Goddess escrita por RoxyFlyer21


Capítulo 3
III


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A tormenta do dia havia dado lugar à calmaria da noite. As ondas pareciam se suavizar mais e mais conforme as estrelas tomavam seus lugares no céu. Ansell singrava calmamente pelo mar, e as luzes que transpassavam o vidro da sala do Capitão eram as únicas que evitavam a silhueta da embarcação de fundir-se com as escuras águas profundas.

O ritmo tranquilo das ondas havia embalado Keira em um sono profundo. Seu cansaço misturou-se aos seus soluços e ao leve mofo que exalava das paredes úmidas, fazendo-a mergulhar em um doce torpor. Foi por isso que, quando as primeiras batidas na porta se fizeram ouvir, ela mal se moveu.

Com um nervoso rodar de chaves, a figura alta e forte de James entrou no pequeno aposento e, com surpresa, viu que a menina dormia pacificamente entre o tecido azul de sua túnica. Seus cabelos escuros estavam bagunçados pelo comprimento da longa trança, e ela apoiava a cabeça nos antebraços.

James, tendo gasto alguns segundos observando-a enquanto suas costas subiam e desciam com sua respiração, com um rápido e certeiro movimento de braço pegou a lateral da porta e bateu-a, produzindo um baque tão alto que acordou a garota instantaneamente.

Ela gritou e pôs-se de pé tão rápido quanto um raio, seu coração pulando dentro do peito. Teve a sensação de que tivesse sido acordada de um sonho direto para um pesadelo, e esse sentimento agravou-se quando viu que James estava ali dentro com ela.

­– Perdão, minha deusa, – ele começou, sem dar tempo de Keira abrir a boca para protestar. – dormias tão profundamente que esse foi o único jeito que encontrei de acordá-la.

– O que você quer agora?! – ela perguntou, friamente. Tinha certeza que ele havia escolhido o modo mais inconveniente de despertá-la.

James a encarou nos olhos antes de responder.

– O Capitão irá servir um jantar em homenagem a deusa. Ele insiste que compareça, – ele disse, e repousou um longo vestido que carregava consigo em cima da tora de madeira presa à parede por correntes que servia como cama. – devidamente vestida, é claro.

Keira percorreu rapidamente os olhos pelo vestido vermelho para depois respondê-lo, escondendo a sua indignação com uma voz ainda mais glacial.

– E se a deusa não quiser ir?

Sendo extremamente reduzido, o quarto já forçava os dois a ficarem próximos um do outro. James cruzou a pequena distância restante e, mesmo sem tocá-la, forçou Keira a olhar dentro de seus olhos.

– Isso não foi um convite. E nem uma opção.

Os olhos azuis do rapaz pareciam quase brancos com sua seriedade. Contudo, Keira não deixou-se abalar.

­– Pois diga a seu Capitão que nem ele nem você podem me obrigar a ir! – ela involuntariamente havia se aproximado mais ainda de James, de forma a ressaltar sua rebeldia, e ergueu ainda mais a cabeça para fitá-lo nos olhos. – Fique sabendo que eu prefiro morrer a jantar com bárbaros como vocês!

James deslizou a mão até o cabo de sua espada, levantando-a até o brilho do metal reluzir-se com a fraca iluminação vinda de fora.

– Acredite quando eu digo que também preferiria sua morte. – ele sibilou as palavras bem perto de seu rosto, deixando a sua raiva passar entre os dentes. Retomando o controle de si, porém, ele ganhou distância da garota e recolocou a espada no cinto. – No entanto, não estou na posição de realizar seus desejos esta noite. Apenas de garantir que você vista esse vestido.

– Boa sorte com isso! – ela respondeu, cruzando os braços e virando-se de lado para não ter que encará-lo. – Além do mais, detesto vermelho!

– Ah, você vai vestir isso sim – pelo canto dos olhos, ela pôde vê-lo abrindo um meio sorriso carregado de uma maliciosa ameaça. – Nem que para isso eu precise desnudá-la eu mesmo!

Ele precipitou-se em sua direção, e um passo foi o suficiente para anular a distância entre eles. Um passo tão rápido e conciso que levou Keira a crer no mesmo instante que sua ameaça era real, e em defesa segurou a mão do rapaz que ia em direção a faixa em sua cintura.

– Não!

Keira sentiu um choque quando segurou a mão quente dele em seus dedos feitos de gelo. Seus rostos estavam tão próximos que quase se tocavam, os olhos tão compenetrados um no outro que pareciam sair faíscas. James estreitou o olhar, puxando a mão dela ameaçadoramente, e disse praticamente sussurrando:

– Então fique pronta. Estarei do outro lado da porta, esperando. Qualquer sinal de hesitação e eu entro e a visto. Estamos entendidos, minha deusa?

Ela puxou sua mão, sentindo o pulso latejar com a força que foi segurado, e sibilou, entre dentes:

– Mais uma vez, não sou sua deusa!


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