Descobrindo O Erro! escrita por Lizzy


Capítulo 10
Capítulo 10 - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi! Voltei! Desculpa a demora, mas é que meu notebook deu um problema e eu não estva conseguindo escrever.

Como esse capítulo ficou muito grande, resolvi dividí-lo em duas partes. Mas, peço que comentem nas duas partes, quanto mais reviews melhor!

Tenho a leve impressão de que vão gostar muito desse capítulo(parte 1 e 2), caprichei!

P.S: Quero agradecer a Jéssica, Apenasumaadolescente, Maria Eduarda, Andressa Silva e Aninha Lulu por terem favoritado minha fic. Sei que para algumas já agradeci, mas não custa nada agradecer de novo. Essa leitora aqui fica muito feliz quando reconhecem seu trabalho.

Boa leitura!



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Capítulo 10:

A foto revelava Julie e Daniel abraçados no festival de música do Peche. Ele estava vestido de astronauta. Nícolas lembrava nitidamente daquele dia em que sentiu uma raiva profunda de tê-los visto se abraçando. Foi a prímeira vez que teve ciúmes da Julie.

- Nícolas, eu não faço a menor idéia de como essa foto foi parar aí. – Tentou explicar Julie.

- Como ela foi parar aí é o menor dos problemas, Julie. – Falou Nícolas em tom irritado – O problema aqui está em você está abraçando aquele guitarristazinho idiota!

Julie ficou indignada com aquele comentário. Odiou o fato dele ter chamado Daniel de idiota – Nícolas, para com isso! Isso já tá ficando chato, sabia?!

- Chato? Chato é eu ter que ver todo dia a minha namorada sendo assediada por um fan... – Ele ia completar a palavra fantasma, se não fosse o fato de Julie ter tapado sua boca com a mão.

- Tá maluco! Você quase ia falando que o Daniel é um fantasma. E se alguém ouve?!– Julie disse baixinho.

- Desculpa, Julie, mas é que esse Daniel me irrita, ainda mais sabendo que foi ele quem me assustou naquele dia.

Julie apontou o dedo indicador em riste - Assustou sim, mas foi você quem começou... – Nícolas franziu a testa – Quando disse que ele era um péssimo guitarrista. Que até parecia que ele tocava cavaquinho.

- Tá defendendo ele, Julie?! – Nícolas perguntou, indignado.

- Não. Eu só tô colocando as coisas nos lugares certos. – Falou ela séria.

- E você acha certo o que tá acontecendo aqui? Tá todo mundo me zoando por causa dessa maldita foto.

Julie se tocou – Ah, então é isso! Sua preocupação não é eu estar ou não estar abraçando o Daniel. O problema aqui é o que os seus amigos estão pensando disso. Nícolas, eu pensei que você tinha desencanado disso, sabe, de ser popular.

Nícolas baixou a cabeça.

Julie balançou a cabeça em negativa – Nícolas, será que você não consegue enxergar que tudo isso foi uma armação da Thalita pra nos separar? Pense bem, o jornalzinho da escola é da Milena que é a melhor amiga da Thalita. 2 mais 2 é igual a...

Nícolas levantou a cabeça, com a testa franzida – Julie, a Thalita não tem nada a ver com isso. Acho que você tá começando a ficar paranóica.

- Eu tô paranóica e você com  esse ciúme bobo... – Bufou deraiva - Tá ficando insuportável! – Julie quase gritou.

Nícolas ainda abriu a boca pra responder, mas não saiu som nenhum. Julie sabia que não adiantava mais falar nada, então pegou a mochila e já ia embora se não fosse o fato de Nícolas tê-la impedido, segurando seu pulso.

- Ei, espera, Julie! Eu te levo pra casa. – Nícolas murmurou.

Julie suspirou – Não. Hoje eu prefiro ir sozinha. – Olhou para a mão dele que segurava seu braço, em seguida olhou pra ele, pedindo em silêncio que a soltasse. Nícolas a soltou e permaneceu parado. Julie então saiu em direção a saída da sala de aula. Chegando na porta ainda arriscou dar uma última olhada em Nícolas, e percebeu que ele continuava de costas, e nem sequer virou para olhá-la ir embora. Suspirou e saiu sem mais olhar pra trás.

Nícolas ficou arrazado, baixou a cabeça e seus olhos tornaram-se órbitas frenéticas. De repente, se deu conta da burrice que cometeu, virou e correu na esperança de alcançá-la, porém, constatou com tristeza que Julie já tinha atravessado o portão da escola.

- Viu só? – Perguntou Thalita para Milena. Elas estavam no pátio e presenciaram toda a cena da Julie saindo sozinha e depois o Nícolas correndo atrás – Consegui matar dois coelhos com uma cajadada só. O seu jornalzinho merreca finalmente virou sucesso e a coisinha não quer ver o Nícolas nem pintado de ouro.

- É, Thalita, parece que deu certo mesmo. Eu nunca vi a Julie tão triste.

- E isso é só o começo, queridinha, porque o idiota do Nícolas – Olhou pro Nícolas que olhava para o portão sentindo-se um lixo – Ainda vai comer aqui na palma da minha mão. – Sorriu maquiavélica.

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Mais tarde na edícula, os fantasmas se preparavam para o ensaio, quando Martim passou o braço nos ombros de Daniel.

- Aê Daniel! – Martim falou em tom de malícia e Daniel o olhou com cara de interrogação – Eu vi você lá todo coladinho com aquela gatinha. Mas, diz aí! Vocês tão namorando?

Daniel retirou o braço de Martim de seus ombros, com fúria – Claro que não! Tá maluco! Eu mal conheço ela.

- Mal conhece é? Imagina se conhecesse...  – Daniel revirou os olhos - Mas, fala aí! Quem é a gata misteriosa? Porque que eu me lembre, nunca vi aquela garota em lugar nenhum do mundo espectral.

- É Daniel, eu também nunca vi. – Concordou Félix.

- E se eu disser a vocês... Que vocês conhecem ela?! – Disse Daniel com ar de mistério.

Os fantasmas ficaram curiosos.

- Como assim, Daniel? – Félix quis saber.

- O nome dela é Marina. Ela é a garota que me venceu no concurso do Cris Garcia. Lembram?

- Quê?! – Martim se espantou – Você só pode tá brincando né?! Não pode ser. Mas... Pensando bem, bem que eu achei ela um pouco familiar.

- Mas, Daniel, como ela apareceu aqui? – Quis saber Félix - Quero dizer, ela teria que ter...

- Morrido? – Completou Daniel – Ela morreu sim... Numa tragédia de avião. Três anos depois da gente.

- Cara, que sinistro! – Exclamou Félix.

- Não. Sinistro é o que eu vou contar pra vocês agora... – Os dois chegaram perto de Daniel para melhor ouví-lo -  Teve uma hora, quando eu estava dançando com ela, que ela não era mais ela, ela tinha virado outra pessoa.

-  Virado outra pessoa? Quem? – Quis saber Félix.

Daniel abriu a boca para responder que era a Julie, mas foi interrompido pelo barulho da porta da edícula se abrindo. Ele achava que era Julie.

- Pedrinho?! – Espantou-se Daniel – Cadê a sua irmã? Fala lá pra ela que ela tá muito atrasada! Eu só espero que não seja por causa daquele mané do Nícolas.

- Não. – Respondeu Pedrinho, sentando-se no amplificador com as pernas balançando -  A Julie tá muito estranha. Ela chegou e nem almoçou. Foi direto pro quarto. Acho que ela brigou com o Nícolas porque eu percebi que ele nem foi deixar ela em casa hoje e... – Pausou quando percebeu que Daniel havia desaparecido - Daniel? Ué, pra onde ele foi?

- Advinha?! – Brincou Martim – Marina zero!

- Julie um! – Completou Félix.

Pedrinho fez cara de interrogação.

- E aí Pedrinho, quer aprender mais coisas que fantasma pode fazer pra assustar os vivos? – Martim convidou.

Pedrinho pulou do amplificador, com os olhos brilhando – Obaaaa!

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- Julie?! Posso entrar? – Perguntou Daniel com metade do corpo pra dentro da parede, e a outra metade dentro do quarto de Julie.

Julie estava sentada na cama com a cabeça baixa – Pode... Claro... – Sussurrou quando levantou a cabeça e viu que era Daniel.

Daniel entrou – Julie, tá tudo pronto lá na edícula. A gente só tá esperando você pra começar o ensaio e...

- Não tô a fim de ensaiar hoje. Desculpa, Daniel, mas é que eu... – Não conteve mais as lágrimas, que teimava em segurar.

- Peraí, Julie, você tá chorando? O que esse cara fez? Eu vou acabar com esse mané! – Mostrou o punho. Julie levantou e o segurou.

- Não, Daniel! Não faz isso! Ele não fez nada. É só que a gente brigou e... Ele não confia em mim... Tá tomado pelo ciúme. Eu não sei mais o que eu faço.

Daniel viu que Julie estava realmente triste porque não estava sabendo nem organizar as idéias. Ficou comovido. Chegou perto dela e passou a mão delicadamente por sua face, enxugando uma lágrima – Julie... – Pausou, apaixonado - Ninguém tem o direito de te fazer chorar.

Julie forçou um sorriso.

- Eu posso não acabar com ele, mas se você quiser, eu assusto ele ou eu coloco pimenta na sopa dele, ou, sei lá, eu posso colocar uma pedra no sapato dele e... – Julie soltou o riso – Eu já te disse que você fica muito linda quando sorri? – Perguntou Daniel fazendo um carinho no rosto de Julie.

- E eu já te disse que você, ultimamente, tem sido o único que consegue isso... – Pausou - Me fazer sorrir? – Sorriu e seu rosto se iluminou.

Por um segundo eles ficaram se encarando, apaixonados – Julie, faz tempo que a gente não sai junto. Quero dizer, só nós dois... Como antes. – Estendeu a mão pra ela em um convite silencioso. Julie olhou pra ele e colocou sua mão sobre a dele. Ele sorriu, e eles saíram de mãos dadas.

***********************************************************************

- Por que você me trouxe aqui? – Julie perguntou para Daniel. Eles estavam sentados numa calçada em frente a uma casa de segundo andar, do outro lado da rua.

- Calma, eles já devem tá saindo de casa. – Daniel falou olhando direto para casa.

- Eles? Eles quem? – Quis saber Julie.

Daniel suspirou. Ele estava com os olhos vidrados em direção a casa. Julie não sabia do que se tratava, mas olhou para ele com a testa franzida e acompanhando seu olhar, olhou para casa.

De repente, a porta da casa se abriu e de dentro saíram duas pessoas de mãos dadas. Uma delas tratava-se de um homem que deveria ter por volta de seus trinta e poucos anos. A outra era uma menina que devia ter no máximo uns quatro anos. Ela estava vestida com um vestido rosinha e tinha o cabelo loiro cheio de cachinhos. Segurava uma boneca como um bem precioso. Decerto os dois deviam ser pai e filha, constatou Julie.

Por um momento, Julie teve a leve impressão de que eles se pareciam com alguém. Mas, quem?

Julie virou de lado, olhando mais uma vez para Daniel. Ele estava com os olhos brilhando.

- Quem são eles? Você conhece, Daniel? – Julie perguntou, já desconfiando da resposta.

- Aquele é o meu irmão, Rafael. E a pequena é a filha dele, minha sobrinha, Daniela.

Julie sorriu encantada – Jura? E... Você vem sempre aqui?

- Sempre que eu posso. – Respondeu Daniel ainda olhando para sobrinha com orgulho. Depois virou o rosto para Julie – Eu estava na sala de cirurgia bem na hora que ela nasceu. Ela pesou quase 4 quilos, uma mininona. Os médicos ficaram surpresos. E meu irmão ficou todo orgulhoso. – Julie escutava cada frase com um sorriso de ternura iluminando seu rosto – Fiquei todo emocionado quando ele resolveu me homenagear colocando na filha dele quase o meu nome. Desde então acompanho cada passo que ela dá, seus aniversários... Tudo.

- Você já apareceu pra eles?

- Não. Quando eu morri, meu irmão tinha seis anos e era muito medroso. Tinha medo até de monstro de baixo da cama. Não sei o que faria se visse um fantasma. Acho que desmaiaria de susto e a Daniela ainda é muito pequena para entender.

Julie sorriu, e murmurou – Brigada!

Daniel não entendeu aquele agradecimento – Brigada? Brigada por quê?

- Brigada por me trazer em um lugar tão especial assim pra você.

- Daniel sorriu e colocou uma mecha do cabelo de Julie por trás da orelha dela, com carinho – É que... – Engoliu a seco - Você é muito especial pra mim, Julie. – Sussurrou ele, voltando a olhar pra frente. Como se tivesse envergonhado do que disse. Julie corou.

O silêncio reinou entre eles.

Alguns minutinhos depois, o que parecia ser a mãe de Daniela também saiu de casa. O irmão de Daniel resmungou qualquer coisa sobre a demora dela. Daniela abraçou as pernas da mãe e levantou os bracinhos, mas foi Rafael que a colocou nos braços. Depois disso, os três se dirigiram para o carro de Rafael, que deu a partida e foi embora.

Eles ainda continuavam olhando para casa quando Julie sentiu uma gota de água em seu braço. – Sentiu isso? – Ela perguntou quabrando o silêncio.

- Isso o quê?

- Uma gota de chuva... Acho.

- Julie, esqueceu que eu sou intangível? Eu nunca sentiria uma gota de chuva. Nunca. Aliás eu não sinto absolutamente nada.

Julie franziu a testa – Então, quer dizer, que você nunca sente quando eu... Pausou, criando coragem para prosseguir com a pergunta – Te toco?

- Aí é que tá... Eu sinto sim. Pra te dizera verdade, você é a única que me faz sentir... – Ele expirou sorrindo – Sem querer parecer piegas, mas acho que é porque de alguma forma a gente tem uma... Sei lá... Ligação.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Contnuem lendo... Vem aí uma surpresa!



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