Força Especial da Marinha escrita por Vlk Moura
Notas iniciais do capítulo
Yeva, apenas.
Acordei, sentei na cama e quase pisei no Capitão, ele dormia calmo, estava descoberto, eu tentei cobri-lo, mas essa ação o acordou, ele me olhou e se espreguiçou, as meninas já haviam saído. Ele se sentou.
– Tudo bem? - perguntou sonolento.
– Tudo - falei - Vamos comer algo?
Ele levantou arrumou o colchão e o colocou sobre o meu, apoiei em seu braço e sai do quarto, tinha um sol que batia na névoa e cegava. Entrei no refeitório, servi o meu prato, equilibrei a caneca nele e usei o braço livre do Capitão para me equilibrar. Sentei ao lado de Francis que ficou me dando ombradas brincalhonas. Comecei a comer, estava faminta.
Charles entrou, ele foi até a minha mesa, Camilla não estava ali, eu não o olhei continuei comendo.
– Depois posso falar com você? - ele perguntei, sem olhá-lo eu confirmei.
Ele se sentou junto aos jogadores que como de costume faziam muito barulho, quando terminei esperei pelo Capitão, me apoiei em seu braço e ele saiu falando que não queria encontrar o frio que estava de fora.
– Então deixe que eu a guie - Charles falou, nós o olhamos. - Por favor, quero conversar com você.
– Capi... Charles - olhei o Capitão - Não tem problema, eu vou falar com ele e depois ele me leva até o quarto.
– Você tem certeza?
Confirmei.
Apoiei em Charles, o Capitão se afastou. Charles foi andando um pouco rápido demais para mim, puxei seu braço com força, ele me olhou e então entendeu, sentamos na arquibancada, ele ficou fitando o campo com os cotovelos aos joelhos e o corpo inclinado para frente, eu o olhei, estava mais forte do que da última vez que o vi.
– Como foi tudo? - ele perguntou, tinha um rosto sério, preocupado.
– Não lembro de muito - falei e expliquei do que me lembrava - E você, o que fez de bom?
– Joguei, ganhei prêmios e grandes patrocinadores e...
– Camilla. - falei, e ele me olhou, encostou as costas atrás e tentei me abraçar, mas me encolhi.
– Ela veio há dois meses, disse que tinha feito a maior besteira e..
– Você caiu na jogada dela, sempre foi assim, gosta das que brincam com você, lembro de como era.
– Você não brincava comigo, até onde sei.
– Digo, antes de mim. - ele ficou sério - Mas sinceramente, espero que sejam felizes dessa vez, vai ser bom para você ter alguém como ela.
– O que quer dizer?
– O que eu disse, ela é boa para você e para a profissão, sabe? - dei de ombros - E sinceramente me cansei de tudo...
– Da Força Especial? - ele perguntou.
– Não, da nossa brincadeira, acho que foi uma das melhores coisas ter ficado dormindo por tanto tempo, quando acordei estava decidida.
– E vai fazer o quê? Ficar com aquele Capitão?
– Por que você acha que eu ficaria com alguém? Não sou carente nem nada, posso ficar sozinha.
– Nessas condições?
– Eu preciso de cuidados, o que é diferente de namorado, amigos sim.
– Duvido que você e ele não terão algo maior - ele sorriu, mas não triste e sim divertido.
– Do que está falando?
– Docinho! - seguimos o grito, Camilla estava no meio do campo acenando - Venha aqui, preciso de você, não estou conseguindo pedir o que quero para comer.
– Já vou, me dê cinco minutos.
– Vem agora. - ela brigou e foi até onde estávamos, me cumprimentou sem saber quem eu era.
– Vai lá. - falei. Ele se levantou, despediu e entrelaçou os dedos com o de Camilla, beijou a testa dela e seguiu par ao refeitório.
Levantei, apoiei na grade e comecei a andar, estava frio, eu queria ir para o quarto e relaxar, segui o caminho que não havia apoios e me joguei contra a parede cansada, bati na porta, Sara abriu e me escorou, deitou no colchão e olhou minha pernas, não havia acontecido nada, apenas forçado demais, a porta se abriu com tudo e olhamos para o Capitão parado olhando para mim assustado.
– Aquele descuidado - ele falou - Não aconteceu nada de ruim, não é?
– Não. - falei e abri espaço para ele se sentar ao meu lado.
– Vou ver onde Tainá está e depois eu volto.
Ela saiu e fechou a porta, o Capitão se ajeitou onde estava quando dei mais espaço para ele, ficou olhando minha perna que estava com os curativos aparentes, então se aproximou e sentou ao lado do meu tronco, passou o braço pelos meus ombros, deitei no dele.
– Seria atrevimento meu perguntar o que vocês conversaram? - ele apoiou no alto de minha cabeça.
Contei e então o final, ele levantou o queixo, eu o olhei quase me deitando em seu colo, ele me olhou, ficou me fitando durante muito tempo. E me beijou, fiquei parada ser ter para onde fugir, ele se afastou e eu estava parada fitando o teto.
– Desculpa. - ele falou enquanto eu me levantava e fitava as pontas de nossos pés, o meu com curativos e o dele com meias - Se você não gostou disso eu finjo que nada aconteceu e... - eu o beijei, ele foi quem se assustou, eu ri o que fez com que ele também risse. - Certo, entendi. - ele falou vermelho.
– Gostei - eu voltei a me deitar - Só tenho uma dúvida - ele me olhou - desde quando?
– Acho que desde o dia em que você me ajudou no treinamento quando eu estava passando mal - eu ri - E você?
– Não tenho certeza, mas acho que há tanto tempo quanto você. - ele me olhou confuso. - O que foi?
– Por que, então, você veio e ficou com ele?
– Porque eu sou uma idiota e achei que ainda sentia algo por ele, mas acho que no final apenas sentia prazer - falei e dei de ombros - Besteira.
Ele me abraçou mais forte e beijou no alto de minha cabeça. Depois saimos para andar, eu precisava de exercicios e logo seria o horário do almoço, e agora ficando parada sem preocupações eu me sentia sempre faminta. O Capitão sentou-se comigo no refeitório depois de servirmos nossos pratos, comiamos rindo junto dos outros, Charles entrou com Camilla, nos cumprimentaram.
– Quero dar uma ida na cidade - falei com o Capitão enquanto iamos para o quarto - Fazer uma surpresa para os meus pais, você sabe em qual hotel estão?
Ele confirmou, troquei de roupa e então fomos, meus pais estavam no restaurante e ao me verem se assustaram, achando que eu estava sozinha, mas ao verem o Capitão ficaram mais tranquilos. Nos sentamos todos a mesa e conversamos sobre o Brasil e eu e o Capitão contavamos sobre as coisas da Holanda e sobre o que deveriamos fazer todos juntos.
Logo estarei voltando ao Brasil.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!