Força Especial da Marinha escrita por Vlk Moura


Capítulo 21
Como pode?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/381783/chapter/21

Estava andando pela fazenda, queri distrair a mente, meu celular tocou.

- Yeva? - era o Capitão, não Charles, outro. - Você está bem?

- Estou sim, senhor, por quê? - eu me sentei.

- Charles me contou que você ainda não se sente segura para uma missão, o que foi uma surpresa, você parecia tão bem disposta a aceitar a primeira coisa que aparecesse a sua frente e depois que a Lola apareceu e nos deu essa missão, eu imaginei que veríamos a super-equipe em ação novamente...

- Desculpa, o que o senhor está dizendo? Pelo que fiquei sabendo eu não poderia ir porque vocês não me permitiram isso.

- Não, foi você quem não quis ir e... - ouvi o som de irritação - Tem como você estar aqui amanhã?

- Estarei.

Voltei para a casa, contei para Charles o que havia acontecido, ele prometeu me levar ao anoitecer até a rodoviária. Despedi-me de seus pais.

Cheguei em casa assustando meus pais, entrei no meu quarto, olhei as fotos e os pôsteres e imaginei se o Capitão não estaria certo, comecei a desgrudá-los da parede, deixei apenas as fotos para ter as lembranças, coloquei tudo dentro de uma caixa e dentro do guarda-roupa. 

Acordei logo cedo e fui direto para o escritório do Capitão, ele estava sentado olhando alguns laudos médicos sobre o meu estado, quando entrei ele sorriu e me cumprimentou com um aperto de mão, eu estava sem a farda, não era dia de trabalho.

- Pelo que estou vendo aqui, você já está apta para o serviço, eu confirmei - Por que isso agora?

- Não sei, eu juro que nunca teria dito não para uma missão, nem poderia.

- Entendo. - ele se inclinou para frente - Se importa se eu te levar até o nosso hospital e pedir novos exames?

- Sem problema algum.

Fomos, alguns exames foram pedidos, fiz em uma semana e logo me passaram para fazer os testes físicos, eu estava apta a qualquer missão. O Capitão leu a todos os laudos a todas as anotações feitas pelos instrutores.

- Não entendo, sinceramente - ele pressionava a têmpora - Você podia ter ido, mas enfim, não posso revirar tudo isso - ele me olhou - Temos muitas outras missões a serem cumpridas, o que acha de ir em uma delas.

- Será um prazer voltar a ativa depois de tanto tempo.  -falei sorrindo, estava de farda. - Quando o senhor precisar de mim, estarei aqui.

Ele confirmou. 

Eu recebia os relatórios da viagem, todos assinados pelo Capitão Charles, eu os repassava para o Almirante que os orientava do Brasil. Estavam indo bem, já fazia bastante tempo que estavam lá, os seis meses se esgotavam, Charles vez e outra me mandava algum e-mail, mas não eram frequentes, eu andei para vários lugares ajudando nas missões.

Fui par ao nordeste interceptar um navio de traficantes, ajudei na busca em alguns acidentes, fui para a Amazônia fazer monitoramento das águas fluviais.

Fazia um ano de tudo.

Mandaram-me para a Espanha, fui com uma equipe pequena, ficamos primeiramente em um hotel e depois fomos mandados para uma base.

- Agora que todos chegaram até aqui eu... - o Capitão parou ao me ver, todos olharam, eram novatos não sabiam de nós, comentei que me tornei Capitã? - Eu quero que saibam que a situação por aqui é difícil, muitos imigrantes ilegais estão chegando por águas, e atos violentos estão acontecendo contra nós - ele tinha uma cicatriz no rosto, era nova. 

- Não se preocupe, Capitão - falei assumindo a liderança - Todos aqui são aptos para esse serviço, caso contrário, não estariamos dando reforço a sua equipe. - eu tinha as mãos atrás do corpo.

- Certo - ele ficou desconcertado - Quero que me sigam, irei mostrar os dormitórios.

Confirmei, ele foi na frente, e o grupo me seguiu, fomos andando e entregando a chave para cada dupla.

- Esse é o seu. - ele falou me entregando a chave, agradeci e quando eu ia entrar, ele me empurrou e fechou a porta.

- Capitão! - eu exclamei assustada - O que é isso?

- Eu que te pergunto, o que você está fazendo aqui?

- Dando reforço para vocês, você já deveria saber, recebeu um relatório.

- Seu nome não foi citado. - ele parecia bravo.

- Não reclame comigo, foi o Almirante quem escreveu. - ele levou a mão até a testa e me olhou - Charles - ele me olhou - Eu estava preocupada. - ele pareceu surpreso - Sinceramente, cheguei a achar que você tinha morrido ou alguma outra coisa. - ele me olhou, agora era uma visão diferente. 

- Desculpa. - ele pegou minha mão- eu não queria que você se preocupasse, mas quando ver a situação desse lugar, vai entender a falta de comunicação pela qual passamos.

- E ela?

- Você ainda lembra?

- Claro. - eu sorri.

- Ela não está mais aqui, foi para a Rússia resolver alguns problemas, deve voltar em alguns dias. - eu o olhei - Eu senti muito a sua falta - ele me abraçou e beijou a minha bochecha - Nos vemos amanhã.

- Certo.

Todos dormiram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!