P.s. escrita por Margot


Capítulo 1
Uma vida nova, um novo começo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :*




25/06/2013



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/381789/chapter/1

- Senhorita Mayu - Roberta batia na porta de meu quarto, que estava trancado.
Eu estava em frente ao espelho enorme do meu closed, observava as marcas vermelhas que logo estariam roxas em meu pescoço, e a lembrança da noite anterior me veio a mente:

"Era noite, eu estava na sala, assistindo a algum desenho idiota na TV, quando Gerald (meu pai) desceu as escadas de seu escritório, cambaleando, obviamente, bebado. Senti que as coisas iram acontecer novamente.
 

- MAYU - Gritou Gerald - Cadê você sua assassina? - Fechei os olhos, ele tinha que me chamar assim...
 

- Gerald, não fale assim da Mayu! - Disse, Mary, minha avó e mãe de Gerald.
 

- Eu falo como eu quero, essa porra é minha filha!!! - Disse e, finalmente, me achou no sofá.
 

Ele veio andando (ou melhor, quase caindo), e quando chegou atras do sofá, puxou meus cabelos, fazendo um rabo de cavalo com suas mãos, e, devo dizer, estava duendo.
 

- Te achei - Disse, me fazendo dar a volta no sofá, fazendo-me ficar frente-a-frente com ele.
 

- Eu não estava me escondendo - Disse, afinal, era verdade.
 

Ele nada disse, apenas com a mão livre, deu-me um tapa na cara, e eu gemi de dor, e ao virar meu rosto pelo baque, vi minha avó com as mãos na boca, obviamente surpresa.
 

- GERALD!!! - Mary gritou - Não bata nela! Ela não tem culpa de nada! Já lhe dissemos isso!!!
 

Gerald virou meu rosto, e viu que meus olhos estavam cheios de lágrimas. Não pelo fato do tapa ter doido, afinal, já me acostumei, mas sim pelo fato de meu pai ter me batido.
 

- Seu projeto de assassina, como você ousa me responder?! - Gerald diz isso quase querendo gritar, e soltando o bafo quente de whisky no meu rosto - Você matou a sua mãe, o amor da minha vida, e você deveria estar lambendo o chão por onde eu passo por não ter te mandado pra adoção!!! - Ele tirou a mão que prendia no meu cabelo, e a colocou na minha clavícula.
 

- Gerald, Mayu não teve culpa, era uma tentativa de sequestro!Julliet tentou salva-la!!! Por Deus, ela só tinha 12 anos!!! Pare com isso!!! Aceite, Julliet se foi, mais amava a filha!!! - Mary dizia desesperada.
 

- Julliet não amaria uma assassina - Gerald dizia isso olhando em meus olhos - JULLIET NÃO AMARIA UMA ASSASSINA!!! - Ele parecia repetir isso para ele mesmo, tentando acreditar em suas palavras, e, quando percebi, suas mãos foram para meu pescoço e ele estava me estrangulando.
 

Eu estava quase totalmente sem ar, eu estava quase morrendo, minhas pálpebras estavam pesando, quando eu estava para ficar inconsciente, vi Roberta e o motorista de meu pai, fizeram-o meu soltar, e assim, voltei a respirar.
 

Eu estava tão mal, que cai no chão sentada, e minha avó chegou e me abraçou tentando me proteger, enquanto Gerald tentava se soltar de Roberta e do motorista.
 

- Chega! Amanhã mesmo Mayu vai estudar em outra cidade, vou dar-lhe um apartamento e cobrir todos os seus gastos! Mas aqui ela não fica mais, pois  se ficar, é capaz de morrer!!! - Mary dizia isso, então, recostou meu rosto em seu peito, e lágrimas grossas rolavam pelo meu rosto.
 

Gerald já havia batido em mim, mas nunca chegou a isso.
 

- FAÇA O QUÊ VOCÊ QUISER COM ESSA...COISA!!! - Disse, e o motorista e Roberta o soltaram, e ele subiu as escadas, obviamente indo para o seu quarto.
 

Eu iria embora... iria embora... finalmente"

Ao lembrar dos acontecimentos, lágrimas tentaram fugir dos meus olhos, mas eu as impedi, dessa vez.

- Senhorita Mayu!!! - Roberta já ia arrombar a porta, pelo jeito.

- Calma Roberta, já vou - Gritei, para que ela ouvisse, e ela parou de bater na porta.

Eu só estava de lingerie branca, observando meu corpo.

Médio. Pálido. Chato. Normal. E cheio de roxos.

Caminhei até um varal de roupas já separadas, que eram uma blusa branca de botões com detalhes dourados, muito bonita, e de mangas compridas. Peguei uma calça jeans cinza e uma botinha e cano-médio preto. Peguei um sobretudo preto e  um cachecol preto e branco xadrez. O restos das minhas roupas e sapatos já estavam nas malas, no andar de baixo da minha casa.

Fui até a penteadeira com algumas poucas maquiagens, para usar no dia de hoje. Passei rimel e lápis preto e só. Coloquei meus óculos ray-ban de armação azul e preto.

Olhei meu cabelo castanho comprido, e somente o penteei. Coloquei minha franja um pouco acima do olho de lado. Estava "bonita".

Sai do meu closed e vi meu quarto. Olhei para cama, onde tantas vezes chorei, e o choro mais dolorido, foi o morte da minha mãe.
Somente a olhei por alguns minutos, e sai logo de lá. Desci as escadas e vi Mary me olhando e esticou a sua mão direita para mim, e com a minha mão esquerda correspondi.

- Olá queria, está linda - Somente a olhei - Comprei um apartamento em sua nova cidade, está apenas a 2 quadras do colégio que se chama  Sweet Amoris. Você vai gostar de lá - Sorriu - Bom, agora vamos, suas malas já estão no carro, não quero que se atrasse querida.

- Gerald não vai se despedi? - Perguntei

-Não - respondeu seca, e andou até a porta, e eu a segui.

Caminhei com ela até o carro, lá o motorista abriu a porta para nós duas.

- Mayu, não se preocupa, cuidarei de todas as despesas, o dinheiro que eu tenho tem que ser gasto, não é? - gargalhou e eu gargalhei junto.

O caminho até o aeroporto foi até que divertido, até que o carro parou em frente do mesmo, os olhos de Mary encheram de lágrimas.

- Oh querida vou sentir sua falta!!! - Mary me abraçou - Mas vai ser melhor assim. Não vou entrar com você no aeroporto, vai ser mais difícil. Adeus querida!!!

- Tchau Vó - Sorri soltando-a. Desci do carro e o motoristas as levou para o aeroporto.

Fiz o check-in, e coloquei-as na esteira, quando ia embarcar, uns adolescentes fizeram,  piadinhas do tipo : "Ei gostosa, embarco na avião do papai aqui" "Não sabia que anjo anda de avião", eu somente ignorei.

Entreguei minha passagem a aeromoça e entrei no corredor escuro.

Ao chegar no avião, sentei na minha poltrona, do lado da janelinha. Peguei um livro e comecei a folheá-lo.

Eu estava tão entretida, que quando senti a poltrona do meu lado balançar, ao olhar, vi um garoto ruivo, muito bonito, que parecia ter a mesma idade que eu: 17 anos.

Fiquei olhando-o por tempo demais, na minha opinião.

- Perdeu algo na minha cara garota?! - Ele perguntou irritado.

- D-desculpe... - Me assustei um pouco com sua brutalidade.

Voltei a olhar para o livro, mas ao mesmo tempo, percebi que sua voz, apesar da brutalidade nela era suave e bonita.

- Ei garota - Olhei para ele - Desculpe, não queria ter sido tão rude - Colocou a mão no pescoço - Está indo para Paris?

- Sim, vou estudar lá - Respondi

- Em que colégio? - Perguntou, visivelmente curioso.

-  Sweet Amoris - Disse

Ele não respondeu mais nada,  ele parou de olhar pra mim e começou a olhar a poltrona a sua frente.

Ele era bipolar? Não é possível.

Bom, talvez eu devesse...

- Senhoras e senhores passageiro, por favor apertar o sinto de segurança, estamos partindo para Paris neste instante - A voz da aeromoça anunciou, e todos colocaram os cintos.

O primeiro tempo do vôo foi tranquilo, até que aqueles meninos do aeroporto estavam no mesmo vôo que eu.

- Olha só Mário, a gostosa está aqui no vôo - O menino que estava a minha frente, virou-se para trás ao dizer isso.

- É mesmo Jack - sorriu - Ei gracinha, você é muito gostosa viu?
Ignore, ignore, eu dizia isso a mim mesma.

- Não seja tímida!!! - O tal de Jack, foi tentar me tocar, mais o garoto ao meu lado, impedi-o.

- Não a toque sem permissão piralho - Os olhos cinzas do garoto ao meu lado, estavam mais escuros.

- E-ei, você não manda em mim - Disse

- Quer ver como não? - O garoto ao meu lado, que segurava o pulso do tal Jack, o torceu, fazendo-o gemer de dor - Agora, você vai deixa-la em paz, fui claro? - O tal Jack somente assentiu.

Eu estava extasiada, não sabia que a pessoa ao meu lado, me defenderia. Eu precisava agradece-lo. 

- Er... Obrigada - Respondi e dei um leve sorriso.

- Eu não fiz nada garota - Respondeu-me

- Meu nome é Mayu - Seria melhor que ele soubesse meu nome, para parar de me chamar de garota.

- Quem perguntou garota? - Respondeu frio.

É melhor deixa-lo quieto. Não quero ter problemas com ninguém, não quero dar motivos para as pessoas me baterem e me odiarem.

Olhei pela janela do avião as nuvens branquinhas, e pensei em Gerald. Será que eu era mesmo uma assassina? Eu matei Julliet?

Passei todas as horas do vôo pensando nisso, até que, a aeromoça disse que já estávamos pousando. 

Ao pousarem o avião, o garoto ao meu lado, saiu quase que correndo. Eu sai andando normalmente.

Desci do avião, e fui pegar as minhas malas, e lá estava ele novamente.

- Castiel - Ele disse ao meu lado

- O que...? - Perguntei

- Esse é o meu nome. - disse e saiu

Então seu nome é Castiel? Que nome bonito, combina com ele.

Carreguei as minhas malas até um taxi que me esperava, e fui para o edifício de meu apartamento que era incrivelmente grande. Eu não precisaria de tudo isso.

Cheguei e a primeira coisa que fiz foi ir até o banheiro, lá tomei um banho muito relaxante. Me enrolei na toalha e fui pegar alguma roupa na mala, que agora se encontrava no meu quarto.

Parei no corredor em frente ao espelho.

- Eu estava certa... - Sussurrei. Meu pescoço estava realmente roxo.

Parei de olhar minha imagem no espelho e segui para o meu quarto, abri a mala onde peguei uma camisa larga preta e uma calça de moletom marrom e coloquei meias.

Sequei meus cabelos com a toalha e penteei-os com o pente para traz. Deitei na cama enorme de casal, e me deixei levar para o mundo dos sonhos... ou pesadelos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostam? Espero que sim *--*