandas. Você sabe, eu não pretendo seguir carreira solo nem tão cedo.

Nícolas sorriu – Viu só, Julie, como eu faço tudo pra te ver feliz...

Julie retribuiu o sorriso, e aproveitou a deixa – Tudo mesmo?

Nícolas assentiu com a cabeça, já tentando se preparar para o que viria em seguida.

- Então... Você me leva num lugar? – Julie perguntou.


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Notas finais do capítulo

E aí pra onde será que ela vai?

Reviews com sugestões, estou pouco inspirada estes dias!

Bju e até o próximo capítulo!



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