PDV DEMI

Abri meus olhos meio cansada, a forte luz vinda lá de fora tentava atravessar as cortinas de meu quarto para iluminar o mesmo em abundância.

Mais um novo dia.

Sem mais esperar deitada em minha cama, eu me levantei pronta para esse meu novo dia. Não hesitei em tomar um demorado banho quente, arrumar-me muito bem e descer para cozinha, onde encontrei uma Elena um tanto animada.

– Oras veja quem acordou de bom humor. - brinquei com um simpático sorriso de canto nos lábios. Minha prima me olhou sorrindo e apontou para mesa, onde tinha um belo café da manhã.

– Eu preparei nosso café, espero que goste. - Elena disse sorrindo delicadamente.

– Obrigada, estou com pouca fome. - disse lamentando pelo desperdício e ela concordou sentando-se para pegar um pouco de café.

– Recusará até maracujá com leite? - ela disse apontando para o copo com meu suco favorito.

– Oh meu Deus, como isso pode ser melhor que sangue? - disse não segurando meu vício por aquele meu suco e minha prima alargou seu sorriso.

Meu celular apitou em meu bolso e o peguei enquanto caia na perdição de meu vício.

Demi, sei que chegou agora, mas preciso de sua ajuda! Amanhã haverá o Miss Mystic Falls, necessito urgente de sua ajuda para os preparativos! Vou te esperar na mansão Lockood em um hora.

Caroline

– Caroline? - Elena questionou, mas com muita convicção.

Confirmei rindo e guardei meu celular.

PDV DAMON

Mystic Falls finalmente tinha amanhecido sem nenhum problema em vista. Minha casa, silenciosa como sempre, não anunciava a presença de Stefan há pelo menos... quase um dia. Sabia que meu irmão estava bem, Stefan sabe se cuidar.

Quando pensei que problemas poderiam ter se acabado, escuto vozes dentro da mansão e dentre elas, apenas uma era conhecida.

– O que está havendo? - pergunto confuso quando vejo Stefan entrando com uma mala.

Meu irmãozinho me olha um tanto receoso, porém já logo ficando despreocupado e convicto.

Vejo alguém entrando na sala, carregando outra mala e consigo um sorriso amável e delicado.

– Hey. - Charlotte me cumprimenta meio sorridente e receosa - Olá, primo.

Imediatamente olho sem entender porcaria nenhuma para Stefan, que ainda estava despreocupado no lugar.

– Damon, eu lhe apresento Charlotte Salvatore... nossa prima. - Stefan diz calmo.

PDV KLAUS

– Miss Mystic Falls... Isso serve para quê? - interroguei franzindo meu cenho enquanto Rebekah contava-me sobre seus planos para essa tarde. Como se eu me importasse.

– É um passa tempo. - Rebekah elevou seus ombros sutilmente - Coisas de humano, isso é normal. - sorriu em anseio - Vou ajudar Caroline na organização.

– Vejo que já conquistou amizades, certo? - ela me olhou sorrindo de leve e revirei meus olhos - Mas não creio que você já conquistou alguém.

– Sou mais confiável que o híbrido Original que destrui tudo por onde passou. - ela murmurou sarcástica e rolei meus olhos rindo de leve - Mas então, você irá ao desfile? Elijah também estará por lá. - deu um leve sorriso novamente.

– Desenhar meus quadros parece ser mais entertido, do que encontrar seu irmão em qualquer lugar. - disse avaliando meu quadro recem pintado.

– Nosso irmão. - Rebekah corrigiu meu erro– Você não pode tratá-lo dessa maneira, Nik!

– Vamos lá, Rebekah! Você queria que eu o tratasse como? Ele me apunhalou pelas costas! - indignei-me com certa raiva.

– Aghata sabe muito bem o que fazer, ela quem escolheu Elijah... - Rebekah disse com a voz solene e receosa.

– E ainda quer que eu fique no mesmo recinto que os dois maiores traíras? - sorri sem humor e Rebekah bufou de leve.

– O que é isso, Niklaus? - Rebekah disse aproximando-se de mim - Sei que quer manter-se afastado de Aghata.... Mas você a ama, você deve lutar por ela. - incentivou-me e revirei meus olhos - Além do mais... Você foi quem pouco lutou pelo amor dela. - disse negando chateada e a olhei irritado.

– Aghata me traiu, acha mesmo que eu quem deveria ir atrás? - disse com raiva.

– Engula esse seu orgulho, Nik! - irritou-se - Ela errou, em outra vida, já pogou por isso quando morreu pela primeira vez! E morreu novamente nessa vida! Elijah a ajudou quando ela mais precisou... E o que você fez nesse tempo? Apenas assistiu ela decaíndo, aproveitando boas noites na cama com ela!

– Você, principalmente você... - disse me aproximando dela perigosamente - Não pode dizer isso! Está insinuando que não me importo com ela...

– Eu sei que se importa! - jogou os braços para o alto - Mas seu orgulho não lhe deixa demonstrar!

– Cale a boca, Rebekah! - exaltei-me - Você quer que eu corra atras de alguém que pode usar e abusar de meus sentimentos sem pensar duas vezes?!

– Covarde! - ela gritou - Você é um covarde! Você não tem medo de sofrer novamente, você tem medo de que ela te renegue quando você demonstrar o que sente...

Avancei em minha irmã, segurando fortemente em seu pescoço e ela olhou-me assustada.

– Eu a ajudei, eu a levei para nosso lar quando ela mais precisou... Eu dei um lar a ela, eu dei uma nova vida... Eu me apaixonei e me entreguei a ela... E o que ganhei em troca? uma apunhalada pelas costas...! Apenas isso! - minha voz saia com fúria e minha irmã me olhava ainda mais assustada - E não fiz nada de errado a ponto de ouvir seus sermões, Rebekah!

Antes de mais alguma bobeira ser dita pela boca de Rebekah, torci seu pescoço sem hesitar, e em seguida larguei ao seu corpo no chão em fúria.

PDV DEMI

Caroline, Elena e eu arrumávamos a mansão Lockood para o Miss Mystic Falls. A loira estava empolgada para isso e confesso que eu também.

– Está preparada para largar o trono de Miss, Car? - perguntei sorrindo de leve enquanto anotava os nomes das concorrentes desse ano.

– Uma rainha de verdade nunca perde a coroa, querida Demi. - Care brincou sorrindo alegre.

– Vou procurar Elena. - disse soltando a prancheta sobre a mesa e Caroline concordou enquanto lia as fichas das concorrentes.

Sai do salão principal em busca de Elena, esta deveria estar ajudando na organização dos jardins, talvez junto com Bonnie.

Desastrada e pensativa mal percebo quando alguém cruza pelo meu caminho e acabo por esbarrar no mesmo.

– Descul... - minha voz morre quando meus olhos encontram aquele par de olhos azuis celestes me encarando um tanto surpresos. Engulo em seco e dou um pequeno passo para trás - Damon. - sopro quase sem voz.

Damon me olhava ainda surpreso. Levemente ele foi abrindo um pequeno sorriso até me avaliar dos pés a cabeça. Era como se quisesse saber se era eu ou não. Dou-lhe um sorriso tímido e suspiro de leve.

– Sim, estou de volta. - digo encolhendo meus ombros delicadamente e ele riu baixo.

– Fico feliz que esteja de volta. - ele diz com sinceridade e meu sorriso cresce.

– obrigada. - sussurro grata.

Fica um silencio constrangedor. Eu sabia, Damon sabia que eu tinha algo a lhe dizer, mas infelizmente era como se minha boca travasse e nada saísse. Respiro fundo querendo ter coragem...

– Nós precisamos conversar. - digo finalmente e ele acena com a cabeça.

– Sobre Alyssa? - ele diz revirando seus olhos sutilmente.

Meu coração acelera ao ouvir tal nome saindo de sua boca e uma raiva flui. Raiva de Damon, raiva de Alyssa... e raiva de mim mesma. Respiro mais fundo ainda e nego com a cabeça.

– Eu... não quero comentar sobre isso. - digo baixo olhando para minha próprias mãos - É sobre nós. - felizmente, somos vampiros, pois eu tinha dito tão baixo a ponto de nenhum humano ter ouvido.

PDV CAROLINE

Elena adentrou na sala em que eu estava e olhou em volta parecendo dar falta de algo, ou de alguém.

– Onde está Demi? - ela perguntou confusa e franzi meu cenho.

– Ela foi te procurar há alguns minutos. - respondi coonfusa e ela suspirou sentando-se ao meu lado.

– Damon chegou, então acho que os dois devem ter se encontrado. - minha amiga disse dando de ombros olhando para as folhas de inscrições a minha frente. Concordei em silencio - Ah, quem era a garota que está com Tyler? - Elena perguntou mais confusa.

Bufei um tanto irritada e ela me olhou sem entender.

– Uma amiga de Tyler. - expliquei nada contente - Chegou ha pouco tempo na cidade. Ela quem o ajudou a quebrar a ligação dele com Klaus.

– Oh. - Elena soprou já compreendendo o porque de meu pequeno surto em relação Hayley - Mas o que ela veio fazer aqui?

– Eu não sei. - respondi incomodada claramente.

PDV KLAUS

Finalmente estava quase a terminar aquele quadro. Poucas pinceladas faltavam para acabar com minha distração. Pensar. Era aquilo que eu não queria fazer. Se eu pensasse de mais, acabaria pensando em tudo que está havendo. Acabaria pensando na minha conversa com Rebekah.

– Parece um floco de neve gigante. - ouvi a intrometida voz do Salvatore mais novo.

Apenas revirei meus olhos com seu comentário desnecessário, e pela sua vinda repentina.

– Prefiro pensar que é uma expressão pós modernismo. - dei de ombros sutilmente - Será uma grande doação para o evento Miss Mystic Falls. - expliquei sem mais delongas.

Tim adentrou na sala sem nem ao menos pedir permissão ou cumprimentar-nos.

– Disse que era urgente. - ele disse-me vindo até a mim.

– Disse. Leve isso para a mansão Lockood imediatamente. - ordenei apontando para meu quadro já terminado.

– Você quer que eu seja um entregador? - ele me olhou descrente. Apenas dei um passo até ele, sorrateiramente.

– O que eu quero é que você faça o que eu mando, sem reclamar.

Tim apenas me deu um olhar um tanto em fúria, o que, oviamente, não me afetou em nada. Após sua saída com meu quadro e meu aviso para ele tomar cuidado com a pintura; Stefan pronunciou algumas palavras do fato sobre minha ligação com meus híbridos.

– Agora, como tivera tamanha ousadia de vir aqui, Stefan? - pergunto querendo logo saber o motivo de sua vinda.

– Na verdade, não vim atrás de você. - ele disse cruzando seus braços - Estou atrás de Rebekah.

– Uh. - dei um riso audácioso e ele me olhou intrigado - Vejo que os anos 20 ainda lhe perseguem, estripador.

– Não é nada disso. - ele negou vindo até a mim - Rebekah foi quem me dera a notícia da partida de Alyssa, ela deve saber onde Alyssa está. Mas Rebekah não atende minhas ligações.

– Talvez ela esteja te ignorando. - comentei sarcástico e ele me olhou desconfiado.

– Ou talvez esteja num caixão.

Seus olhos pareciam tentar me decifrar impossivelmente. Dei um sorriso claramente deixando-o na dúvida sobre a questão dada-me.

– Não. Não. - caminhei na direção da outra sala enquanto retirava os resíduos de tinta de meus dedos com aquele lenço - Minha irmãzinha está bem. Não num caixão. Mas duvido que no momento ela possa te ajudar.

– O que aconteceu? - ele perguntou me seguindo.

– No momento ela se encontra com o pescoço quebrado, deitada na cama dela. Nada que em algumas horas, ou minutos resolvam. Mas talvez eu possa te ajudar.

– Você sabe onde Alyssa está? Por que caso o contrário duvido que você consiga.

– Está duvidando de meus talentos? - sorri sentando-me na cadeira atrás daquela mesa de mármore.

– Tem alguma ideia de onde ela pode ter ido?

– Alyssa conversou muito com Rebekah durante esse período em que esteve fora. - uni minhas sobrancelhas, também um tanto receoso - Rebekah não me contou, mas tenho meus métodos, Alyssa achou uma grande descoberta.

– O quê..? - me olhou confuso.

PDV DEMI

Eu não sabia ao exato como pedir desculpas a Damon. Era óbvio que eu o tinha magoádo e muito. E era minha culpa Damon ter dormido com Alyssa. Era minha culpa se ele tivera algum sentimento por ela.

– No que está pensando? - Damon me olhou intrigado enquanto caminhávamos para fora da mansão Lockwood.

– No quanto eu fui idiota. - soprei suspirando pesadamente - Eu sinto muito pelo que lhe disse, Damon.

– Hey. - ele me interrompeu - Você estava com a humanidade desligada, todos já passamos por isso. - revirou seus olhos como se aquilo não lhe importasse.

– Eu te magoei.

– Muitos já fizeram isso.

Senti um grande remorso em meu peito ao ouvir tais palavras saindo dos lábios de Damon. Era verdade. Muitos já tinham o magoado. E agora eu era mais uma. Mais uma que lhe deixou triste.

Toquei-lhe no seu rosto, fazendo-o me olhar. Seus olhos vieram de encontro aos meus e era como se ele me implorasse por algo. Parecia um olhar de um bebe que não sabia dizer e implorava pelos braços da mãe. Mas Damon não é um bebê, ele não está implorando pelos braços de sua mãe. Talvez ele esteja implorando pelos meus braços.

Damon também tocou em meu rosto e naquele momento um flash de luz entrou em minha cabeça. Foi como se nossos pensamentos estivessem intercalados. Foi como se eu tivesse entrado em sua mente e ele na minha.

As unicas imagens que vieram foram aquelas que pensei ter esquecido.

– Você... Você me assustou...

De repente, era eu, parada naquela rua deserta na minha primeira noite em Mystic Falls. Damon estava parado logo a frente daquele meu eu. Era como se fosse um filme e eu assistia em 3D. os flash começavam a se misturarem e as frases ficavam confusas.

– É estranho eu querer dizer isso para você... mas... - ela uniu o cenho e respirou fundo - É tudo tão difícil... - seus olhos ficaram umidos - Num dia eu ria e me divertia com eles... no outro eu os encontro mortos. - ela cruza seus braços rapidamente, como se abraçasse a si mesma.

– É estranho eu querer dizer isso para você... mas... - era como se aquela dor que eu sentia dizendo aquilo, estivesse voltado junto com as lembranças - É tudo tão difícil... Num dia eu ria e me divertia com eles... no outro eu os encontro mortos.

Aquele dia tinha me sido um borrão e somente agora tinha vindo em mente. Eu sabia que depois que vira-se vampiro as lembranças que lhe fizeram esquecer, retornam. Lembrar aquilo pareceu que apenas abriu uma caixa que sempre esteve na minha mente, mas que eu nunca tive interesse de abrir.

– Demitria... Você não ficará triste para sempre. Você vai superar. Isso é apenas uma fase, e você vai seguir em frente; irá levantar a cabeça e começar um novo dia. Suas dores permanecerão, mas você irá aprender a conviver com elas e será uma ótima garota, forte e determinada.

Senti como se uma grande tonelada tivesse sido posta em meus ombros. Damon quem tivera me feito sorrir sem tristeza. Damon quem me fizera seguir em frente.

– Eu queria não ter que fazer isso, mas é realmente preciso, eu sinto muito. Você se esquecerá dessa nossa conversa, e jamais me conheceu... Mas seguirá tudo que lhe disse.

– Oh!

Senti minhas pernas ficarem fracas e imediatamente me afastei de Damon, que me olhava um tanto assustado e um tanto receoso. Meus olhos estavam arregalados enquanto minha mente tentava processar tudo que tinha acontecido. Foi uma grande surpresa para mim.

– Damon...

– Eu sei. - ele suspirou cansado - Eu não tinha o direito de entrar na sua mente e lhe fazer o que fiz. Eu não lhe fiz por maldade, Demitria! Nem por um segundo de minha vida eu quis te machucar ou te magoar... Foi mais uma de minhas idiotices sem expl...

– Damon, obrigada. - eu o fiz calar-se. Damon me olhou confuso - Quando eu cheguei em Mystic Falls, eu sabia que tudo seria diferente, eu sabia que ia ser tão doloroso quanto já estava. Eu estava sozinha, assustada... Você me fez ficar feliz.

– Eu te hipnotizei. - ele me olhou incrédulo.

– Mas graças a você eu não sofri, e não fui aquela garota indefesa que todos achavam que eu era. - dei um passo até ele enquanto ele me olhava confuso - Você me fez seguir em frente, Damon. - segurei em seu rosto novamente.

Damon ficou quieto assim como eu e ambos pareciam não saber mais o que falar.

– Você mudou, Demi. - ele disse negando chateado. Eu o olhei sem entender e ele balançou a cabeça negativamente - A garota que conheci não era assim.

– O.. quê?

– Veja a si mesma, olhe só o que está fazendo.

Damon afastou-se de mim e minhas mãos caíram no ar. Eu o olhei sem entender qual o rumo daquilo que me dizia.

– Do que está dizendo, Damon? - perguntei desesperadamente sem entender.

– A imortalidade não lhe caiu bem.

Damon me olhou enojado e senti um grande aperto no meu coração ao ouvir tais palavras. Era isso. Ser vampira não tinha lhe agradado.

– Você não é mais a mesma desde quando se tornou vampira, Aghata.

Ouví-lo me chamar de Aghata tinha sido pior do que levar uma facada ou me alimentar de uma pessoa com verbena no organismo.

– Infelizmente, a Demitria que conheci naquela noite, não irá voltar. A Demitria que conheci não era dividida, era determinada e... - ele calou-se não querendo dizer, mas foi mais forte - Me amava a cima de tudo.

Quis lhe dar uma resposta, porém a presença daquele homem nos fez ficar num silêncio mais assustador que antes. Elijah nos encarava como se quisesse entender o que estava havendo.

PDV STEFAN

– Stefan, o que está havendo? - Charlotte pergunta logo que adentro na mansão carregando aqueles papéis.

– Posso ter pistas sobre onde Alyssa está.

Charlotte me olha assustada e caminho até onde ela está. Largo aqueles papéis sobre a mesa. Ela vem até a mim e olha tais papéis com curiosidade.

– O que são isso? - ela me perguntou intrigada e cruzou seus braços.

– Klaus disse que antes de partir, Alyssa tinha recebido uma carta. - disse olhando para as cartas sobre a mesa - Eu fui até o apartamento dela e descobri que ela tinha recebido mais cartas antes de tudo acontecer.

Charlotte e eu nos olhamos e ela sentou-se ao meu lado para pegar as cartas. Para poupar o tempo, ela apenas dera olhadas rápidas nas cartas.

– Não estão assinadas. - ela sussurrou confusa.

– Percebe que todas tratam do mesmo assunto? - apontei confuso para os papéis.

– É uma carta indireta de ameaça.

– É como se alguém tem em mãos um outro alguém muito importante para Alyssa. Eu tenho certeza de que Alyssa foi procurar saber sobre esse alguém que a ameaça.

– E o que você está pensando em fazer? - perguntou mas parecendo que já sabia o que eu tinha em mente.

– Iremos atrás de Alyssa e desse alguém. - a voz de Damon anunciou sua presença na sala, fazendo Charlotte e eu olhá-lo surpresos - É melhor termos alguma pista sobre os paradeiros dela. E sei com quem conseguir.

NARRADOR 3ª PESSOA

Suas pernas fraqueijavam enquanto seu corpo tentava avançar naquela rua. Ele tinha passado dias apenas andando. Não tinha se alimentado, não tinha se banhado, não tinha parado para descansar e nem trocara de roupa. Mesmo quando fazia um sinal naquela estrada, nenhum carro parava para lhe ajudar.

Infelizmente, depois de dias sem uma alimentação necessária, seu corpo não aguentou e simplesmente caiu ao chão. Seus olhos azuis derramavam tristeza. Ele tinha passado séculos tentando sua liberdade, e quando conseguira estava como um fugitivo ás minguas, que podia sair as ruas apenas durante a noite.

Ele tinha que ter forças para levantar, em breve o sol nasceria e ele poderia dizer adeus a tudo que um dia sonhou em ter. Mas estava fraco. Há dias que não se alimentava corretamente.

Finalmente uma boa alma solidária parou seu carro para ajudar tal fugitivo. Os belos pares de pernas femininos foram caminhando receosamente na direção do jovem, que gemia com certa angustia e fraqueza.

– Você precisa de ajuda. - aquela mulher diz com certa pena - Preciso ligar para uma ambulância. - sua mão encontra a face do rapaz e logo afasta-se - Você é um vampiro.

Ela levanta-se imediatamente e o rapaz encolhe-se implorando por ajuda.

– Mary... - o vampiro começou a dizer com dificuldade - Mary Alyssa...